terça-feira, 23 de dezembro de 2008

VOZ ATIVA MADRIGAL EM FÉRIAS.

Comuicamos que o Voz Ativa Madrigal estará em férias coletivas durante o mes de janeiro.
Participamos, no entanto, que escritório de negócios atenderá normalmente a partir do dia 05 do mesmo mês.
As postagens no blog serão suspensas durante este período. Retornaremos às nossas atividades no dia 02 de fevereiro do próximo ano, quanto também retomaremos as publicações em nosso blog.

Cristina Souza - Secretária

BOAS FESTAS

DESEJAMOS
FELIZ NATAL
E
PROSPERO ANO NOVO
É tempo de festas, de planejamento, de balanço.
É tempo de sorrisos, de abraços, de reconhecimento.
É tempo de interiorizar, de exteriorizar, de agradecimentos.
Nós do Voz Ativa queremos dividir nossa alegria por mais um ano ao seu lado.
Agradecemos sua amizade, sua companhia, sua dedicação e companherismo.
Que 2009 promova novos desafios para que possamos a cada experiência estarmos mais fortalecidos e preparados para novas etapas.
Boas Festas

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Cancelada Inauguração do Cidade da Música

No último dia 18 de dezembro o Rio de Janeiro deveria assistir a inauguração de mais um importante pólo cultural brasileiro, a Cidade da Música. No entanto, após vistoria o Corpo de Bombeiro vedou a relização do evento. As festividades foram canceladas por não atenderem as exigências para a liberação da licença de abertura do Complexo Cultural.
Estava prevista para a dada uma cerimônia destinada a receber apenas convidados e nos dias posteriores uma série de concertos com parte dos ingressos destinados ao público via Internet.
As obras, ainda não concluídas, já receberam dos cofres da Prefeitura do Rio de Janeiro, único investidor do projeto, montante superior a 500 milhões. A inauguração seria feita sem que as obras iniciadas em 2003 estivessem concluídas.
Até o momento a Prefeitura do Rio de Janeiro não anunciou as novas datas de inauguração
Esperamos que o mais breve possível possamos contar com a conclusão deste significativo projeto cultural carioca.

Por Ricardo Barbosa

Colaborou: Luciana Pansa

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

É para rir ou chorar? Uma outra categoria de “humor negro”

Recebi um e-mail com algumas pérolas escritas nos recentes vestibulares de música do Brasil. Custa-me acreditar que tudo seja verdade, mas gostaria de dividir com vocês algumas boas risadas!!
- Bach está morto desde 1750 até os dias de hoje.
- Agnus Dei é uma famosa compositora que escreveu música para igreja.
- Handel era meio alemão, meio italiano e meio inglês.
- Beethoven escreveu música mesmo surdo. Ele ficou surdo porque fez música muito alta. Ele caminhava sozinho pela floresta e não escutava ninguém, nem a Pastoral, uma MOSSA que poderia ser a sua Amada IMORTAU e inspirou ele a criar uma sinfonia muito romântica. Ele faliu em 1827 e mais tarde morreu por causa disto.
- Uma ópera é uma canção que dura mais de 2 horas.
- Henry Purcell é um compositor muito conhecido, mas até hoje ninguém ouviu falar dele.
- O Bolero de Ravel foi composto pelo Ravel.
- A harpa é um piano pelado.
- Opus Póstuma é música composta quando o compositor compôs depois de morto.
- Mozart morreu jovem. Sua maior obra é a trilha do filme "Amadeus".
- A importância de "Tristão e Isolda" reside no fato de que é uma música muito triste. Mais triste que a "Tristesse" de SCHOPING.
- Virtuoso no piano é um músico com muita moral.
- Os maiores compositores do Romantismo são: Chopin, Schubert e Tchaikovsky. No Brasil temos Roberto Carlos e Daniel.
- Música cantada por duas pessoas é um DUELO.
- Eu sei o que é um sexteto, mas não sei dizer.
- Stravinsky revolucionou o ritmo com "A MASSACRAÇÃO da Primavera".
- Carlos Gomes compôs a PRÓTESEFONIA do programa de rádio "A Hora do Brasil".
- "Carmen" é uma ópera e "CARMINHA Burana" é sua filha.
- Muitos pesquisadores concordam que a Música Medieval foi escrita no passado.
- A ópera mais Romântica é a Paixão de Mateus por Bach.
- Tem dois tipos de Cantatas de Bach: as Cantatas religiosas e as CANTADAS DI PROFANAÇÃO, que ele usou no palácio.
- Meu compositor preferido é Opus.
- Chopin fez poucas baladas, pois sofria de tuberculose. Assim não dava para ele cair na gandaia à noite, dançar, beber e curtir as minas, MAIS parece que ele não era chegado.
- Cage inventou os 4 minutos de silêncio.
- Suíte é uma música de danceterias barrocas.
- Há uma espécie de Corais feitas por Bach, que se chamam Florais e são usados como remédios milagrosos. - "Messias" é uma missa de Handel cuja originalidade é ter muitos aleluias.
- Os menestréis e trovadores transmitiam notícias e estavam nas festas. Andavam de cidade em cidade, de castelo em castelo e iam até nos shows de TV.
- O regente de uma orquestra é igual a um guarda de trânsito maluco porque agita os braços controlando muitos instrumentos na sua frente.
- "As 4 Estações" é o CD mais vendido da banda do Vivaldi, depois que fez sucesso num comercial de sabonete, que não me lembro o nome agora.
- Os compositores Renascentistas reviveram a música, pois ela havia sido morta pela Inquisição. - As Fugas de Bach são famosas porque ele não queria ficar preso em nenhum sistema.
- A música eletroacústica é a mais avançada das tendências da música eletrônica hoje em dia. Seus principais compositores são os DJs e a banda Craftwork.
- O metrônomo foi inventado para os músicos não andarem depressa.
- Barroco é uma palavra derivada de Bach.
- Handel compôs muitas peças geniais para COURO.
- Música atonal é aquela sem som ou que explora o não-som, mais ou menos quase um anti-som. Seus mais importantes criadores são da família Berg: Schoenberg, ALBANBERG e WEBERG.
- Pierre Boulez e STOQUEHAUZEN são compositores contemporâneos. É raro ser contemporâneo, pois muitos contemporâneos não vivem até morrer.
- A mais bela sinfonia é a ÓDIO ÀLEGRIA

Colaborou: Prof. Ubaldo Rizzaldo Jr

Improvisar ou não, eis a questão

A capacidade de improvisar é fundamental para o sucesso. Como bem sabemos, nem sempre as coisas acontecem de acordo com os planos. Ser capaz de pensar rapidamente numa solução original e viável pode representar a diferença entre o êxito e o fracasso. No entanto, existe uma enorme diferença entre saber improvisar quando necessário e fazer tudo na base do improviso. O improviso deve ser a exceção, e não a regra. Adotar o improviso como norma indica falta de organização, de planejamento e de disciplina. É jogar com a sorte em vez de traçar um caminho seguro. Planejar e improvisar quando necessário sugere flexibilidade e criatividade. Viver de improviso é um perigoso sinal de irresponsabilidade.

por Ricardo Bellino

Colaborou Prof. Ulbaldo Jr.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Quarta fase da gravação do Cd de Negro Spiritual



Dia 07 de Dezembro último, o Voz Ativa Madrigal cumpriu mais uma fase de gravação de seu Cd de Negro Spiritual. Nesta ocasião o grupo gravou mais três faixas que se somaram as oito peças já gravadas.As músicas gravadas foram “Swing Low, Sweet Chariot”, “Ev’ry time I feel the Spirit” e “Let us Break”. Todas a peças tiveram arranjos especialmente produzidos para o Voz Ativa Madrigal com assinaturas de Ricardo Barbosa e Regiane Martinez.
Completa-se com o registro dessas peças a quarta fase de gravação. Além dos cantores participou desta fase o pianista Giba Estebez, responsável pelos arranjos de piano e interprete do instrumento. Por conta das festas de final de ano e das férias de janeiro, o grupo só retornará ao estúdio na terceira semana de fevereiro de 2009, com previsão para gravação de mais três obras.

Vagas para Coro Infantil e Coro Juvenil da Osesp


Estão abertas as inscrições para vagas de cantores nos coros infantil e juvenil da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo - Osesp. Meninas de 8 a 13 anos e meninos de 8 a 12 podem participar das audições para o Coro Infantil da Osesp. Nos ensaios, realizados duas vezes por semana sob direção do maestro Teruo Yoshida, as crianças recebem ensinamentos sobre solfejo e percepção musical, além de treinamento vocal. Formado em 2004, o Coro Juvenil da Osesp, regido pela maestrina Naomi Munakata, proporciona aos jovens cantores o contato com a prática coral e visa formar coralistas profissionais. Crianças e adolescentes de 14 a 17 anos podem efetuar as inscrições para os testes do Coro Juvenil. As condições para a inscrição estão disponíveis nos editais publicados no web site da Osesp (www.osesp.art. br)Mais informações pelo telefone (11) 3367-9606.

Colaborou: Regiane Martinez

Mães britânicas preferem música pop para acalmar bebês

Pesquisa mostra que mães cantam sucessos do rádio na hora de dormir.

