sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Óperas que serão apresentadas no Teatro Municipal de São Paulo em 2012


Fontes ligadas ao Teatro Municipal dão uma pista do que vem por aí em 2012.
Nada ainda está confirmado, mas já se fala em nove títulos.
Abaixo, uma lista prévia.

– “Rigoletto”, de Verdi
– “L’Enfant et les Sortilèges”, de Ravel
– “Otello”, de Verdi
– “La Traviata”, de Verdi
– “Boulevard Solitude”, de Henze
– “Pelléas et Melisande”, de Debussy
– “Cosi Fan Tutte”, de Mozart
– “Magdalena”, de Villa-Lobos
– “Crepúsculo dos Deuses”, de Wagner
Informações extras oficiais.


O Trombone


O trombone é um aerofone da família dos metais. É mais grave que o trompete e mais agudo que a tuba.
Há duas variedades de trombone, quanto à forma:
Trombone de Pisto: Utiliza pistos mecânicos como o trompete.
Trombone de Vara: Possui uma válvula móvel (vara), que, ao ser deslizada, altera o tamanho do tubo, mudando a nota. São várias as particularidades da vara:
Faz com que o trombone apresente todas as notas dentro da sua extensão (é comum entre os instrumentos de pisto um "buraco", isto é, notas ausentes na região grave).
Deixa o timbre do instrumento mais homogéneo em todos os registros, já que o ar não muda de caminho, apenas aumenta ou diminui o percurso.
É mais adequada para realizar efeitos como o glissando.
Requer um maior cuidado com a afinação.
A família do trombone apresentava originalmente os instrumentos Soprano, Contralto, Tenor, Barítono e Baixo. Com a evolução da música, alguns tipos foram sendo abandonados. O Romantismo consagrou o trombone tenor como o mais nobre da família.
Na atualidade utilizam-se muito frequentemente o trombone Tenor-Baixo, em Fá - Si bemol, e modelos dotados de válvulas mecânicas acionadas com a mão esquerda.
História
Da trompa primitiva importada do Egito à construção em cobre, em prata e, mais tarde na Idade Média, "Oricalchi" (liga especial idêntica ao latão) onde o nome dos "Oricalchis" aos instrumentos de metais e de sopros trazem às origens: o trombone de vara. A antiga trompa era de forma reta, com um bocal em sua extremidade superior enquanto que, em sua extremidade inferior se formava uma campana, representando a cabeça de um animal.
Documentações e pinturas de Peregrino, como as que se conservam no Escorial (Palácio dos Reis) em Madrid, levam a crer que um dos primeiros trombones de vara foi inventado e usado por Spartano Tyrstem no final do século XV.
Não se sabe ao certo como era chamado o trombone de vara antes do século XVI. A partir daí, o "Sacabucha" era tratado na Itália por "trombone a tiro" (trompa spezzata); na Alemanha, "Zugpousane"; na Inglaterra, “Sackbut”; e na França, "trombone à coulisse".
Até então, os instrumentos de cobre a bocal tinham sua gama de sons limitada aos sons harmônicos de um som fundamental, que dependia do comprimento total do instrumento. Por isso, a princípio, trocava-se de instrumento de acordo com a tonalidade da música a ser tocada. Posteriormente, foi desenvolvido um sistema de módulos com encaixes, que permitiam aumentar ou diminuir o tamanho do instrumento, alterando seu som fundamental.
O trombone foi o primeiro instrumento de cobre que apresentava a vara móvel. Tratava-se de uma evolução do sistema de módulos em que, em vez de encaixar e desencaixar partes, bastava correr a vara ao longo do instrumento para aumentar ou diminuir o tamanho do tubo. Dessa forma, podia-se dispor de sete sons fundamentais - obtidos a partir de sete posições da vara - além de todos os seus harmônicos, o que permitia executar no instrumento a escala cromática. Por isso, à época, foi considerado o mais perfeito instrumento de bocal.
Dos instrumentos da família do trombone, o soprano foi rapidamente abandonado porquanto não era uma trompa talhada no registro agudo, ficaram o trombone contralto em Mib, o tenor em Sib e o baixo em Fá. Há diversas composições para trombone contralto, tenor e baixo que adicionam ainda uma corneta a fim de realizar a parte do soprano. Existe uma Sonata de Giovanni Gabrieli (1597) composta para quarteto, em que uma das partes de corneta se tem substituído pelo violino.
Ao desuso do trombone soprano seguiu-se o desuso do trombone contralto, restando sobretudo o trombone tenor em sib. Pela aplicação de uma bomba mestra colocada em ação por um quarto pistom no trombone de pistom e uma válvula rotatória posta em ação pelo polegar esquerdo no trombone tenor em substituição do trombone baixo. Sabe-se que o trombone contrabaixo ou "Cimbasso" de forma igual a do trombone tenor, a uma oitava inferior deste, foi construído por Giuseppe Verdi para obter maior homogeneidade na família dos trombones.
Na segunda metade do século XVII não houve grandes avanços técnico no trombone de vara. Preocupava-se, à época, com os demais instrumentos de bocal, cuja insuficiência se manifestava cada vez mais evidente, principalmente depois do insucesso de Halernof com a aplicação da bomba coulisse primeiro ao corno e depois à trompa por volta de 1780, em busca de uma solução para dotar esses instrumentos de escala cromática.
A partir das cinco ou seis chaves, que funcionavam sobre orifícios num sistema de alavanca semelhante ao dos clarinentes e flautas do austríaco Weidinger e do inglês Halliday e, e da "encastre a risorte" aplicado à trompa pelo francês Legrain, se chegou aos pistons inventados por Bluhmel e aplicados à trompa pela primeira vez por Stölzel em 1813. Essa invenção consiste em três tubos suplementares de diferentes comprimentos comunicados com o tubo principal por meio de válvulas.
Em 1829, o fabricante vienense Riedl inventou os duplos pistons (dois pistons para cada bomba, por meio das alavancas que ficavam fixas) aplicando-lhe como pedais da harpa para trocar rapidamente de tonalidade. O novo mecanismo foi logo bem substituído pelo mesmo Riedl por cilindros ou válvulas rotatórias acionadas por através de alavancas com muito pouca diferença do mecanismo que se aplica hoje em dia. O tal mecanismo tomou o nome de instrumento à máquina.
O fabricante Adolphe Sax elevou a seis o número de pistos, chamando "sistema dos instrumentos a seis pistons independentes", a fim de obter melhor afinação, especialmente nas notas que requerem o emprego simultâneo de dois e três pistons. Mas, a inovação não teve êxito, por seu complicado mecanismo que provocara um manejo muito incômodo dos instrumentos e logo foi abandonado. Por superioridade pertence sem lugar às dúvidas, a invenção de Riedl.
Apesar de todas estas transformações e inovações, atualmente o trombone a máquina (pistons) não é um instrumento indicado para orquestras. Pode ser encontrado geralmente em fanfarras e bandas marciais.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Cultura de periferia na periferia



A antropofagia periférica parece comer toda a obra de arte da cultura culta, transformando-a em arte-vida, a partir da experiência cotidiana de quem a produz. A produção não é praticada apenas para que se alcance o reconhecimento pessoal de sua criação, mas p/ que tenha um uso, tanto p/ quem cria como p/ quem a consome.


