George Gershwin
Embora seus conhecimentos de orquestração e teoria musical
fossem limitados, Gershwin se aventurou também pelo terreno da música de
concerto. Sua carreira nesta área tomou impulso quando Paul Whiteman, líder de
uma célebre banda de jazz, encomendou a Gershwin uma obra para o próprio
compositor interpretar ao piano, acompanhado pelo grupo de Whiteman. Nascia
assim a Rapsody im blue.
Hoje mais executada peça para piano e orquestra das
Américas, a Rhapsody in Blue, orquestrada por Ferde Groffé três vezes; em 1924.
1926 e 1942, quando a peça ganhou a feição com que habitualmente é executada, para
grande sinfônica, mantendo, contudo, os instrumentos de banda de jazz como
banjo e saxofones. Tido como uma espécie de marca registrada do compositor, o
glissando do clarinete que abre obra não foi escrito por Gershwin, trata-se de
um efeito realizado, em um ensaio, por Ross Gorman, clarinetista da banda de
Whiteman, que o autor imediatamente resolveu incorporara à partitura.
O sucesso de Rhapsody animou o compositor a arriscar novas
criações para as salas de concertos, dentre as quais as mais célebres foram o
Concerto para Piano em fá, de 1925, e Um americano em Paris, do ano seguinte.
Contudo, sua criação mais ambiciosa foi uma ópera, Porgy
and Bess, com libreto de DuBose Heyward e versos de Ia Gershwin e Dorothy
Heyward. Baseada no romance Porgy, do casal Heyward, a ópera é ambientado em
Catfish Row, local fictício, antiga propriedade rural da aristocracia,
convertida em cortiço de negros, no cais de Charleston, na Carolina do Sul. O
par romântico é formado pelo aleijado Porgy and Bess, a namorada do violento
estivador Crown, cobiçada também pelo traficante Sporting Life.
Estreada em 1935, Porgy and Bess inspirou álbuns de
alguns dos mais importantes nomes do jazz, como Miles Davis, Louis Armstrong e
Ella Fitzgerald, graças ao apelo instantâneo de itens como a canção de ninar
Summertime.
Em janeiro de 1936, Gershwin uniu alguns dos principais
temas da ópera em A Suite From Porgy and Bess, para ser executada em uma turnê
que ele fez com a Orquestra da Filadélfia, regida por Alexandre Smaltens, na
qual o próprio compositor atuava como solista de seu Concerto em fá.
Depois dessa excursão, a partitura, contudo, ficou
esquecida. Um tumor cerebral tirou a vida do compositor prematuramente, aos 38
anos de idade, em 1937, e foi só em 1958 que ira encontrou a obra, meio por
acaso, nos arquivos de sua casa, em Beverli Hills.
Para distinguir a peça de Porgy and Bess, a Symphonic
Picture, suíte da ópera que Robert Russel Bennett (1894-1981) escrevera sob
encomenda do Maestro Fritz Reiner, em
1942, Ira decidiu, então, realiza-la, dando o nome de Catfish Row, pelo qual
ela é hoje conhecida. E entregou a partitura ao regente Maurice Abravanel
responsável pela reentrada da suíte em circulação.
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