segunda-feira, 31 de março de 2014

BRAHMS, JOHANNES (1833-1897)


Vida. Brahms nasceu em Hamburgo, no dia 07 de maio de 1833 e faleceu em Viena, no dia 03 de abril de 1897. Filho de um músico de orquestra, passou a mocidade em extrema pobreza, tocando em tavernas de marujos. Estudou com afinco a arte musical e em 1853 entregou algumas composições a Robert Schumann que o apresentou ao público como a grande esperança da música alemã. Ligado ao grande violinista Joseph Joachim, Brahms encarregou-se da responsabilidade de defender a arte de J.Haydn, W.A.Mozart e L.V.Beethoven contra as novas tendências representadas por F.Liszt e R.Wagner: a música absoluta contra a música de programa e o drama musical. Não dispondo do talento literário de Wagner, Brahms não teve êxito. Mas conquistou, graças ao apoio do crítico Eduard Hanslick, os conservadores que, na Alemanha e na Inglaterra, muito o honraram.  Joseph Joachim levou Brahms a incluir ritmos folclóricos húngaros em algumas de suas obras e foi quem o apresentou aos Schumann. Em 1863 Brahms fixou residência em Viena, cuja vida musical dominou durante trinta anos, levando uma vida pacata de solteirão e burguês abastado. 


Estilo. Brahms foi o último dos grandes compositores que deixaram uma obra imensa. Com exceção da música sacra e da ópera, cultivou todos os gêneros, sobretudo a música instrumental, sem quaisquer associações literárias. Contemporâneo de Wagner e tendo assistido ao início da carreira de Gustav Mahler e Claude Debussy, Brahms é um ortodoxo da música absolutista, mantendo-se dentro dos limites do desenvolvimento temático de Ludwig van Beethoven. Foi, por isso, chamado de formalista, cuja música seria incapaz de sugerir emoções mais fortes. É nesse sentido que Nietzsche e os críticos wagnerianos franceses lhe condenaram a arte. Na verdade, hoje Brahms é reconhecido como um romântico que conseguiu dominar sua emoção pela adoção das formas severas do classicismo vienense, do qual ele é o último representante. 


Evolução. Partindo do romantismo de R.Schumann, Brahms submeteu-se à disciplina da arte de Beethoven. Mais tarde, seu ideal artístico foi a síntese desse classicismo beethoviniano e a polifonia de J.S.Bach. 


Projeção. O pessimismo de Brahms, menos filosófico mas mais intransigente que o de Wagner, o folclorismo do mestre e o inconfundível fundo romântico de sua forma rígida bastam para desmentir a interpretação errada de sua arte como burguesa. Sua obra revelou-se como importante influência no desenvolvimento da música do século XX. Sua música, raramente retórica, é com freqüência descrita como outonal, apaixonada e romântica, embora controlada, refinada e privada de melancolia. 


Música ajuda a reduzir rejeição de órgãos, diz estudo


Pesquisa observou que sessões de audição de música clássica ou ópera aumentaram células de defesa de camundongos após transplante de coração

Uma pesquisa feita na Universidade Jutendo, no Japão, mostrou que a terapia com música clássica interferiu diretamente no sistema imunológico de camundongos e diminuiu o índice de rejeição dos animais que haviam recebido um transplante de coração. O estudo foi publicado nesta sexta-feira no periódico Journal of Cardiothoracic Surgery.
De acordo com a pesquisa, é sabido que a música é capaz de influenciar o bem-estar de uma pessoa, diminuindo o stress, a ansiedade e até as dores após uma doença ou uma cirurgia. No entanto, há poucas evidências que determinem de que maneira a terapia baseada em música influencia o sistema imunológico de um paciente.

Nesse estudo, os pesquisadores japoneses observaram a recuperação de camundongos que haviam passado por um transplante cardíaco. Os animais foram divididos em grupos e todos foram submetidos a sessões de terapia com música. Cada grupo foi exposto a um estilo musical diferente — ópera, clássico e New Age — ou a algum som com uma única frequência, durante sete dias.

Resultados — Os ratos que foram expostos à música clássica ou à ópera tiveram maior sobrevida após o transplante do que os animais que ouviram New Age ou sons de frequência única na terapia. Os pesquisadores também observaram que os ratos que pertenciam ao grupo da música clássica e da ópera apresentaram maiores quantidades de linfócito T CD4, células de defesa que regulam a resposta imunológica do organismo.

Embora o mecanismo que explique essa ação não seja conhecido ainda, os pesquisadores afirmam que o estudo evidencia que a música, e não só a ópera e a clássica, influencia o sistema imunológico de um indivíduo.

Evidências — Como o próprio estudo citou, há diversas pesquisas que relacionam as terapias que submetem os pacientes ao contato com a música com a melhora de quadros pós-operatórios, de dores crônicas, entre outros. Um estudo feito pela Universidade de Drexel, nos Estados Unidos e divulgado em 2010 pela The Cochrane Library, por exemplo, observou que pacientes que respiravam com a ajuda de aparelhos apresentaram menos ansiedade e uma recuperação melhor quando ouviam alguma música do que aqueles que não entraram em contato com esse tipo de abordagem. Nesse mesmo ano, a Universidade de Tel Aviv, em Israel, concluiu um estudo mostrando que ouvir 30 minutos de Mozart todos os dias pode ajudar bebês prematuros a ganharem peso. Essa pesquisa foi publicada no periódico Pediatrics.

