BRUCKNER
ANTON (1824-1896)
AUSTRÍACO
– ERA ROMÂNTICA
Vida.
Compositor austríaco, Anton Bruckner nasceu em Ansfelden, Alta Áustria, em 4 de
setembro de 1824 e morreu em Viena em 11 de outubro de 1896. Foi educado no
convento de Sankt Florian e ficou marcado pela mais profunda devoção católica e
pelo suntuoso estilo barroco do mosteiro. Durante longos anos de atividade como
professor primário, fez sérios estudos de música, que continuou mesmo mais
tarde, quando já reconhecido como compositor de grande talento. Em 1856 foi
nomeado organista da catedral em Linz, depois regente da capela imperial em
Viena e professor de música na universidade da capital. Recebeu, nesses anos, a
mais profunda influência de Wagner, modificando então totalmente o estilo das
suas composições. Mas experimentou, com a execução de suas obras, só decepções,
pois foi sistematicamente hostilizado pelos antiwagnerianos vienenses.
Projeção. Mal conhecido em vida, Bruckner só se tornou
realmente famoso depois da morte, mas quase exclusivamente na Áustria e na
Alemanha. Só a partir da década de 1920, Bruckner chegou a ser admirado e
executado com freqüência na Inglaterra, França e Itália.
Bruckner
foi um caso quase patológico de falta total de inteligência (com exceção da
inteligência musical). Admirador entusiasmado de Wagner, nunca chegou a
entender as teorias do seu mestre, do qual também o separava a devoção
católica. Sua síntese, absolutamente sui generis, de catolicismo barroco e de
estilo wagneriano, inspirou-lhe formas novas da missa e da sinfonia.
Obras.
Não quis publicar, ou não conseguiu publicar, a maior parte das suas obras da
mocidade, de modo que a evolução da arte de Bruckner só é parcialmente
conhecida. Seu gênio musical já está perfeito nas três grandes missas em ré
menor (1864), em mi menor (1866) e em fá menor (1868). São as maiores obras de
música sacra do séc.XIX, mas pouco adaptadas às normas litúrgicas vigentes,
pela suntuosidade barroca dos coros e pela riqueza do acompanhamento
orquestral.
Bruckner
é sobretudo conhecido como sinfonista, sendo suas maiores obras a relativamente
fácil Sinfonia nº3 em ré menor (1873); a romântica Sinfonia nº 4 em si bemol
(1874); e principalmente as três sinfonias colossais: nº5 em si menor (1876),
nº7 em Mi maior (1883) e nº 8 em dó menor (1885). Não têm semelhança alguma com
a sinfonia contemporânea de Brahms -
situam-se entre as obras sinfônicas de Beethoven e Mahler. São
inconfundíveis pela temática (em parte sacral, em parte popular) e pela
justaposição desses temas em grandes blocos. Ainda convém observar que, durante
muitos anos, essas sinfonias só foram conhecidas em versões abreviadas e
truncadas, de modo que apenas hoje se conhece realmente a arte sinfônica do
compositor. Alguns críticos preferem às suas obras orquestrais o grandioso e
comovente Te Deum em Dó maior soprano, coro, orquestra e órgão. Composto em
1881, sua primeira apresentação em Viena, foi em 1885.
Nenhum comentário:
Postar um comentário