A Orquestra de Câmara Franz
Liszt foi criada em 1963, em Budapeste, por alunos da Academia de Música Franz
Liszt. Hoje congrega músicos jovens e veteranos sob a direção artística de
János Rolla, 68, violinista que assumiu o posto em 1979, depois de 16 anos como
concert master. Em seus 50 anos de atividade, a Orquestra de Câmara Franz Liszt
alcançou sucesso extraordinário e ganhou ampla reputação internacional. Já se
apresentou em mais de 50 países, incluindo concertos em salas de grande
prestígio como o Carnegie Hall de Nova York, o Suntory Hall de Tóquio, a Sydney
Opera House e o Concertgebouw de Amsterdã, e junto a solistas do porte de
Sviatoslav Richter, Yehudi Menuhin, Jean-Pierre Rampal, Isaac Stern e Mstislav
Rostropovich.
Seu repertório abrange de um
amplo leque de obras que cobrem de peças do barroco até composições clássicas,
românticas e mesmo contemporâneas. Sua discografia tem mais de 200 títulos para
os selos Erato, EMI, Sony Classical e, na maior parte, o selo Hungaroton. Com
eles, já conquistou vários “Grand Prix” da Academia Parisiense do Disco, entre
outros prêmios.
A orquestra é integrada por 16
músicos de cordas, eventualmente acompanhados de cravo, sopros e outros
instrumentos.
Encontrar a cor da música – As
duas apresentações em São Paulo integram uma grande turnê internacional da
Orquestra de Câmara Franz Liszt para celebração do transcurso de seus 50 anos.
Nesses concertos, a Orquestra traz como solista um dos grandes flautistas da
atualidade, o suíço Emmanuel Pahud, 43 anos, há mais de 20 anos primeiro
flautista da Orquestra Filarmônica de Berlim.
Pahud estudou em Bruxelas na
Academia de Música de Uccle, com Michel Moinil, e depois com Carlos Bruneel
(atual diretor do Théâtre Royal de la Monnaie, em Bruxelas). Aos 17 anos foi
para Paris e ingressou no Conservatório de Paris, onde teve como professores
Michel Debost, Marion Alain, Artaud Pierre e Christian Larde. Depois de formado
passou a estudar estilo e interpretação com um dos maiores flautistas em
atividade na França, o também suíço Aurèle Nicolet. O período de aprendizado
com Nicolet foi fundamental para a carreira de Pahud. Em 1992 acabou vencendo o
Concurso de Música Internacional de Genebra e, no mesmo ano, tornou-se
flautista principal da Filarmônica de Berlim, escolhido pelo maestro Claudio
Abbado. Com apenas 22 anos, tornou-se o mais jovem chefe de naipe da célebre
orquestra. Em paralelo à sua carreira com a Filarmônica de Berlim, ele é
frequentemente convidado como solista de orquestras de renome internacional
como London Symphony, Tonhalle Orchester Zürich, Orchestre de la Suisse Romande
e Filarmônica da Radio France. Tem também intensa atividade como músico de
câmara, além de tocar ainda como músico de jazz.Embora seja um entusiasta da
música nova, Pahud diz sentir-se mais à vontade com o repertório antigo. “O
termo ‘tradição’ é muitas vezes usado para disfarçar o passado, a falta de
evolução ou a negação do progresso”, afirma. Para ele, porém, “o significado da
tradição é de alguma coisa em evolução, os grandes artistas se alimentam do
passado para definir o futuro”.
Foco na música barroca – O
repertório que a Orquestra de Câmara Franz Liszt apresenta em seus concertos em
São Paulo é focado no período barroco. Mas nele há espaço para uma peça mais
moderna, “Balada para flauta, cordas e piano”, de Frank Martin, compositor
suíço falecido em 1974.
Abaixo, rápidas informações
sobre as obras do programa:
J. S. Bach, Concerto de
Brandenburgo nº 3 – Os seis concertos brandenburgueses, compostos por Bach
entre 1718 e 1721, são considerados como expoentes do barroco na música, além
de estarem entre os clássicos mais populares. Este é o terceiro da série e
talvez o mais conhecido deles. Nele, Bach deixa de lado os instrumentos de
sopro para focar totalmente nas cordas. O concerto todo é construído a partir
de mínimas células rítmicas, que constituem a base dos diferentes temas
melódicos com os diferentes grupos de instrumentos ora separando-se, ora se
opondo, ora unindo-se em um tutti.