No Brasil, alguns levantamentos nessa área também já foram feitos. Em 2006, o Jornal de Pediatria,  publicação da Sociedade Brasileira de Pediatria, publicou uma pesquisa feita na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) que buscou estudar os efeitos terapêuticos da música em crianças que haviam passado por uma cirurgia cardíaca. Esses pacientes ouviram música clássica em sessões de 30 minutos e tiveram uma melhora mais significativa em aspectos como frequência cardíaca e respiratória e redução da dor do que pacientes que não ouviram música.

Alívio da dor — Em São Paulo, pesquisadores do Grupo de Estudos da Dor da Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) concluíram uma pesquisa no final de 2011 que aplicou sessões de musicoterapia em pacientes com dores crônicas. A médica Ana Maria Ferreira de Souza, que participou do estudo, explica que a terapia foi aplicada em sete grupos de oito pacientes cada. Eles foram submetidos a oito sessões do procedimento, que duravam 80 minutos e eram feitos uma vez por semana. "Cada sessão apresentava um dos métodos da musicoterapia ao paciente, que podem envolver desde audição de uma música até a composição de uma canção por meio de instrumentos musicais", diz.


Os participantes responderam a questionários sobre saúde e qualidade de vida antes, durante e ao longo de um ano depois do tratamento e foram comparados a um grupo de controle que não foi submetido à musicoterapia. Os resultados mostraram que houve significativa melhora nos quadros de depressão e de qualidade de vida, especialmente em relação a condições físicas, e diminuição na quantidade de medicamentos tomados. "Essa é uma psicoterapia, ou seja, ajuda os pacientes pois eles deixam de ficar voltados apenas a sua condição de saúde e passam a sentir-se mais criativos e relaxados", diz a médica.

77 ideias para melhorar o desempenho escolar do seu filho




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sexta-feira, 28 de março de 2014

Jazz Sinfônica e Pau Brasil


Orquestra da Bahia homenageia Salvador


Afinador de silêncios


“Eu nasci para estar calado. Minha única vocação é o silêncio. Foi meu pai que me explicou: tenho inclinação para não falar, um talento para apurar silêncios. Escrevo bem, silêncios, no plural. Sim, porque não há um único silêncio. E todo o silêncio é música em estado de gravidez.
Quando me viam, parado e recatado, no meu invisível recanto, eu não estava pasmado. Estava desempenhado, de alma e corpo ocupados: tecia os delicados fios com que se fabrica a quietude. Eu era um afinador de silêncios.”

- Mia Couto, no livro "Antes de Nascer o Mundo".

quinta-feira, 27 de março de 2014

Música de Dança.

 

Origem. A música de dança floresceu com grande vigor durante o séc. XVI na Itália. A principal figura da época foi Ambrosio Dalza, grande tocador de alaúde, que transcreveu as frottole em várias de suas produções musicais. Com sua obra surgem as primeiras suítes, constituídas por três danças em um mesmo tom: pavana, em compasso binário; um saltarello, a 6/8, dança animada por saltos como indica o nome, e uma Piva, em geral a 12/8, mais rápida do que as duas outras.

As suítes. As suítes de Dalza, tanto as cinco venezianas quanto as quatro de Ferrara, possuem o mesmo material temático e revelam uma maneira de expressão vigorosa. A harmonia e o ritmo são de técnica bastante avançada, o que parece indicar que esta forma de arte era praticada havia bom tempo.

Da suíte concebida por Dalza surgem novas modalidades que se vão desenvolver no século seguinte: a suíte variada, descendente direta das concepções de Dalza e que será mais tarde aperfeiçoada por Hermann Schein (1586-1630) e Paul Peurel (1570?-1625?); a suíte clássica, cujo maior representante é Johann Sebastian Bach, formada  de uma seqüência de danças diversas sem semelhanças temáticas, interligadas somente pela tonalidade. Outros compositores que se dedicaram à musica de dança foram P.P Borrono (séc. XVI) e Marc’Antonio Pífaro, da mesma época.

Na França, a base-danse-recoupe-tourdion data do séc. XIV. Domenico da Piacenza (séc. XIV) a ela se refere como sendo uma série de sete danças de ritmos diferentes e que formam um ballo. A primeira e a sétima dança são a basse-danse, a qual era seguida por uma tourdion, descrito como sendo uma variante da gaillarde (dança de compasso ternário), muito em voga na Europa do séc. XVI.

Na Itália, a pavana , saltarello e piva foram ganhando, assim como as formas francesas, um modo estilizado, do qual a suíte se utilizou como forma de composição instrumental durante a época barroca.

Em meados do séc. XVII, as quatro danças mais difundidas pela Europa eram a allemande, a courante, a sarabande e a gigue. Essas formas de dança cristalizaram-se na suíte e se difundiram pela Europa sem perder o ritmo e suas bases originais.

Allemande. Esse tipo de dança se caracteriza por possuir uma melodia simples de compasso binário e movimento moderado. Na sua forma estilizada, a allemande tornou-se a primeira parte da suíte instrumental francesa do séc. XVII. Ela se encontra não somente nas suítes para cravo, mas também nas para orquestra, violino e alaúde. Na Itália e na Alemanha, no fim do mesmo século, a allemande era precedida na suíte por um prelúdio grave. Quando a suíte começa gradativamente a se transformar em sonata (séc. XVIII), a allemande perde o seu nome e aquilo que resta de sua dança dá lugar ao allegro inicial.

