quarta-feira, 31 de julho de 2013

Senado aprova regionalização na Rouanet



Enquanto o Procultura tramita na Câmara dos Deputados e é discutido pela classe cultural, no Senado, anteprojeto aprovado na última semana prevê alterações na Lei Rouanet. De autoria do deputado Sérgio Zveiter (PSD-RJ), a proposta estabelece a destinação de no mínimo 5% dos recursos do Fundo Nacional da Cultura para a regionalização da produção cultural, artística e jornalística.

O anteprojeto passou pela Comissão Mista de Consolidação de Leis e de Dispositivos Constitucionais na última quinta-feira (11/7). O texto define o que é produção cultural, regional e local e estabelece percentuais para a exibição dessas produções em emissoras de rádio e TV. Os limites aumentam gradualmente de acordo com o número de habitantes do município.

Para cidades cuja população é de 500 mil pessoas, por exemplo, os veículos de comunicação devem ter 336 minutos semanais de programação regional, sendo metade deles (168 minutos) de programas locais.

Já para localidades com mais de 5 milhões de habitantes, o limite mínimo é de 840 minutos de produção regional, dos quais 420 minutos devem ser de produção local. Os percentuais serão menores nos primeiros cinco anos de aplicação da lei, aumentando gradativamente até chegar às exigências finais.

O projeto prevê que conteúdos feitos por produtoras independentes regionais tenham o tempo de exibição contabilizado de forma dobrada. Filmes nacionais também poderão ser contados no tempo de programação regional e local, independente da origem.

Antes de ir ao Plenário, o texto deve passar por audiências públicas na Câmara e no Senado.

 

Um pequeno mas importante passo



Perguntado por este Cultura e Mercado se acho possível tornar as leis de incentivo à cultura no Brasil mais acessíveis e democráticas, respondi que sim, claro, de imediato. Mas esse sim exige uma reflexão um pouco mais profunda.

Bem, em primeiro lugar não acho correto pensarmos os mecanismos de incentivo à cultura de modo fragmentado, isto é uma lei aqui ou edital ali, etc. Gosto de pensar de modo mais sistêmico e orgânico, ou seja, o conjunto de ações de incentivo à cultura orientadoas por uma política pública construída a partir da negociação entre os diferentes setores das linguagens artísticas (literatura, música, artes plástica, artes cênicas, etc.), universidades, institutos, fundações e as demandas e os interesses do mercado.

Mas sei que isso é uma ideia de fundo, na realidade uma posição política. Na prática, hoje em dia, temos um acúmulo de experiências do governo vindas das esferas dos municípios, estados e federação fragmentadas em leis, editais e dinheiros orçamentários que vêm se somando e se sobrepondo de maneira desordenada e caótica. Daí a sensação de que muitas vezes o incentivo à cultura é difícil, inacessível e pouco democrático.

A experiência da democracia só existe dentro dos limites das regras estabelecidas pelo Estado. Portanto, no limite extremo, sem políticas públicas não há democracia, nem acesso. Impera a lógica do clientelismo e da exclusão.

Nesta perspectiva, as leis de incentivo à cultura são as principais ferramentas institucionais que um Estado republicano e democrático tem para usar. O ponto é como torná-las na prática uma ferramenta funcional.

Para isso precisamos manter um olhar no passado e outro no futuro. As experiências são históricas e se transformam constantemente, daí a importância do olhar permanente sobre o processos sociais, econômicos e culturais.

Por exemplo, ao longo dos últimos 20 anos, vimos uma importante lei de incentivo à cultura ser criada, a Lei Rouanet, que num primeiro momento permitiu que dentro das amarras de um Estado anacrônico surgissem a possibilidade de parcerias público-privadas para trazer recursos financeiros à cultura. Sabemos que ao longo dos anos esse mecanismo adquiriu características singulares que já foram analisadas: a preponderância dos interesses das empresas privadas na escolha dos projetos culturais, o marketing indireto, a criação de atravessadores e negociadores interessados nos ganhos financeiros entre os criadores e as empresas ou o surgimento de especialistas de prestações de contas para enfrentar a complexa burocracia criada pelo Estado, etc.

Até onde pude acompanhar, o Projeto de Lei que institui o Procultura é a primeira tentativa de um olhar mais sistêmico e orgânico. Em termos gerais, ele parte da ideia da construção de um Fundo Nacional de Cultura forte que permitirá que as ações culturais de interesse do mercado (com leis de renúncia fiscal para empresas privadas) e dos que estão fora dele (com programas específicos criados pelo governo e sociedade civil) convivam. É claro que entre essas duas pontas existe uma diversidade de criadores e produtores culturais que se misturam, se confundem e se alimentam deste próprio processo. Na realidade, a maioria.

No meu entendimento, esse PL sinaliza que o governo poderá reconhecer conceitualmente o campo cultural de modo complexo, híbrido e em permanente transformação. A despeito das questões específicas envolvidas para a implementação deste mecanismo, o que se vê aqui é um  avanço de entendimento institucional político para um Estado acostumado a criar soluções institucionais técnicas. Um pequeno, mas importante passo.