A música Patience, do grupo Take That, foi apontada por mães britânicas como a mais popular na hora de botar os bebês para dormir, segundo uma pesquisa do site The Baby Website. De acordo com a pesquisa com 2.000 mães, dois terços delas preferem cantar músicas pop do que canções de ninar na hora de acalmar os pequenos. O site se disse surpreso com o resultado. A porta-voz Kathryn Crawford acredita que as mães estejam sendo influenciadas pelas músicas que ouvem durante o dia. "Nós ficamos realmente surpresas ao descobrir que as mães cantam mais músicas modernas em vez de canções de ninar tradicionais." "Eu imagino que a maioria das mães ouçam rádio quando estão em casa com os bebês, e as letras 'contagiantes' tornam impossível cantar outra coisa na hora de (por o bebê para) dormir", disse Crawford. Além de Patience, Angels, de Robin Williams, ficou em segundo lugar na preferência das mães e em terceiro, I Kissed a Girl, com Kate Perry. A pesquisa também revelou que 13% das entrevistadas acreditam que as canções de ninar são muito antiquadas, enquanto uma em dez das entrevistadas disse não se lembrar da letra de nenhuma canção de ninar. Quase metade das mães disseram cantar para acalmar os bebês quando eles choram, enquanto um terço põem os bebês para dormir cantando. Um terço das mães entrevistadas também disseram achar que os bebês dormem melhor ao som de música pop do que canções de ninar e 13% disseram cantar na hora de trocar a fralda. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Disponível em: http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid287164,0.htm
Acesso em: 02.12.08

Colaborou: Luciana Pansa

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

SECRETARIA DA CULTURA FECHA CENTRO TOM JOBIM


Em decisão surpreendente, Secretaria da Cultura encerra contrato com o Centro Tom Jobim e realoca ULM e orquestras em outras organizações sociais.

Em uma decisão surpreendente, a Secretaria de Estado da Cultura encerra este mês o contrato com o Centro de Estudos Musicais Tom Jobim, órgão que administrava a ULM, principal escola de música mantida pelo governo na cidade, o Festival Internacional de Inverno de Campos de Jordão, a Banda Sinfônica e a Jazz Sinfônica, além de orquestras e coros profissionalizantes.
Dirigido por Clodoaldo Medina, o Centro Tom Jobim transformou-se nos últimos anos em um dos mais prestigiados polos musicais e culturais do país. Sua gestão logrou tirar a ULM do ostracismo em que se encontrava, deu uma orientação clara e um novo patamar de excelência ao Festival de Campos e, transformou as orquestras em dinâmicos organismos da cultura paulista. Desde fins de 2005, o Centro Tom Jobim funcionava como Organização Social da Cultura (OS).
Porém, a Secretaria decidiu reorganizar os corpos do Centro Tom Jobim em outras OSs. Assim a ULM, o Festival de Campos e os grupos jovens serão incorporados a OS Santa Marcelina, responsável pelo Projeto Guri na capital e na Grande São Paulo e as orquestras passarão para a OS Associação Paulista dos Amigos da Arte, que entre outras atribuições gerencia os teatros São Pedro e Sérgio Cardoso. A solução da Secretaria gerou perplexidade e descontentamento no meio musical.
Em resposta a uma consulta da Revista CONCERTO, a Secretaria de Cultura respondeu que “o contrato de gestão com a organização social responsável até então pela administração do Centro de Estudos Musicais Tom Jobim expirará em 12 de dezembro próximo e não será renovado. A organização social Santa Marcelina Cultural foi escolhida por seu trabalho amplamente reconhecido na área de formação musical. A Secretaria de Estado da Cultura pretende, com essa escolha, aperfeiçoar a administração da Escola de Música, dos conjuntos jovens e do Festival de Inverno de Campos de Jordão, consolidando um projeto de educação musical.” No site da SEC, lê-se ainda que “a mudança pretende oferecer formação musical da melhor qualidade, aprimorando os objetivos atingidos até agora e aperfeiçoando a administração para buscar melhorar a eficiência e atendimento.”
A ação da Secretaria de Estado da Cultura pode pôr a perder um projeto musical público de grande repercussão e sucesso, que ganhou corpo na gestão da Secretária Claudia Costin e foi formalizado como Organização Social na administração do Secretário João Batista de Andrade, anterior a gestão do atual Secretário João Sayad.
Nestes anos, administrado pelo Centro Tom Jobim, o Festival de Inverno de Campos de Jordão (dirigido pelo maestro Roberto Minczuk) reforçou sua orientação clássica e missão pedagógica, realizando edições memoráveis; A ULM reorganizou-se como um escola moderna e com orientação pedagógica competente e profissional, transformou-se em paradigma de estudo musical público no Brasil; e as orquetras reencontram sua vocação participando ativamente do calendário cultural.
Repetidas vezes a Revista CONCERTO reportou sobre o sucesso singular das atividades e iniciativas do Centro Tom Jobim, divulgando resultados altamente positivos com comprovação estatística e baseados em pesquisas de eficiência e eficácia inéditas para o serviço público em nosso país.
Medidas como o fim do Centro Tom Jobim mereceriam ser debatidas aberta e publicamente, até porque para garantir os interesses públicos envolvidos na questão. Do modo como foram implementadas, significam um passo atrás no amadurecimento dos novos modelos de gestão das Organizações Sociais.
Torcemos para que a mudança administrativa não comprometa os excelentes níveis alcançados pela ULM e pelas orquestras do Centro Tom Jobim, e consiga responder ao enorme desafio de produzir um evento com a mesma competência e brilho alcançados pala ULM e pelas orquestras do Centro Tom Jobim , e consiga responder ao enorme desafio de produzir um evento com a mesma competência e brilho alcançados nas recentes edições do Festival Internacional de Campos de Jordão.
De positivo já podemos mencionar a decisão da Secretaria de Cultura de que todos os contratos das novas OSs com seus músicos e professores serão regidos pela CLT, antiga reivindicação do Centro Tom Jobim.

Nelson Rubens Kunze - Diretor-Editor da Revista Concerto
Revista Concerto - Guia Mensal de Música Erudita – Edição de Dezembro de 2008

Fim do CEM Tom Jobim, uma outra análise

A história cultural brasileira nos oferece motivos mais do que suficientes para não crermos na competência dos administradores públicos no que tange a realização, promoção e/ou manutenção de projetos culturais e, por conseqüência, qualquer que seja a decisão que prevê ou determina ações que interrompam projetos de sucesso temos, num primeiro momento, a tendência em nos preocupar.
A notícia de que a Secretaria de Estado da Cultura interrompeu um projeto desta envergadura, ainda mais quando consideramos os significativos resultados até então alcançados é efetivamente preocupante. É mister que estejamos atentos ao produto do trabalho das Organizações Sociais que assumiram as atividades, projetos e corpos estáveis que estiveram sob a responsabilidade do CEM Tom Jobim no sentido de exigirmos que este seja, no mínimo, do mesmo nível do apresentado pela Organização Social que os geriu até este momento.
Fato é que depois que o Centro Tom Jobim assumiu a administração da ULM este promoveu substancial melhora no nível didático-pedagógico da escola de música, assim como elevou o nível artístico dos corpos estáveis daquela entidade, que, como bem aponta o Sr. Kunze em seu artigo publicado na seção “Contraponto” da Revista Concerto, edição de dezembro de 2008, estava em absoluto ostracismo.
É notório que o Festival Internacional de Inverno de Campos de Jordão teve admirável nível nas edições sob a responsabilidade do Maestro Roberto Minczuk, assim como é notório que em nenhum momento o Diretor-Editor da Revista Concerto, Sr. Kunze, desvinculou-se de precisas informações sobre o resultado do trabalho tanto do Centro Cultural Tom Jobim quanto do Festival de Campos. Entendo, contudo, que existe um outro olhar para o fato e um outro jeito de analisarmos o que lemos no artigo intitulado “Secretaria da Cultura fecha o Centro Tom Jobim”, já referenciado.
Comungo com o Sr. Kunze quando ele afirma que “Medidas como o fim do Centro Tom Jobim mereciam ser debatidas aberta e publicamente, até para garantir interesses públicos envolvidos na questão. Do modo que foram implementados significam um passo atrás no amadurecimento dos novos modelos de gestão das Organizações Sociais”, Assim como ele, não concordo que decisões que possuam interesses públicos sejam tomadas sem serem debatidas até que todos os interesses sejam atendidos. Decisões que não atendem este critério são retrógradas e antidemocráticas, mas, infelizmente, fatos como este são comuns não só na administração pública, haja vista a decisão absolutamente incoerente do Maestro Roberto Minczuk de tirar o canto coral e as demais atividades vocais do Festival Internacional de Inverno de Campos de Jordão. Neste sentido é possível concordar com o Sr. Kunze quando ele afirma que o Festival de Campos dirigido pelo Maestro Minczuk “reforçou sua orientação clássica” mas sua “missão pedagógica” foi profundamente prejudicada.
Vivemos num momento bastante prejudicado pela intervenção neoliberal em todos os nichos sociais, inclusive no acadêmico. Como resultado temos um nível de individualismo tão exacerbado que nos coloca em difícil situação social. Este individualismo faz com que predileções cultivadas a partir de interesses individuais se sobreponham ao coletivo. Em nosso entendimento tanto o Governo Serra, por meio de seu Secretário da Cultura João Sayad, quanto o Festival de Campos, na pessoa do Maestro Roberto Minczuk, atenderam a esta demanda.
Quando falamos em “excelentes níveis alcançados pela ULM e pelas orquestras” temos que considerar em relação a que o resultado é considerado excelente. Se comparado com o que se produziu antes e depois de o CEM Tom Jobim assumir a administração da ULM, não há dúvida de que os resultados foram excelentes e, como já explanado, é o mínimo que devemos exigir das novas gestões. Mas tanto a Santa Marcelina quanto a APAA (Assossiação Paulista dos Amigos da Arte) tem provado competência em seus resultados, sendo que a Santa Marcelina, fundada em 1929, é uma instituição que tradicionalmente mantém o resultado de suas instituições musicais em nível condizente com suas propostas. Neste sentido nos parece lúcido crer que estas instituições são capazes de elevar o nível ora apresentado.
Preocupa-me mais do que esta decisão outro produto do neoliberalismo acadêmico que prevê, por motivos óbvios, que o corpo docente de instituições como esta tenha instrução acadêmica no mínimo em nível de doutorado. Imposição questionável se tivermos como objetivo a formação de artistas e não acadêmicos da música.
Dado a maneira um tanto quanto arbitrária que a decisão foi tomada, juntamo-nos à torcida para que o resultado seja uma melhora no que já foi apresentado. Mas, para além da nossa torcida, está nossa obrigação de cidadãos que exige que acompanhemos as conseqüências desta decisão e sejamos criteriosos e imparciais em nossas avaliações.

