quinta-feira, 30 de abril de 2009

Concerto Coral CulturaInglesa Cancelado.

Sinto informar que a apresentação do Coral CulturaInglesa - dom. -03-05-09 - 12h00 - Páteo do Collegio, FOI CANCELADA. Por causa da Virada Cultural, a Pça Páteo do Collegio será interditada (não circulará carros) e totalmente ocupada com 24h de shows, ininterrúptos, o que impossibilita nossa apresentação. Agradeço a compreensão

Miriam Farina
Regente Assistente

Crítica ou Observações? - Sinfonia Fantástica de Hector Berlioz na Sala São Paulo

No início desta semana, dias 27 e 28 de abril, a Sociedade Cultura Artística de São Paulo abriu a temporada 2009 com a Sinfonia Fantástica de Hector Berlioz interpretada pela Orchestre Des Champs-Élisées dirigida pelo Maestro Philippe Herreweghe, regente titular, em concerto realizado na Sala São Paulo.
Tido com um dos mais importantes regentes da atualidade Philippe Herreweghe deixou claro porque ocupa este lugar. Com segurança e domínio dirigiu a orquestra de maneira impecável e conferiu personalidade a sua bela interpretação. Desnecessário dizer que para alcançar o resultado apresentado a qualidade dos músicos é mister.
O concerto foi apresentado em uma linguagem contemporânea utilizando três telões instalados acima da orquestra cujas imagens contracenavam com os seis atores no palco.
De igual qualidade eram os atores e os solistas, com destaque para o Tenor Robert Getchell que, possuidor de um timbre singular, já nas primeiras notas inundou a sala com sua capacidade vocal e interpretativa. Não menos merecedor de destaque foi o ator Marcial di Fonzo Bo, argentino que foi a França estudar e atualmente é considerado “uma estrela em ascensão no cenário teatral francês”. Destaca-los não desmerece o trabalho do barítono Pierre-Yves Pruvot, que se apresentou com competência assim como as atrizes que confirmaram a interpretação de origem francesa do espetáculo em uma atuação cheia de sensualidade.
Também o grupo de cantores brasileiros, intitulado Coro São Paulo, teve impecável atuação, embora não seja um corpo estável, a Maestrina Naomi Munakata demonstrou ser especialista em reunir competências para concertos como estes. O grupo, segundo informações de cantores que participaram do concerto, foi muito elogiado por Phillipe Herrreweghe que disse ter ficado impressionado com a qualidade dos cantores.
A obra foi apresentada em sua íntegra, ou seja, com a apresentação de “Lélio, ou o Retorno a Vida” logo após a apresentação da Sinfonia Fantástica. Este formato foi determinado pelo próprio Berlioz que também deixou instruções para a disposição da orquestra e coral, o que não foi possível por não ser o espaço um teatro e sim uma sala de concertos, no entanto o recurso de luz utilizado, embora não proporcionasse o mesmo efeito de uma cortina, criou um efeito interessante.
Efetivamente um grandioso espetáculo que proporcionou aos que estavam preparados para vê-lo com um olhar adequado, uma singular demonstração de competências e foi exatamente neste ponto que vi todo meu deslumbramento pelo espetáculo ser profundamente incomodado por pessoas que de alguma maneira não estavam preparadas para assisti-lo, não só por conta da extensão do programa, mas também, e ouso dizer principalmente, porque não tinham suporte cultural (ou acadêmico) para entender a proposta interpretativa apresentada.
A sociedade de Cultura Artística é uma instituição de valor inquestionável. Os mais importantes concertos que acontecem no Brasil são sediados pela cidade de São Paulo graças à competência administrativa e responsabilidade social de associados e colaboradores desta importantíssima instituição cultural, no entanto, é fácil observar que os concertos promovidos pela Cultura Artística é tido por aqueles que os freqüentam mais como um evento social do que artístico. Não sei dizer qual o número de associados que freqüentam tais concertos, o que posso dizer é que certos comentários que ouvi e certas atitudes, principalmente na segunda parte do concerto, demonstram que muitas pessoas que ali estavam não sabiam o que iriam ver e/ou não entenderam o que estavam vendo.
Não pretendo aqui interpretar a proposta cenográfica e de vídeos de Jean-Philippe Clarac e Olivier Deloeuil, que ao final da sinfonia faz com que quatro atrizes se desnudem no palco. Fica claro que não é possível entendimento do porque da cena se quem a vê só construiu capacitação intelectual para interpretar o nu e a sexualidade como vergonhoso e imoral. Se a nós interessasse discutir o porquê de tal postura teríamos que investigar inúmeros fatores e se nos aplicássemos nesta tarefa certamente teríamos explicações que nos deixariam menos incomodados. Mas como explicar a constante movimentação de pessoas saindo da sala de concertos em meio à segunda parte. Talvez ignorância sobre quais comportamentos são adequados em uma sala de concertos, talvez compromissos, talvez “saco cheio”, não importa o motivo, o que salta aos olhos é que as pessoas que assim procederam não tinham idéia do que iriam assistir. Poderiam estar interessados em sair um pouco de casa, em “fazer social” com amigos e parentes, em promover um motivo para jantar fora, poderiam estar interessados em impressionar alguém, promover “status” cultural ou mesmo penso que existiam também aqueles que tratam a possibilidade de ver concertos internacionais da mesma maneira que tratam qualquer coisa que seu dinheiro pode comprar , seja qual for o motivo que os fizeram sair da sala em meio a segunda parte do concerto incomodando àqueles que ali estavam porque estavam interessados no que o espaço se propõe, seja qual for o motivo isto só pode ser traduzido por uma expressão, falta de educação.
Escrevi em um dos meus textos em momento de reflexão sobre a música uma frase que pode bem traduzir o que senti naquele momento “a arte depende do capital para sobreviver, mas infelizmente a recípocra não é verdadeira”. Neste sentido o discurso de "Lélio" era impressionantemente adequado, lamentável é que os que precisavam conscientizar-se do seu conteúdo não entendiam sua fala.