Educopédia é opção para professores pesquisarem conteúdos pedagógicos



 A Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro e o Oi Futuro, instituto de responsabilidade social da Oi, lançaram, em parceria, a Educopédia – uma plataforma de aulas digitais de cada disciplina, com material de suporte aos professores, planos de aula, jogos pedagógicos e vídeos, com o objetivo de tornar o ensino mais atraente e mobilizador para crianças e adolescentes, além de instrumentalizar o professor. Além disso, a Educopédia é mais uma alternativa para o reforço escolar e para os alunos que faltaram às aulas ou que não compreenderam o conteúdo ensinado.
O projeto, que conta com o apoio do Grupo de Informática Aplicada à Educação no Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ, fornece um vasto material educativo online para alunos e professores da rede pública de ensino da cidade, que podem consultar essas informações de qualquer computador e a qualquer hora, através do endereço eletrônico www.educopedia.com.br.

As atividades da Educopédia incluem planos de aula de todas as disciplinas, de acordo com as orientações curriculares da Secretaria Municipal da Educação. O programa oferece uma opção rápida e fácil para professores que desejam integrar tecnologias à suas aulas. As disciplinas estão divididas em 32 aulas digitais, que correspondem às semanas do ano letivo.

 

terça-feira, 30 de julho de 2013

Conservatório de Tatuí abre concessão de bolsa de Estudos para músicos


 
Concessão de Bolsas de Estudo - Julho 2013

Para informações sobre Regulamento e inscrições

Clique aqui

Encontro de Reflexões e Ações no Ensino de Arte


 
O Encontro de Reflexões e Ações no Ensino de Arte é uma ação de formação continuada voltada para o ensino de Arte que acontece anualmente desde 2001 como um dos eventos acadêmicos promovidos pelo Polo UFU da Rede Arte na Escola – Instituto Arte na Escola, órgão vinculado à Diretoria de Culturas/PROEX/UFU e pelo Instituto de Artes da UFU em parceria com o Núcleo de Pesquisa em Ensino de Arte, as Secretarias Municipais de Educação e de Cultura de Uberlândia. Os Encontros de Reflexões e Ações no Ensino de Arte veem promovendo a formação continuada dos profissionais que atuam nessa área de conhecimento, assim como oferecendo suporte teórico e metodológico sobre as questões que norteiam as práticas docentes. A programação do evento contempla: comunicações orais, palestras, minicursos, apresentações artísticas, além de contar com a participação de estudantes e profissionais de outras áreas e regiões, como forma de intensificar o diálogo entre conteúdos de diferentes linguagens artísticas e contextos educativos. O 13º Encontro de Reflexões e Ações no Ensino de Arte será realizado de 06 a 09 de agosto de 2013 na Oficina Cultural de Uberlândia e no Campus Santa Mônica-UFU. Objetivo geral Auxiliar nos processos de formação inicial e continuada de professores de Arte e na discussão das políticas públicas que envolvem essa disciplina. Objetivos específicos proporcionar a interface entre as linguagens da Música, Teatro e Artes Visuais, que são os cursos de licenciatura em Arte mantidos pela Universidade Federal de Uberlândia; incentivar a publicização de pesquisas e experiências em sala de aula; encaminhar discussões sobre o ensino de Arte na cidade e região à FAEB.

Mais informações e programação

Clique

Faculdade de Saúde Pública da USP seleciona estagiários para programa sobre estresse e meditação


O Centro de Saúde Geraldo de Paula Souza da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP está selecionando estagiários que desejem participar do Programa de Redução do Estresse Baseado na Meditação da Atenção Plena.

A bolsa, de R$400,00 mensais, está sendo oferecida a alunos de graduação das Faculdades de Educação, Educação Física, Enfermagem, Filosofia, Fisioterapia, Medicina, Nutrição, Psicologia, Saúde Pública ou Terapia Ocupacional. Os interessados não poderão estar recebendo outras bolsas da USP e nem cursando o último ano da graduação.

As atividades irão ocorrer às sextas-feiras, das 14 às 18 horas, no Centro de Saúde Geraldo de Paula Souza, anexo à FSP. Os interessados devem enviar um breve currículo e uma pequena declaração de seus motivos para participar do projeto para o coordenador da pesquisa, dr. Rubens de Aguiar Maciel, no email rubensm@usp.br.

Mais informações: site www.fsp.usp.br

segunda-feira, 29 de julho de 2013

PROCESSO SELETIVO PARA MONITOR DE PRÁTICA DE CONJUNTO


 
(Violoncelo) – Comunicado de abertura

O Conservatório de Tatuí está com inscrições abertas para monitor violoncelo.


Informações e inscrições clique aqui


 

 

 

Morre aos 98 anos Fernando Alonso, pai do balé cubano


 
Nascido em Havana em 27 de dezembro de 1914, Alonso estreou em 1937 como dançarino na Companhia Mordking Balé. Ao lado de sua mulher, a também dançarina Alicia Alonso, em 1948 fundou o Balé Alicia Alonso, que depois se transformaria no Balé Nacional de Cuba, companhia que dirigiu até 1975.

