No dia 08 de
setembro John Nechling editou um pequeno texto no facebook onde ele se
posiciona sobre uma matéria cujo o conteúdo é a Osesp, publicada na revista inglesa
The Spector assim como lança um olhar crítico sobre a atual situação
administrativa e artística da Osesp.
Nosso intuito em
públicar tal texto está centrato única e excusivamente em informar, já que
consideramos inquestinável a sua importância na história da instituição o que
faz de sua opinião merecedora de toda atenção e reflexões.
Leia abaixo o
referido texto.
“A revista
inglesa The Spectator ( www.spectator.co.uk) traz um artigo de Damian Thompson
sobre a OSESP, que se prepara para uma viagem à Europa, durante a qual se
exibirá nos Proms Concerts em Londres, creio que pela segunda vez. Até aí tudo
perfeito: é natural e compreensível que a orquestra convide uma publicação
européia para que venha a São Paulo, assista um concerto, e depois escreva e
crie expectativa antes de uma tournée para o velho continente. É também normal
que a matéria se concentre na atual diretora musical da orquestra, embora não
seja lá muito elegante dizer que a maestrina chicoteia a orquestra para entrar
em forma ( “Marin Alsop whip São Paulo´s orchestra into shape...”).
Lá pelas tantas,
após dizer que a OSESP não pertence à elite das orquestras mundiais (estranho -
quando deixei a orquestra em 2008,
a revista Gramophone, igualmente inglesa e tão ou mais
importante do que o Spectator, colocava a OSESP entre as melhores do mundo...),
mas que pode chegar lá, e de louvar o seu funcionamento administrativo (!),
Thompson toma a liberdade de falar de mim nesse enredo, mas de forma que me
deixou indignado. Do alto dos meus 66 anos, não sou mais obrigado a engolir
calado esse tipo de insulto A única menção que o Spectator faz ao meu imenso
trabalho frente à OSESP, sem o qual Marin Alsop não poderia nem sonhar em ir
reger em Londres à frente da orquestra, é ao dizer que o “regente anterior da
orquestra (sic) era John Neschling, que fez algumas boas gravações, mas que
ficou conhecido por seus chiliques que acabaram por afastar os bons solistas de
São Paulo”.
Essa redução
absurda de meu trabalho e essa mentira deslavada só pode ter sido contada por
quem o convidou para escrever e por quem lhe deu os subsídios para a matéria. O
jornalista Arthur Nestrovsky, atual diretor artístico da instituição, diz que
após a minha saída sentiu que necessitava alguém de renome internacional para
dirigir o conjunto. Eu diria, sem nenhum medo de exagerar, que a OSESP é quem
mereceria um diretor artístico de competência – e bastava nacional - para
substituir a metade do trabalho que eu fazia.
O jornalista inglês parece que não foi
informado de que o “regente anterior” (sic), quando foi chamado, encontrou uma
orquestra que ganhava tanto quanto um pipoqueiro, ensaiava num restaurante e
que, nos concertos no Memorial da América Latina, tinha menos gente na platéia
do que no palco. Os atuais administradores querem fazer crer que a OSESP atual
é fruto de geração espontânea, ou dos novos modelos de governança trazidos por
conselheiros estrangeiros e seus aprendizes de feiticeiro. Parece que não lhe
disseram que quem construiu a OSESP nova, inspirou a construção da Sala São
Paulo, trouxe os maiores nomes do circuito musical internacional para reger e
tocar em São Paulo ,
gravou mais de 35 CDs que foram agraciados com dezenas de prêmios nacionais e
internacionais, entre eles o Grammy e o Diapason d’Or de l’Année, quem levou a
orquestra a duas tournées pelos USA e três pela Europa, com sucesso de público
e de crtítica, quem criou o sistema de assinaturas que em 2008 tinha mais de
12.000 assinantes, quem criou a Academia da OSESP, foi “o regente anterior”
(sic) e não um um maestro histérico que assustava pianistas desavisados.
Há um limite para a capacidade de obliterar a
história. Depois de 5 anos de minha conturbada saída, os atuais gestores da
OSESP continuarem cuspindo no prato em que comeram durante 12 anos é no mínimo
desonesto e vergonhoso. Demonstra um desrespeito aos próprios músicos e
coralistas, aos funcionários, ao público e ao Governo Paulista. Ou então
demonstra o medo que esses administradores medíocres têm de, algum dia, ter de
voltar a comer do prato em que cuspiram.”
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