A expressão cultura de periferia é algo que passou a ser utilizado muito recentemente, seja nos movimentos sociais ou nas pesquisas acadêmicas. Desde os anos 1980, a palavra periferia passou por um intenso processo de metamorfose semântica. Naquela década, Eder Sader havia encontrado na periferia novos personagens políticos que organizavam movimentos sociais diversos; Magnani achou o circo, o futebol de várzea, os violeiros e outras formas de lazer; e, alguns anos depois, Helena Abramo deparou-se com os jovens punks... Mesmo com todas essas peculiaridades, nos anos 1980 ainda não era comum a referência a uma cultura ou arte de periferia. Bem como, não era tão tranquilo para os jovens assumirem que viviam em regiões periféricas, seja na busca de emprego ou em alguma paquera que conseguiam em uma discoteca, por exemplo. Como morador de região periférica desde o nascimento, em minha adolescência, no início dos anos 1990, não foram poucas as vezes em que via jovens, da minha faixa etária, negarem seus bairros de origem por vergonha de terem que assumir morar na periferia.
A partir de meados da década de1990, com o boom do movimento hip-hop, a periferia começou a ser vista por muitos jovens com sentimento de orgulho, o que provocou, inclusive, o interesse de jovens de classe média e alta pela estética periférica. Com a música dos Racionais MC’s, por exemplo, a região da zona sul passou a ser comentada pelos jovens, despertou curiosidade em quem não a conhecia e certa vaidade para quem lá vivia, pois o país todo tomou conhecimento da sua quebrada. Da mesma forma, com o sucesso de alguns grupos de pagode, como o Negritude Junior, liderado por Netinho de Paula, que tratavam do cotidiano das periferias em suas músicas, tornou-se comum encontrar pessoas vestindo camisetas com os dizeres 100% Cohab, 100% zona leste ou 100% periferia. Os anos 1990 foram acompanhados por uma valorização simbólica das periferias. Ao mesmo tempo que crescia a midiatização da violência, diversos programas televisivos e filmes procuravam tratar da vida dos moradores dessas regiões, apontando aspectos positivos em seus modos de vida e expressões culturais.
No início do milênio, despontaram alguns escritores, moradores das periferias de São Paulo, que ficaram conhecidos como pertencentes ao movimento de literatura periférica ou, como nomeado pela revista Caros Amigos, de literatura marginal. Essas edições comentavam a produção literária de escritores como Sérgio Vaz, Ferrez, Sacolinha, Alessandro Buzo, Allan da Rosa, entre outros. Tais “autores periféricos” também já chamaram a atenção da grande mídia, fazendo-se presentes em diversos programas televisivos e de editoras comerciais, como é o caso da Editora Global.

A antropofagia periférica
Sérgio Vaz é um dos fundadores da Cooperativa Cultural da Periferia (Cooperifa) que se reúne semanalmente em um boteco na zona sul de São Paulo, onde realiza um famoso sarau. Foi um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna da Periferia, que aconteceu de 4 a 11 de novembro de 2007 e reuniu vários coletivos culturais, de diferentes expressões artísticas que se identificam com esse movimentomais amplo que vem sendo chamado de cultura de periferia. Seu Manifesto da Antropofagia Periférica, em referência ao Manifesto Antropofágicode Oswald de Andrade de 1928, resume a inspiração que levou à organização da Semana, apontando dentre outras coisas que “a periferia nos une pelo amor, pela dor e pela cor. Dos becos e vielas há de vir a voz que grita contra o silêncio que nos pune. Eis que surge das ladeiras um povo lindo e inteligente galopando contra o passado. A favor de um futuro limpo, para todos os brasileiros”.¹
Lendo todo o seu manifesto e observando a forma como os diferentes coletivos e agrupamentos utilizam a palavra periferia, é perceptível que ela assume um sentido para além daquela que é designada como uma relação de distância geográfica a partir de algum centro. Periferia assume um conjunto de representações simbólicas que congrega aspectos relacionados à classe, à etnia, ao lugar de moradia e à condição de jovem na metrópole. Para esses grupos, tornou-se uma espécie de categoria social capaz de dar conta de alguns cruzamentos identitários assumidos na vivência de sua condição.
Embora Sérgio Vaz tenha mais de 40 anos, o público majoritário dos saraus da Cooperifa e das outras ações desenvolvidas por diversos coletivos periféricos da cidade é formado por pessoas jovens, com idade de até 29 anos. Os grupos identificados como culturas juvenis não recebem essa titulação por serem constituídos integralmente de jovens, mas por terem uma característica que vai dialogar, sobretudo, com a juventude. É o caso dos movimentos punk ou hip-hop. Pois, mesmo que Clemente (da banda punk Inocentes), Nelson Triunfo (dançarino, breaker) ou até Mano Brown (do grupo Racionais MC’s) não sejam mais jovens, o estilo musical que representam tem apelo muito maior entre esse público. Esse talvez seja um dos motivos pelos quais outros jovens de classe média aproximam-se desses eventos. Por mais que haja diferenças na situação sócioeconômica e étnica entre estes e aqueles que estão promovendo as atividades na periferia, o fato de serem jovens parece ser uma porta de entrada que os torna cúmplices em um jeito próprio de experimentar a cidade.
A questão da cor, apontada no Manifestode Vaz como um dos elos da periferia, não demonstra apenas a identidade étnica assumida por esses grupos, mas sua forma de compreender o que chamam de arte. Para diversos coletivos de periferia, a literatura periféricatem suas origens no poeta negro pernambucano Solano Trindade. O escritor é uma das principais referências de suas ações, pois, para esses grupos, não é possível fazer arte sem relacioná-la com suas vidas, assim como fez Solano. Sua poesia incomodava, pois tratava de racismo, preconceito, negritude, num contexto histórico em que, nos discursos oficiais, o Brasil era guiado pelo mito da democracia racial. Não por acaso, esse é o nome de uma biblioteca comunitária na Cidade Tiradentes, extremo leste da cidade, organizada por jovens, em sua maioria negros, de um coletivo chamado Núcleo Cultural Força Ativa. O NCA – Núcleo de Comunicação Alternativa – da zona sul, produziu um vídeo-documentário sobre a vida desse poeta intitulado “Imagens de uma vida simples”.
Nesse sentido, para esses coletivos que produzem arte periférica não há arte pela arte. Ela torna-se ação política à medida que, nas suas práticas, não se pode produzi-la sem relacioná-la à sua inserção social, ao seu “jeito de estar no mundo”, à sua identidade. A arte não está em um plano etéreo ou num campo teológico, pura, nos termos utilizados por Walter Benjamin,² mas inserida nas experiências de vida de seus produtores. A reprodução técnica, segundo Benjamin, acabou com a aura da obra de arte original, porém, é responsável por politizar a arte. A obra de arte sai de uma condição de impalpável, sagrada, para se inserir no cotidiano e na vida das massas. Isso ocorreu, sobretudo, a partir do cinema e da fotografia.
A antropofagia periféricaparece comertoda a obra de arte da cultura culta, aurática, transformando-a em arte-vida, a partir da experiência cotidiana de quem a produz. A produção periférica não é praticada apenas para que se alcance o reconhecimento pessoal de sua criação (que, obviamente, diz respeito à própria condição humana), mas para que tenha um uso, tanto para quem cria como para quem a consome. E esse uso é sobretudo político, contra o artista surdo-mudo e a letra que não fala– como afirma o Manifestode Vaz – e a favor da arte, da poesia e da palavra que fala, que denuncia, que anuncia.
Como foi visto, a “questão de classe” sozinha não é uma categoria que dá conta de responder a esse complexo chamado de periferia, mas é elemento importante em seu conteúdo semântico. O centro ou o outro lado da ponte, em referência à Marginal Pinheiros e Tietê, como costumam afirmar os artistas periféricos das zonas sul e norte, é uma fronteira geográfica, mas é também uma linha imaginária que define o lado de cá e o lado de lá. Ou seja, estar na cultura de periferia é tomar partido, assumir um lado, compartilhar uma mesma luta. E esse lado ou essa luta é também uma luta de classes. A pobreza não é um assunto fora de moda para esses grupos, mas vem relacionada a uma série de outros elementos.