Ricardo Barbosa

quarta-feira, 29 de abril de 2009

CONCERTO CORAL CULTURAINGLESA

No próximo domingo, dia 03 de maio o Coral CulturaInglesa, sob a regência de Marcos Júlio Sergl e com Marcos Alves da Gama ao orgão , apresentará concerto de música Sacra na Capela Beato Anchieta (Páteo do Colégio).


No repertório:

- William Byrd - Ave Verum Corpus
- Giovanni Pierluigi da Palestrina - Sicut Cervus Desiderat
- W.A. Mozart- Laudate Dominum
- W.A. Mozart - - Regina Coeli
- John Rutter - A Gaelic Blessing
- John Leavitt - Hodie
- John Rutter - Magnificat:
n 1 - Magnificat Anima Mea
nº 2 - Of a Rose, a Lovely Rose
nº 4 - Et Misericordia
nº 7 - Gloria Patri
- Negro Spiritual - Arranjo Mark Hayes - Swingin´ With the Saints
- Negro Spiritual - Arranjo Robert De Cormier - Obey the Spirit of the Lord

As sopranos Eunice Cabral e Miriam Farina estarão atuando também como solistas.

Serviço:

Concerto Coral CulturaInglesa
03 de Maio de 2009 - Domingo - 12h00
Praça Páteo do Colégio, 02 - Centro - São Paulo - SP.
Entrada Franca

ORQUESTRA RIO CAMERATA

A Oquestra Rio Camerata realiza amanhã, 30 de abril às 19h30 no Auditório da Universidade Santa Úrsula sob a batuta do Maestro Israel Menezes, o concerto de abertura da temporada 2009.

No repertório:

- Abertura de “Susanna” - G.P. Handel
- Concerto grosso em La maior - G. P. Telemann (Reinaldo Pacheco/William Stayner, flautas)
- Concerto em sol menor para oboé e Orquestra -L. A. Lebrum - Solista: Harold Emert
- Sinfonia KV 22 - W. A. Mozart
Serviço:
Orquestra Rio Camerata
Concerto de abertura da temporada 2009
Dia 30 de Abril- Quinta feira- 19h30
Auditório da Universidade Santa Úrsula
Rua Farani, 42- RJ- Tel : 2554 2500
Entrada franca

terça-feira, 28 de abril de 2009

Programa Educacional tem recorde de inscrições no primeiro semestre de 2009

Importante programa educativo-musical promovido pela Fundação Osesp, o programa Descubra a Orquestra obteve recorde de inscrições desde a sua implementação, em 2001: para o primeiro semestre de 2009, mais de 29.200 alunos foram inscritos para assistir os concertos didáticos e ensaios geraisabertos (mais de 5.500 alunos inscritos não puderam ser atendidos por falta de vagas).