Alonso também foi fundador e diretor da Escola Nacional de Balé e do Balé de Camaguey, grupo que liderou de 1975 até 1992, quando passou a dirigir a Companhia Nacional de Dança do México. Sua biografia profissional inclui classes e testes em países como Rússia, Estados Unidos, Bulgária, Argentina, Brasil, México, Uruguai, Venezuela, Colômbia, Peru e China.

No ano 2000, foi agraciado com o Prêmio Nacional da Dança em Cuba e, entre outros reconhecimentos, recebeu em 2008, no Teatro Bolshoi, em Moscou, o prêmio "Benois da danse", considerado o Oscar da dança.

A Influência Cultural Minas Gerais


 

Há muito sobre o que falar da Literatura brasileira, sua origem, as influências de outras culturas, acontecimentos históricos.  Enfim, existem inúmeros assuntos a esse respeito. Mas quero hoje falar sobre a literatura mineira.

Tenho visto muitos trabalhos acadêmicos sobre a influência da literatura mineira na cultura brasileira. No entanto o que faz da literatura mineira tão especial?

Como é de conhecimento da maioria muitos fatos históricos marcaram a literatura mineira no decorrer do Século XVIII. Alguns nomes como Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto e Cláudio Manoel da Costa, fazem parte da primeira geração literária de Minas Gerais, estes que também se envolveram em questões políticas resultando na Inconfidência mineira.

Mas não está somente na questão do envolvimento em política dos primeiros escritores mineiros que fez Minas Gerais conhecida nacionalmente. É o conteúdo que se encontra na literatura mineira, na cultura dos mineiros, no modo de falar, nas crendices, nos regionalismos, a formação geográfica e toda a história de Minas. São esses os fatores que convergem para fazer de Minas Gerais um estado tão querido em todo o Brasil.

Minas é o estado com maior conjunto arquitetônico do Brasil do período colonial, inúmeros ace expressões como o “uai” é um traço cultural do linguajar mineiro.

São de minas escritores muito conhecidos.  Os poetas árcades, já citados, Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto e Cláudio Manoel da Costa, se inspiravam na paisagem local e em ideais bucólicos. No Romantismo e, depois, no Simbolismo, surgem expoentes mineiros como Bernardo Guimarães e Alphonsus de Guimaraens, respectivamente. Carlos Drummond de Andrade, nascido em Itabira, o escritor se uniu a outros autores, dentre eles Emílio Moura, e fundou “A Revista”, para divulgar o Modernismo no Brasil. O também médico e diplomata João Guimarães Rosa, nascido em Cordisburgo. Podemos lembrar ainda de nomes como Abgar Renault, Cyro dos Anjos, Murilo Rubião, Affonso Romano de Sant’Anna, Murilo Mendes, Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino, Henriqueta Lisboa, Oswaldo França Júnior, Roberto Drumond, Bartolomeu Campos de Queiroz e Ziraldo. A literatura mineira continua sua ascensão ainda com os novos escritores, que buscam estilos diferentes e abordagens diferentes para seus escritos. Cito para exemplo Michel Laub que, em seu livro “O Gato Diz Adeus”, constrói a história de forma atemporal e utiliza de estratégias a construção de um livro dentro de outro.

Com essa grandiosa riqueza cultural, Minas Gerais foi e continua sendo referência em todo o Brasil. Sem falar de vários prêmios recebidos nacionalmente, e premiações feitas a novos escritores, Minas é um Estado no coração dos brasileiros.

Douglas Gomes

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Da Poesia Na Música de Vivaldi


Hoje é difícil imaginar a importância religiosa, política e social que a música um dia já teve. Os compositores eram contratados, ou mesmo empregados por governantes, nobres e eclesiásticos como qualquer outra categoria de serviçais. Cite-se logo de imediato Haydn, Haendel, Salieri e Lully. O filme Le Roi Danse mostra muito bem o papel de Jean Baptiste Lully (1.632-1687) na corte de Louis XIV. Nasceu um príncipe? Componha-se uma Missa em Acção de Graças pelo facto. Um duque dará uma grande recepção? Crie seu compositor particular novas peças e ensaie-as com a orquestra à disposição até a data aprazada. Morreu uma rainha? Um Requiem já deverá estar preparado para a ocasião.

Se a produção foi de tal porte, onde as partituras, cujo volume deve ser imenso? Muita coisa já foi gravada e colocada à disposição do público apreciador, mas é incalculável o que resta guardado nos arquivos de palácios, igrejas, mosteiros e universidades. Vez por outra, um nome diferente é apresentado: Benda, Milisvecek, Veracini, Viviani. Ora são grandes compositores com muita obra a ser descoberta, ora são compositores menores dos quais são seleccionadas as obras mais expressivas. Mesmo os considerados maiores não têm divulgada a totalidade de suas obras. Até procurei, mas não encontrei nenhuma gravação da ópera Rodelinda de Haendel, composta em 1.725. Ela existe, ele um dia teve o trabalho de compô-la. Sua "extinção" presente é devida a várias causas, principalmente de mercado, visto o público sempre procurar as mais populares.

