segunda-feira, 20 de maio de 2013

Orquestra de Câmara Franz Liszt e Emmanuel Pahud



A Orquestra de Câmara Franz Liszt foi criada em 1963, em Budapeste, por alunos da Academia de Música Franz Liszt. Hoje congrega músicos jovens e veteranos sob a direção artística de János Rolla, 68, violinista que assumiu o posto em 1979, depois de 16 anos como concert master. Em seus 50 anos de atividade, a Orquestra de Câmara Franz Liszt alcançou sucesso extraordinário e ganhou ampla reputação internacional. Já se apresentou em mais de 50 países, incluindo concertos em salas de grande prestígio como o Carnegie Hall de Nova York, o Suntory Hall de Tóquio, a Sydney Opera House e o Concertgebouw de Amsterdã, e junto a solistas do porte de Sviatoslav Richter, Yehudi Menuhin, Jean-Pierre Rampal, Isaac Stern e Mstislav Rostropovich.

Seu repertório abrange de um amplo leque de obras que cobrem de peças do barroco até composições clássicas, românticas e mesmo contemporâneas. Sua discografia tem mais de 200 títulos para os selos Erato, EMI, Sony Classical e, na maior parte, o selo Hungaroton. Com eles, já conquistou vários “Grand Prix” da Academia Parisiense do Disco, entre outros prêmios.
      
A orquestra é integrada por 16 músicos de cordas, eventualmente acompanhados de cravo, sopros e outros instrumentos.
Encontrar a cor da música – As duas apresentações em São Paulo integram uma grande turnê internacional da Orquestra de Câmara Franz Liszt para celebração do transcurso de seus 50 anos. Nesses concertos, a Orquestra traz como solista um dos grandes flautistas da atualidade, o suíço Emmanuel Pahud, 43 anos, há mais de 20 anos primeiro flautista da Orquestra Filarmônica de Berlim.
      
Pahud estudou em Bruxelas na Academia de Música de Uccle, com Michel Moinil, e depois com Carlos Bruneel (atual diretor do Théâtre Royal de la Monnaie, em Bruxelas). Aos 17 anos foi para Paris e ingressou no Conservatório de Paris, onde teve como professores Michel Debost, Marion Alain, Artaud Pierre e Christian Larde. Depois de formado passou a estudar estilo e interpretação com um dos maiores flautistas em atividade na França, o também suíço Aurèle Nicolet. O período de aprendizado com Nicolet foi fundamental para a carreira de Pahud. Em 1992 acabou vencendo o Concurso de Música Internacional de Genebra e, no mesmo ano, tornou-se flautista principal da Filarmônica de Berlim, escolhido pelo maestro Claudio Abbado. Com apenas 22 anos, tornou-se o mais jovem chefe de naipe da célebre orquestra. Em paralelo à sua carreira com a Filarmônica de Berlim, ele é frequentemente convidado como solista de orquestras de renome internacional como London Symphony, Tonhalle Orchester Zürich, Orchestre de la Suisse Romande e Filarmônica da Radio France. Tem também intensa atividade como músico de câmara, além de tocar ainda como músico de jazz.Embora seja um entusiasta da música nova, Pahud diz sentir-se mais à vontade com o repertório antigo. “O termo ‘tradição’ é muitas vezes usado para disfarçar o passado, a falta de evolução ou a negação do progresso”, afirma. Para ele, porém, “o significado da tradição é de alguma coisa em evolução, os grandes artistas se alimentam do passado para definir o futuro”.
Foco na música barroca – O repertório que a Orquestra de Câmara Franz Liszt apresenta em seus concertos em São Paulo é focado no período barroco. Mas nele há espaço para uma peça mais moderna, “Balada para flauta, cordas e piano”, de Frank Martin, compositor suíço falecido em 1974.
      