Radical, mas não fundamentalista
Nem todos que moram na periferia são pobres. Mas, na cultura de periferia, tratar da pobreza e das precárias condições de vida é uma forma de relacionar arte-vida, como se apontou acima. Há que se diferenciar estar na periferia e estar na cultura de periferia. Para quem mora na periferia e produz arte de periferia, fica difícil perceber tal diferença. Porém, nem todos os artistas que residem na periferia comungam com esse tipo de arte, como, por exemplo, aqueles que fazem uma arte decorativa. Da mesma forma, um morador do centro pode identificar-se com essa arte periférica, muito por conta de sua condição socioeconômica ou étnica. Desde as letras de rap, as poesias marginais, até os vídeos populares etc., denunciar a desigualdade social e apontar os modos de vida cotidianos dentre os pobres tornou-se conteúdo quase que obrigatório nesse tipo de arte. Contudo, vale ressaltar que, mesmo não se reconhecendo como arte pela arte, a cultura de periferia também não se identifica, a priori, com essa ou aquela ideologia. Sua atitude é política, mas não doutrinária. A questão de classe citada anteriormente assume muito mais um caráter simbólico de afirmação identitária do que necessariamente um discurso mais elaborado de uma dada ideologia política. Talvez seja possível afirmar que haveria, nessa arte, uma tentativa de, como apontou Nestor Canclini,³ agir sob o dilema de “como ser radical sem ser fundamentalista”. Ou podemos dizer que o conceito de classe pode ser entendido aqui nos termos em que Michael Hardt e Antônio Negri4 o utilizam para compreender a multidão. Para além da associação com a classe operária ou a classe trabalhadora, a multidão é associada a um projeto político daqueles que estão sob a dominação do capital.
Em relação ao local de moradia, associar o bairro, a localidade, a uma categoria mais ampla chamada periferia, como o fez o movimento hip-hop, tornou os limites geográficos e territoriais do bairro algo menos delimitado e possibilitou certa cumplicidade entre os jovens moradores de diferentes bairros periféricos da cidade. Afirmar ser morador da periferia, nesse contexto, significa ultrapassar os limites territoriais da vila ou do bairro comuns na identidade de gangues e galeras, por exemplo.
A metamorfose semântica da palavra periferia também cumpriu um papel importante no fortalecimento de redes de articulação dos coletivos de diferentes lugares da cidade, para além de seus bairros de origem. Ao se assumir como um coletivo de arte periférica, o grupo estabelece uma conexão quase automática com outros coletivos de outras regiões. E esse é um aspecto muito apontado pelos próprios coletivos, de que há uma movimentação cultural mais ampla, para além de uma ou outra experiência pontual, identificada aí como arte ou cultura de periferia na cidade.
Edições especiais da revista Caros Amigos (2001, 2002 e 2004) tratavam especificamente da literatura marginal, referindo-se a um movimento de escritores periféricos. Porém, além das experiências de produções literárias e saraus, nesse movimento periférico há coletivos que se reúnem em torno de produções ou ações com audiovisual, blogs, sites, danças populares, samba de raiz, grafite etc. Uma das iniciativas de visualização em forma de movimento desses diferentes coletivos, com linguagens diversificadas e de distintas localidades da cidade (e da região metropolitana), deu-se através da Agenda Cultural da Periferia, publicada mensalmente pela ONG Ação Educativa de São Paulo. Nessa cidade, muitas dessas experiências de arte periférica vão encontrar abrigo em políticas públicas como o Programa VAI – Valorização de Iniciativas Culturais – da Secretaria Municipal de Cultura ou no Centro Cultural da Juventude.
Um crescente circuito de atividades culturais e políticas está fruindo nas periferias de São Paulo, tendo os jovens como atores e espectadores privilegiados, com uma intensa programação de conteúdo periférico. Essas expressões têm se constituído como nova forma de atuação juvenil em diferentes espaços da cidade nos últimos anos e têm se configurado como um forte movimento social em torno, sobretudo, de bandeiras como o direito à cultura.
Renato Souza de Almeida
Mestre em Antropologia, professor da Faculdade Paulista  de Serviço Social e coordenador do Instituto  Paulista de Juventude.