O programa teve 13 escolas inscritas nas Atividades na Osesp (seis na Gincana Musical e sete no Fazendo Música) - 84% das escolas atendidas pertencem à rede pública de ensino (estadual ou municipal).


Os cursos de educação musical receberam 282 inscrições de professores, que devem aplicar o conhecimento adquirido em sala de aula.


Colaborou: Regiane Martinez

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Recital Vioncelo e Violão no Sesc de Santos

No próximo dia 03 de Maio, domingo, às 11H00 o Sesc Santos apresentará concerto com formação pouco comum, violoncelo e violão.
O experiênte Prof. Ubaldo Rizzaldo Jr e Fabrício L Leite, cello e violão repectivamente, apresentarão o seguinte repertório:

Musette BWV a.126 - Anônimo
Cant.BWV156 - J S Bach
Largo (Xerxes) - G. Haendel
Adagio - B. Marcello
Serenade - J. Haydn
Minuet - L. Bocherini
Minuet “Eine Kleine”- W. Mozart
Minuet “D.Giovanni”- W. Mozart
Allegro in D - W.Mozart
Ave Maria - F.Schubert
Walzer - F. Schubert
Noturno nº1 - F. Burgmuller
Elegia - G. Bottesini
A fé (opus 95 n 1) - G. Goltermann
Valse - P. Tchaikosky
Serviço:
Recital Ubaldo Rizzaldo (vionloncel0) Fabrício Leito (Violão)
Sesc - Santos -
03/05/09 - 11H00 - Domingo
Entrada Franca

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Prêmio Carlos Gomes - Votação Popular

Como acontece todos os anos, a organização do Prêmio Carlos Gomes de Ópera e Música Erudita está com a votação popular aberta para a edição 2009.
Fato é que nem sempre os especialistas, com seus critérios acadêmicos, possuem a mesma opinião dos que consomem arte. Além de contribuir para que seu artista ou espetáculo preferido tenha reconhecimento seu voto sempre terá importante significado, pois ao artista não cabe fazer arte para críticos ou para ganhar prêmios, a meta, por motivos óbvios, sempre será o público.
Tal constatação não tira, de maneira nenhuma, a importância do prêmio. Iniciativas como prêmios e homenagens trazem aos que se dedicam a arte seja promovendo, fazendo ou consumindo, um alento a quem cotidianamente lida com a adversidade.
Para conhecer os indicados e votar basta entrar no site do prêmio, o endereço é: www.premiocarlosgomes.com.br
Participe.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Cortinas Lyricas 2009

Oficina 2009 no próximo domingo, dia 26 de abril, às 19h.

Venham saborear conosco um repertório de árias e duetos, de algumas das maiores composições operísticas de todos os tempos neste templo nacional do teatro.
Este Especial de Gala faz parte do projeto Cortinas Lyricas do Oficina, iniciativa da soprano e atriz da companhia Oficina Uzyna Uzona, Naomy Schölling, que, desde abril do ano passado, leva música erudita a preços populares ao espaço teatral do Bixiga.
A série de apresentações é o chute inicial de um projeto maior que visa a estruturação de um Núcleo Alternativo de Ópera no Teat(r)o Oficina.

CORTINAS LYRICAS DO OFICINA – ESPECIAL DE GALAS

Sopranos:
Anita Cecília
Denize Meira
Naomy Scölling

Mezzo-Sopranos:
Annick Duboisca
Tarina Justus Fischer

Tenor:
Diocleir Baulé

Barítonos:
Luiz Eduardo Frin
Marcos Fernandes

Piano:
Aimar de NOronha Santinho
Xavier Bartaburu

Apresentadores:
Rafael Sens
Juliana Santinho Moraes

Cortinas Lyricas do Oficina – Especial de Gala

Direção Musical: Aimar de Noronha Santinho e Xavier Bartaburu
Movimentação Cênica: Criação do grupo, sob coordenação geral de Naomy Schölling
Produção: Do grupo, sob coordenação geral de Naomy Schölling
Produção Festival Outono: Mariano Mattos Martins e Teatro Oficina

