Em 1575, a Igreja de Santa Maria in Valicella, recém-construída no bairro romano de Parione, foi designada pelo Papa Gregório XIII como sede de uma nova congregação, cuja direção foi confiada a Filippo Neri, depois beatificado. Grande educador, promovendo sempre leituras da Bíblia em cujos círculos homens do povo se misturavam a intelectuais e mucisistas, São Filippo percebeu o enorme poder da música como ferramenta de divulgação da fé e criou o hábito, em sua igreja, de apresentar aos fiéis os laudi spirituali, em que várias vozes cantavam em coro cantando histórias de fundo religioso e espiritualista. Com o tempo, essas peças foram se tornando mais longas e mais elaboradas e se constituíram num gênero com características próprias, que assumiu o nome da comunidade onde surgiu. Como o núcleo de Neri se denominava Congregazione Dell’ Oratorio, aquele tipo de espetáculo passou a chamar oratório.
Assim como a ópera, o oratório contava uma história, através do canto de solistas e coro apoiado por uma orquestra. Mas, ao contrário da ópera, não fazia uso de enenação, cenários e figurinos. Em seus inícios os argumentos eram de cunho espiritual e religioso. Os oratórios de compositores católicos narravam vidas de santos, enquanto os escritos por protestantes tinham textos extraídos diretamente da Bíblia. Depois, incorporaram argumentos seculares.
Florescente no período barroco, o oratório encontra em Georg Friedrich Handel um dos seus maiores expoentes. (...)
Sergio Casoy
(Pesquisador de música lírica e professor conferencista da História da Ópera na ECA/USP)
Programa de concerto OSESP – Setembro 2008
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