Courante. Tem suas origens no séc. XVI e caracteriza-se como uma manifestação popular de dança. Seu compasso é também binário e no reinado de Luís XIV tornou-se bastante popular. Na Itália e na Alemanha do séc. XVII, a courante se apresenta como uma composição instrumental; quando a formação da suíte, constitui uma de suas partes. Na suíte clássica (1650) ela ocupa um lugar secundário.

Sarabande. Dança popular espanhola (zarabanda), de compasso ternário e de movimento lento. Sua divisão era composta de duas partes de oito compassos cada uma, começando com um tempo forte e se prolongando o segundo tempo do compasso com um ponto. Tendo sido considerada imoral, suas manifestações foram proibidas pelas autoridades. A mais antiga referência histórica à sarabanda remonta a 1583, quando foi condenada pelas autoridades de Madrid. Mais tarde, em 1660, a sarabande começa a ser utilizada nas suítes alemãs de Bach e Handel e nos Concerts royaux (Concertos reais) de Couperin. Seu caráter lento e grave se afirma principalmente a partir de Muffat (1645-1704). A sarabande modifica seu aspecto primitivo e se transforma em dança de ambientes aristocráticos.
  
Gigue. Antiga dança popular de movimento vivo e ligeiro, originária da Irlanda, escrita em compasso composto (3/8 ou 3/16 e seus múltiplos). Difundida na Irlanda do séc. XVI, se divulga pela Alemanha e França. No fim do séc. XVII torna-se dança requintada, de estrutura binária, que geralmente termina a suíte ou o concerto de câmara. Mais vibrante que a loure (dança acompanhada pela gaita de foles), a gigue é feita de motivos em quiálteras, e seu compasso adota um número variável de tempos ternários. Usada por Corelli e Handel, por Couperin e Rameau, a gigue perde seu caráter popular para se tornar com J.S.Bach uma forma bastante original, na qual se manifesta a presença do ritmo ternário rápido e um supremo virtuosismo de contraponto. Bach se utiliza da gigue não só nas composições instrumentais (final do 3º, 5º e 6º Concerto de Brandenburgo), mas também em composições religiosas (árias das cantatas nº 8, 130 e coros das cantatas nº 96, 125, por exemplo).

Bourrée. Das formas francesas, as danças da população dos campos também foram aproveitadas e introduzidas na constituição das suítes e sonatas. A bourrée, originária de Auvergne, é dança popular, dança de corte e movimento de suítes instrumentais. Como dança popular, a bourrée possui tanto ritmo binário (em Berry e Bourbonnais) como ternário (na Auvergne e no Limousin). A partir de 1650, a bourrée é integrada nas suítes como movimento secundário. Principalmente J. B. Lully a introduz em balés e em óperas. A bourrée francesa a dois tempos, de característica ligeira e de estrutura rígida, esteve muito em voga na primeira metade do séc. XVIII. Bach e Handel usam-na em suas suítes. Durante o séc. XIX, ela é novamente utilizada, dessa vez como elemento folclórico, por Camille Saint-Säens, Chabrier e outros.

A gavotte tem suas origens no Dauphiné e se caracteriza como uma dança popular de ritmo binário. No séc. XVII ela se difunde pela Europa através do balé ou da suíte (Lully e Purcell) e seu lugar nesta última vem depois da sarabande. Seu apogeu coincide com o da suíte e está presente nas obras de Couperin, Rameau, Handel e Bach. Alterna freqüentemente com uma segunda gavotte, que pode ter características de uma musette. No séc. XVIII é também utilizada por Gossec, Gluck, Méhul e outros, e no séc. XIX reaparece em Massenet.

O passe-pied tem suas origens na Bretanha com a dança trihory. É mais rápida que o minueto, segue um ritmo ternário e na suíte toma o lugar entre a sarabande e a gigue. J. S. Bach, Rameau, Couperin, Telemann e outros utilizaram o passe-pied em suas suítes.

O minueto, antiga dança francesa, tem suas origens na região do Poitou e já em 1670 era utilizado nas festas de corte. O minueto é escrito em três tempos e seu ritmo diminui gradativamente, tornando-se mais lento. Ele se insere nas suítes de orquestra e de cravo do séc. XVIII sob a forma de dois minuetos acoplados, um maior e o outro menor. Encontra-se também nas sonatas de forma clássica, onde seu movimento se acelera, até alcançar enfim a forma do scherzo em Beethoven. A forma clássica do minueto é ternária: (1) exposição: (a) tema com repetição; (b) breve desenvolvimento e tema com repetição; (2) trio do mesmo esquema que a exposição; (3) reexposição da primeira parte, sem repetição, com repetição, com coda facultativa.

