Desde o início da semana, cerca de 100 jovens participam da
oficina de dança em cinco núcleos: Theatro da Paz, IAP, Universidade do Estado
(Uepa), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Escola de Teatro e Dança da UFPA.
Desses, 26 fazem parte do Programa Pro Paz nos bairros e o restante é bailarino
da Companhia de Dança Ana Unger. O diferencial, segundo a professora americana
Robin Cantrell, fica por conta da mistura entre o balé clássico e o hip hop.
“No primeiro dia foi bem difícil, mas agora eles já estão
misturando elementos dos dois ritmos e montando as coreografias. Um ensina o
outro e o resultado está ficando muito bom”, elogia. Com apenas 15 anos, Andrei
Silva Souza, descobriu o talento para a dança ainda na infância, em um grupo
católico no bairro União, no município de Marituba, mas foi no programa Pro Paz
nos Bairros, no polo do Instituto de Ensino em Segurança Publica do Pará
(Iesp), que o adolescente começou aprender o hip hop. A experiência no projeto
Dancing Connect está sendo uma novidade. “Nunca imaginei que podíamos misturar
os dois ritmos, o clássico e a dança de rua. Estou muito satisfeito em ter sido
escolhido e poder participar”, comemora.
A dinâmica da oficina trabalha a expressão corporal e a
linguagem por meio da dança. Além dos jovens, professores de dança também
participam da atividade, com o objetivo de se tornarem multiplicadores dentro
dos núcleos do Pro Paz e nas oficinas promovidas pelo IAP. A professora Adriana
Quintas é uma das participantes e, segundo ela, a troca de experiências com uma
companhia internacional está sendo excelente para alunos e professores. “Belém
foi a cidade escolhida e isso demonstra a visibilidade que o Estado tem no
cenário da dança”, ressalta.
A escolha da capital paraense para recepcionar o projeto
começou há cerca de dois meses, durante o festival de dança da Companhia Ana
Unger. Em visita a Belém, uma comissão do consulado o Americano tomou
conhecimento do cenário da dança no Pará e desde então começaram as
movimentações e parcerias para o projeto se consolidar na cidade. As oficinas
acontecem até sexta feira (11) e o resultado delas será apresentado sábado
(12), em um espetáculo no Theatro da Paz, às 19 horas.
A principal missão do programa Pro Paz nos Bairros é
garantir a redução dos índices de violência, com um trabalho de prevenção que
atende crianças e adolescentes, de 8 a 18 anos, que moram em áreas de risco,
com altos índices de violência. Atualmente o programa atende quase duas mil
crianças e adolescentes em cinco polos: Ufra, UFPA, Iesp e Mangueirão.
“É um serviço de complementação escolar. Quem estuda pela
manhã é atendido à tarde, e quem estuda à tarde é atendido pela manhã”, explica
a gerente de Projetos do Pro Paz, Adriana Fernandes. Estar matriculado na
escola é o principal requisito para fazer parte do programa. Além do esporte, o
Pro Paz oferece outros atividades, serviços, entre eles reforço escolar,
oficinas de arte, cultura e lazer, atendimento nutricional, odontológico e
enfermaria.
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