Ricardo Barbosa
Regente e Idealizador do Voz Ativa Madrigal

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A música que agrada os ouvidos também faz bem ao coração

Estudo realizado pela Universidade de Maryland, nos EUA, com 10 participantes que não tinham nenhuma doença aparente constatou que quando eles ouviam por 30 minutos suas músicas preferidas ocorria a dilatação dos vasos sanguíneos. Esse gesto se equipara a reação de uma gargalhada, ao fazer atividades físicas ou quando tomavam medicações para o sangue. O diretor da cardiologia da instituição, Michael Miller, explica que ocorreu um aumento de 26% no diâmetro dos vasos, enquanto ao ouvirem uma música que não agradava ocorria uma redução de 6%. O fundamental da pesquisa é saber que este pode ser um ótimo auxiliar na prevenção de doenças, pois dessa forma o sangue flui mais facilmente, reduzindo as chances de formação de coágulos que causam infartos e derrames, além de reduzir os riscos do endurecimento dos vasos, característicos da aterosclerose. O especialista ressalta que não tem a intenção de fazer uma campanha contra remédios ou atividades físicas, mas, sim, para incrementar o tratamento para a saúde do coração.
Porém, a cantoterapeuta Susanne Brandão mostra que a música age muito além do fortalecimento do coração. "Tenho pacientes que apresentam dificuldades neurológicas ou pacientes com problemas psiquiátricos, nestes casos, a música é um grande meio facilitador da expressão, se não às vezes o único meio. Assim como tenho pacientes que precisam lidar com grandes perdas, como o luto. A música traz lembranças e cria novas expectativas para a vida, reformula novas formas de pensar a vida", esclarece a especialista. Para quem se interessou, a cantoterapia é embasada na Terapia Cognitiva Comportamental e na técnica vocal aplicada ao canto e em elementos da musicalização. Os pacientes podem ter qualquer idade desde que haja demanda pela terapia. Há inclusive trabalhos com a terceira idade e com bebês e, às vezes, com toda a família, trabalhando a relação da mãe com a criança. Porém, para quem deseja algo mais simples, basta apenas se deixar levar pelo som de uma boa música.

Colaborou: Profº Ubaldo Rizzaldo Jr.
Em: 21.11.08

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Lenda do Tambatajá


O compositor paraense Waldemar Henrique (1905-1995) dedicou grande parte de sua obra para enaltecer e difundir o belo folclore de seu estado. Suas composições originalmente foram escritas para piano e solo, no entanto, dado harmonia de fácil assimilação e a beleza das melodias, suas obras tem sido regularmente arranjadas e interpretadas por corais.
"Tamba-tajá" é, sem dúvida, uma de suas mais famosas obras.
A fim de cumprir os propósitos do compositor no que diz respeito a difundir o folclore paraense e com o objetivo de fornecer conteúdo interpretativo aos corais que pretendem colocar a referida obra em seu repertório, dispomos abaixo a lenda que originou a canção.
"Há milhares anos atrás, na tribo Macuxi, havia um guerreiro forte e corajoso que se apaixonou por uma linda jovem de sua aldeia. Ela lhe correspondeu tão nobre sentimento e passadas algumas luas, uniram-se em matrimônio.

Casal tão apaixonado nunca mais existiu. Passavam sussurrando juras de amor baixinho, um para o outro. Mas eis que um dia, um estranho mal se acometeu da indiazinha, tornando-a paralítica. O índio Macuxi, para não separar-se de sua amada, teceu uma tipóia e a carregava em suas costas. Mas apesar de tantos cuidados e carinhos, ela não resistiu à enfermidade e morreu.

O guerreiro foi então à floresta e cavou um buraco à beira de um igarapé, enterando-se junto com sua adorada esposa, pois sua vida não tinha mais sentido sem ela.

Ao cair de algumas e chegando a grávida Lua Cheia, da sepultura brotou uma delicada planta, uma espécie desconhecida para os mais entendidos índios Macuxis.

Era a Tamba-tajá, planta de folhas triangulares, de cor verde, trazendo em seu verso outra folha de tamanho reduzido, onde visualizava-se um bordado de um desenho que parecia-se com o desenho de um órgão sexual feminino. A união das duas folhas, representava o grande amor do casal que nem mesmo a morte conseguiu separá-los."

Nunes Pereira forneceu a Waldemar Henrique a letra graciosa e sugestiva de uma linda e amorosa página, intitulada Tamba-tajá:

"Tamba-tajá, me faz feliz. Que meu amor me queira bem. Que o seu amor seja só meu,de mais ninguém que seja meu,todinho meu, de mais ninguém. Tamba-tajá, me faz feliz, assim o índio carregou sua macuxi para o roçado, para a guerra, para a morte, assim carregue o nosso amor a boa sorte. Tamba-tajá, me faz feliz. Que mais ninguém possa beijar o que beijei. Que mais ninguém escute aquilo que escutei, nem possa olhar dentro dos olhos que eu olhei, Tamba-tajá, tamba-tajá".

Rosana Volpatto


Acesso em: 08.10.08

sábado, 22 de novembro de 2008

"Rádio Qualidade"

Na quarta-feira, dia 19 de novembro, a parceria mantida entre a Liner Consultoria e o Voz Ativa Madrigal promoveu mais um Workshow de treinamento. O palestrante foi Marcus Vinícius e o tema desenvolvido foi “Motivação”. O evento fez parte da “Semana de Qualidade em Alimentos” promovida pelo SENAI da Barra Funda.
O produto da parceria entre as duas entidades é o Workshow denominado “Rádio Qualidade”. A palestra e, por conseguinte, o treinamento é oferecido em formato de programa de rádio com vinhetas, entrevistas e músicas com conteúdos que transmitem, ilustram e fixam os temas propostos. A parte musical fica sob a responsabilidade do Voz Ativa que também apresenta obras do seu repertório de MPB e erudito. A nova proposta tem tido calorosa recepção pelas empresas que contratam o trabalho.
O Sr. Marcus Vinicius Pereira de Oliveira, psicólogo e especialista em qualidade de alimentos, é sócio-diretor da Liner Consultoria e também idealizador do treinamento “Rádio Qualidade”. O formato, desenvolvido pelo Dr. Marcus Vinícius e Maestro Ricardo Barbosa, é cuidadosamente planejado levando-se em consideração aspectos didático–pedagógicos e processos subjetivos desencadeados pela música. A parceria entre a Liner Consultoria e o Voz Ativa Madrigal fará quatro anos e o produto oferecido a partir dela tem inovado o conceito de treinamento no mundo empresarial.
Casa do Pão de Queijo, SENAI e Sakura são algumas das empresas que contrataram o programa e testemunham a qualidade e eficiência oferecida através do formato.
Conheça mais acessando http://www.linerconsultoria.com.br/ informações pelo e-mail: liner@linerconsultoria.com.br

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Clássicos ganham nova vida no mercado de downloads


Com números inexpressivos na venda de CDs, gênero chega à internet com vigor, entre blogs e sites de gravadoras