Villa-Lobos versus Tolstoi


A aldeia universal de Villa-Lobos
O conflito entre o regional e o universal foi um dos principais dilemas que se colocou ao artista a partir do século XX. Tendo se caracterizado, desde os primórdios, como o século da universalização, mas herdado as tendência do final do século XIX que revelavam o vigor dos valores regionais na cultura ocidental, esse período criou uma verdadeira angústia estética e ideológica na mente dos autores, sobretudo daqueles vindos de países com rica expressão popular, como é o caso do Brasil. Os “nacionalóides” nos dizeres de Décio Pignatari) adoram a frase de Léon Tolstoi, em que ele afirma que “se quiser ser universal, comece por pintar a sua aldeia”. Ora, se a pessoa não possuir a riqueza de alma do grande escritor romântico (e “anarquista”) russo, facilmente vai conferir a essa frase um sentido provinciano e caipira. Mesmo que em um de seus romances ele tenha tratado do caso de um personagem de aldeia dos cafundós do Cáucaso, o viés crítico como Tolstoi abordou aquela realidade possui uma dimensão da tal maneira universal e humana q, que um leitor desprevenido, ao lê-lo sob o céu azul de Amaralina, vai se identificar com ele como se o fato tivesse ocorrido na esquina de sua casa e não nas longínquas montanhas pedregosas e geladas do Mar Negro.
Tudo isso me veio à mente ao ouvir há pouco a interpretação  - por parte de uma jovem virtuose francesa que esteve no Brasil, Fanny Clamigirand – da Sonata-Fantasia nº 1 (Desesperança) para violino e piano de Heitor Villa-Lobos. Essa obra plena de virtuosismos revelava, por parte do autor, um completo domínio artesanal da técnica composicional e dos recursos dos instrumentos, e uma total identidade com a música ocidental que se fazia na época. Ora, essa sonata foi composta no ano de 1912, exatamente no momento em que Villa-Lobos voltava de uma longa viagem pelo interior do Brasil. Tão embrenhado esteve ele em suas pesquisas que sua família chegou a pensar que havia morrido, mandando celebrar uma missa em louvor a sua alma.....
Existe, também uma gravação, “Villa-Lobos por ele mesmo”, na qual em meio a interpretações suas de composições próprias ele faz um longo discurso, uma verdadeira oração de amor ao Brasil, provavelmente fruto dessa sua identificação com nosso valores humanos e artísticos. Sabe-se que Villa ao voltar dessa longa peregrinação , no início da segunda década do século passado, fixou-se no Rio e iniciou com obstinação a elaboração de sua genial criação musical. Seria esse, portanto, o momento de começar a “pintar sua aldeia”. Villa fez exatamente o contrário. Procurou exercitar seus conhecimento no universo impressionistas e expressionistas que então nasciam na Europa. Em vez de começar a compor lundus e maracatus para sala de concertos, escreveu uma música com know-how composicional do fervescente início de uma nova era na história da humanidade, o revolucionário século XX.
Ao trazer para usa obra os valores telúricos que tanto o encantaram – com essa postura e com uma mente tão enriquecida de técnicas expressivas – o resultado teria de ser efetivamente outro e de uma grandeza fora do comum, um legado de dimensões universais. Villa-Lobos o músico brasileiro mais executado em todo o mundo (popular ou erudito), segundo revelam as arrecadações de direitos autorais que nos chegam do exterior.
Transformar em matéria prima cultural em um valor universal é simplesmente usar uma criação popular espontânea e orquestrá-la ou elaborá-la para sala de concertos. Existem expressões musicais populares sem o menos interesse, paupérrimas, e que tem sentido apenas dentro dos limites e do sentimento da aldeia a qual foram geradas, de nada adiantaria, portanto, “pintá-las”. A mente iluminada de Villa é que soube, mais do que fazer uso da expressão popular natural, identificar na nossa criação autêntica os pólos efetivamente criativos e de importância cultural. Isso associado a sua capacidade de “industrializar” idéias, matérias-primas artísticas, fizeram com que sua obra tivesse a dimensão maior que todos nós conhecemos e que o mundo reverencia, não só por  “ser brasileira”, mas por ter uma densidade estética que a coloca no mesmo nível dos maiores compositores dos períodos mais ricos e transformadores da história, o século XX.
É por essa razão  que quando o “Dante”, o “Michelangelo” o “Homero” do século XX – Igor Stravinsky – veio ao Brasil, ao descer do avião parou no último degrau da escada , fixou o olhar no chão e disse: “que satisfação pisar na terra que nasceu Villa-Lobos”.


Por Júlio Medaglia
Revista Concerto – Nov. 2009  - Atrás da Pauta – pag. 18.
(Reeditado)

17 livros de Aluísio Azevedo para download grátis

Conheça as obras de Aluísio Azevedo, escritor maranhense que possuía uma produção literária irregular, alternando entre o realismo e o naturalismo.
Aluísio Azevedo (1857-1913) foi um romancista, contista, cronista, diplomata, caricaturista e jornalista nascido no Maranhão. O escritor trabalhou no comércio e durante esse tempo realizou estudos irregulares além de praticar pintura.

No ano de 1881 o autor mudou-se definitivamente para o Rio de Janeiro, onde se integrou a grupos boêmios da época, se dedicando, ao mesmo tempo, à elaboração de seus romances. Em 1895 passou a exercer a carreira consular e prestou serviços em diversos países, como Espanha, Japão, Inglaterra e Argentina, onde morreu.

Com a publicação de “O Mulato”, no mesmo ano em que se mudou para o Rio, Aluísio Azevedo foi consagrado como escritor naturalista. A partir desse momento, procurou viver se dedicando apenas à atividade de escritor e, para isso, recorreu ao jornalismo, além de escrever romances para publicações em folhetins.