Serviço:
Dia 26/4, domingo, às 19h
Duração: 75’
Local:
Teat(r)o Oficina
Rua Jaceguai, 520, Bela Vista, São Paulo, tel.: 11- 3106-2818, http://www.teatroficina.com.br/
Ingresso: R$ 10,00 e R$5,00 (meia e lista de convidados)
Classificação: Livre

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Violinista da Osesp representa o Brasil em projeto de orquestra global formada pela Internet

No dia 2 de março, a violinista Irina Kodin foi anunciada como uma das selecionadas para a Youtube Symphony Orchestra e tocou - ao lado de músicos de 30 países - no Carnegie Hall, em Nova York.

Mais de 3 mil candidatos de diversos países participaram do processo de seleção para a orquestra global.

A triagem feita pelo júri reduziu este número para 200 na segunda fase, quando a votação para selecionar os músicos que integrariam a orquestra ficou a cargo do público. “A mídia começou a divulgar que seis brasileiros concorriam na segunda fase e o meu nome apareceu entre os candidatos, pois havia escolhido a opção ‘Brasil’ ao me cadastrar no site para participar do concurso. A partir desse momento, comecei a receber muitos comentários de apoio em português nos vídeos que disponibilizei”, diz a violinista.

A première no Carnegie Hall, dia 15 de abril, está disponível em vídeo no Youtube.

Colaborou: Regiane Martinez

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Voz Ativa em Araçatuba e Birigui


Neste último final de Semana, quanto os cristãos relembraram a sexta-feira da paixão e comemoraram a páscoa, o Voz Ativa Madrigal esteve em Araçatuba e Birigui para a apresentação de "Concertos de Páscoa", evento promovido e patrocinado pelo Sesc Birigui.
Os concertos que aconteceram na Paróquia Santana de Araçatuba, na Igreja da Matriz e Igreja N. S. de Fátima em Birigui tiveram em seu repertório obras de compositores universais que possuem em seu conteúdo referencias a Semana Santa, Sábado de Aleluia e Páscoa.
Graziela, da equipe do Sesc, ao final do primeiro concerto se mostrou surpresa com a receptividade do público, “Embora não seja uma música que eles costumam ouvir, fiquei surpresa com a reação, eles gostaram muito, fico feliz com o resultado”. Neste sentido o Sesc Birigui cumpriu seu propósito de levar a música não comercial a um público que, por motivos diversos, não acessam esta expressão artística.
Ricardo Barbosa, regente do Voz Ativa Madrigal, também avaliou favoravelmente os resultados dos concertos: “O público foi muito respeitoso e receptivo, as atividades religiosas deste período se intensificam consideravelmente, tanto em quantidade quanto em extensão dos eventos, neste sentido os fieis, por vezes, são muito exigidos. Promover concertos após atos religiosos é estender em muito a permanência dos fieis nos templos e isto pode provocar desinteresse do público, mas em todas as nossas apresentações a maioria ficou para o concerto e, mesmo cansadas, nos receberam com carinho e retribuíram nossa música aplaudindo, por diversas vezes, em pé. Uma experiência importante para o grupo”
Não é a primeira vez que o Voz Ativa se apresentou nestas cidades. Em 2008 o grupo esteve em Araçatuba para apresentar “Elementos Brasil” show de MBP e em Birigui para apresentar “Dominus” concerto sacro erudito.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Histótia do Canto Coral - O Concílio de Trento (1545-1563)



O Concílio de Trento foi convocado pelo Papa Paulo III. Era uma reunião de legados papais, bispos e teólogos realizada pela Igreja Católica. Dentre as diversas medidas e posturas tomadas para combater o protestantismo, o Concílio inicialmente proibia a música polifônica na igreja, pois a polifonia confundia os fiéis e os textos litúrgicos estavam passando para segundo plano. Mas graças a genialidade de Alessandro Palestrina na sua composição "Missa Papae Marcelli", dedicada à sua Santidade, seu protetor. Somente a música profana que foi banida da igreja católica. Conta a lenda que numa noite os anjos desceram do céu ao seu quarto, situado no sótão de um dos prédios mais altos de Roma, perto da Catedral de São Pedro, e entoaram uma maravilhosa polifonia. Palestrina, com as mãos trêmulas, simplesmente se limitou em transcrever o que escutava.