O resgate e execução de peças por curiosidade é algo a não se verificar tão cedo. Rousseau foi músico e teórico musical, mas não sabia ter ele composto em 1.752 a ópera Le Devin du Village - O Adivinho da Aldeia - e ouvi-la é algo com o que não conto ainda nesta vida a findar-se.

Repare-se, portanto: a demanda de séculos promovida por chefes eclesiásticos ou de Estado empurrou para o esquecimento compositores como Bach, e Vivaldi. No último dezembro,
comentei o Oratório de Natal do primeiro, assombrando-me nas pesquisas com um dado: tal composição pode ter sido executada apenas uma vez em sua vida. Apenas naquele Natal de 1.734. Morto em 1.750, sua obra só veio de novo à luz no século XIX por empenho de Felix Mendelssom (1.809-1.847).

Rastreando o percurso feito por Bach em vida e visitando-se as cidades onde morou, trabalhou e leccionou, os pesquisadores com acesso aos seus manuscritos repararam no grande número de transcrições feitas por ele - principalmente para o órgão - das peças de um compositor italiano até então obscuro: Antonio Vivaldi (1.675- 1.741). Antes do aprofundamento das análises, até da acusação de plágio o músico alemão foi vítima.

Vivaldi é o autor dos quatro famosíssimos concertos conhecidos como As Quatro Estações. Estes concertos foram publicados em 1.725 com mais oito n'um conjunto único conhecido como Opus 8. "Opus" é um termo latino que, acompanhado de um número, indica a ordem de publicação da obra de um compositor. Opus 8, por conseguinte, foi o oitavo grupo de peças de Vivaldi, publicado com o título "Il Cimento dell'Armonia e dell'Invenzione", algo como "Experiência de Harmonia e Invenção". Aqui o termo "Invenção" afasta-se do sentido comum de engenho, imaginação para significar o desenvolvimento contrapontístico de um motivo simples.

As Quatro Estações merecem a fama. Porém sua apreciação poderia ser muito melhor se juntamente com as gravações fossem divulgados os sonetos que lhe servem de complemento. Não é preciosismo inútil: trata-se do melhor entendimento e fruição da obra, adicionando-se importante elemento para alcançar as cenas imaginadas por Vivaldi. São quatro sonetos, um para cada concerto. Talvez os ouvintes lessem-nos durante a execução, talvez alguém recitasse-os ao público adequando-os ao desenvolvimento da música. O casamento entre poesia e música é tão perfeito que se reforça a presunção de autoria em relação a Vivaldi. Entusiasmado com essa união, o pintor Jean von Blasenberghe teria preparado quatro telas, infelizmente não localizadas para este texto. Acrescentei outros quadros e ainda que de pintores pertencentes a épocas diversas e adeptos de estilos diferentes, foi possível ater à fidelidade temática.

É muito comum que um CD venha acompanhado de alguns dados sobre o compositor, sobre a obra e algumas notinhas tentando substituir a poesia original ocorrendo aqui um desserviço. As incluídas no meu CD fogem ao espírito autêntico. Os sonetos, em tradução livre:

A Primavera

Chegada é a Primavera e festejando
A saúdam as aves com alegre canto,
E as fontes ao expirar do Zeferino
Correm com doce murmúrio.

Uma tempestade cobre o ar com negro manto
Relâmpagos e trovões são eleitos a anunciá-la;
Logo que ela se cala, as avezinhas
Tornam de novo ao canoro encanto.

Diante disso, sobre o florido e ameno prado,
Ao agradável murmúrio das folhas
Dorme o pastor com o cão fiel ao lado.

Da pastoral Zampónia ao Suon festejante
Dançam ninfas e pastores sob o abrigo amado
Da primavera, cuja aparência é brilhante.

 

O primeiro movimento relaciona-se com a primeira e a segunda estrofes; o segundo com a terceira e o terceiro com a quarta. O ano no hemisfério norte começa no inverno e a primeira estação completa é a primavera. O Catálogo de Ryom demonstra ter sido este o primeiro concerto da série, mas não houve uma sequência perfeita. Seguindo a ordem da Natureza, a próxima composição deveria ser O Verão, mas na realidade Vivaldi dedicou-se ao Outono. O tema do primeiro movimento, como dito algures retorna na ária "Dell'aura al sussurrar" da ópera "Dorilla in Tempe". O excesso de trabalho implicava em certas repetições, como provam também os Magnificat RV 610 e RV 611, constrangedoramente semelhantes. Mero registro, mais para minha própria lembrança: RV significa Ryom Verzeichnis - O Catálogo de Ryom. Peter Ryom foi um erudito dinamarquês, autor do principal catálogo das obras do Padre Ruivo.

