Amaral Vieira
Suas
realizações fonográficas, como compositor e/ou como intérprete, contam com mais
de 120 títulos (editados em LPs, Cassetes e CDs), apresentando um vasto
repertório, com ênfase especial para Liszt, e suas próprias composições, que
ultrapassam 500 obras. Essas gravações estão sendo distribuídas no Brasil,
Europa, Japão e Estados Unidos.
Recebeu
inúmeras distinções: 10 prêmios como pianista, 17 como compositor e mais de 50
distinções em reconhecimento ao seu trabalho artístico no Brasil, França,
Alemanha, Inglaterra, Hungria e Japão.
Ocupou a
Presidência da Sociedade Brasileira de Musicologia no triênio 1993/1995; em
1998 o compositor tomou posse da Presidência da Sociedade Brasileira de Música
Contemporânea, tendo terminado seu mandato em dezembro de 2001. Foi Presidente
da Fundação Conservatório Dramático e Musical de São Paulo de 2001 a 2008.
É
responsável desde 1989 (21 anos no ar) pelo programa de música sacra Laudate
Dominum que vai ao ar todos os domingos na Cultura FM de São Paulo e também aos
domingos na Rádio Sodré de Montevidéu (Uruguai).
Suas
tournées de concertos incluíram, afora o Brasil, quase todos os países da
Europa, América do Sul, Oriente Médio, China, Japão e Taiwan.
Em
outubro/novembro de 2010 realizou sua nona tournée no Japão (incluindo desta
vez também 4 concertos em Taiwan), chegando assim, somente no Japão, desde
1994, ao espantoso marco de 264 concertos em mais de 200 cidades.
No mês de
julho de 2008, o pianista foi agraciado com o prêmio “2008 Golden Laurel
Award”, outorgado pela “The Delian Society” pelo conjunto de sua obra. É a
primeira vez que esta distinção é conferida a um compositor brasileiro. O
prêmio é concedido uma vez ao ano a um único compositor vivo do mundo inteiro,
entre os indicados por membros da sociedade e, a escolha final, ratificada por
uma comissão internacional.
Em dezembro
de 2010 foi apresentada, no Teatro do MASP (SP), a estréia mundial de sua
“Cantata de Natal” opus 327 para solistas, coro a 4 vozes, dois pianos, saxofone,
tímpano e percussão. Em abril de 2011, no Domingo de Páscoa aconteceu a estréia
mundial de sua mais recente composição, a “Missa Paschalis” opus 328 para coro
e orquestra, na Catedral da Sé de São Paulo.
Em junho
2011 aconteceu a estréia holandesa de seu Stabat Mater para solistas, coro e
orquestra de cordas, já antes executado no Brasil e na Alemanha.
Amaral
Vieira é um artista credenciado pela mais prestigiosa marca de pianos do mundo,
Steinway and Sons.
Guia
Erudito: Como andam os trabalhos de composição de Amaral Vieira? Teremos alguma
estréia neste ano?
Amaral
Vieira: O meu catálogo de composições contém mais de 500 obras nos mais
variados gêneros musicais. É natural que um compositor ativo tenha os olhos
voltados para o futuro e esteja sempre empenhado na criação de novas obras. No
entanto, a produção já existente também requer de tempos em tempos um trabalho
de ‘manutenção’. Tendo isso em mente, pretendo dedicar boa parte de 2012 à
revisão e correção das minhas obras que já foram contratadas para publicação.
Muitos dos meus manuscritos foram editorados digitalmente e aguardam
(impacientemente) pelas devidas correções e eventuais modificações. Trata-se de
um trabalho minucioso, pessoal e intransferível, que requer muito tempo e
dedicação. Nesse sentido, tomei a decisão de fazer de 2012, no tocante à
criação de novas obras, um ano sabático, no qual estarei inteiramente
concentrado na preparação de mais de 20 títulos para o mercado editorial
norte-americano e asiático.
G.E.: E as
gravações? Alguma previsão de um novo CD?
A.V.: Novos
CDs serão lançados no exterior. A gravação holandesa do meu Stabat Mater acaba
de chegar ao mercado europeu, com excelente receptividade. Estou em tratativas
com o selo Sunrise Corporation de Taiwan, um dos mais importantes da Ásia, para
o lançamento, possivelmente ainda neste ano, de um CD duplo contendo o
repertório que toquei dois anos atrás em várias cidades daquele país. Ainda
dentro do conceito de ano sabático já mencionado na resposta anterior, pretendo
digitalizar, em 2012, boa parte das gravações que fiz nas décadas de 1970~1980,
com especial ênfase para o resgate das obras de Liszt. G.E.: No ano passado
tivemos a estréia da Missa Paschalis e da Cantata de Natal no Brasil, que são
composições que privilegiam o canto. Como foram compostas estas obras? Como foi
a estréia delas aqui?