Para uma área que tem a pecha de coisa do passado, ligada apenas à tradição e ao cânone, inexpressiva no mercado fonográfico perante os números e somas da música popular, pode ser surpreendente o que mostram os números: segundo pesquisa de 2007, os clássicos e a ópera formavam apenas 4% do total das vendas de CDs; no total de downloads, no entanto, o número triplicava, chegando a 12%.O alto preço dos discos e a distribuição errática ajudam a explicar o sucesso da música clássica na rede. Mas não só isso. Há quem afirme que a própria natureza desse segmento casa bem com o download. A lógica é a seguinte: para o fã de ópera, não basta ter uma gravação do Rigoletto, de Verdi; a cada novo registro, a cada novo intérprete, o interesse se renova - e aí, haja bolso... O fato, enfim, é que as próprias gravadoras resolveram comprar a idéia. O mais tradicional dos selos, o Deutsche Grammophon, serve como exemplo, e não é o único: todos os seus discos saem primeiro na rede e, depois, em disco. Mais: todo o acervo da gravadora está sendo colocado na rede, o que significa, entre outras coisas, que cerca de 500 registros que estavam fora de catálogo agora podem ser comprados por preços que ficam em torno de US $ 2 por faixa.Verdadeiras jóias, no entanto, encontram-se mesmo fora dos catálogos dos grandes selos. E têm ganhado cada vez mais vida na internet por meio de sites como o YouTube e outros, blogs e sites oficiais, dedicados especificamente à área. Entre os oficiais, um exemplo é a BBC, que está disponibilizando integrais de sinfonias de autores como Beethoven. Já entre os extra-oficiais, digamos assim, há para todos os gostos.O Handelmania (www.handelmania.com) é um dos mais completos e interessantes. Você não encontra nele gravações completas, mas, sim, podcasts com compilações das mais curiosas - que tal ouvir 20 versões de uma ária da ópera Il Trovatore? Ou uma seleção das grandes intérpretes de Isolda, de Wagner? Outra opção é o blog Parterre Box, (http://parterre.com/?page_id=40), mantido por um tal de La Cieca (alusão à ópera La Gioconda). Além de um acervo riquíssimo, ali você encontra também gravações recentes, feitas a partir de transmissões radiofônicas dos principais teatros e casas de ópera do mundo.
João Luiz Sampaio

Disponível em: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081114/not_imp277595,0.phpExcelente

Acesso em: 14.11.2008

Colaborou: Luciana Pansa

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Cd Negro Spiritual - Terceira Fase


Neste final de semana o Voz Ativa cumpriu mais uma fase da gravação de seu Cd de Negro Spiritual. No domingo, 16 de novembro, o grupo esteve no Estúdio do Gato, onde estão sendo realizadas as gravações, e incorporou mais três obras ao repertório que comporá o referido trabalho. Foram elas: “Some Time I feel like a Motherless Child”, “When I Lay My Burden Down” e “Down by the Riverside”
Nesta fase Giba Estebez, pianista especialmente convidado para este projeto, participou da gravação de duas faixas ( “When I Lay my Burden Down” e “Down by the Riverside”) A partir desta fase todas peças gravadas terão acompanhamento de piano.
O próximo dia de gravação previsto é 07 de dezembro, ocasião em que serão gravadas mais três peças musicais.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Noviça Rebelde - Teste Para Cantores / Atores / Bailarinos

AVENTURA convoca para testes de canto, atuação e dança.
Um espetáculo de CHARLES MÖELLER & CLAUDIO BOTELHO.
TESTES TEMPORADA SÃO PAULO, 2009.
Rolf: ator/cantor com idade aproximada de 17 anos, experiência em dança.
Crianças: meninos de 11 a 15 anos e meninas de 5 a 18 anos, que tenham noções de canto e interpretação.
Os candidatos devem enviar currículo com foto recente de corpo inteiro até 20 de novembro para: anovicarebeldesp@aventuraentretenimento.com.br ou para
caixa postal nº 33007, CEP 22440-970 – RJ.
Informações: (21) 2286-2035 de segunda à sexta, das 12h às 18h.

COSESP ABRE VAGAS PARA CANTORES

domingo, 9 de novembro de 2008

Machado de Assis

No ano que marca o centésimo aniversario da morte de Machado de Assis, o Voz Ativa Madrigal, cônscio da grandeza deste brasileiro, presta sua homenagem publicando um texto singular do escritor. Trata-se de “Trio em Lá Menor”. Este texto é divido em pequenos capítulos intitulados como uma obra musical, além, é claro, de possuir temática relacionada à música. Leia abaixo o belo e interessante texto na integra.

Trio em Lá Menor - Machado de Assis

I

ADAGIO CANTABILE

Maria Regina acompanhou a avó até o quarto, despediu-se e recolheu-se ao seu. A mucama que a servia, apesar da familiaridade que existia entre elas, não pôde arrancar-lhe uma palavra, e saiu, meia hora depois, dizendo que Nhanhã estava muito séria. Logo que ficou só, Maria Regina sentou-se ao pé da cama, com as pernas estendidas, os pés cruzados, pensando.
A verdade pede que diga que esta moça pensava amorosamente em dois homens ao mesmo tempo, um de vinte e sete anos, Maciel - outro de cinqüenta, Miranda. Convenho que é abominável, mas não posso alterar a feição das coisas, não posso negar que se os dois homens estão namorados dela, ela não o está menos de ambos. Uma esquisita, em suma; ou, para falar como as suas amigas de colégio, uma desmiolada. Ninguém lhe nega coração excelente e claro espírito; mas a imaginação é que é o mal, uma imaginação adusta e cobiçosa, insaciável principalmente, avessa à realidade, sobrepondo às coisas da vida outras de si mesma; daí curiosidades irremediáveis.
A visita dos dois homens (que a namoravam de pouco) durou cerca de uma hora. Maria Regina conversou alegremente com eles, e tocou ao piano uma peça clássica, uma sonata, que fez a avó cochilar um pouco. No fim discutiram música. Miranda disse coisas pertinentes acerca da música moderna e antiga; a avó tinha a religião de Bellini e da Norma, e falou das toadas do seu tempo, agradáveis, saudosas e principalmente claras. A neta ia com as opiniões do Miranda; Maciel concordou polidamente com todos.
Ao pé da cama, Maria Regina reconstruía agora tudo isso, a visita, a conversação, a música, o debate, os modos de ser de um e de outro, as palavras do Miranda e os belos olhos do Maciel. Eram onze horas, a única luz do quarto era a lamparina, tudo convidava ao sonho e ao devaneio. Maria Regina, à força de recompor a noite, viu ali dois homens ao pé dela, ouviu-os, e conversou com eles durante uma porção de minutos, trinta ou quarenta, ao som da mesma sonata tocada por ela: lá, lá, lá...


II

ALLEGRO, MA NON TROPPO


No dia seguinte a avó e a neta foram visitar uma amiga na Tijuca. Na volta a carruagem derribou um menino que atravessava a rua, correndo. Uma pessoa que viu isto, atirou-se aos cavalos e, com perigo de si própria, conseguiu detê-los e salvar a criança, que apenas ficou ferida e desmaiada. Gente, tumulto, a mãe do pequeno acudiu em lágrimas. Maria Regina desceu do carro e acompanhou o ferido até à casa da mãe, que era ali ao pé.
Quem conhece a técnica do destino adivinha logo que a pessoa que salvou o pequeno foi um dos dois homens da outra noite; foi o Maciel. Feito o primeiro curativo, o Maciel acompanhou a moça até à carruagem e aceitou o lugar que a avó lhe ofereceu até a cidade. Estavam no Engenho Velho. Na carruagem é que Maria Regina viu que o rapaz trazia a mão ensangüentada. A avó inquiria a miúdo se o pequeno estava muito mal, se escaparia; Maciel disse-lhe que os ferimentos eram leves. Depois contou o acidente: estava parado, na calçada, esperando que passasse um tílburi, quando viu o pequeno atravessar a rua por diante dos cavalos; compreendeu o perigo, e tratou de conjurá-lo, ou diminuí-lo.
- Mas está ferido, disse a velha.
- Coisa de nada.
- Está, está, acudiu a moça; podia ter-se curado também.
- Não é nada, teimou ele; foi um arranhão, enxugo isto com o lenço.
Não teve tempo de tirar o lenço; Maria Regina ofereceu-lhe o seu. Maciel, comovido, pegou nele, mas hesitou em maculá-lo. - Vá, vá, dizia-lhe ela; e vendo-o acanhado, tirou-lho e enxugou-lhe, ela mesma, o sangue da mão.
A mão era bonita, tão bonita como o dono; mas parece que ele estava menos preocupado com a ferida da mão que com o amarrotado dos punhos. Conversando, olhava para eles disfarçadamente e escondia-os. Maria Regina não via nada, via-o a ele, via-lhe principalmente a ação que acabava de praticar, e que lhe punha uma auréola. Compreendeu que a natureza generosa saltara por cima dos hábitos pausados e elegantes do moço, para arrancar à morte uma criança que ele nem conhecia. Falaram do assunto até a porta da casa delas; Maciel recusou, agradecendo, a carruagem que elas lhe ofereciam, e despediu-se até à noite.
- Até a noite! repetiu Maria Regina.
- Esperou-o ansiosa. Ele chegou, por volta de oito horas, trazendo uma fita preta enrolada na mão, e pediu desculpa de vir assim; mas disseram-lhe que era bom pôr alguma coisa e obedeceu.
- Mas está melhor!
- Estou bom, não foi nada.
- Venha, venha, disse-lhe a avó, do outro lado da sala. Sente-se aqui ao pé de mim: o senhor é um herói.
Maciel ouvia sorrindo. Tinha passado o ímpeto generoso, começava a receber os dividendos do sacrifício. O maior deles era a admiração de Maria Regina, tão ingênua e tamanha, que esquecia a avó e a sala. Maciel sentara-se ao lado da velha. Maria Regina defronte de ambos. Enquanto a avó, restabelecida do susto, contava as comoções que padecera, a princípio sem saber de nada, depois imaginando que a criança teria morrido, os dois olhavam um para o outro, discretamente, e afinal esquecidamente. Maria Regina perguntava a si mesma onde acharia melhor noivo. A avó, que não era míope, achou a contemplação excessiva, e falou de outra coisa; pediu ao Maciel algumas notícias de sociedade.


