sexta-feira, 11 de maio de 2012

Companhia de dança dos EUA ministra oficinas para jovens do Pro Paz


Belém foi a cidade da América Latina escolhida para receber o projeto Dancing Connect, da companhia de dança internacional Battery Dance Company, da cidade de Nova Iorque (EUA), que tem a proposta de percorrer o mundo vivenciando a troca de experiências pela arte. O projeto já passou por mais de 50 capitais e no Pará ganhou apoio do governo do Estado, por intermédio do Instituto de Artes do Pará (IAP) e do Pro Paz.
Desde o início da semana, cerca de 100 jovens participam da oficina de dança em cinco núcleos: Theatro da Paz, IAP, Universidade do Estado (Uepa), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Escola de Teatro e Dança da UFPA. Desses, 26 fazem parte do Programa Pro Paz nos bairros e o restante é bailarino da Companhia de Dança Ana Unger. O diferencial, segundo a professora americana Robin Cantrell, fica por conta da mistura entre o balé clássico e o hip hop.
“No primeiro dia foi bem difícil, mas agora eles já estão misturando elementos dos dois ritmos e montando as coreografias. Um ensina o outro e o resultado está ficando muito bom”, elogia. Com apenas 15 anos, Andrei Silva Souza, descobriu o talento para a dança ainda na infância, em um grupo católico no bairro União, no município de Marituba, mas foi no programa Pro Paz nos Bairros, no polo do Instituto de Ensino em Segurança Publica do Pará (Iesp), que o adolescente começou aprender o hip hop. A experiência no projeto Dancing Connect está sendo uma novidade. “Nunca imaginei que podíamos misturar os dois ritmos, o clássico e a dança de rua. Estou muito satisfeito em ter sido escolhido e poder participar”, comemora.

A dinâmica da oficina trabalha a expressão corporal e a linguagem por meio da dança. Além dos jovens, professores de dança também participam da atividade, com o objetivo de se tornarem multiplicadores dentro dos núcleos do Pro Paz e nas oficinas promovidas pelo IAP. A professora Adriana Quintas é uma das participantes e, segundo ela, a troca de experiências com uma companhia internacional está sendo excelente para alunos e professores. “Belém foi a cidade escolhida e isso demonstra a visibilidade que o Estado tem no cenário da dança”, ressalta.
A escolha da capital paraense para recepcionar o projeto começou há cerca de dois meses, durante o festival de dança da Companhia Ana Unger. Em visita a Belém, uma comissão do consulado o Americano tomou conhecimento do cenário da dança no Pará e desde então começaram as movimentações e parcerias para o projeto se consolidar na cidade. As oficinas acontecem até sexta feira (11) e o resultado delas será apresentado sábado (12), em um espetáculo no Theatro da Paz, às 19 horas.

A principal missão do programa Pro Paz nos Bairros é garantir a redução dos índices de violência, com um trabalho de prevenção que atende crianças e adolescentes, de 8 a 18 anos, que moram em áreas de risco, com altos índices de violência. Atualmente o programa atende quase duas mil crianças e adolescentes em cinco polos: Ufra, UFPA, Iesp e Mangueirão.
“É um serviço de complementação escolar. Quem estuda pela manhã é atendido à tarde, e quem estuda à tarde é atendido pela manhã”, explica a gerente de Projetos do Pro Paz, Adriana Fernandes. Estar matriculado na escola é o principal requisito para fazer parte do programa. Além do esporte, o Pro Paz oferece outros atividades, serviços, entre eles reforço escolar, oficinas de arte, cultura e lazer, atendimento nutricional, odontológico e enfermaria.

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