A.V.: Na
realidade, a Cantata de Natal para solistas, coro e conjunto instrumental foi
estreada no MASP em dezembro de 2010, poucas semanas após a volta da tournée
que fiz no Japão e em Taiwan. Já a Missa Paschalis para coro e orquestra foi
apresentada pela primeira vez na Catedral da Sé de São Paulo no Domingo de
Páscoa de 2011. Essas duas obras deram continuidade à minha produção de obras
sacras, gênero ao qual tenho me dedicado há quase 30 anos com grande afinco.
Tanto a Cantata (que foi a segunda Cantata de Natal que compus) como também a
Missa (a minha quarta Missa) foram obras encomendadas especialmente para as
ocasiões em que foram apresentadas. Gosto muito de compor para datas
específicas, como Natal e Páscoa, no caso em questão. As estréias das duas
obras foram muito gratificantes e realizadas com grande profissionalismo. O
coro convidado para as duas estréias foi o excelente Voz Ativa Madrigal,
dirigido por Ricardo Barbosa na Cantata de Natal e por Naomi Munakata na Missa
Paschalis. As interpretações foram primorosas e corresponderam às minhas
expectativas.
G.E.: Também
no último ano foi apresentado o seu Stabat Mater na Holanda. Você foi convidado
para os ensaios finais e apresentações. Ficou contente com o resultado?
A.V.: Fiquei
profundamente satisfeito com o resultado. O Coro da Cidade de Haarlem é um
conjunto excepcional e um dos melhores de toda a Holanda. Dirigido pelo maestro
e compositor Reyer Ploeg tem se dedicado especialmente à divulgação do
repertório coral contemporâneo. Os concertos foram muito emocionantes e
recebidos do modo mais caloroso possível pelas platéias, que lotaram todas as
apresentações. Havia grande expectativa em relação à estréia holandesa de um
Stabat Mater escrito por um compositor brasileiro. As partes vocais solistas
foram interpretadas por cantores de quatro países diferentes (Espanha, Holanda,
Bolívia e Islândia), o que concorreu ainda mais para o espírito cosmopolita das
apresentações. Já mencionei que o CD com o meu Stabat Mater gravado pelo Coro
de Haarlem chegou recentemente às lojas da Holanda e de vários países europeus.
Ao lado do meu Stabat Mater, este CD contém ainda obras sacras de Morten
Lauridsen e de Eric Whitacre, dois compositores contemporâneos de grande
destaque internacional.
G.E.: Para a
tournée de 2010 no Japão e Taiwan você compôs duas obras que foram grande
sucesso de vendas: Aquarelas Japonesas e Aquarelas Taiwanesas. Conte-nos um
pouco sobre estes trabalhos.
A.V.: Foi o
modo que encontrei de homenagear esses dois países que tanto têm prestigiado o
meu trabalho musical. Na realidade tanto as Aquarelas Japonesas como também as
Aquarelas Taiwanesas utilizam melodias tradicionais muito conhecidas
mundialmente. Dei a elas um tratamento pianístico bastante elaborado, para que
pudessem ser apresentadas nas salas de concerto ao lado do repertório
internacional erudito já consagrado. Juntamente com o CD, a partitura das
Aquarelas Japonesas foi publicada pelos meus editores no Japão, Little Star
Music Management. O CD taiwanês foi lançado durante a minha tournée pelo selo
Sunrise Records. Para minha alegria, a acolhida que essas obras tiveram por
parte das platéias do Japão e de Taiwan superaram as minhas melhores
expectativas. É uma pena que esses CDs não tenham sido lançados também no
Brasil.
G.E.: Este
ano você completa 60 anos de idade. Que apresentações marcarão esta importante
data?
A.V.: Uma
bela celebração está sendo esta entrevista para o Guia Erudito! Sei que algumas
homenagens estão sendo organizadas. Em Londres, haverá a estréia inglesa da
minha Grande Sonata Sinfônica para piano a quatro mãos, na interpretação da
pianista japonesa Kazuko Kobayashi e do pianista anglo-argentino Alberto
Portugheis. Ambos já tocaram essa obra alguns anos atrás em estréia japonesa no
Tokyo Bunka Kaikan, um dos principais teatros do Japão. Na Itália, o Duo di
Firenze tocará em várias cidades o meu Concerto Scorpius para dois pianos, obra
que tocou pela primeira vez nos Estados Unidos no Festival de San Francisco do
ano passado. Um concerto em Nova York também está sendo organizado, mas não
tenho ainda os detalhes. No Brasil, só estou sabendo de um concurso de piano em
minha homenagem, promovido pelo Conservatório Villa-Lobos da Fundação Instituto
Tecnológico de Osasco, por iniciativa da pianista Valdilice de Carvalho. Mas
quero crer que os meus 60 anos serão lembrados pelas entidades e pelos músicos
brasileiros. Devem estar preparando boas e agradáveis surpresas para mim. Mas
ficarei sabendo somente na hora H!
Guia Erudito
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