Alexander ZEMLINSKY


Viena (Áutria) 14 de outubro de 1871 – Larchmont (EUA) 15 de março de 1942

Considerando a notoriedade de seu círculo pessoal, Alexander Zemlinsky ainda pode ser descrito como desconhecido e enigmático. Nascido em 1871, teve contato direto com Brahms, personalidade musical dominante e grande influência em suas obras iniciais. Em sua época de estudante, foram estreadas no Musikverein de Viena obras de Wagner, Verdi e Massenet, criticadas na imprensa pelo influente Eduard Hanslick. Seu ambiente musical incluía o cunhado Schoenberg, de quem foi professor por um breve tempo, Webern e Alban Berg, cuja Suíte Lírica lhe era dedicada, Alma e Gustav Mahler (foi Zemlinsky, professor de Alma e por ela apaixonado, quem aproximou o casal Mahler) além de Schrecer e Korngold, entre os mais próximos. Apesar de ter recebido os mais altos elogios póstumod e Stravinsky, não atingiu, como regente, a projeção de Otto Klemperer, Georg Szell ou Erickh Kleiber, seus contmporâneos, mas foi uma personalidade ativa  como regente, compositor e requisitado pianista. (.....)


Susana Cecília Igayara
Programa de Concerto – Jun / Jul 2008, p. 68-69

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Cultura Artística comemora centenário em 2012 com grande temporada

Aniversário terá apresentação de solistas como Lang Lang e Renée Fleming, livro e documentário
Os pianistas Lang Lang e Evgueni Kissin, a soprano Renée Fleming e o Ensemble Intercontenporain de Pierre Boulez são algumas das atrações que a Sociedade de Cultura Artística trará ao Brasil no próximo ano, quando completa seu centenário. Serão, ao todo, 20 concertos, realizados na Sala São Paulo, enquanto o novo teatro não fica pronto, o que deve acontecer apenas em 2014.
A programação vinha sendo trabalhada há alguns anos - e é uma das melhores das últimas temporadas. A ênfase é no piano - em recitais solos e com orquestra - e nas vozes, com duas das mais destacadas intérpretes da atualidade: além de Fleming, a meio-soprano americana Joyce Di Donato fará dois recitais. "O piano é o instrumento de eleição do público brasileiro, e isso não é de hoje, faz parte da história de nossa música - e da própria Cultura Artística", diz Peret.
A programação será aberta no fim de abril com a Orquestra Nacional da Rússia, regida por José Serebrier, e o pianista Nelson Freire como solista. No programa, Mozart, Glazunov, Rachmaninoff e Dvorak. Em seguida, em maio, apresenta-se a Orchestre National du Capitole de Toulouse, um dos principais conjuntos franceses, com o maestro Tugan Sokhiev, russo que está entre os mais badalados maestros da nova geração - eles vão interpretar um programa francês (Debussy, Ravel e Berlioz) e outro russo (Mussorgsky e Prokofiev).
O primeiro recital solo será o do chinês Lang Lang, no fim de maio, com peças de Bach, Schubert e Chopin. O russo Evgueni Kissin, em seguida, toca Schubert, Beethoven, Brahms, Chopin. "O ano começa com o Nelson, depois teremos Lang Lang e Kissin. São artistas tão diferentes, acho justamente isso muito estimulante, poder ver de perto abordagens distintas", diz Peret.
Em julho, o Ensemble Intercontemporain, símbolo de excelência da dedicação à música contemporânea, volta ao Brasil depois de quase duas décadas. Seu criador, o maestro Pierre Boulez, não acompanha o grupo que, no entanto, traz a atriz Fanny Ardant para participar do espetáculo Cassandre, de Michael Jarrell. Na sequência, duas sinfônicas - a Orchestra della Svizzera Italiana (obras de Honneger, Chopin e Schubert, regência de Alexander Vedernikov e solos de Dang Thai Son) e a Orchestra del Maggio Musicale Fiorentino (obras de Bruckner, Verdi, Ravel e Beethoven e regência de Zubin Mehta).
Três recitais encerram o ano. Joyce Di Donato canta Haendel, Mozart, Rossini e Reynaldo Hahn com o pianista David Zobel; a violoncelista Sol Gabetta toca Schumann, Beethoven e Shostakovich com a pianista Mihaela Ursuleasa; e a soprano Renée Fleming interpreta canções e árias de Brad Mehldau, Strauss, Korngold, Puccini e Leoncavallo (o pianista ainda não está definido).
Destruído por um incêndio em 2008, o Teatro Cultura Artística não ficará pronto para o ano do centenário. A primeira fase das obras, a restauração do painel de Di Cavalcanti, acaba de ser terminada e logo ele estará aberto para visitação. "Em 2012, começaremos a construir a nova estrutura do teatro, que está orçada em R$ 30 milhões. Já temos o dinheiro, em caixa ou prometido, e dependemos apenas da ajuda do poder público para acelerar alguns processos, uma vez que o projeto é tombado pelo patrimônio histórico", explica Peret.
A memória da Sociedade de Cultura Artística também será tema de um livro e de um documentário, que deverá ser feito pela TV Cultura. "E vamos continuar com a série de concertos didáticos no interior de São Paulo, em parceria com a Fundação Desenvolvimento da Educação, e com a programação de música de câmara no Itaim."
Para Peret, a trajetória da Cultura Artística se mistura à história da vida cultural da cidade e do País. "Não há comparação. O mercado mudou muito nos últimos 30 anos. A Sociedade de Cultura Artística se profissionalizou nesse período, já goza de uma representatividade diferente lá fora e depende cada vez menos de agentes e terceiros. Por outro lado, projetos como a Osesp ajudaram a consolidar a vida musical de São Paulo e, com isso, a competição aumentou, levando a um desafio de superação que é fundamental. A grande questão, porém, continua ser atrair um público cada vez maior em um país no qual a educação continua a ser um problema delicado. Alguns de nossos projetos surgiram com esse objetivo, mas ainda há muito o que fazer."

Manuscritos do Mar Morto são disponibilizados para consulta pública na internet


O Google anunciou que após 24 séculos os Manuscritos do Mar Morto já estão disponibilizados para consulta pública na internet. Escritos entre os séculos III e I, os Manuscritos incluem o texto bíblico mais antigo de que se tem notícia.
O projeto abre para acesso global e gratuito aos textos de mais de 2.000 anos – considerados uma das maiores descobertas arqueológicas do século passado – ao colocar na rede imagens de alta resolução que são cópias exatas dos originais.
No ano 68 a.C. os textos foram escondidos em 11 cavernas às margens do Mar Morto para serem protegidos durante a invasão do exercito romano. Esses documentos não foram descobertos novamente até o ano de 1947, quando
Desde 1965, os Manuscritos são mantidos no escuro, em salas climatizadas do Museu de Israel, em Jerusalém, onde somente quatro funcionários especialmente treinados têm autorização para manusear os pergaminhos e papiros. Especialistas queixavam-se há tempos de que apenas um pequeno número de estudiosos tinham acesso, a cada momento, aos manuscritos. Cada pesquisador recebia três horas de acesso, e apenas ao fragmento específico que pediu para ver.
Os manuscritos estão disponíveis nas línguas originais – hebraico, aramaico e grego – e, inicialmente, em tradução para o inglês. Mais tarde, outras traduções serão oferecidas. Também é possível realizar buscas no texto. / estadão.com.br com AP

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Voz Ativa e Você!