III

ALLEGRO APPASSIONATO

Maciel era homem, como ele mesmo dizia em francês, très répandu; sacou da algibeira uma porção de novidades miúdas e interessantes. A maior de todas foi a de estar desfeito o casamento de certa viúva.
- Não me diga isso! exclamou a avó. E ela?
- Parece que foi ela mesma que o desfez: o certo é que esteve anteontem no baile, dançou e conversou com muita animação. Oh! abaixo da notícia, o que fez mais sensação em mim foi o colar que ela levava, magnífico...
- Com uma cruz de brilhantes? perguntou a velha. Conheço; é muito bonito.
- Não, não é esse.
Maciel conhecia o da cruz, que ela levara à casa de um Mascarenhas; não era esse. Este outro ainda há poucos dias estava na loja do Resende, uma coisa linda. E descreveu-o todo, número, disposição e facetado das pedras; concluiu dizendo que foi a jóia da noite.
- Para tanto luxo era melhor casar, ponderou maliciosamente a avó.
- Concordo que a fortuna dela não dá para isso. Ora, espere! Vou amanhã, ao Resende, por curiosidade, saber o preço por que o vendeu. Não foi barato, não podia ser barato.
- Mas por que é que se desfez o casamento?
- Não pude saber; mas tenho de jantar sábado com o Venancinho Corrêa, e ele conta-me tudo. Sabe que ainda é parente dela? Bom rapaz; está inteiramente brigado com o barão...
A avó não sabia da briga; Maciel contou-lha de princípio a fim, com todas as suas causas e agravantes. A última gota no cálice foi um dito à mesa de jogo, uma alusão ao defeito do Venancinho, que era canhoto. Contaram-lhe isto, e ele rompeu inteiramente as relações com o barão. O bonito é que os parceiros do barão acusaram-se uns aos outros de terem ido contar as palavras deste. Maciel declarou que era regra sua não repetir o que ouvia à mesa do jogo, porque é lugar em que há certa franqueza.
Depois fez a estatística da rua do Ouvidor, na véspera, entre uma e quatro horas da tarde. Conhecia os nomes das fazendas e todas as cores modernas. Citou as principais toilettes do dia. A primeira foi a de Mme. Pena Maia, baiana distinta, très pschutt. A segunda foi a de Mlle. Pedrosa, filha de um desembargador de São Paulo, adorable. E apontou mais três, comparou depois as cinco, deduziu e concluiu. Às vezes esquecia-se e falava francês; pode mesmo ser que não fosse esquecimento, mas propósito; conhecia bem a língua, exprimia-se com facilidade e formulara um dia este axioma etnológico - que há parisienses em toda a parte. De caminho, explicou um problema de voltarete.
- A senhora tem cinco trunfos de espadilha e manilha, tem rei e dama de copas...
Maria Regina ia descambando da admiração no fastio; agarrava-se aqui e ali, contemplava a figura moça do Maciel, recordava a bela ação daquele dia, mas ia sempre escorregando; o fastio não tardava a absorvê-la. Não havia remédio. Então recorreu a um singular expediente. Tratou de combinar os dois homens, o presente com o ausente, olhando para um, e escutando o outro de memória; recurso violento e doloroso, mas tão eficaz, que ela pôde contemplar por algum tempo uma criatura perfeita e única.
Nisto apareceu o outro, o próprio Miranda. Os dois homens cumprimentaram-se friamente; Maciel demorou-se ainda uns dez minutos e saiu.
Miranda ficou. Era alto e seco, fisionomia dura e gelada. Tinha o rosto cansado, os cinqüenta anos confessavam-se tais, nos cabelos grisalhos, nas rugas e na pele. Só os olhos continham alguma coisa menos caduca. Eram pequenos, e escondiam-se por baixo da vasta arcada do sobrolho; mas lá, ao fundo, quando não estavam pensativos, centelhavam de mocidade. A avó perguntou-lhe, logo que Maciel saiu, se já tinha notícia do acidente do Engenho Velho, e contou-lho com grandes encarecimentos, mas o outro ouvia tudo sem admiração nem inveja.
- Não acha sublime? perguntou ela, no fim.
- Acho que ele salvou talvez a vida a um desalmado que algum dia, sem o conhecer, pode meter-lhe uma faca na barriga.
- Oh! protestou a avó.
- Ou mesmo conhecendo, emendou ele.
- Não seja mau, acudiu Maria Regina; o senhor era bem capaz de fazer o mesmo, se ali estivesse.
Miranda sorriu de um modo sardônico. O riso acentuou-lhe a dureza da fisionomia. Egoísta e mau, este Miranda primava por um lado único: espiritualmente, era completo. Maria Regina achava nele o tradutor maravilhoso e fiel de uma porção de idéias que lutavam dentro dela, vagamente, sem forma ou expressão. Era engenhoso e fino e até profundo, tudo sem pedantice, e sem meter-se por matos cerrados, antes quase sempre na planície das conversações ordinárias; tão certo é que as coisas valem pelas idéias que nos sugerem. Tinham ambos os mesmos gostos artísticos; Miranda estudara direito para obedecer ao pai; a sua vocação era a música.
A avó, prevendo a sonata, aparelhou a alma para alguns cochilos. Demais, não podia admitir tal homem no coração; achava-o aborrecido e antipático. Calou-se no fim de alguns minutos. A sonata veio, no meio de uma conversação que Maria Regina achou deleitosa, e não veio senão porque ele lhe pediu que tocasse; ele ficaria de bom grado a ouvi-la.
- Vovó, disse ela, agora há de ter paciência...
Miranda aproximou-se do piano. Ao pé das arandelas, a cabeça dele mostrava toda a fadiga dos anos, ao passo que a expressão da fisionomia era muito mais de pedra e fel. Maria Regina notou a graduação, e tocava sem olhar para ele; difícil coisa, porque, se ele falava, as palavras entravam-lhe tanto pela alma, que a moça insensivelmente levantava os olhos, e dava logo com um velho ruim. Então é que se lembrava do Maciel, dos seus anos em flor, da fisionomia franca, meiga e boa, e afinal da ação daquele dia. Comparação tão cruel para o Miranda, como fora para o Maciel o cotejo dos seus espíritos. E a moça recorreu ao mesmo expediente. Completou um pelo outro; escutava a este com o pensamento naquele; e a música ia ajudando a ficção, indecisa a princípio, mas logo viva e acabada. Assim Titânia, ouvindo namorada a cantiga do tecelão, admirava-lhe as belas formas, sem advertir que a cabeça era de burro.


IV

MINUETTO

Dez, vinte, trinta dias passaram depois daquela noite, e ainda mais vinte, e depois mais trinta. Não há cronologia certa; melhor é ficar no vago. A situação era a mesma. Era a mesma insuficiência individual dos dois homens, e o mesmo complemento ideal por parte dela; daí um terceiro homem, que ela não conhecia.
Maciel e Miranda desconfiavam um do outro, detestavam-se a mais e mais, e padeciam muito, Miranda principalmente, que era paixão da última hora. Afinal acabaram aborrecendo a moça. Esta viu-os ir pouco a pouco. A esperança ainda os fez relapsos, mas tudo morre, até a esperança, e eles saíram para nunca mais. As noites foram passando, passando... Maria Regina compreendeu que estava acabado.
A noite em que se persuadiu bem disto foi uma das mais belas daquele ano, clara, fresca, luminosa. Não havia lua; mas nossa amiga aborrecia a lua, - não se sabe bem por que, - ou porque brilha de empréstimo, ou porque toda a gente a admira, e pode ser que por ambas as razões. Era uma das suas esquisitices. Agora outra.
Tinha lido de manhã, em uma notícia de jornal, que há estrelas duplas, que nos parecem um só astro. Em vez de ir dormir, encostou-se à janela do quarto, olhando para o céu, a ver se descobria alguma delas; baldado esforço. Não a descobrindo no céu, procurou-a em si mesma, fechou os olhos para imaginar o fenômeno; astronomia fácil e barata, mas não sem risco. O pior que ela tem é pôr os astros ao alcance da mão; por modo que, se a pessoa abre os olhos e eles continuam a fulgurar lá em cima, grande é o desconsolo e certa a blasfêmia. Foi o que sucedeu aqui. Maria Regina viu dentro de si a estrela dupla e única. Separadas, valiam bastante; juntas, davam um astro esplêndido. E ela queria o astro esplêndido. Quando abriu os olhos e viu que o firmamento ficava tão alto, concluiu que a criação era um livro falho e incorreto, e desesperou.
No muro da chácara viu então uma coisa parecida com dois olhos de gato. A princípio teve medo, mas advertiu logo que não era mais que a reprodução externa dos dois astros que ela vira em si mesma e que tinham ficado impressos na retina. A retina desta moça fazia refletir cá fora todas as suas imaginações. Refrescando o vento recolheu-se, fechou a janela e meteu-se na cama.
Não dormiu logo, por causa de duas rodelas de opala que estavam incrustadas na parede; percebendo que era ainda uma ilusão, fechou os olhos e dormiu. Sonhou que morria, que a alma dela, levada aos ares, voava na direção de uma bela estrela dupla. O astro desdobrou-se, e ela voou para uma das duas porções; não achou ali a sensação primitiva e despenhou-se para outra; igual resultado, igual regresso, e ei-la a andar de uma para outra das duas estrelas separadas. Então uma voz surgiu do abismo, com palavras que ela não entendeu.
- É a tua pena, alma curiosa de perfeição; a tua pena é oscilar por toda a eternidade entre dois astros incompletos, ao som desta velha sonata do absoluto: lá, lá, lá...


