José Gomes de Abreu, mais
conhecido como Zequinha de Abreu ( Santa Rita do
Passa Quatro, 19 de setembro de 1880 – São Paulo, 22 de janeiro de 1935) foi
um compositor e instrumentista brasileiro. Tocava flauta, clarinete e
requinta. Um dos maiores compositores de choros, é autor do famoso “Tico-Tico no Fubá” que foi
muito divulgado no exterior nos anos 40 por Carmen Miranda. É pouco provável
que a similaridade desta melodia com uma no primeiro movimento do Concerto para
Piano Op. 15 de Beethoven seja mera coincidência. Abreu foi organizador e
regente de orquestras e bandas no interior paulista.
Vida.
Zequinha de Abreu
era o mais velho dos oito filhos do boticário José Alacrimo Ramiro de Abreu e
Justina Gomes Leitão. Sua mãe ansiava para que ele seguisse a carreira de
padre, e o pai desejava que se formasse em medicina. Mas aos
seis anos de idade, ele já mostrava que tinha vocação para a música, tirando
melodias da flauta. Ainda durante o curso primário, organizou uma banda na
escola, da qual ele mesmo era o regente. Com 10 anos, já tocava requinta,
flauta e clarineta na banda e ensaiava suas primeiras composições.
Zequinha
estudou em Santa Rita
do Passa Quatro e no Colégio São Luis de Itu. Em 1894 foi para o Seminário Episcopal
de São Paulo, onde aprendeu harmonia. Aos 17 anos voltou para a sua cidade
natal e fundou sua própria orquestra visando se apresentar em saraus, bailes,
aniversários, casamentos, serestas e em cinemas, acompanhando os filmes mudos.
Nessa época, escreveu suas primeiras composições: “Flor da Estrada” e “Bafo
da Onça”.
Trabalhava
também na Casa Beethoven, executando ao
piano os últimos lançamentos musicais. Atraia, com seu talento de músico e
compositor, clientes para as partituras. Foi na Casa Beethoven que Vicente
Vitale, que iniciava com seus irmãos uma editora musical, travou conhecimento
com Zequinha. Assim, em 1924, Vicente Vitale lançou, sob o nº 12 do catálogo de
sua editora, a valsa Branca, de Zequinha de Abreu, um sucesso
extraordinário. “Devo a Zequinha, exclusivamente, o meu sucesso como
editor” reconhecia Vicente, que depois editou sua música mais conhecida: “Tico-Tico
no Fubá”.
Outros
sucessos foram se seguindo e Vicente não teve dúvidas em propor-lhe um contrato
de exclusividade, com a obrigação de entregar à editora uma música nova a cada
mês, em troca de um salário compensador. Zequinha talvez tenha sido o único
compositor de sua época a trabalhar com um contrato de ganho mensal fixo. Sua
ligação com Vitale durou até o final da sua vida. Vicente Vitale viria a
falecer em 19.9.1980, com 77 anos, exatamente no dia em que se comemorava o
centenário do compositor e amigo Zequinha.
Incansável
como sempre foi, ainda dava aulas de piano, geralmente para jovens de família
abastada e aproveitava para vender as partituras de suas músicas nas casas que
freqüentava. Era, contudo, destituído de ambição e pródigo com os amigos
necessitados. Torcia pelo glorioso C.A. Paulistano e, na sua vida boêmia, era
acompanhado pelos filhos Durval e Demerval.
Improvisava
ao piano durante horas a fio, com a cervejinha do lado. “Era um homem
simples e bom, modesto aoextremo. Falava pouco, sorria bastante e escrevia música com fluência” – rememorou
o piauiense Hermes Vieira, que usava o pseudônimo de Naro Demóstenes, seu amigo
e letrista.
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