Vivaldi, Concerto para flauta
“La tempesta di mare” – O opus 10 de Vivaldi, de 1729, é um conjunto de seis
concertos para flauta e cordas. Este “La tempesta di mare”, o de número 1, é
marcado pela rítmica frenética, traduz em sons as tempestades oceânicas que há
centenas de anos afligem os venezianos.
Purcell, Abdelazer – Suíte em
nove movimentos, esta peça foi escrita em 1695 para uma reapresentação da peça
“Abdelazer, ou A Vingança do Mouro”, de Aphra Behn. O personagem Abdelazer é um
anti-herói homônimo, que despreza toda a suavidade. A música de Purcell foi,
segundo recomendação do dramaturgo, criada com a intenção de provocar Abdelazer
ao seu próximo ato de maldade.
Frederico, o Grande, Concerto
para flauta nº 3 – Frederico II de Hohenzollern foi o rei da Prússia (de 1740 a
1786) e um dos principais representantes do despotismo no século XVIII.
Conhecido por vários apelidos (de “rei filósofo” a “músico rei”), passou a ser
chamado “O Grande” depois de suas façanhas militares que transformaram a
Prússia em uma máquina de guerra. Frederico era reconhecido como flautista de
grandes qualidades, e também como compositor. Este é o terceiro dos sete
concertos para flauta que escreveu.
Martin, Balada nº 1 para
flauta, orquestra de cordas e piano – O suíço Frank Martin, compositor
relativamente esquecido, escreveu seis peças que chamou de “baladas”, música de
qualidades narrativas líricas e dramáticas. Esta, a primeira delas, foi escrita
em 1939, tendo como objetivo principal captar as características mais
idiomáticas do instrumento solista. Exige amplos recursos técnicos do
instrumentista, mas para o ouvinte oferece momentos musicalmente deslumbrantes.
Mozart, Divertimento KV 138 –
Peça escrita em 1772, quando Mozart tinha apenas 15 anos. É música, portanto,
que reflete a inocência de sua juventude mas prenuncia já o que seria o estilo
do compositor.
Mercadante, Concerto para
flauta e orquestra nº 2 – Na metade dos anos 1840, Giuseppe Saverio Mercadante
era o mais popular compositor de óperas da Itália – escreveu mais de 60! Hoje,
porém, ninguém mais se lembra de suas óperas, mas apenas dos seis concertos
para flauta que escreveu com 24 anos – em especial deste segundo, em mi menor.
Com estrutura musical diversificada, o concerto conquista o ouvinte pelas belas
melodias, pelo lirismo e pela rítmica saborosa.
Os concertos da temporada –
Os próximos concertos da
Temporada 2013 da Cultura Artística, todos eles na Sala São Paulo:
Quarteto Borodin, em 2 e 5 de
junho
Orquestra Real do
Concertgebouw, regência Mariss Jansons, solista Denis Matsuev (piano), em 24 e
25 de junho
também concerto ao ar livre no
domingo 23 de junho, 11 horas, no Parque Ibirapuera
Piotr Anderszewski (piano), em
29 e 31 de julho
Joshua Bell (violino) &
Alessio Bax (piano), em 31 de agosto e 1 de setembro
Gabriela Montero (piano), em 18
e 21 de setembro
Orquestra Sinfônica Finlandesa
de Lahti, regência Okko Kamu, solista Elina Vähälä (violino), em 19 e 20 de
outubro
Combattimento Consort Amsterdam
& Quirine Viersen (violoncelo), em 2 e 6 de novembro
S E R V I Ç O
Cultura Artística 2013
ORQUESTRA DE CÂMARA FRANZ LISZT
EMMANUEL PAHUD flauta
23 de MAIO quinta
Série Branca
24 de MAIO sexta
Série Azul
21 horas
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