Somente a partir do Séc. XV é que o Coro começa assumir a estrutura que é adotada atualmente. Evidentemente, esta estrutura tem suas raízes e práticas nos tempos que a precederam. A prática antiga já estabelecia que qualquer agrupamento, por menor que fosse, tinha que ser conduzido em unidade por alguém que mantivesse e guardasse essa unidade. Isso já era constatado desde o “Chóregos” grego com sua responsabilidade de condução, passando pelo “Magister” na igreja da baixa Idade Média. O desenvolvimento processa-se com uma série de mudanças e reformas. Em 1324 aparece o cânone “Summer is incumen in” na Inglaterra. Era uma sonoridade estranha para os padrões da época, mas que contribuiu de maneira decisiva para o desenvolvimento posterior do coro. Em 1330 aparece pela primeira vez uma missa completa a mais vozes - “Missa de Tournais” e a missa de Machaut de 1364.


A prática coral foi cada vez mais se desenvolvendo e se desligando do Clero. Irmandades foram surgindo no sentindo de dedicar-se a música. Inicialmente, somente a música sacra era permitida, mas aos poucos a música profana começou a fazer parte. Para essas irmandades, o importante não era somente cantar, mas também de estudar. Estabeleceram-se escolas de canto e os grupos eram formados por “Dormitoriales” - que dormiam nas escolas e que também eram responsáveis pelos serviços da igreja, e por grupos externos de amadores.


Os Coros de escolas também assumiam compromissos com o canto coral e figural. A expressão máxima da forma coral é atingida no alto Barroco com J.S.Bach e Haendel. A “Paixão” e a “Cantata”, são juntamente com o “Oratório”, os gêneros mais cultivados. A função do coro não era mais exclusivamente litúrgica, encontrando-se bem afastada de sua origem. A partir dessa época criam-se associações de canto e outras agremiações congêneres que visavam a prática do canto coral, agoira no terreno profano. A partir daí inúmeras escolas, fundações, conservatórios, são fundados visando a restauração e renovação da prática coral.


No Séc. XIX, o canto coral passa a ser disciplina obrigatória nas escolas de Paris. Nessa mesma época surge a idéia dos Festivais de Música. A prática coral assumia agora, um caráter e compromisso mais social. O Séc. XX aprimora certas práticas e tenta voltar às origens de cada estilo, procurando através da pesquisa, não falsear o espírito da época em que a obra foi criada. Cada obra de arte é um espelho de sua época.


Antes de encerrarmos o capítulo sobre a história do canto coral, é importante ressaltar que em épocas passadas os Coros eram mantidos e estimulados pelos Reis, pelo Clero e pelas pessoas mais abastadas. Este apoio visava manter os grupos de música para as festividades locais e para disseminar a doutrina religiosa, atrair e integrar os fiéis às igrejas. Também foi o elemento principal do acervo musical presente em nossos dias. A Igreja foi responsável pela conservação e divulgação da música erudita através dos tempos.


Eduardo Fonseca


Disponível em: http://www.luteranos.com.br/101/coral/artigos4.htm - Acesso em: 16.02.09

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Tesouros não tão ocultos

Um homem desce de uma estação do metrô. Ele veste jeans, camiseta e boné e carrega uma caixa de violino. De repente, ele abre a caixa, remove o instrumento e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa na hora do rush. Sua música é divina, mas ninguém se dá ao trabalho de parar para ouvi-lo. Estão todos apressados, às voltas com seus compromissos e preocupações cotidianas. Ninguém tem tempo para ouvir o músico. No entanto, poucos dias antes, as pessoas chegaram a pagar ingressos de até mil dólares para ver aquele artista em um concerto no Symphony Hall de Boston. Seu nome é Joshua Bell e ele é considerado um dos maiores violinistas do mundo.
O violino que ele tocava no metrô era um raríssimo Stradivarius, avaliado em mais de três milhões de dólares. A iniciativa de levá-lo incógnito ao metrô foi do jornal The Washington Post, que pretendia lançar um debate sobre valor, contexto e arte. O resultado desse experimento provoca uma instigante reflexão. Será que estamos perdendo a capacidade de olhar, ouvir e apreciar? Fechados em nossos pequenos mundos, ignoramos os tesouros que estão à nossa volta. Esses tesouros podem ser um talento que negligenciamos, relacionamentos que esquecemos de cultivar, sonhos que abandonamos na gaveta da memória. Às vezes eles assomam nos momentos mais inesperados, como o violinista vertendo sua alma na saída do metrô.
Mas nós estamos muito ocupados para ouvi-lo...