O Verão

Sob a dura estação, pelo Sol incendiada,
Lânguidos homem e rebanho, arde o Pino;
Liberta o cuco a voz firme e intensa,
Canta a corruíra e o pintassilgo.

O Zéfiro doce expira, mas uma disputa
É improvisada por Borea com seus vizinhos;
E lamenta o pastor, porque suspeita,
Teme feroz borrasca: é seu destino [enfrentá-la].

Toma dos membros lassos o repouso
O temor dos relâmpagos e os feros trovões;
E de repente inicia-se o tumulto furioso!

Ah! No mais o seu temor foi verdadeiro:
Troa e fulmina o céu, e grandioso [o vendaval]
Ora quebra as espigas, ora desperdiça os grãos [de trigo].

 

De novo o primeiro movimento relaciona-se com as duas primeiras estrofes; o segundo com a terceira e o terceiro com a quarta. Lido o soneto, impossível não ouvir cantar o cuco do terceiro verso, nem deixar de lado, no segundo movimento, os avisos da tempestade que desabará no terceiro (o meu favorito). O pintassilgo - gardellino - foi pássaro dos afectos do compositor, visto merecer dele um concerto específico, o de número três em Ré Maior, RV 428, para flauta e cordas. Rameau (1.683/1.764) também busca imitar o canto das aves em peças como Le Rappel des Oiseaux e La Poule. Podemos citar ainda o capriccio Cucu de Kerll (1.642/1.703), o interlúdio do quarto acto da ópera Lo Schiavo de António Carlos Gomes e a cuminância em Oliver Messiaen no oratório A Transfiguração com vários cantos de aves executados pelos instrumentos nas várias partes, sobretudo na de número IX.

O Outono

Celebra o aldeão com danças e cantos
O grande prazer de uma feliz colheita;
Mas um tanto aceso pelo licor de Baco
Encerra com o sono estes divertimentos.

Faz a todos interromper danças e cantos,
O clima temperado é aprazível;
E a estação convida a uns e outros
Ao gozar de um dulcíssimo sono.

O caçador, na nova manhã, à caça,
Com trompas, espingardas e cães, irrompe;
Foge a besta, mas seguem-lhe o rastro.

Já exausta e apavorada com o grande rumor,
Por tiros e mordidas ferida, ameaça
Uma frágil fuga, mas cai e morre oprimida!

O primeiro movimento liga-se à primeira estrofe, o segundo à segunda, e o terceiro às duas últimas. Vivaldi valeu-se apenas de cordas tangidas e percutidas. Haydn compôs um oratório também dedicado às estações do ano e também na parte dedicada ao outono descreve uma cena de caça. Ambos, Vivaldi com cordas e Haydn com as trompas, retractam muito bem o latido dos cães na perseguição da presa.

O Inverno

Agitado tremor traz a neve argêntea;
Ao rigoroso expirar do severo vento
Corre-se batendo os pés a todo momento
Bate-se os dentes pelo excessivo frio.

Ficar ao fogo quieto e contente
Enquanto fora a chuva a tudo banha;
Caminhar sobre o gelo com passo lento
Pelo temor de cair neste intento.

Girar forte e escorregar e cair à terra;
De novo ir sobre o gelo e correr com vigor
Sem que ele se rompa ou quebre.

Sentir ao sair pela ferrada porta,
Siroco, Borea e todos os ventos em guerra;
Que este é o Inverno, mas tal, que [só] alegria porta.

O primeiro movimento une-se à primeira estrofe. O segundo, de curta duração, prende-se apenas aos dois primeiros versos da segunda quadra. Os demais versos estão vinculados ao terceiro, desenvolvendo-se n'um crescendo cuja interpretação aceita algum otimismo.

SELEÇÃO: Atrizes e Atores para Espetáculo Infantil - RJ


Selecionamos Atrizes e Atores para espetáculo infantil.

Perfil: Todas as etnias, noção de canto e tocar algum instrumento.

Interessados(as) enviar currículo com fotos para: noato@yahoo.com.br
Assunto: Infantil

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Sebastião Salgado traz a natureza intocada de Gênesis ao Rio




É uma espécie de psicologia inversa. Em vez de mostrar geleiras derretendo, usinas soltando fumaça e animais banhados em petróleo, Sebastião Salgado desperta de um hiato de mais de dez anos sem exposições grandiosas para alertar sobre os mais graves problemas ambientais focando justamente naquilo que ainda há de belo e de intocado.

O objetivo do fotojornalista é invocar a percepção de que ainda há muito a ser salvo em um planeta que insiste em preservar paisagens e vidas exuberantes apesar de toda a degradação proporcionada pela ação humana. Gênesis, a nova mostra fotográfica de Salgado, chega ao Rio na quarta-feira (29) com 245 imagens capturadas em oito anos de viagens aos recantos mais selvagens do planeta.