Assis, Machado de. Várias Histórias. W. M. Jackson Inc Editores - 1946.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

"O Messias" G. F. Händel

(...) O Oratório encontra em Georg Friedrich Händel um de seus maiores expoentes. Ao todo, Händel compôs 24 oratórios, a maioria deles na Inglaterra, onde se estabeleceu definitivamente a partir de 1712, obtendo grande sucesso, durante muitos anos, como o mais importante compositor de óperas de Londres, as quais eram representadas por sua própria companhia.
Após longo período, porém, o interesse do público pelas óperas do compositor-empresário começou lentamente a declinar, o dinheiro deixou de entrar na proporção esperada, e os débitos começaram a se acumular. Nesse momento de crise financeira, Handel, sempre um compositor de enorme estatura, foi hábil em reconquistar as platéias criando os oratórios em idioma inglês. Eram verdadeiros dramas de argumento bíblico ou mitológico, com muita utilização do coro e árias que poderiam muito bem pertencer a óperas. Já que não eram encenadas, não precisavam de cenários nem de figurinos e tinham, portanto, um custo de produção muito inferior ao de um espetáculo de ópera. O sucesso inicial obtido com Esther em 1732 mostrou-lhe o caminho a seguir. Embora não abandonasse a ópera imediatamente, passou a produzir peças dos dois repertórios.
O rápido declínio de sua companhia lírica, com cancelamento de assinaturas e um crescimento assustador do rombo financeiro, igualmente veloz, foi o que provavelmente motivou a trombose sofrida por Handel em 1737, cujas conseqüências foram uma paralisia do lado direito do corpo e um esgotamento nervoso. Após uma estação de águas, entretanto, curou-se miraculosamente e voltou a compro, emobra não conseguisse outro milagre que recompusesse totalmente suas finanças. Depois de um associação de quase 20 anos, deixou o King’s Teater e mudou-se para o mais modesto Teatre Royal de Lincoln’s Inn Fields, pensando em dedicar-se principalmente aos oratórios.
Na época, Handel havia se tornado amido de um rico industrial com veleidades de poeta chamado Charles Jennens, o qual escreveu os libretos de dois de seus oratórios, Saul e Israel no Egito. Foi o sucesso dessas duas empreitadas que levou os dois amigos, em 1741, a criação do Messias, destinada a se tornar a obra mais conhecida de Handel e um dos mais importantes oratórios da História.
O Messias foi concebido em três partes: a primeira trata da profecia do advento de Cristo, seu nascimento e suas andanças pelo mundo; a segunda narra a Paixão, a Ressurreição, a Ascensão e o triunfo do Evangelho; a terceira tem caráter de doutrina, fala da fé na existência de Cristo e na segurança de uma vida imortal.
Na elaboração de libreto, Jennens foi extremamente hábil em extrair trechos do Velho e Novo Testamento, rearranjando a ordem dos versículos sempre que necessário para conferir uma maior dinâmica à narrativa. Vejamos, por exemplo, como ele construiu o texto da passagem mais famosa deste oratório, o famoso coro Hallelujah. A origem dos versículos utilizados figura entre parênteses:

Hallelujah / For the God Omnipotent reigneth (Apocalipse 19:6)
The kingdom of this world is become the Kingdom of our Lord / and of His Christ / and He shall reign / for ever and ever. (Apocalipse 11:15)
King of Kings / and Lord of Lords / and He shall reign / for ever and ever. (Apocalipse 19:16)

A época da composição, Handel tinha 56 anos. Sua maturidade temperada pelo sofrimentos e pelas seqüelas causadas por suas enfermidades fizeram-no aproximar-se da religiosidade.
Essa descoberta da espiritualidade acontece num momento em que sua trajetória de compositor atinge o ponto máximo de sua força criativa, combinando muita inspiração com um domínio absoluto da técnica.
Handel compôs o Messias numa só arrancada, readaptando eventualmente trechos de outras obras. Levou apenas vinte e quatro dias. Durante o trabalho chegava a se esquecer de comer. Sua concentração era intensa. Conta-se que, um dia, um criado o encontrou chorando e o ouviu dizer: “Julguei ver diante de mim o Paraíso e até o próprio Deus”. Naquele exato instante, Handel havia acabado de escrever o coro Hallelujah.
Terminou a partutura – conforme anotou na capa, ao lado da sigla S.G.P. (Soli Deo Gloria), em 14 de setembro de 1741.
Handel não mais se sentia a vontade em Londres. Após 30 anos, passara a ser
Hostilizado talvez porque sua época, a da primazia da ópera de modelo italiano, havia terminado. Assim, aceitou o convite do Lorde-Tenente irlandês William Cavendish para mudar-se para Dublin, dirigindo um concerto beneficente logo em sua chegada. Comovido com a carinhosa recepção dos irlandeses, Handel tirou da bagagem a partitura inédita de O Messias, que assim foi executada pela primeira vez em Deblin, em 13 de abril de 1742, no Neal’s Music Hall.
Embora a capacidade da sala fosse de cem lugares, havia lá dentro pouco mais de setecentos espectadores, fora a enorme multidão que se acotovelava diante do teatro na Fishamble Street. Foi um grande aglomeração sem precedentes, tão grande a ponto de se comentar que Handel voltaria a escrever óperas, algo que jamais se concretizou.
Em 23 de março de 1743, O Messias foi apresentado em Londres diante do Rei Jorge II, o qual, emocionado pela beleza do Hallelujah, pôs-se de pé em sinal de respeito, gerando uma tradição que se manteve por muitos anos.
Quando recebeu as felicitações pelo grande sucesso de seu oratório, Handel respondeu, com os olhos postos no futuro: “ Lamentaria se soubesse que apenas diverti o público. O que eu queria era torna-lo melhor”.

Sergio Casoy
(Pesquisador de música lírica e professor conferencista da História da Ópera na ECA/USP)

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Projeto "Momentos Preciosos"


O projeto “Momentos Preciosos” foi idealizado pelo Conservatório Heitor Villa Lobos, localizado no Cambuci bairro da zona leste paulista, e consistiu na realização do registro sonoro de parte da obra do compositor Flávio Romano
Scognamiglio e na apresentação do “Momentos Preciosos in Concert” concerto fechado realizado no Espaço Promon no dia 30 de outubro.
A Professora Amália Vincenzo, diretora do Conservatório e produtora do projeto, através da indicação do Maestro Rodrigo Vitta, contratou o Voz Ativa Madrigal para interpretar as obras para coral.
As orquestrações e arranjos vocais das composições para orquestra e coral tiveram a assinatura do Maestro Rodrigo Vitta, que também esteve à frente dos músicos durante todo o projeto.
Foto: Natalia Miranda - Estúdio do Gato - SP.

Músicos querem Minczuk fora da Orquestra Sinfônica Brasileira

Orquestra Sinfonica Brasileira (OSB), com a regência de Roberto Minczuk
RIO - Os 62 músicos da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) formalizaram nesta quarta, 22, o pedido de afastamento de seu maestro e diretor artístico, Roberto Minczuk, junto à fundação que a administra. Insatisfeitos há algum tempo, os instrumentistas tomaram a decisão - unânime, segundo alguns deles -, na terça-feira, em assembléia. Apesar de garantirem que o próximo concerto, na Sala São Paulo, marcado para sábado, será realizado, eles sustentam que não aceitam mais ser regidos por Minczuk, que está no cargo desde 2005.
A insatisfação não vem de hoje, e se deve, conforme relatos informais (com medo de represálias, ninguém quer ter a identidade divulgada), ao fato de o maestro se ausentar com freqüência dos ensaios, por conta de suas múltiplas atividades - é diretor artístico do Teatro Municipal do Rio e da Filarmônica de Calgary, no Canadá.
O tratamento dispensado pelo maestro aos músicos é outro motivo de descontentamento (ele é tido como ríspido e autoritário), assim como o acordo coletivo apresentado a eles, com vigência a partir de janeiro de 2009, que prevê dedicação exclusiva à OSB, além do aumento da carga de trabalho. Eles também temem nova leva de demissões.
O maestro foi procurado pelo Estado na tarde desta quarta-feira, mas disse, através de uma assessora pessoal, que não se manifestaria enquanto não fosse oficialmente informado pela Fundação OSB sobre seu posicionamento. Na terça, Minczuk chegou a se reunir com os músicos, mas eles mantiveram sua posição. Já a assessoria da orquestra informou que o presidente da fundação, Eleazar de Carvalho Filho, chegará de Nova York nesta quinta, 13, e só então tomará conhecimento da situação.
Somente o conselho curador da OSB, formado por 12 pessoas, tem o poder de decidir sobre uma questão como essa. De acordo com a assessoria, o pedido dos músicos não havia sido formalizado até o fim da tarde de hoje. Preocupados, os instrumentistas esperam por um encontro com Carvalho Filho para expor suas razões. Fazem questão de assegurar que não se trata de uma greve, e que, portanto, tocarão normalmente no sábado (o concerto terá como convidado o violonista Yamandú Costa).
"O concerto de São Paulo vai sair de qualquer maneira. Quem pagou vai assistir a uma bela OSB", afirmou Ubiratã Rodrigues, violinista que preside a comissão dos músicos. Rodrigues prefere não dar declarações sobre os motivos que levaram ao pedido de demissão do maestro até que a fundação se pronuncie.
Uma das mais tradicionais orquestras do País, a OSB é mantida pela Vale e pela prefeitura do Rio. Há três anos, Minczuk assumiu o cargo no lugar de Yeruham Scharovsky (os músicos apoiavam outro nome). Na época, o regente disse estar realizando um sonho antigo, por ter estreado na OSB, como primeiro-trompista. Ele chegou com o status de ter sido regente associado da Filarmônica de Nova York, ter conduzido as filarmônicas de Israel e Londres e participado da revitalização da Osesp, como assistente do maestro John Neschling (hoje seu desafeto).
Conhecido por ser extremamente exigente - já foi chamado de o "Bernardinho da música erudita", na comparação com o técnico da Seleção Brasileira de Vôlei Masculino -, ele é reconhecido, por críticos e os próprios músicos, como responsável por uma melhora substancial da qualidade dos concertos da OSB. E também por ter conseguido elevar os salários.
O relacionamento com os músicos, no entanto, vem azedo há algum tempo, por conta de demissões e de seu temperamento. Minczuk foi alvo de outro pedido como o feito pelos instrumentistas da OSB, por parte dos corpos artísticos (orquestra, coro e balé) do Municipal. Os funcionários solicitaram seu afastamento também por suas ausências constantes.