Ricardo Bellino

Colaborou: Prof. Ubaldo Rizzardo Jr

terça-feira, 7 de abril de 2009

Premiados Concurso Maria Callas - Versão 2009

1º Grande Prêmio Feminino Categoria Câmara: não foi outorgado
1º Grande Prêmio Feminino Categoria Ópera: ANA LUCA BENNEDETTI, mezzo-soprano (SP) 1º GRANDE Prêmio Masculino Categoria Câmara: ROBSON TAVARES, barítono (SP)
1º GRANDE Prêmio Masculino Categoria Ópera: não foi outorgado
Melhor Intérprete de Carlos Gomes: não outorgado
Melhor Intérprete de Mozart: LYS NARDOTO, soprano (BRASÍLIA)
Melhor Intérprete de Haydn: não outorgado
Prêmio Especial Revelação: CAIO DURAN, tenor (SP)
Prêmio Especial do Público: ROBSON TAVARES, barítono (SP)

Prêmios Especiais :

PRÊMIO ESPECIAL (R$ 2.500,00):
SEBASTIÁN DE LOS SANTOS, Contratenor (URUGUAI)
ALZENY NELO, soprano (RN)

PRÊMIO ESPECIAL (R$ 2.000,00)
KARLA ARAUJO, soprano (RJ)

PRÊMIO ESPECIAL (R$ 1.500,00):
LINDSAY FUNCHAL, soprano (MG)

PRÊMIO ESPECIAL PARA OS PIANISTAS:
ALFREDO ABBATI e RAFAEL ANDRADE

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Nova Lei Roanet terá mais presença do governo - Entenda um pouco mais