A exposição ficará até o dia 26 de agosto no Museu do Meio Ambiente do Jardim Botânico e depois vai para São Paulo, onde abre, no Sesc Belenzinho, no dia 4 de setembro. A jornada para a composição de Gênesis, que foi inaugurada no Museu de História Natural de Londres em abril, começou em 2004 e durou até 2012. Salgado realizou 30 viagens utilizando aviões de pequeno porte, helicópteros, barcos e canoas para atingir os pontos mais remotos do planeta.

Consagrado pelas exposições Trabalhadores (1986-1992) e Êxodos 1994-1999), o fotojornalista mantém na nova mostra sua característica mais marcante. As imagens são congeladas em preto e branco, aguçando as texturas e os contrastes em cenas impressionantes. Com curadoria de Lélia Wanick Salgado, Gênesis é organizada em cinco seções, priorizando os diferentes ecossistemas visitados pelo fotógrafo.

 


Planeta Sul, Salgado mostra as paisagens da Antártica, englobando a Península Valdés, as Ilhas Malvinas, o arquipélago Diego Ramirez e as Ilhas Sandwich. O mundo gelado da parte meridional da Terra serve de habitat para pinguins, leões marinhos, baleias, albatrozes, pétreis-gigantes e cormorões.

A seção Santuários se concentra na singularidade de lugares como as Ilhas Galápagos, Nova Guiné, Sumatra e Madagascar. Paisagens vulcânicas, populações anciãs e a peculiaridade da fauna intocada dão o tom da amostra.

Em África, Salgado captura a vida selvagem do continente em países como Botswana, Ruanda, Congo e Uganda. Tribos da Etiópia e do Deserto Kalahari também são destacadas. Nessa seção, também são enfatizados os desertos da Líbia e da Nigéria.

O extremo norte da América e da Rússia aparecem na seção Terras do Norte. Além dos ursos polares, se destacam os registros da tribo Nenet, no norte da Sibéria, que resiste às mais baixas temperaturas do planeta.

A diversidade biológica dos trópicos aparecem na seção Amazônia e Pantanal. Além da flora e da fauna exuberantes, Salgado registra tribos isoladas, do Pantanal à região do Rio Xingu.

Serviço:

Data: de 29 de maio a 26 de agosto (das terças-feiras aos domingos)

Horário: das 9h às 17h.

Local: Museu do Meio Ambiente do Jardim Botânico (Rua Jardim Botânico, 1008, Rio de Janeiro)

 

Composição como apredizado


A composição é um processo de autoconhecimento, de reaprendizado da função que as velhas disciplinas de criação musical proporcionam na música do passado. A criação, hoje, só pode ser autêntica quando é transgressora de alguma tradição academicamente estabelecida.

O processo de composição implica aprendizagem, saber usar a imaginação e ter os recursos técnicos para fixar idéias por meio da escritura. Não é o mesmo processo da interpretação musical, do tocar e recria a música, que é a decodificação da partitura. Compor tocando é um processo diferente de compor usando a imaginação, o papel e o lápis (ou computador). Quem compõe tocando corre o risco de repetir o convencional e os padrões musicais preexistentes. Esse é um processo, por exemplo, comum na música popular, na qual muitas vezes o intérprete confunde-se com o compositor e na qual o espaço para a invenção é diferente do espaço de invenção da música erudita.

Não se trata de valores de um processo em relação a ouro. A inovação e renovação de linguagem dão-se pelo uso de materiais sonoros inéditos ou pela reciclagem de material em novas combinações. Tudo depende do risco que o compositor está disposto a assumir. “Temos um dever para com a música: é o de inventá-la” disse Stravinsky. Se essa é a meta do compositor, então a invenção torna-se o fator mais importante do aprendizado. Se a meta é manter a tradição, então a invenção se dá ela reciclagem dos materiais e recursos já em uso, que pode ou não ser inovadora.

Por vezes, a limitação auditiva (Beethoven) ou mesmo a inabilidade de tocar bem um instrumento (Berlioz) funciona como estimulo para aventurar-se e m novíssimas praias sonoras.

Um estímulo, já que o discurso sonoro que está sendo criado por meio da escrituras e estrutura por outros parâmetros da imaginação, da estruturação das idéias. AA gestualidade sonora extremamente original e brutal da música de Iannis Xenakis, por exemplo, teve muitas vezes sua origem em processos de cálculos estruturais oriundos da arquitetura, e não do tocar um pano. A música não se faz apenas com sons, mas com idéias que possa produzir e criar novas formas sonoras e conseqüentemente novas maneiras de percepção dessas formas.

Esse tênue limite entre a idéia e o som é a região pela qual os compositores trafegam, alguns com habilidade surpreendente, deixando um legado para a música ocidental. Compositores desajeitados, no sentido de lidar mal com a tradição musical, também deixaram contribuições originais. Desconhecendo  a tradição, usaram a composição

como aprendizado para atingir e experimentar novas paisagens sonoras. No século passado houve um proliferação de compositores que, negando o academicismo, ampliaram definitivamente os limites da música.