A irregularidade de sua publicação literária, oscilante entre o realismo e o naturalismo, se deve a todos esses fatores. O autor precisou, muitas vezes, se sujeitar às exigências de um público heterogêneo e, portanto, acabava mesclando trechos de intensa morbidez romântica com outros predominantemente realistas.

Para acesssar o download clique aqui



quarta-feira, 26 de março de 2014

Deutsche Grammophon.Um selo clássico se torna um selo pop



“Money Makes the World Go Round” (O dinheiro faz o mundo girar), a famosa frase do musical“Cabaret” parece nortear o futuro do mais conceituado selo de música clássica do mundo, oDeutsche Grammophon. Selo que abrigou alguns dos mais renomados artistas do século XX, como Wilhelm Furtwängler,Eugen Jochum, Wilhelm Kempff,Herbert von Karajan, Karl Böhm,Pierre Boulez, Claudio Abbado,Martha Argerich, entre dezenas de outros, já foi sinônimo de excelência. Nós brasileiros ficamos todos honrados quando um pianista conterrâneo, Roberto Szidon, assinou contrato de longo prazo com esta firma alemã. Além de artistas maravilhosos, a escolha de repertório era igualmente criativa e investigativa. Lembremos a integral para Quarteto de cordas da Segunda Escola de Viena (Schoenberg,Berg e Webern) pelo Quarteto La Salle , e gravações de obras chave do modernismo musical, como composições de Luciano Berio, Lutoslawsky, Peter Eötvös, entre muitos outros. Mas, ao que parece, as coisas estão mudando. O selo alemão caminha para uma multiplicidade de estilos que esbarra no mau gosto, e mesmo numa vulgaridade.
Nesta semana foi assinado um contrato de exclusividade que liga o renomado selo alemão ao compositor Karl Jenkis, nascido em 1944. O estilo de Jenkins é próprio de musicas escritas para comerciais de automóveis e coloco abaixo um exemplo da arte dele. Escutem o tema principal de “Adiemus Colores” , tema este que será o primeiro lançamento seu do selo alemão. Escutar tal música com o selo Deutsche Grammophon é a mesma coisa que encontrar uma série de livros de autoajuda no catálogo da Oxford University Press.

Mas pesquisando descobri outra surpresa no selo tradicionalmente clássico: quem já gravou dois CDs para o renomado selo foi Tori Amos, uma compositora que é citada como autora que aborda “sexualidade, religião e tragédia pessoal”, e que já vendeu mais de 15 milhões de cds. Nada contra Tori Amos, mas perguntaria o que levou um selo que ainda abriga o pianista Maurizio Pollini, a convidar alguém com este tipo de estilo. O número de vendas de seus dois álbuns no selo Deutsche Grammophon é a melhor explicação.
A mudança de rumo do selo alemão não aparece apenas nestes convites a artistas pops, mas na maneira claramente comercial como investe em pianistas chineses, cujo país com um bilhão de habitantes é uma garantia segura de lucros. Foi a Deutsche Grammophonque fez de Lang Lang o sucesso que ele é, e agora sem o mega star (que foi comprado por uma elevada soma pelo selo Sony), volta a investir em Yundi Li (que agora mudou o nome para apenas Yundi) e investe pesado em Yuja Wang, dois pianistas chineses com sucesso de vendas garantido. O que questiono é se isto é o suficiente para fazer deles grandes artistas? Em termos técnicos o selo conhecido pela cor amarela também deixa a desejar. Captações dos selosNaive e Bis são muito melhores do que os enfumaçados sons das gravações do selo alemão. Em resumo, apesar do seu passado glorioso, o selo Deutsche Grammophon não é mais o que já foi.

 Osvaldo Colarusso

Rede de incentivo, conheça este importante meio de financiar seus projetos.


Crowdfunding gera US$ 2,7 bilhões e se consolida como financiamento viável para cultura