Desde o dia 23 de março, o ministério da Cultura e a Casa Civil apresentou para consulta pública o Projeto de Lei que cria o Programa de Fomento e Incentivo à Cultura. Em outras palavras, trata-se de uma remodelação da Lei Rouanet, da criação da nova Lei de Financiamento de Atividades Culturais.
O projeto já está há mais de uma semana na Casa Civil e no ministério da Fazenda. Terra Magazine teve acesso à integra da proposta e publica logo abaixo o seu cerne e contornos.
Objetivo central, segundo a ótica do ministério dirigido por Juca Ferreira: democratização dos processos de decisão e aplicação dos investimentos públicos em cultura e diversificação das fontes de investimentos.
O que isto quer dizer, o que há por trás desse fraseado?
O fraseado nasce, no entender do governo, de números incontestáveis. Nos 17 anos de vigência da Lei Rouanet R$ 8 bilhões foram repassados para atividades culturais Brasil afora. Nos últimos 5 anos, para que se tenha uma ideia, a metade, 50% do dinheiro aplicado em projetos culturais foi destinado, concentrado, em apenas 3% dos que captavam.
Repita-se: a metade do investido nos últimos 5 anos ficou nas mãos de 3% dos que pretendiam fazer filmes, encenar peças de teatro, montar shows, orquestras, concertos, escrever livros...
E "Brasil afora", como dito aí acima, não é o termo exato. Para ser exato: em 2007, 80% dos recursos foram destinados a estados do Sudeste e do Sul. O Nordeste captou 6% e o Norte 3%. E mesmo no Sudeste são flagrantes as distorções.
O bravo Espírito Santo, por exemplo, obteve algo como 1% do destinado ao Sudeste; estar encravado entre a Bahia e o Rio de Janeiro, fortíssimos pólos de amplíssima produção cultural, não deve bastar para explicar tanta distorção.
O que pretende e anuncia o MinC é, principalmente, inverter os vetores de financiamento ao tempo
em que inverte também a lógica desse financiamento.
Mais uma vez cabe a pergunta: O que há por trás do fraseado?
Há a lógica da Lei Rouanet ao longo desses 17 anos e há o que buscará o governo.
Oitenta por cento do total de investimentos realizados pelo governo federal entre 2003 e 2007 foram feitos através do mecanismo de renúncia fiscal. Ou seja: uma empresa, qualquer uma que o deseje, abate parte dos impostos que deve ao governo federal (teto de 4%) e aplica em cultura.
A idéia de um mecenato ficou no papel e no marketing das empresas privadas, a se levar em conta os números e argumentos do MinC. Um deles: de cada R$ 10 investidos pelo canal da renúncia fiscal apenas R$ 1 vem diretamente das empresas privadas.
O que anuncia querer o governo? Inverter o vetor. Assim, embutida em expressões tipo "republicanização", e na nova legislação proposta, está a inversão do caminho.
O que tinha a proporção de 80% a 20% no jogo "Mercado e Poder Público" passará a ter o balanço de 25% a 75%, invertido, está claro, o vetor: aumentaria a capacidade de investimento direto do Estado e terá que crescer o investimento direto, e também o risco, do setor privado. Do chamado "mercado".
A distribuição se dará, a ir adiante a nova lei, a partir de 4 fontes. Digamos que cada uma delas com a participação de 25% na confecção desse novo bolo.
O bolo total do investimento em cultura é hoje de uns R$ 2 bilhões. O orçamento do MinC é de R$ 800 milhões e a renúncia fiscal gera outros R$ 1 bilhão e 200 milhões. O MinC sonha com um bolo futuro de R$ 4 bilhões, no total.
A forma do novo bolo teria quatro fontes, responsáveis por 25% cada uma delas.
Os primeiros 25%, via administração direta, recursos do Tesouro.
A renúncia fiscal seria responsável pela segunda porção, outros 25%, e a contrapartida dos investidores privados aportaria uma terceira porção de 25%.
(Hoje a renúncia responde por 73% do total investido em cultura no Brasil e o orçamento do MinC a apenas 10%. Já a iniciativa privada mesmo só investe diretamente 5% na cultura, como contrapartida da renúncia fiscal. O Fundo Nacional da Cultura entra com os restantes 12%.)
A quarta e última porção de 25% viria do Fundo Nacional de Cultura. O novo fundo será composto por recursos do Tesouro e com a criação de uma loteria federal da cultura.
Essa é primeira grande mudança buscada pela lei, fortalecer o Fundo Nacional de Cultura. Isso, entende o governo, permitirá a democratização dos investimentos e dos processos de decisão. O novo Fundo terá um Conselhão, o Conafic, com representantes de 20 setores da sociedade com
interesse direto nos financiamentos.
Além do Conselhão, o Conafic, os critérios de análise serão públicos e previamente divulgados para acompanhamento de quem o desejar. Na mesma linha de maior transparência, anuncia o governo, haverá um sistema de pareceres, com experts externos em cada setor sendo chamados para análise de projetos.
Se hoje 80% dos investimentos são dependentes e pautados pelo mercado, no entendimento do governo manter esse modelo seria deixar a cultura refém da crise. E do mercado também em crise.
A nova Lei é uma ação anti-crise; esse será um dos discursos do governo na embalagem do projeto que, por isso mesmo, anunciará a pretensão de fortalecimento do papel do Estado. O fortalecimento do Fundo teria esse objetivo: criar mais oportunidades de investimentos, mais fontes de recursos.
Se hoje o investimento privado direto está pouco acima dos R$ 100 milhões, estima o governo que a cultura receberia pelo menos R$ 1 bilhão de investimento direto do mercado privado no novo cenário.
Já está na praça um dos ataques à nova lei: dirigismo cultural. O Estado estaria buscando cooptar os "fazedores" de cultura.
A resposta também já está elaborada pelo governo: além do Conselhão de representantes, existirão os critérios prévios e públicos.
Outro eixo da mudança seria a criação de novos mecanismos de financiamento. Hoje o Fundo só pode dar dinheiro a fundo perdido. Pela nova lei, o fundo perdido será mantido, mas seriam criadas as possibilidades de empréstimos, de parcerias com projetos e com associação a resultados econômicos; se der lucro, a parte que corresponde ao investimento público retorna ao Fundo - o mesmo modelo existente na pesquisa científica.
Entende o ministro Juca Ferreira, e tem repetido isso a artistas e produtores de cultura, que a nova lei evitará "a passagem do pires", a dependência diante das empresas e produtores que atuam na área.
Segundo tal entendimento, quem deseja produzir poderá ir direto ao Estado, sem passar pelos agentes intermediários, sem tornar-se refém de quem tem conhecimento pormenorizado das leis e dos caminhos para os financiamentos.
Os agentes, por seu turno, antevêem a classe artística refém do Estado.
Entre as mudanças, outras duas: hoje o que é financiado pelo Estado não pode, por exemplo, ser transmitido numa TV pública, por conta dos direitos autorais. A nova Lei prevê a exibição pública das obras depois de três anos. Segunda mudança: o dinheiro da renúncia não poderá ser revertido para o benefício próprio da instituição que a utilizou.
Explique-se. A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo capta pela Lei Rouanet para investir na orquestra. Entende o governo federal que o investimento deveria ser do próprio governo de São
Paulo.
Por fim, mas não por último, dentro da lógica de democratização do acesso, a nova Lei prevê o Vale Cultura. O valor imaginado é de R$ 50 mensais, quantia esta composta em parte pelo trabalhador e em parte pelo empregador - como no Vale Refeição, cada empresa adere se quiser. O tíquete daria acesso a shows, cinemas, teatros, concertos, serviria para a compra de livros...

