Divisor de águas na história do
ballet clássico ao trazer uma série de inovações ao gênero, como os trajes
‘tutus’, para facilitar os movimentos de maior técnica exigidos pela
coreografia às bailarinas, O Lago dos Cisnes, o mais famoso e popular ballet
romântico, retorna, sete anos após sua última temporada, ao palco do Theatro
Municipal do Rio de Janeiro – vinculado à Secretaria de Estado de Cultura –, a
partir de 24 de maio, dando prosseguimento à programação artística elaborada pelo
Maestro Isaac Karabtchevsky.
Na versão criada em 2006, por
Yelena Pankova, especialmente para o Ballet do Theatro Municipal, revezam-se
nos papeis principais, até 2 de junho, os Primeiros Bailarinos do San Francisco
Ballet, a cubana Lorena Feijoo e o brasileiro Vitor Luiz, como convidados
especiais, e as estrelas do BTM, Márcia Jaqueline, Cláudia Mota, Filipe Moreira
e Denis Vieira. O Ballet do Theatro Municipal tem Direção Artística de Hélio
Bejani. A Orquestra Sinfônica do TM terá à frente o Maestro Silvio Viegas, seu
regente titular.
A primeira versão de O Lago dos
Cisnes fez sua estreia em 1877, com coreografia de Julius Reisinger, para o
Teatro Bolshoi de Moscou. Apesar da beleza da música de Tchaikovsky, a
temporada foi um fracasso, acentuado pelo fraco desempenho da protagonista,
Pelageya Karpakova. Somente em 1894, um ano após o falecimento do compositor
russo, o ballet ganharia uma nova versão consagradora. Neste ano – quando
outros ballets com música de Tchaikovsky já eram sucesso, como A Bela
Adormecida, de 1890, e O Quebra-Nozes, de 1892 –, o príncipe Ivan
Alexandrovich, diretor do Teatro Mariinsky de São Petersburgo, decide
prestar-lhe uma homenagem com uma nova versão de O Lago dos Cisnes,
coreografado por Marius Petipa (1º e 3º atos) e Lev Ivanov (2º e 4º atos).
Desde então, tornou-se um dos mais populares ballets do repertório clássico.
A temporada marca também a
estreia do projeto Falando de Ballet. Serão palestras gratuitas com uma hora de
duração sobre o espetáculo a ser apresentado – aos moldes das opera talks realizadas
habitualmente em teatros europeus –, com início uma hora e meia antes do começo
da sessão, no Salão Assyrio. Os palestrantes serão Hélio Bejani, diretor do
BTM, e a primeira bailarina Ana Botafogo, que se revezarão ao longo das nove
récitas, falando sobre a história de O Lago dos Cisnes e abordando também
detalhes específicos desta montagem.
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