Houve novidades tanto nos que restauraram algumas tradições como naqueles que pensavam estar navegando por mares inéditos. Constatou-se que não é o material usado, melodia, harmonia, ritmo, que torna uma musica inovadora. Composição é burlar regras e transgredi-las. É um compromisso quase político com a expansão humana, sem esquecer o que há de consolador na música.

Luciano Berio fez uma comparação do seu fazer musical com o uso que as pedras tiveram nas inúmeras reconstruções da cidade de Jerusalém: em uma época, uma pedra servia a construção de um templo, em outra, servia para calçamento de uma viela. Não que o som de uma flauta tenha mudado tanto desde as épocas mais remotas até os dias de hoje. Não se trata de procedimentos musicais, mas da função que eles tem na sociedade que os ouve, que eles exercem para a alteração da percepção humana.

A música não promove grandes revoluções sociais, mas a percepção de novas formas na mente e na sensibilidade humana pode oxidar e corroer posturas reacionárias do ouvinte passivo, proporcionar novas estruturas de pensamento. Descontextualizar velhos sons, como na parábola das pedras de Jerusalém, permite observar que o reacionarismo acadêmico nas inovações super-contemporâneas nascidas de uma neo-vanguarda revisada.

Assim, penso que a inovação não vem do atonal ou das velhas tríades tonais, mas da relação que a composição tem na vida do compositor, de como  ela expande o seu pensamento, sua imaginação e conseqüentemente sua música, também no meio em que ela é difundida, ouvida e percebida. A postura academicista ode se dar tanto na música superinovadora quanto no resgate do velho do maior, no ensino pouco inteligente do contraponto ou outra disciplina qualquer das escolas de música, que não enxergam o que está na essência dessa forma de escritura musical. Portanto, acredito que a composição é um processo de autoconhecimento, de reaprendizado da função que as velhas disciplinas de criação musical proporcionaram na música do passado e o que elas poderiam desvendar nos dias de hoje. A criação só pode ser autêntica quando e transgressora de alguma tradição academicamente estabelecida.

Fernando Guimarães Álvares.
Professor de composição

 

SELEÇÃO: Atores e Atrizes para Espetáculo Adulto


Selecionamos um Ator e duas atrizes para espetáculo adulto.

Perfil: Todas as etnias, a partir de 18 anos.

Interessados(as) enviar currículo com fotos para: noato@yahoo.com.br
Assunto: Adulto


quarta-feira, 24 de julho de 2013

SELEÇÃO Atriz para participação na Novela da Record


 



Selecionamos uma Atriz para fazer a personagem interpretada pela atriz Luiza Thomé na Novela da Record.

Perfil: A partir de 18 anos, 1,65m.


A personagem é uma Garota de Programa e provavelmente fará a cena Semi Nua.


As selecionadas deverão comparecer amanhã, 23/07, para um teste rápido com as assistentes de direção.

Interessadas enviar nome, data de nascimento, altura, contatos e fotos (rosto, corpo inteiro e uma de biquini) INBOX para o Adriano Silva.
 
 

Orquestra Experimental de Repertório celebra 20 anos de "Cinema em Concerto" com apresentação no Theatro Municipal

 
A Orquestra Experimental de Repertório, sob regência do maestro Jamil Maluf, celebra nos dias 27 e 28 de julho os 20 anos da série “Cinema em Concerto”, com apresentações no Theatro Municipal de São Paulo.

O tema desta edição é “Amor em Tempos de Guerra”. Assim, foram escolhidas trilhas de filmes clássicos, em diversas épocas da arte cinematográfica, que retratam o amor em suas várias formas de expressão, como A Ponte do Rio Kwai. A apresentação também trará trechos inéditos do filme “O Tempo e o Vento”, com direção de Jayme Monjardim, que tem estreia prevista para setembro próximo. O evento terá o ator Eduardo Semerjian como mestre de cerimônia.

 A apresentação terá ainda um vídeo-depoimento do músico João Barone, baterista dos Paralamas do Sucesso, sobre o tema “Amor em Tempos de Guerra”, narrando histórias pessoais sobre a segunda grande guerra e a participação do Brasil nesse período. 

Os ingressos, já à venda, custam entre R$ 20 e R$ 60 e podem ser adquiridos pelo site Ingresso Rápido (www.ingressorapido.com.br) e na bilheteria do Theatro Municipal (ver horários de funcionamento abaixo).
 
Idealizada por Jamil Maluf em 1994, a série tem como objetivo mostrar como a relação entre cinema e orquestra sinfônica tem sido benéfica para ambos: as orquestras ganham novas obras que, de trilhas sonoras originais transformam-se em repertório para as salas de concerto; e o cinema usufrui do rico repertório das orquestras, levado às telas na forma de trilhas sonoras adaptadas.

A partir deste conceito, “Cinema em Concerto” traz as execuções das trilhas sonoras acompanhadas das projeções de cenas dos respectivos filmes em uma tela de cinema alçada acima da orquestra, proporcionando um espetáculo de impacto visual e sonoro. Ao longo de duas décadas de trajetória, a série já relembrou parcerias famosas como Federico Fellini/Nino Rota e John Williams/Steven Spielberg.