Bob Fernandes

Colaborou: Luciana Pansa

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Para quem gosta de Jazz

BOSSA BRASILLIS
Giba Estebez: Teclado
Airton Fernandes: Baixo
Victor Ricelli: Bateria
Teta Jazz Bar: Quarta feira 1/03 as 23 00
Rua Cardeal Arcoverde, 1265 - São Paulo - SP
Teta Jazz Bar tel 3031-1641
Homenagem aos grandes Trios de Bossa-Nova da década de 60.
Visitando nossa página no Myspace você poderá ouvir 6 faixas do nosso CD
http://www.myspace.com/bossabrasileira

Giba Estebez Trio
Teta Jazz Bar: Sabado dia 4/03 as 23 00
rua Cardeal Arcoverde, 1265 - São Paulo - SP
Teta Jazz Bar tel 3031-1641
http://www.myspace.com/gibaestebeztrio

Curso Gratuíto de Música - Escola do Auditório Ibirapuera - SP

Estão abertas as inscrições para o processo seletivo da Escola do Auditório Ibirapuera que se propõem ao ensino da música brasileira ao longo de 4 anos.
Na escola, os alunos recebem gratuitamente 16h/aula semanais em aulas práticas e teóricas, individuais (técnicas) e coletivas (percepção).
Para ingressar na escola, haverá uma prova teórica, uma prática do instrumento que desejarem estudar, e uma entrevista. A seleção é classificatória.

Vagas existentes
- 7 vagas para canto e vagas para instrumentos

Requisitos
- Idade entre 11 e 18 anos
- Ser aluno da Rede Pública
- Leitura musical
- Conhecimento Intermediário
Obs: é necessário ter experiência musical.

Processo Seletivo
- Prova teórica (4 de abril)
- Prova Prática e Entrevista (8 de abril)
- Resultados (9 de abril)
Inscrições e mais informações:
(11) 3629-1067 - com Camila ou Sidney
http://www.auditorioibirapuera.com.br/

Colaborou: Theo Kardos

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Reforma da Lei Rouanet - Consulta Pública

Como já noticiado em diversos meios de comunicação a Lei Rouanet está em processo de revisão e adequação.
Na atual fase todo e qualquer brasileiro pode opinar sobre quais cláusulas devem ser desconsideradas, quais necessitam de reformulação assim como apontar falhas e pontos não previstos.

Como participar da consulta

Se você tem sugestões de alteração à proposta de lei que cria o Programa de Fomento e Incentivo à Cultura (Profic), em substituição à Lei Rouanet, acesse o texto na íntegra, na página da Casa Civil.

O endereço eletrônico onde está disponível o texto é: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/consulta_publica/programa_fomento.htm

Envie suas sugestões para o endereço eletrônico profic@planalto.gov.br ou, por correio, para a Presidência da República, Palácio do Planalto, 4o andar, sala 3, Brasília-DF, CEP 70.150-900.