Disponível em: http://www.estadao.com.br/arteelazer/not_art264532,0.htm
Acesso em: 22 de outubro 2008
Colabação: Luciana Pansa

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Projeto Música Preta

No ùltimo dia 05 de outubro, o Voz Ativa Madrigal entrou em estúdio para o segundo dia de gravação do Cd do primeiro registro fonográfico do mais recente projeto do grupo, o Projeto Música Preta. As gravações iniciaram-se no dia 14 de setembro, ocasião em que o grupo gravou "Deep River" e "Amazing Grace". Neste final de semana acrescentaram-se mais três faixas ao cd, são elas: "Roll Jordan Roll", "Ride the Chariot" e "Climbin’ up the Mountain".
Conforme previsto em cronograma, as peças gravadas até o momento são à capella. No entanto este trabalho também apresentará obras que serão acompanhadas e já no próximo dia de estúdio o grupo iniciará a gravação de peças acompanhadas por piano.
Giba Estebez foi o pianista convidado para participar deste projeto e será responsável pelos arranjos para piano e também será o intérprete que acompanhará o grupo tanto nas gravações quanto nos concertos e apresentações de Negro Spiritual.


Pesquisador australiano diz que mulher de Bach compôs obras

SYDNEY - Um acadêmico australiano diz ter encontrado provas de que a mulher de Johann Sebastian Bach compôs várias das obras mais aclamadas do compositor. Depois de mais de 30 anos de pesquisas que envolveram a polícia forense, o professor Martin Jarvis diz que pode provar claramente que Anna Magdalena Wilcke, a segunda mulher de Bach, escreveu vários dos manuscritos atribuídos a seu famoso marido. "Não duvido de que os 'conjuntos de violoncelo' não foram escritos por Johann Sebastian", disse Jarvis, que também rege a orquestra de Darwin, à Reuters. O investigador de estilos musicais pessoais suspeitou do trabalho de Bach quando era estudante da Academia Real de Música de Londres. Ao tocar os 'conjuntos de violoncelo', ele se convenceu de que havia algo errado. "Em 2001, eu desconstruí os fragmentos das obras e escrevi 18 razões que provam que elas não foram compostas por Bach", disse Jarvis. Ao longo dos anos, ele disse ter encontrado dois famosos manuscritos de Bach, ambos de 1713, com a letra de Magdalena. "Considerando que encontrei manuscritos de datam de sete anos antes dela ter conhecido Bach, você tem de se perguntar se há algo errado", disse Jarvis à Reuters. Ele se convenceu quando obteve uma cópia do manuscrito. Aplicando análises forenses, ele a examinou cuidadosamente e descobriu que a inscrição "Ecrite par Madam Bachen" ("escrito por madame Bachen", em vez de "copiado por") na capa do manuscrito, na letra de um músico amigo de Bach. "Então você junta todas essas peças e parece haver provas contundentes de que ela estava envolvida", disse Jarvis. Bach se casou com Anna Magdalena em 1721 e morreu em 1750.


Disponível em: http://www.estadao.com.br/arteelazer/not_art253331,0.htm
Acesso em: 10.10.08
Colaboração: Luciana Pansa

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Giba Estebez


Giba Estebez é reconhecido pianista de jazz. Possuidor de intensa carreira participou de projetos ao lado de consagrados nomes da MPB e é atualmente um dos mais importantes pianista popular de sua geração.
De sólida formação acadêmica (Licenciatura plena em música, Bacharelado em composição, Pós- graduação em música popular brasileira.), além de trabalhos como pianista, tem se dedicado a arranjos (foi responsável pelos arranjos e pela direção musical do último cd da cantora Claudete Soares e recentemente acompanhou a cantora Lucinha Lins em temporada de shows) e a composições não só para seu instrumento, mas também para grupos de câmera e formações sinfônicas. Seu trabalho composicional atual é focado em gêneros e estilos pós tonais.
Giba Estebez será responsável pelos arranjos de piano e também será o intérprete que acompanhará o Voz Ativa nas gravações e nos concertos e apresentações na primeira fase do projeto "Música Preta", fase dedicada ao Negro Spiritual.
Conheça um pouco mais do trabalho de Giba Estebez acessando o link abaixo.

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Oquestra Sinfônica Nacional faz sua estréia no exterior

A Orquestra Sinfônica Nacional, sob regência da maestrina Ligia Amadio , fez seu primeiro concerto internacional no último dia 25/09, desde que foi criada, em 1961. O concerto foi realizado no Teatro Avenida, em Buenos Aires, para um público de 2.000 pessoas. É uma espécie de pré-estréia da turnê internacional que o conjunto fará em junho de 2009, passando por Paris, Lisboa e Roma. A viagem tem apoio da diplomacia brasileira e representa um importante intercâmbio cultural para o país. Assim, o grupo retoma a missão de sua fundação, que é a de levar música brasileira para o exterior.
A solista convidada para as apresentações foi a pianista Linda Bustani. Uma prévia do repertório pôde ser conferida no dia 21/09, em concerto realizado no Teatro Municipal do Rio. O programa mescla peças de Heitor Villa-Lobos (Bachianas brasileiras nº 7) e Alberto Ginastera (Ollantay), ícones dos dois países, Brasil e Argentina. Traz ainda três danças de Camargo Guarnieri e o concerto para piano e orquestra, em sol, d o francês Maurice Ravel.
A regente conhece bem a platéia argentina. Já foi convidada para reger no Teatro Colón, atualmente em reformas, inúmeras vezes. A inclusão da peça de Ginastera é uma homenagem ao compositor, cuja produção – considerada completa por incluir obras para diversos instrumentos, orquestra, balé e ópera – influenciou até o rock progressivo de bandas como Yes, Genesis, Emerson Lake & Palmer e Pink Floyd

Jornal do Brasil
Disponível em: http://www.jbonline.com.br/ / Acesso em: 03.10.2008

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Origem do Oratório

Em 1575, a Igreja de Santa Maria in Valicella, recém-construída no bairro romano de Parione, foi designada pelo Papa Gregório XIII como sede de uma nova congregação, cuja direção foi confiada a Filippo Neri, depois beatificado. Grande educador, promovendo sempre leituras da Bíblia em cujos círculos homens do povo se misturavam a intelectuais e mucisistas, São Filippo percebeu o enorme poder da música como ferramenta de divulgação da fé e criou o hábito, em sua igreja, de apresentar aos fiéis os laudi spirituali, em que várias vozes cantavam em coro cantando histórias de fundo religioso e espiritualista. Com o tempo, essas peças foram se tornando mais longas e mais elaboradas e se constituíram num gênero com características próprias, que assumiu o nome da comunidade onde surgiu. Como o núcleo de Neri se denominava Congregazione Dell’ Oratorio, aquele tipo de espetáculo passou a chamar oratório.
Assim como a ópera, o oratório contava uma história, através do canto de solistas e coro apoiado por uma orquestra. Mas, ao contrário da ópera, não fazia uso de enenação, cenários e figurinos. Em seus inícios os argumentos eram de cunho espiritual e religioso. Os oratórios de compositores católicos narravam vidas de santos, enquanto os escritos por protestantes tinham textos extraídos diretamente da Bíblia. Depois, incorporaram argumentos seculares.
Florescente no período barroco, o oratório encontra em Georg Friedrich Handel um dos seus maiores expoentes. (...)