Voz Ativa Madrigal
Caros leitores,
Estamos felizes por mais um ano em sua companhia.
Para nós para além do universo musical que nos une e promove encontros que nos privilegiam com a apresentação de cursos, workshops, encontros, apresentações e concertos que comungam com o que determinamos como importantes para nossa vida tanto profissional como pessoal, está o que cultivamos como seres humanos alinhados com propósitos outros que, dado a sua natureza, não encontram disponibilidade nos meios de comunicação de nosso país.
Sua companhia fez com que pelo segundo ano consecutivo o nosso blog ficasse entre os 100 blogs de música mais visitado no Brasil durante 2011, motivo de orgulho e de incentivo a continuidade deste trabalho.
No início do ano iremos publicar matéria sobre nossa vida artística em 2011 e apresentaremos nossos projetos para 2012 a fim de que possamos juntos aprimorar nosso desempenho e por intermédio de pesquisas acadêmicas sérias vislumbremos e tomemos conhecimento de novas oportunidades interpretativas e veredas ainda não trilhadas por nossa musica, particularmente, para o canto coral.
Neste período de férias publicaremos matérias pertinentes á música, contudo, dado a escassez de concertos e apresentações, optamos por diminuir o número de matérias publicadas diariamente e, além de textos relacionados à música, publicaremos informações sobre assuntos de interesse geral, como o caso da publicação sobre doação de sangue editada ontem, segunda-feira.
Haverá também neste período interrupção na edição de matérias a fim de que possamos gozar de breve período de férias, momento que será anunciado antecipadamente.
Por oportuno, agradecemos sua companhia e externamos nossa satisfação e alegria em termos o privilégio de sermos agraciados pela sua escolha.
Desejamos a todos um ano novo repleto de realizações artísticas e pessoais desejando também que a tolerância seja constância em sua vida a fim de promover harmonia paz e amor, nossos maiores e mais importantes patrimônios.
Feliz 2012
     Ricardo Barbosa - Regente

Percussão – Curiosidades.

Percussão

O Bombo (ou bumbo) é o maior tambor do naipe da percussão orquestral: ele pode ter mais de um metro de circunferência e possui pele retesada em cada uma de suas faces. É percutido por uma baqueta que tem um pompom de algodão ou feltro na ponta. O responsável por usá-lo pela primeira vez na música clássica foi Mozart. Na ópera  O Rapto do Serralho  (1782), o compositor desejou dar um realce extra à música, “turca” que colocou ali, com o auxílio desse tonitruante instrumento. E conseguiu um portentoso efeito...
Os tímbales, também chamados de tímpanos, de fundos arredondados como cúpulas invertidas e que podem ser afinados, foram empregados aos pares desde o século XVIII. Haydn itilizou-os em duas de suas sinfonias, dando a eles papéis bem distintos. Na Sinfonia nº 94 em Sol Maior – A Surpresa, de 1791, os tímbales explodem, com o auxílio de toda a orquestra, depois que os violinos acabam um longo fraseado, bem baixinho, durante o movimento lento. O humorado Haydn disse ter posto nesse ponto essa espantosa Timbalada a fim de acordar algum eventual dorminhoco.
E foi também com timbales, só que tratados como autênticos instrumentos solistas e sem qualquer apoio orquestral, que Beethoven deu uma força extra à sua extraordinária Nona Sinfonia  1824. Isso acontece logo no início do segundo movimento, o muito enérgico scherzo, repleto de vitalidade rítmica e de grandiosidade que beira a selvageria, a revolução.
Durante o Romantismo, os compositores deram asas à imaginação ao empregar a percussão em suas obras. Um dos exemplos mais curiosos dessa tendência está nos toques cristalinos do pequeno triângulo de metal, que Liszt introduziu no seu  Primeiro Concerto para piano e orquestra  (1848). Esses toques produziram efeito hilariante na crítica mais tradicionalista da época, que imediatamente apelidou a obra de “Concerto para Triângulo”
E por falar em concerto para piano, Ravel abriu o seu Concerto em Sol maior (para ambas as mãos do instrumentos, de 1931) com um sonoro golpe de... chicote. Como o chicote habitual poderia machucar uma parte nada desprezível dos integrantes da orquestra, o instrumento que recebe esse nome em uma sinfônica consta de duas tábua de madeira que, batidas, produzem estalido bem semelhante ao do rebenque verdadeiro. E já que estamos em Ravel, nunca é demais lembrar que ele dá início ao arqui-famoso Bolero de 1928, com o ritmo enunciado por uma caixa-clara, o tambor militar. Durante 17 minutos que dura essa dança obsedante, não há um segundo de descanso para ele, que toca exatamente o mesmo padrão rítmico o tempo todo.
Foi no século XX que a percussão ganhou especial importância na música clássica. A desbravadora Sagração da Primavera (1913) de Igor Stravinsky inaugurou de maneira brilhante essa tendência que teria uma posteridade de altíssima qualidade, como exemplificam Ionisation (1931), partitura que Edgar Varèse concebeu para 37 instrumentos de percussão. O Mandariam Maravilhoso,  Opus 19 (1818-19) de Béla Bartok, Chronocbromie (1960) de OIiver Messiaen e Tituel (1974) de Pierre Bourlez. O trepidante século passado foi responsável por uma novidade no domínio da música erudita; a criação de conjuntos e até mesmo de orquestras integradas apenas por instrumento de percussão. Eles, aliados aos meios de transformação e de geração sintérica de sons, parecem continuar na ordem do dia desses primeiros anos do século XXI

J. Jota de Moraes
Programa de Concerto – set / out 2009. p. 8-10

Abertas as inscrições para o Projeto Circo para Todos (SJRP – SP)

