Para fazer música, nossos remotos antepassados dos tempos
das cavernas usaram, primeiro, o próprio corpo: a garganta, indo do grito ao
canto, e os pés e as aos, para produzir o ritmo e marcar o compasso. Depois
foram buscar fora de si os elementos que ampliassem a força desses sons
primordiais. Troncos ocos de árvores, pedaços de pedras e de ossos foram então
batidos, chocoalhados e esfregados, a fim de chamar quem estava longe ou então, animar quem estava por perto, em um
convite para a dança cadenciada ou para uma comemoração tribal sacra ou
profana. Foi graças aos materiais que coletaram na natureza que os nossos
antepassados puderam começar a explorar a enorme riqueza do ritmo, do pulsar.
Porque tudo pulsa; das batidas do coração a cadência do andar e do respirar, da
alternância dos dias e das noites aos efeitos das marés e à sucessão das
estações. Tudo pulsa, pois tudo é ritmo. Ainda hoje , em algumas comunidades da
África, o ritmo é tratado com tal sofisticação, com a sobreposição simultânea de
vários metros diferentes, feitos à base de vários tipos de tambores, que esses
músicos acabam por produzir uma completa e intrincada e, para muitos de nós
ocidentais, bela polifonia rítmica. O ritmo está na base de toda música. E é o
que bate com ais força nos nossos ouvidos. E (espanto!) na nossa pele, aliás, o
maior órgão do nosso corpo, não é? Por isso fica tão difícil não balançar os
quadris e não sacudir as pernas à passagem de uma escola de samba. Alguns
eruditos costumam dizer que o ritmo é “a organização do tempo”, levando em
conta a periodicidade, regular e irregular, dos sons. Outros estudiosos
complementam; o ritmo é “a subdivisão do tempo em partes perceptíveis e
mensuráveis”. Os ritmos mais comuns em nossa música são: 2/2 (1,2), 2/3 (1,2,3)
e 4/4 (1,2,3,4).
Titulo original: Conheça um pouco mais de usa orquestra
Programa de Concerto Osesp – set / out 2009. p. 6
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