Sergio Casoy
(Pesquisador de música lírica e professor conferencista da História da Ópera na ECA/USP)
Programa de concerto OSESP – Setembro 2008

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

CD Dominus – Composições Brasileiras dos Séculos XX e XXI


Na comemoração de seu 10° aniversário, no ano de 2007, o Voz Ativa Madrigal lançou o CD Dominus.
Dominus é um breve panorama da mais recente produção da música sacra brasileira,aproximando um maior número de ouvintes do canto coral a capella e, especificamente, de obras contemporâneas.
Neste CD, o Voz Ativa selecionou catorze obras, buscando um breve panorama da mais recente produção da música sacra brasileira, Dominus traz composições de vários estilos, de 1914 a 2007, justapondo compositores sem se restringir aos de maior notoriedade no universo musical. Consideramos esse conjunto como representativo da música erudita brasileira, ainda que nem todos os compositores tenham nascido no país (três deles escolheram o Brasil como residência e aqui desenvolveram seus trabalhos: Furio Fransceschini, da Itália; Ernst Mahle, da Alemanha; Nibaldo Araneda, do Chile).Este é o terceiro disco do Voz Ativa e constitui mais uma etapa do Promusa-Projeto de Música Sacra, mantido de maneira permanente em nossa agenda.
A maior parte das músicas nunca havia sido gravada, com destaque para Moteto, música especialmente composta por Celso Mojola para o grupo. Também, recebemos um presente da família de Furio Franceschini: uma edição de “Nova Collecção de Canticos Sacros” 1923, para que Ricardo Barbosa produza harmonizações para coral (Alma Redemptoris Mater é a primeira mostra desse encontro).
A direção musical e artística do CD Dominus é de Ricardo Barbosa. O bem cuidado encarte traz desenhos da artista Karen Rosenbaum, projeto gráfico de Mariana Buitron.

Apoio cultural.
Editora Salesiana - http://www.editorasalesiana.com.br/

O CD Dominus está a venda nas Lojas Clássicos no endereço eletrônico:

http://www.lojaclassicos.com.br/detalhe.asp?isbn=vozativa&cat=01

Veja o repertório do disco:

  • Moteto (Salmo 100) - Celso Mojola - 2007 Solos: Regiane Martinez e Luciana Pansa
  • Kyrie - Daniel Reginato - 2001 - Recriação para coro misto a capella, Paulo Rowlands
  • Alma Redemptoris Mater - Furio Franceschini - 1914 Harmonização para coro a capella: Ricardo Barbosa (2006).
  • Ave Maria - Camargo Guarnieri - 1937 Oração pela Paz - Henrique de Curitiba - 1984 Solo: Simone Arruda, Luciana Pansa, Alberto Chavez e Fábio Carvalho.
  • Pai Nosso - Osvaldo Lacerda - 1978
  • Ave Maria - H. Villa-Lobos - 1938
  • Cor Dulce, Cor Amabile - H. Villa-Lobos - 1952
  • Ave Verum (Opuscula Sacra, opus 227) Amaral Vieira - 1988
  • Oração do Aflito (Salmo 102) - Nibaldo Araneda - 2003 Solo: Denize Meira
  • Aleluia - Ernst Mahle - 1973 Solo: Aldilei Clemente e Luciana Pansa
  • Sanctus/Ponteadoc- Aylton Escobar - 1964 Missa Breve sob ritmos populares brasileiros
  • Bênção Hebraica - Ricardo Barbosa - 2000
  • Benedicamus Domino - Robson B. Cavalcante - 1991

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Maestro Flávio Florence 1957 - 2008

É com pesar que comunicamos o falecimento, aos 51 anos, do Maestro Flávio Florence ocorrido no Hospital A. C. Camargo no último dia 20 de setembro.
Criador da Orquestra Sinfônica de Santo André, foi destacado músico e, sem dúvida, figura entre os importantes nomes da nossa música erudita.
Embora suas atividades estivessem concentradas em Santo André, cidade do ABC Paulista, seus trabalhos não se restringiam a nenhum espaço geográfico e o
reconhecimento de sua competência ultrapassou o território brasileiro.
Nossos sentimentos à família e amigos próximos.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Novo Projeto do Voz Ativa Madrigal

O novo projeto do Voz Ativa Madrigal, denominado "Música Preta", tem como objetivo o estudo dos diversos estilos e gêneros musicais originários da população afro. É sabido que a música afro-descendente influenciou e está presente na produção musical de diversos países, principalmente no continente americano. O foco do projeto é trazer estas formas de expressão para a interpretação em canto coral.

Não por acaso, o primeiro registro fonográfico do projeto será dedicado ao negro spiritual, pois a interpretação em canto coral deste gênero já é consagrada. O negro spiritual é, essencialmente, música coral, uma vez que não se limita à interpretação solística e os primeiros registros que temos notícia foram escritos para a formação coral.

O repertório é composto de obras conhecidas no repertório coral brasileiro, que, aliás, se identifica com o gênero. Todavia, para que possamos diferenciar este trabalho, alguns arranjos foram feitos exclusivamente para este projeto. Desta maneira o repertório trará aos ouvintes tanto arranjos tradicionais, visto que o grupo também se ocupará destes, como também dará a oportunidade de se ouvir algumas obras conhecidas em arranjos inéditos.

domingo, 14 de setembro de 2008

O que é Madrigal?

O termo “madrigal”, assim como vários outros da linguagem musical, tem sua origem na terminologia próprio às formas literárias, e com o passar dos tempos assumiu diversos significados. Hoje pode indicar , inclusive, um pequeno conjunto vocal dedicado à prática da música coral sem acompanhamento instrumental.
Existem autores que defendem a origem da palavra madrigal como vindo de “mandra”, rebanho, referindo a textos que tratam de assuntos pastoris; outros, que eram poesias e textos cantado na língua materna, matriz, matricália (diferentemente do que era a prática a erudita até o começo do Séc. XIII, onde o latim era a língua oficial) e, talvez, o significado de madrigal esteja mais próxima desta definição: texto cantados na língua do país.
Originariamente dizia a respeito a uma forma poético-literária da Itália do Séc. XIV. Estrofes de 3 versos, (as vezes dois) e um ritornello final com mais uma ou duas linhas, a música utilizada era geralmente distinta para os primeiros versos e para o ritornello, repetindo-se nas estrofes seguintes.
A maioria dos exemplos existente são a três vozes, com alguns poucos a duas.
Já o madrigal (poético) italiano do cinquecento deve seu estilo a Petrarca. A expressão musical em voga, a “frotolla” também um nome emprestado da forma literária que lhe servia de suporte, não possuía o requinte musical equivalente àquele dos novos textos.
Os compositores começaram, então, a buscar uma representação musical das principais idéias e sentimentos presentes nos textos. Isso levou a uma forma musical independente da forma do poema, pois não mais foi possível representar com a mesma música os sentimentos diversos das diferentes estrofes.
Na poesia italiana do Séc. XVI, havia essencialmente duas correntes: uma dita “Petrarquiana” e outra inspirada em Berni, chamada de “Bernesca”. A primeira era empregada para exprimir grandes sentimentos líricos e idéias de forte conteúdo emocional com vocabulário seleto, pondo um linguagem refinada a serviço de sentimentos rebuscados; a Segunda, utilizada para os temas de inspiração prazerosa, marcados por uma utilidade realista, até grotesca. Essas duas tendências estão presentes também na música polifônica profana da época e atravessam a escrita musical continua e ornamentada do madrigal, como também a escrita ritmada e estrófica de chansonnettes, villanelle e outras obras de mesma ordem. Disseminado por toda a Europa, o madrigal assumiu cada vez mais características dramáticas, principalmente na Itália, dando espaço às mais diferentes experimentações musicais, como os madrigais cromáticos de Scheidet ou Gesualdo. Infiltrou-se na música sacra, gerou conjuntos de obras que beiravam a teatralidade (comédias madrigalescas de Vecchi e Banchieri) sobrevivendo até o início do barroco. (...)

Maestro Abel Rocha
Programa de concerto Julho temporada 2002 – OSESP

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Voz Ativa entra em estúdio para gravação do seu 4º Cd

No próximo domingo (14 de setembro), o Voz Ativa iniciará a gravação de seu 4º Cd. Desta vez o repertório será dedicado ao negro spiritual. O objetivo é a continuidade da pesquisa em interpretação de canto coral. Este cd é o primeiro passo do mais recente projeto do Voz Ativa Madrigal que prevê o estudo aprofundado da música negra de diversas partes do mundo e sua interpretação em canto coral. A maioria dos Arranjos foram feitos especialmente para o projeto o que trará novidades na harmonia tradicional do gênero.
Acompanhe a gravação acessando nosso blog, aqui faremos um diário de gravação.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

VOZ ATIVA NA RÁDIO USP

Todos os domingos das 22H00 às 23H00 a Rádio USP (FM 93,7) leva ao ar o programa “Canto Coral” apresentado pela Profª. e Musicista Susana Igayara. No dia 31 de agosto de 2008 o programa foi exclusivamente dedicado ao Voz Ativa Madrigal com a apresentação do Cd “Dominus”, lançado em dezembro de 2007. Acesse o link abaixo e ouça o programa na íntegra.

:: Rádio USP : FM 93,7 : Canto Coral : 31 de agosto de 2008 ::

segunda-feira, 25 de agosto de 2008


Concerto Sacro Erudito - Alphaville - maio/2008