"As aulas serão realizadas de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h com previsão de início na segunda quinzena de janeiro."
Estão abertas as inscrições para o Projeto Circo para Todos, realizado pela Prefeitura Municipal, por meio do Fundo Social de Solidariedade, e Associação Filantrópica Mamãe Idalina, com o apoio do ProAC – Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado de Cultura. O projeto consiste em ensinar técnicas circenses para jovens, com idade de 7 a 18 anos. As aulas serão realizadas na ECO – Escola de Competências Deputado Roberto Rollemberg.
O prazo para as inscrições vai até o dia 9 de janeiro e as inscrições podem ser feitas pelas internet, na página principal do Portal Rio Preto (www.riopreto.sp.gov.br), há um banner do projeto, em que contém o formulário de inscrição. É uma maneira de facilitar o acesso à população, que mora longe da ECO – Escola de Competências Deputado Roberto Rollemberg, local onde estão sendo recebidas as inscrições e serão realizadas as aulas.
Serão ministradas aulas de acrobacia de solo, tecido, cama elástica, trapézio, lira, malabares e técnicas de clown. Estão disponibilizadas 200 vagas, sendo 30 por turma. Para se inscrever, é necessário levar o xérox do documento pessoal e comprovante de residência.
A previsão é que as aulas iniciem na segunda quinzena de janeiro. As técnicas circenses serão dadas por profissionais da Virtual Companhia de Dança, que serão responsáveis por todo o acompanhamento do trabalho. As aulas serão realizadas de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h. Para aqueles que tiverem interesse, é possível se inscrever em mais de uma modalidade.
Serviço
Inscrição Projeto Circo Escola (curso gratuito)
Data: até dia 9 de janeiro
Local: ECO – Escola de Competências Roberto Rollemberg – Rua Geraldo Barbosa de Oliveira, nº 2901 – Santo Antônio
Informações: (17) 3203-1214 begin_of_the_skype_highlighting              (17) 3203-1214      end_of_the_skype_highlighting /  3217-5549