O empreendedor Diego Reeberg tem uma meta ambiciosa: quer que o seu site, o Catarse, viabilize o mesmo número de projetos da Lei Rouanet (que tem um limite de 6,3 mil por ano). "Quero mostrar que é possível fazermos mais do que uma lei de incentivo", diz.
Os números ainda são bem mais modestos - o Catarse já financiou 520 projetos, levantando um total de R$ 7,3 milhões -, mas Reeberg tem razões para apostar alto. Um estudo recém divulgado pela consultoria Massolution mostrou que só em 2012 esse tipo de financiamento movimentou US$ 2,7 bilhões no mundo. E, em 2013, o total deve chegar a US$ 5,1 bilhões.
"Em 2011 estávamos testando a ignição, depois a aceleração, e agora estamos mantendo o crescimento. O Kickstarter (site pioneiro em financiamentos coletivos) cresceu baseado em pequenos projetos culturais e agora tem projetos milionários", diz Reeberg.
Há dois meses, o diretor Rob Thomas resolveu ressuscitar a série Veronica Mars, extinta em 2007, em forma de longa. Ele se reuniu com a protagonista Kristen Bell e, em vez de esperar o interesse da indústria, apostou no financiamento coletivo no Kickstarter. Quem doava poucos dólares tinha recompensas como ingressos para a pré-estreia; quem estivesse disposto a gastar alguns milhares poderia nomear personagens ou até fazer figuração no filme. Um mês depois ele atingiu a meta inicial de US$ 2 milhões. O projeto continuou arrecadando: hoje a soma ultrapassa US$ 5 milhões - o recorde da história do site.
"Se você pensa que o crowdfunding apenas significa pequenas empresas que lançam games e aparelhos, pense de novo. O crowdfunding emergiu como uma alternativa viável para o financiamento público e privado", diz o estudo. Para Kevin Kartaszewicz-Grell, diretor do Crowdfunding.org e líder da pesquisa, os sistemas atuais de financiamento não estão em crise por si. Mas os artistas e empreendedores são os primeiros a sofrer o impacto do racionamento de crédito - e, por isso, as plataformas de financiamento coletivo estão conseguindo sucesso em nichos.
Os números do Brasil são pequenos perto da força que o modelo tem nos EUA e na Europa. Mas Kartaszewicz-Grell é otimista. "A população da América Latina tem as maiores taxas de adaptação ao comércio eletrônico, o que é essencial. E há várias plataformas interessantes na região", analisa.
O Sibite foi o pioneiro no País. Criado no final de 2009 (quando o Kickstarter engatinhava), o site já financiou 56 projetos - entre eles o documentário Hélio Oiticica, que pediu R$ 50 mil e conseguiu R$ 64 mil (entre os prêmios para os doadores, havia até obras originais do artista).
O Sibite hoje aposta no crossfunding: combina a doação do público com o patrocínio de empresas. "Todas as maneiras de captação são válidas", diz Bruno Beauchamps, produtor de cinema e um dos sócios do site. Em breve, será lançado um novo modelo de captação, em que os investidores terão participação nos lucros dos projetos. "No crowdfunding, você não depende de um diretor de marketing ou de uma lei. Basta ter vontade do dono do projeto para planejar e batalhar", diz Beauchamps.
A cantora Gisele de Santi acaba de conseguir R$ 27 mil para a gravação de seu segundo disco no Catarse (o primeiro foi gravado com verba da prefeitura de Porto Alegre). "O crowdfunding é a forma do público decidir sem imposições de mercado o que realmente quer consumir", diz.
Música e cinema lideram o Catarse em número de projetos, mas a categoria mais bem-sucedida é a de quadrinhos - 75% dos projetos atingem a meta inicial. O cartunista independente Rafael Koff ajudou a engrossar a estatística: ele já lançou dois livros financiados com a verba das doações e acaba de cadastrar o terceiro projeto no site.Cuecas por Cima das Calças, uma paródia sobre super-heróis, atingiu a meta de R$ 5 mil quatro dias depois de entrar no site.
"Antes, eu produzia e lançava livros sem editora", conta Koff. "Fazia tiragens pequenas e vendia diretamente, mas era arriscado." Ele é um dos que acreditam que o sistema já está substituindo o financiamento por leis ou patrocínio.
Kartaszewicz-Grell concorda: "Nos modelos tradicionais, os empreendedores são vetados com métricas padronizadas como nível educacional, estado civil, profissão. E, em algumas circunstâncias, isso impede o acesso ao capital". Para Rob Thomas, que quebrou recordes no Kickstarter, o modelo não substitui nem revoluciona - mas abre portas. "Para algo como Veronica Mars, com muitos fãs, eu acho que esse é um novo caminho. Não haveria outra maneira deste filme ser feito."

O Estado de São Paulo

28 livros grátis de Gastronomia e Artes Culinárias


gastronomia é uma área que está em alta, pensando nisto resolvemos selecionar 28 livros grátis de Gastronomia e Artes Culinárias para vocês estudantes, cozinheiros, chefs, interessados, amantes e amadores.
gastronomia é um ramo que abrange a culinária, as bebidas, os materiais usados na alimentação e, em geral, todos os aspectos culturais a ela associados. Um gastrônomo pode ser um(a) cozinheiro(a), mas pode igualmente ser uma pessoa que se preocupa com o refinamento da alimentação, incluindo não só a forma como os alimentos são preparados, mas também como são apresentados.
O mercado gastronômico está em plena expansão no Brasil, acompanhando o ritmo acelerado de crescimento do setor hoteleiro por conta da Copa e Olimpíadas que o país sediará nos anos de 2014 e 2016, respectivamente.


terça-feira, 25 de março de 2014

Orquestra Arte Barroca



- Data: 12/04/14, Sábado

- Horário: 20h

- Nome da série ou evento: FAU em Concerto

- Programa: O Legado de Corelli: Concerti Grossi

- Local: FAU Maranhão

- Endereço: Rua Maranhão, 88, Higienópolis, São Paulo - SP

- Telefone de contato: 3091 4801

- Valor dos ingressos: Entrada franca

- Estacionamento: Grátis (aproximadamente 40 vagas

- Lotação: aproximadamente 110 lugares



- Data: 13/04/14 , Domingo

- Horário: 12h

- Nome da série ou evento: Vem pro Pateo no Domingo!

