Amanhã é dia de Sónar, o festival de escalação mais ousada a ser exportado para o Brasil desde que a recente febre de eventos do tipo começou, em 2010. No line-up, de tudo um pouco. Indie, electro e hip-hop. House, dubstep e soul: uma feirinha de nichos guiada pela curadoria eletrônica, em que se traça um fiel panorama de cenas e tendências contemporâneas.
Será a segunda edição do festival espanhol em solo
brasileiro (a primeira foi em 2004), embora a proposta tenha se distanciado,
inevitavelmente, daquela sugerida pelo último Sónar. Na época, música
eletrônica ainda era coisa de clubber, e afluentes clássicos do gênero, como
techno, house ou drum n' bass, viam o fim de suas fases puras, com mutações
ainda divididas nitidamente em subgêneros (hard techno, deep house, jazzstep,
etc.) Menos de uma década depois, o cenário mudou radicalmente. Entrelaçados
pela interconectividade, gêneros eletrônicos desabaram sobre gêneros
segregados, espalhando DNA, acomodando características díspares e infiltrando
vertentes que já foram distantes, como o indie rock, ou o hip-hop.
O termo "música eletrônica" tornou-se inútil, já
que pode ser usado para descrever qualquer cena. Surgiram produtores como
Flying Lotus, Rustie e James Blake, que atuam em fronteiras indefinidas entre
jazz, soul, hip-hop e dance, fazendo música eletrônica de vanguarda
indissociável do mainstream, assim como surgiram indies do naipe de Little
Dragon, que flertam com a música de pista. Todos esses nomes tocam no festival
deste fim de semana, com o histórico Kraftwerk (com show 3D), o popular Cee Lo
Green e o pulsante Justice - dignos chamarizes do festival.
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