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Doe de sangue

Doar sangue, além de um ato de amor, faz bem para a própria saúde e beneficia quem precisa.
Abaixo relação de postos de atendimento, de este presente de  ano novo a quem necessita.
Bairro Unidade Endereço CEP Telefone
Mandaqui Posto Mandaqui - Fundação Pró-Sangue Rua Voluntários da Pátria, 4227 02401-400 (11) 0800-55-0300
Paraíso Banco de Sangue da Beneficência Portuguesa Rua Martiniano de Carvalho, 1009 01323-001 (11) 289-7125
Cerqueira César Banco de Sangue do Hospital 9 de Julho Rua Peixoto Gomide, 625, 7o andar 01409-000 (11) 3285-2922 begin_of_the_skype_highlighting (11) 3285-2922      end_of_the_skype_highlighting / 3285-2922
Morumbi Banco de Sangue do Hospital Albert Einstein Av. Albert Einstein, 627/701 05651-901 (11) 3747-0444 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 3747-0444      end_of_the_skype_highlighting / 3747-0444
Paraíso Banco de Sangue do Hospital Alemão Oswaldo Cruz Rua João Julião, 331 – S/ 01 01323-020 (11) 287-7253 / 287-7372
Santo Amaro Banco de Sangue do Hospital Alvorada - Santo Amaro Rua Barão do Rio Branco, 555 04753-001 (11) 5686-0269 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 5686-0269      end_of_the_skype_highlighting / 5686-0269
Liberdade Banco de Sangue do Hospital Bandeirantes Rua Galvão Bueno, 257 e 858 01506-000 (11) 3399-4375 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 3399-4375      end_of_the_skype_highlighting / 3399-4375
Liberdade Banco de Sangue do Hospital do Câncer A C Camargo Rua Prof. Antonio Prudente, 211 01509-010 (11) 2189-5000 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 2189-5000      end_of_the_skype_highlighting / 2189-5000
Paraíso Banco de Sangue do Hospital do Coração Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 123 04004-030 (11) 3053-6611 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 3053-6611      end_of_the_skype_highlighting / 3053-6611
Vila Clementino Banco de Sangue do Hospital do Servidor Público Estadual Rua Pedro de Toledo, 1800 04029-000 (11) 5088-8000 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 5088-8000      end_of_the_skype_highlighting / 5088-8000
Campo Belo Banco de Sangue do Hospital Evaldo Foz Av. Vereador José Diniz, 3505 04603-003 (11) 6844-3874 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 6844-3874      end_of_the_skype_highlighting / 6844-3874
Bela Vista Banco de Sangue do Hospital IGESP Rua Dr. Seng, 320 01331-020 (11) 3147-6330 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 3147-6330      end_of_the_skype_highlighting / 3147-6330
Bela Vista Banco de Sangue do Hospital Paulistano Rua Martiniano de Carvalho, 741, 1o andar 01321-001 (11) 3285-0108 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 3285-0108      end_of_the_skype_highlighting /  3285-0108
Penha Banco de Sangue do Hospital Nossa Senhora da Penha Rua Arnaldo Valarde Portilho, 90 03632-030 (11) 6190-5000 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 6190-5000      end_of_the_skype_highlighting / 6190-5000
Vila Clementino Banco de Sangue do Hospital Prof. Edmundo Vasconcelos Rua Borges Lagoa, 1450 04038-905 (11) 5080-4435 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 5080-4435      end_of_the_skype_highlighting / 5080-4435
Higienópolis Banco de Sangue do Hospital Samaritano Rua Conselheiro Brotero, 1486, 4o andar 01232-910 (11) 3821-5853 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 3821-5853      end_of_the_skype_highlighting / 3821-5853
Cerqueira César Banco de Sangue do Hospital Santa Catarina Avenida Paulista, 200 - 1º andar 01310-010 (11) 3016-4111 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 3016-4111      end_of_the_skype_highlighting / 3016-4111
Itaquera Banco de Sangue do Hospital Santa Marcelina Rua Santa Marcelina, 177 08270-070 (11) 6170-6000 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 6170-6000      end_of_the_skype_highlighting / 6170-6000
Itaim Paulista Banco de Sangue do Hospital Santa Marcelina do Itaim Av. Marechal Tito , 6035 08115-100 (11) 6563-6300 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 6563-6300      end_of_the_skype_highlighting / 66563-6300
Vila Olímpia Banco de Sangue do Hospital Santa Paula Av Santo Amaro, 2468 04556-100 (11) 3846-7746 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 3846-7746      end_of_the_skype_highlighting / 3846-7746
Alto da Mooca Banco de Sangue do Hospital São Cristóvão Rua Terenas, 161 03128-010 (11) 6128-1444 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 6128-1444      end_of_the_skype_highlighting / 6128-1444
Vila Clementino Hemocentro Unifesp/ Hospital São Paulo Rua Botucatu, 620 04024-002 (11) 5539-7289 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 5539-7289      end_of_the_skype_highlighting / 5539-7289
Cerqueira César Banco de Sangue do Hospital Sírio Libanês Rua Dona Adma Jafet, 91, 3o sub solo 01308-050 (11) 3155-0350 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 3155-0350      end_of_the_skype_highlighting / 3155-0350
Tatuapé Colsan - Hospital Municipal Dr. Carmino Caricchio Av. Celso Garcia, 4815 03063-000 (11) 2942-8094 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 2942-8094      end_of_the_skype_highlighting / 2091-7000
Santo Amaro Banco de Sangue Paulista Rua Iguatinga, 396 04744-040 (11) 5681-6222 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 5681-6222      end_of_the_skype_highlighting / 5681-6222
Jardim América Centro de Hematologia de São Paulo Av.Brigadeiro Luis Antonio,2533 1401000 (11) 3372-6611 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 3372-6611      end_of_the_skype_highlighting / 3372-6611
Vila Buarque Hemocentro da Santa Casa de São Paulo Rua Marquês de Itu, 579 01223-001 (11) 2176-7258 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 2176-7258      end_of_the_skype_highlighting / 2176-7258
Cerqueira César Posto Clínicas - Fundação Pró-Sangue Rua Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 155 - 1º andar PAMB 05403-000 (11) 0800-55-0300
Vila Mariana Posto de Coleta do Banco de Sangue Paulista - Rua Prof. Tranquilli Rua Professor Tranquilli, 99 04126-010 (11) 5571-8986 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 5571-8986      end_of_the_skype_highlighting / 5571-8986
Pq. Novo Mundo Posto de Coleta do Hosp. Mun.Ver. José Storopolli Rua Soldado Clovis Rosa da Silva n° 216 02181-160 (11 )6636-8253
Bela Vista Posto de Coleta do Hospital Pérola Byington Av. Brigadeiro Luís Antonio, 683 01317-000 (11) 3248-8111 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 3248-8111      end_of_the_skype_highlighting / 3248-8111
Cambuci Posto de Coleta e Transfusão do Hospital Cruz Azul Av. Lins de Vasconcelos, 356 01538-000 (11) 3348-4109 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 3348-4109      end_of_the_skype_highlighting / 3348-4109
Ermelino Matarazzo Colsan - Hospital Municipal Dr. Alípio Correa Neto Alameda Rodrigo de Brum, 1989 03807-230 (11) 2545-4652 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 2545-4652      end_of_the_skype_highlighting / 2545-4652
Jaçanã Posto de Coleta e Transfusão do Hospital São Luiz Gonzaga Rua Michel Ouchana, 94 02276-140 (11) 3466-1000 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 3466-1000      end_of_the_skype_highlighting / 3466-1000
Ipiranga Colsan - Hospital Ipiranga Av. Nazaré, 28 - subsolo 04263-200 (11) 2061-2229 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 2061-2229      end_of_the_skype_highlighting / 2061-2229
Ibirapuera Posto Dante Pazzanese - Fundação Pró-Sangue Rua Dante Pazzanese, 500 04012-180 (11) 0800-55-0300
Vila Santa Catarina Unidade de Coleta e transfusão do Hospital e Maternidade Santa Marina Av Santa Catarina, 2785 04378-500 (11) 5678-4638 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 5678-4638      end_of_the_skype_highlighting / 5678-4638
Santo Amaro Unidade de Coleta e Transfusão do Hospital Regional Sul Rua General Roberto Alves de Carvalho Filho, 270 - 2º andar 04744-000 (11) 5548-4641 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 5548-4641      end_of_the_skype_highlighting / 5548-4641
Aclimação Colsan - Hospital Servidor Público Municipal Rua Castro Alves, 60 - 4º andar 01532-900 (11) 3277-5303 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 3277-5303      end_of_the_skype_highlighting / 3277-5303
São Miguel Paulista Colsan - Hospital Municipal Tide Setúbal Rua Dr. José Guilherme Eiras, 123 08010-220 (11) 2297-0022 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 2297-0022      end_of_the_skype_highlighting / 2297-0022
Campo Limpo Hospital Municipal Dr. Fernando Mauro P. da Rocha Estrada de Itapecerica, 1661 05835-005 (11) 5812-1379 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 5812-1379      end_of_the_skype_highlighting / 5812-1379
DRS I - GVS I - GRANDE SÃO PAULO 
Município Unidade Endereço CEP Telefone
Osasco Posto Osasco - Fundação Pró-Sangue Rua Ari Barroso, 355 06216-240 (11) 0800-55-0300
Barueri Hospital Municipal de Barueri Dr. Francisco Moran Rua Ângela Mirella, 354 06411-330 (11) 2575-3200 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 2575-3200      end_of_the_skype_highlighting / 2575-3200
Taboão da Serra Banco de Sangue do Hospital Geral Pirajussara Av Ibirama, 1214 06785-300 (11) 4138-9434 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 4138-9434      end_of_the_skype_highlighting / 4138-9434
Itapevi Hospital Geral de Itapevi Rua Ari Barroso, s/n 06694-230 (11) 4143-8600/ 4143-8682
DRS I - GVS VII - SANTO ANDRÉ 
Município Unidade Endereço CEP Telefone
Santo André Banco de Sangue do Hospital Brasil Rua Votuporanga, 115 09030-590 (11) 4992-1354 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 4992-1354      end_of_the_skype_highlighting / 4992-1354
São Bernardo do Campo Banco de Sangue do Hospital Neomater Rua Paulo de Favari, 162 09618-100 (11) 4362-1422 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 4362-1422      end_of_the_skype_highlighting / 4362-1422
São Bernardo do Campo Banco de Sangue do Hospital São Bernardo Av. Lucas Nogueira Garcez, 446 09750-660 (11) 4123-6022 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 4123-6022      end_of_the_skype_highlighting / 4123-6022
São Caetano do Sul Colsan - Núcleo Regional de Hemoterapia Dr. Aguinaldo Quaresma Rua Rio de Janeiro, 602 09540-400 (11) 4227-1083 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 4227-1083      end_of_the_skype_highlighting / 4227-1083
São Bernardo Campo Colsan - Hemocentro Regional de São Bernardo do Campo Rua Pedro Jacobucci, 440   (11) 4332-3900 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 4332-3900      end_of_the_skype_highlighting / 4332-3900
Diadema Posto de Coleta e Transfusão do Hospital Estadual de Diadema - Hospital Serraria Rua José Bonifácio, 1641 09960-120 (11) 4056-9075 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 4056-9075      end_of_the_skype_highlighting / 4056-9000
Santo André Colsan - Hospital Estadual Mário Covas Rua Dr. Henrique Calderazzo, 321   (11) 2829-5162/2829-5144
Santo André Colsan - Centro Hospitalar Municipal de Santo André Av. João Ramalho, 326 09030-320 (11) 4433-3718 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 4433-3718      end_of_the_skype_highlighting / 4433-3718


15 anos sem Eleazar de Carvalho


Há 15 anos, no dia 12 de setembro de 1996, falecia em São Paulo o maestro Eleazar de Carvalho, um dos mais importantes regentes brasileiros do século XX.
Nascido em Iguatu, interior do Ceará em 1912, filho de uma descendente de índios tabajaras e de um capitão do exército e pastor presbiteriano, Eleazar de Carvalho dizia que devido ao seu gênio ’inquieto’ seu pai o mandara, aos 11 anos de idade, para a Marinha, o que na época equivalia a uma escola correcional. Foi na banda da escola que a ligação com a música começou. “Observei que a comida servida às crianças que tocavam na banda era melhor. Apresentei-me embora não tocasse qualquer instrumento. Sou músico por gulodice...”