- Intérpretes: Orquestra Arte Barroca

- Programa: O Legado de Corelli: Concerti Grossi

- Local: Pateo do Colegio

- Endereço: Praça Pateo do Collegio, 2, centro, São Paulo

- Telefone: 3105 6899

- Valor dos ingressos: Entrada Franca



- Data: 22/04/14, Terça-feira

- Horário: 20h30

- Intérpretes: Orquestra Arte Barroca

- Programa: O Legado de Corelli: Concerti Grossi

- Local: Sociedade Antroposófica do Brasil

- Endereço: Rua da Fraternidade, 156, Santo Amaro, São Paulo - SP

- Telefone de contato: 5687 4252 ou 5523 0537

- Valor dos ingressos: Grátis

- Lotação: 190 lugares



Orquestra Arte Barroca



"Formada em 2007 por Paulo Henes, a Orquestra Arte Barroca tem como proposta

interpretar o repertório camerístico e orquestral dos séculos XVII e XVIII. Com

entusiasmo, dedicação e idealismo, procura aperfeiçoar sua interpretação orientando-se

pelo estudo de tratados de época do período Barroco, por meio de elementos estilísticos,

históricos e biográficos. Busca também uma sonoridade diferenciada utilizando-se de

cópias de instrumentos barrocos usados nas orquestras daquele período. Além de

violinos e violas, trabalha com outros instrumentos, como a flauta doce, e os

instrumentos que compunham o baixo contínuo, tais como violoncelo, contrabaixo e

cravo e, eventualmente, guitarra barroca e teorba. Sua pesquisa de repertório em

bibliotecas da Europa e em sites especializados procura trazer ao público obras de

compositores menos conhecidos e de execução ainda inédita.



FICHA TÉCNICA

Paulo Henes – Spalla e Diretor Artístico
Renan Vitoriano, Beatriz Ribeiro, Veridiana Oliveira e Mariana Ribeiro – violinos barrocos
Mauro Viana e Marcelo Eduardo Borges – viola barroca
Pedro Beviláqua e Rafael Ramalhoso – violoncelos barrocos
Gilberto Chacur – contrabaixo
Fernando Cardoso – cravo
Anderson Lima – guitarra barroca

CONCERTO GROSSO - O legado de Corelli

GEORG FRIEDRICH HÄNDEL (1685 - 1759)
CONCERTO GROSSO em si menor para cordas e basso continuo, Op. 6 No. 12 – HWV 330
I. Largo
II. Allegro
III. Aria. Larghetto e piano
IV. Largo
V. Allegro

CHARLES AVISON (1707 – 1770)
CONCERTO n.o 5 em ré menor
I. Largo
II. Allegro
III. Moderato
IV. Allegro

FRANCESCO GEMINIANI (1687–1762)
CONCERTO n.o 2 em uníssono em Sol Maior
I. Allegro
II. Andante
III. Allegro

GEORG MUFFAT (1653-1704)
ARMONICO TRIBUTO, Sonata 2 em sol menor
I. Grave
II. Allegro
III. Grave
IV. Aria
V. Grave
VI. Borea

ARCANGELO CORELLI (1653–1713)
CONCERTO GROSSO em Ré Maior Op. 6 n.o 1
I. Largo - Allegro
II. Largo – Allegro
III. Largo
IV. Allegro
V. Allegro

Duração : 50 min
Classificação indicativa livre

Sons nas igrejas


Jornada cultural itau


quarta-feira, 19 de março de 2014

Virada Cultural recebe projetos artísticos e culturais até dia 31 de março


O maior evento de rua de São Paulo, a Virada Cultural, está recebendo propostas de projetos artísticos e culturais para integrar a edição 2014 do evento.
O maior evento de rua de São Paulo, a Virada Cultural, está recebendo propostas de projetos artísticos e culturais para integrar a edição 2014 do evento.

Por meio de um formulário específico, poderão ser enviados projetos que serão analisados pela comissão curadora da Virada Cultural. Não serão aceitos projetos enviados por e-mail.

Na última edição, a Virada Cultural teve mais de 1.000 atrações distribuídas por cerca de 120 locais da cidade. O objetivo deste chamamento é ampliar ainda mais a pluralidade da Virada Cultural, sendo esta uma das características mais marcantes deste evento, que completa 10 anos nesta edição. Ao longo de sua história, a Virada Cultural aliou programação diversificada, de qualidade, com acesso gratuito a toda a população.

Serão analisadas propostas de quaisquer linguagens artísticas: dança circo, cinema, teatro, artes visuais, etc., direcionadas para públicos de todas as idades. Os proponentes dos projetos selecionados serão contatados pela organização do evento até o dia 6 de abril.

A Virada Cultural é promovida pela Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, com apoio e adesão de outros parceiros institucionais.

Para enviar seu projeto, preencha o formulário aqui

http://www.viradacultural.prefeitura.sp.gov.br/envie-sua-propostaprojeto/

Música Clássica Contemporânea – o que é e porque as pessoas não gostam tanto assim?


Inicio a conversa de hoje respondendo uma pergunta que foi feita depois do último texto e eu, por absoluta incompetência tecnológica, não consegui responder no local adequado. A pergunta foi: “Li em um livro de David Tame o seguinte comentário de Vaughan Williams: "...não acredito que se escreva a grande música quebrando a tradição, senão acrescentando-a ". Você concorda? O problema dessa afirmação está, ao meu ver, na terminologia. O que seria “quebrar” a tradição e o que seria “acrescentar”?