Abaixo, rápidas informações sobre as obras do programa:
J. S. Bach, Concerto de Brandenburgo nº 3 – Os seis concertos brandenburgueses, compostos por Bach entre 1718 e 1721, são considerados como expoentes do barroco na música, além de estarem entre os clássicos mais populares. Este é o terceiro da série e talvez o mais conhecido deles. Nele, Bach deixa de lado os instrumentos de sopro para focar totalmente nas cordas. O concerto todo é construído a partir de mínimas células rítmicas, que constituem a base dos diferentes temas melódicos com os diferentes grupos de instrumentos ora separando-se, ora se opondo, ora unindo-se em um tutti.
Vivaldi, Concerto para flauta “La tempesta di mare” – O opus 10 de Vivaldi, de 1729, é um conjunto de seis concertos para flauta e cordas. Este “La tempesta di mare”, o de número 1, é marcado pela rítmica frenética, traduz em sons as tempestades oceânicas que há centenas de anos afligem os venezianos.
Purcell, Abdelazer – Suíte em nove movimentos, esta peça foi escrita em 1695 para uma reapresentação da peça “Abdelazer, ou A Vingança do Mouro”, de Aphra Behn. O personagem Abdelazer é um anti-herói homônimo, que despreza toda a suavidade. A música de Purcell foi, segundo recomendação do dramaturgo, criada com a intenção de provocar Abdelazer ao seu próximo ato de maldade.
Frederico, o Grande, Concerto para flauta nº 3 – Frederico II de Hohenzollern foi o rei da Prússia (de 1740 a 1786) e um dos principais representantes do despotismo no século XVIII. Conhecido por vários apelidos (de “rei filósofo” a “músico rei”), passou a ser chamado “O Grande” depois de suas façanhas militares que transformaram a Prússia em uma máquina de guerra. Frederico era reconhecido como flautista de grandes qualidades, e também como compositor. Este é o terceiro dos sete concertos para flauta que escreveu.
Martin, Balada nº 1 para flauta, orquestra de cordas e piano – O suíço Frank Martin, compositor relativamente esquecido, escreveu seis peças que chamou de “baladas”, música de qualidades narrativas líricas e dramáticas. Esta, a primeira delas, foi escrita em 1939, tendo como objetivo principal captar as características mais idiomáticas do instrumento solista. Exige amplos recursos técnicos do instrumentista, mas para o ouvinte oferece momentos musicalmente deslumbrantes.
Mozart, Divertimento KV 138 – Peça escrita em 1772, quando Mozart tinha apenas 15 anos. É música, portanto, que reflete a inocência de sua juventude mas prenuncia já o que seria o estilo do compositor.
Mercadante, Concerto para flauta e orquestra nº 2 – Na metade dos anos 1840, Giuseppe Saverio Mercadante era o mais popular compositor de óperas da Itália – escreveu mais de 60! Hoje, porém, ninguém mais se lembra de suas óperas, mas apenas dos seis concertos para flauta que escreveu com 24 anos – em especial deste segundo, em mi menor. Com estrutura musical diversificada, o concerto conquista o ouvinte pelas belas melodias, pelo lirismo e pela rítmica saborosa.

Os concertos da temporada –
Os próximos concertos da Temporada 2013 da Cultura Artística, todos eles na Sala São Paulo:
Quarteto Borodin, em 2 e 5 de junho
Orquestra Real do Concertgebouw, regência Mariss Jansons, solista Denis Matsuev (piano), em 24 e 25 de junho
também concerto ao ar livre no domingo 23 de junho, 11 horas, no Parque Ibirapuera
Piotr Anderszewski (piano), em 29 e 31 de julho
Joshua Bell (violino) & Alessio Bax (piano), em 31 de agosto e 1 de setembro
Gabriela Montero (piano), em 18 e 21 de setembro
Orquestra Sinfônica Finlandesa de Lahti, regência Okko Kamu, solista Elina Vähälä (violino), em 19 e 20 de outubro
Combattimento Consort Amsterdam & Quirine Viersen (violoncelo), em 2 e 6 de novembro

S E R V I Ç O
Cultura Artística 2013
ORQUESTRA DE CÂMARA FRANZ LISZT
EMMANUEL PAHUD flauta
23 de MAIO  quinta  Série Branca
24 de MAIO  sexta  Série Azul
21 horas

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