Tocou tuba em diversas corporações da Marinha. Em 1928, já no Rio de Janeiro, estudava solfejo e harmonia e participava da Banda dos Fuzileiros Navais. No ano seguinte, fez concurso para a Orquestra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Para prestar o concurso teve que sair da Marinha e perder todos os direitos adquiridos. Passou a tocar na orquestra e segundo ele “em quase todos os bailes”. Fazia parte do American Jazz, com Almirante, Donga e Pixinguinha e estudava regência com Francisco Mignone na Escola de Música do Rio de Janeiro. Terminado o curso compôs a ópera O Descobrimento do Brasil que estreou no Municipal do Rio em 11 de junho de 1939, regida pelo autor.
Naquela época, a visita de Toscanini ao Brasil com a Orquestra da NBC entusiasmou os professores da Escola de Música do Rio de Janeiro. Eleazar e alguns companheiros arregimentaram músicos nas escolas do Rio, que estavam repletas de bons profissionais refugiados da guerra. Assim, foi formada a Orquestra Sinfônica Brasileira regida pelo húngaro Szenkar e tendo Eleazar de Carvalho como assistente.
“Desde 45, a ideia de ir para os Estados Unidos me dominava. E em 46, ao ser apresentado ao Ministro João Alberto que me ofereceu a possibilidade de ser apresentado na América, percebi que havia chegado a hora.”
O Maestro chegou aos Estados Unidos disposto a reger uma das 3 grandes orquestras americanas: Boston, Filadélfia ou Nova York . Foi recebido com o maior ceticismo e chamado de maluco. Depois de bater em muitas portas, finalmente recebeu um convite para reger no Carnegie Hall, mas, dizia o maestro, era um convite e uma maldição. “Na frente do prédio iria a minha foto vestido de índio! Não aceito, respondi desapontado. E acrescentei: há muito tempo não visto tanga.”
Procurou em seguida ninguém menos que Eugene Ormandy, regente da Philadelphia Symphony Orchestra, e recebeu dele um conselho – Vá para o Arizona. Você precisará de 15 ou 20 anos para chegar aqui!
Mas Eleazar de Carvalho não estava disposto a esperar tanto. Informado que Sergei Koussewitzky - um dos maiores nomes da música - era diretor de uma escola de regentes e estava ministrando cursos naquele momento em Tanglewood, decidiu procurá-lo. No entanto, os cursos já estavam em andamento e o maestro não recebia ninguém. “A minha vontade era tanta que usei de um estratagema. Afirmei que trazia uma mensagem do presidente do Brasil e que esta deveria ser entregue ao mestre. Fui recebido. – E a mensagem? Perguntou Koussewitzky. – É verbal, senhor. E apesar da reação de surpresa, continuei. – Peço-lhe cinco minutos à frente da orquestra. Se julgar que não tenho qualquer possibilidade, voltarei e viverei da caça e da pesca no meu país” . Aceito, Eleazar teve em Koussewitzky o mestre que marcou sua vida e sua carreira.

Em 1947, tornou-se assistente de Koussewitzky junto a Leonard Bernstein e regeu pela primeira vez a Sinfônica de Boston apenas um ano após ter chegado aos Estados Unidos. Desta experiência Eleazar guardava uma lembrança:
“Confesso que não consegui me calar. Enviei a Ormandy uma cópia do meu contrato e dois ingressos acompanhados de um cartão meu onde escrevi: Veja onde já estou!” De Boston foi para Chicago e Nova York e meses depois foi chamado para substituir Charles Munch que adoecera e regeu assim a Philadelphia Symphony Orchestra, a orquestra de Ormandy. Em 1951, um ano após a morte de Koussewitzky, assumiu a cátedra de Regência do Berkshire Music Center que dirigiu durante 16 anos. Naquele período, assumiu a direção da Saint Louis Symphony Orchestra que dirigiu por 10 anos e onde regeu mais de 1000 concertos. Já consagrado como maestro, dirigiu a Pro Arte Symphony Orchestra em Nova York de 68 a 73.
Como professor percorreu as principais instituições americanas. Lecionou regência na Washington University, Hofstra University, Tampa University, Juilliard School of Music e foi também professor por vários anos da Yale University, onde recebeu o título de Professor Emeritus. Muitos dos seus alunos dirigem grandes orquestras pelo mundo, entre eles, Claudio Abbado, Zubin Metha, Seiji Osawa, Gustav Meier, David Wooldbridge, Harold Faberman e Charles Dutoit.
Nos quarenta anos seguintes Eleazar de Carvalho esteve à frente das principais orquestras do mundo. As Filarmônicas de Berlim e de Viena e praticamente todas as grandes orquestras europeias foram regidas por ele em programas que em geral incluem peças brasileiras, principalmente de Villa-Lobos. Dirigiu durante seis semanas a Filarmônica de Israel em sua primeira excursão aos Estados Unidos.
Mas o seu principal compromisso sempre foi a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Fundada em 1954 e logo desativada a Osesp só ganhou vida a partir de junho de 1973 reorganizada por Eleazar de Carvalho. À frente da sua orquestra, que dirigiu até morrer, o maestro dedicou o melhor dos seus esforços. O desafio de criar em São Paulo uma orquestra do mesmo nível das orquestras internacionais que dirigira sempre foi o seu objetivo. Apesar dos esforços nem sempre obteve o apoio necessário e a Osesp muitas vezes tocou em espaços improvisados e sem as melhores condições. No final de sua vida quando as forças já lhe faltavam teve ainda energia suficiente para traçar as diretrizes da restruturação da Osesp e reger o primeiro concerto da orquestra na Estação Júlio Prestes. Não conseguiu realizar o sonho ver a orquestra numa sala à sua altura. Deu, porém, os passos decisivos para que isto acontecesse