Se eu penso na música do século XX, momento em que houve o afastamento maior das plateias, não vejo rupturas. Vejo acréscimos. Da mesma forma que vejo Wagner, Beethoven, Bach, para citar alguns, acrescentando, e não rompendo. E todos eles receberam duras críticas em suas épocas, por estarem escrevendo uma música que teria mudanças radicais em demasia.  Uma grande diferença, ao meu ver, é a velocidade da transformação, que a partir do final do século XIX foi avassaladora

Outra questão fundamental é a do financiamento. Explico: na minha humilde opinião, temos sempre duas forças concorrentes: o gosto pelo novo X a satisfação do conhecido. Ou estímulo X acomodação. Todos temos um pouco dos dois, em proporções diferentes. O novo traz consigo a ideia de “exclusivo”. Ou seja, aquilo que antes ninguém teve acesso. Até meados do século XIX tínhamos como mecenas, como financiadores da arte, a nobreza e o alto clero. Eles, além de sua educação requintada, tinham gosto pelo exclusivo. Imaginem que fantástico: contratar um compositor para compor uma música inteiramente nova, nunca antes ouvida!

Nesse caminho que Bach, por exemplo, tinha como parte de suas obrigações compor um novo oratório a cada semana para o serviço da Igreja. Ou seja, aqueles que financiavam a música estavam dispostos a doses grandes de mudança e novidades. Mesmo que houvesse críticas às mudanças mais radicais, elas eram toleradas e a música ia avançando. A partir da Revolução Industrial, os donos do dinheiro e, consequentemente, quem tinha condições de financiar a música, passou a ser a burguesia. Menos educados (mas não mal-educados), estes preferem o conforto do conhecido ao risco do novo. É aquela sensação que temos ao ir a um show do nosso cantor popular preferido. Por mais que ele esteja animado em mostrar suas novas canções, o que queremos mesmo é que ele toque os sucessos antigos.


Agora, imaginem essa sensação quando as novas músicas vão também modificando a estrutura, com mudanças grandes e rápidas (antes que você absorva uma mudança, já tem outra acontecendo ). Esse novo ouvinte, tendo outra opção, acaba desistindo do novo. É como você escolher entre ir ao show do tal cantor em que ele toque só sucessos ou em outro, dele mesmo, em que ele toque apenas músicas inéditas. Agravado pelo fato desse inédito conter mudanças grandes na sua estrutura. Por não ter o hábito, por preguiça de experimentar, por não se sentir seduzido a continuar tentando, desistimos. Por isso que acredito que o caminho para a Música Contemporânea é o da “sedução” do ouvinte. Criar estímulos para que o ouvinte insista um pouco mais. Como eu costumo dizer, ninguém gosta de peixe cru da primeira vez que come.  Acha sem graça, sem gosto, esquisito. O paladar não “entende”. Mas os amigos insistem, comemos uma segunda vez, terceira, e, quando percebemos, passamos a adorar! Insistam com a música contemporânea. Garanto que, depois de um tempo, vocês não vão querer outra coisa!

REVISTA OSESP


A Revista Osesp traz mensalmente conteúdos relacionados aos programas da Temporada Osesp na Sala São Paulo. A partir de 2014 seus exemplares estão disponíveis em versão digital para baixar gratuitamente.

Desde 2012, a Revista Osesp tem ISSN, um selo de reconhecimento intelectual e acadêmico. Isso significa que os textos publicados são dignos de referência na área e podem ser indexados nos sistemas nacionais e internacionais.

O conteúdo das notas de programa é de responsabilidade de seus respectivos autores.

Edição Especial - Compositor Transversal 2014 - Leonard Bernstein

Edição nº 1 / 2014 - Março

terça-feira, 18 de março de 2014

IV Concurso Internacional BNDES de Piano do Rio de Janeiro



Tributo a Magda Tagliaferro e Villa-Lobos. De 27 de novembro a 6 de dezembro. Para pianistas de 17 a 30 anos. Prêmios no valor de R$ 200.000, além de concertos no Brasil, Europa e Estados Unidos. Inscrições até 2 de julho. Direção artística: Lilian Barretto. Informações e inscrições: tel. (21) 2225-7492 - www.concursopianorio.com.

25 cursos grátis de estética e beleza


O profissional de estética  é um especialista nos cuidados com o corpo, rosto e cabelo, visando à manutenção da saúde, da beleza e do bem-estar. Por meio de cosméticos e aparelhos de alta tecnologia, promove o melhoramento do aspecto da pele. Com conhecimentos da anatomia humana, realiza massagens, como drenagem linfática e modeladora, a fim de amenizar celulite, gordura localizada e outros problemas que afetam o contorno corporal. Pode ainda fazer uso de massagens e terapias alternativas, como do-in, shiatsu, fitoterapia, cromoterapia e aromaterapia. Realiza também limpeza facial, depilação, hidratação, maquiagem definitiva e bronzeamento artificial. No consultório, bacharel e tecnólogo atuam em parceria com o dermatologista ou o cirurgião plástico, tanto em tratamentos preventivos quanto no acompanhamento pós-cirúrgico. Tem capacidade para apontar os problemas de pele e encaminhar o paciente para o médico especialista. O profissional pode fazer atendimento domiciliar ou trabalhar em spas, clínicas estéticas, salão de beleza, consultórios, hospitais, academias de ginástica, hotéis e até navios.


Para facilitar seus estudos, http://www.iped.com.br/estetica-e-beleza