Após vários anos de parceria com Eddynio Rossetto, curador da série, Jamil Maluf iniciou, em 2010, nova parceria com a empresa Input Arte Sonora, contando, dessa vez, com Alexandre Guerra como curador, e Mário Di Poi, na produção executiva.

Programa

Casablanca - Suíte                
Diretor: Michael Curtiz
Compositor: Max Steiner

A Lista de Schindler - Jewish Town, Remembrances & Theme 
Diretor: Steven Spielberg
Compositor: John Williams

Cavalo de Guerra: Dartmoor, 1912     
Diretor: Steven Spielberg
Compositor: John Williams

O Último Samurai: Taken     
Diretor: Edward Zwick
Compositor: Hans Zimmer

O Tempo e o Vento: Suíte*  
Diretor: Jayme Monjardim
Compositor: Alexandre Guerra

O Resgate do Soldado Ryan: Hymn to the fallen*  
Diretor: Steven Spielberg
Compositor: John Williams

A Ponte do Rio Kwai, Tema Principal*    
Diretor: David Lean
Compositor: Sir Malcolm Arnold

THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO

ORQUESTRA EXPERIMENTAL DE REPERTÓRIO

Dias 27 e 28 de julho (sábado, 20h e domingo, 17h)

Local: Theatro Municipal de São Paulo

Endereço: Praça Ramos de Azevedo, s/nº.

Bilheteria: 3397-0327


Ingressos: R$ 20 a R$ 60 – meia-entrada para estudantes
www.ingressorapido.com.br/prefeitura  

Bilheteria do Theatro Municipal:

De segunda a sábado das 10h às 19h. Domingo das 10h às 17h.

- Nos espetáculos à noite, até o início do evento;

- Em dias de espetáculos pela manhã, a partir das 9h.

 Capacidade: 1.500 lugares

Duração: 90 minutos
Sugestão de faixa etária: acima de 10 anos.

 

terça-feira, 23 de julho de 2013

AUDIÇÃO 2013/3 - Coro Sinfônico de Goiânia


• VAGAS: 45 Coristas (OSCO) e 3 bolsistas (CC4):
12 Soprano
12 Contralto
12 Tenor
12 Baixo

♫ QUESITOS PARA A AUDIÇÃO:
1) 1 (uma) peça erudita de livre escolha (ária de ópera, cantata, paixão, oratório missa de qualquer período; ou canção de câmara em língua estrangeira ou português. N.B.: Não serão aceitos hinos e cânticos religiosos contemporâneos, músicas gospel, músicas populares etc.)
2) Leitura de um trecho musical à primeira vista
3) Leitura assistida (reprodução/repetição) de trechos curtos de textos em língua estrangeira propostos pela banca.
4) Exercícios vocais complementares (se necessário, a critério da banca)
5) Entrevista complementar (se necessário, a critério da banca)

→ OBS.
♦ A divisão é inicialmente de 12 por naipe, porém o número final por grupo será ajustado de acordo com o resultado da audição, podendo assim variar ligeiramente.

♦ A função de “inspetor” será delegada a um corista selecionado ou atribuída a um bolsista, conforme resultado da audição.

♦ 3 vagas serão destinadas ao cargo CC4 com vencimento bruto de R$ 678,00 (mais vale transporte). Os demais cargos, denominados Corista – OSCO possuem vencimento bruto de R$ 1077,30.

► Inscrições de até 04 de Agosto + pelo e-mail coro.osgo@gmail.com
_____________
Nome Completo, RG, CPF, Telefone de contato, email, naipe, curriculo resumido (máximo de 500 palavras)
_____________

DINÂMICA DE TRABALHO:
♦ Os ensaios regulares ocorrem às segundas, terças e quartas-feiras, das 19:30 às 22:00.

OBS. Outros dias e horários podem ser solicitados dependendo do perfil de programa a ser realizado.

♦ Lembrando que todos os integrantes do coro estão automaticamente inscritos.

Rua 04 nº515 9º andar Sla. 904
Ed. Parthenon Center - Centro
CEP: 74020-060 - Goiânia – GO


Fone: (62) 3524-2862
FAX: (62) 3524-2860

SELEÇÃO: Mágicos para Comercial da Tim


Selecionamos Mágicos para Comercial da Tim.
Perfil: com habilidade com cartas, ou corrupiers de verdade, enfim mágicos.

Cachê: R$ 5.000,00 - 30%
Interessados enviar fotos, medidas, telefones de contatos e data de nascimento para: lmapromocoes@gmail.com
ASSUNTO: TIM - MÁGICOS - LMA

Alunos da UFRRJ denunciam no Facebook crimes no campus


Criada em maio, página ‘Abusos cotidianos – UFRRJ’ já reúne 22 relatos, como uma tentativa de estupro sofrida por uma estudante
Diretor de vigilância diz que precisa de um efetivo três vezes maior para dar conta de toda a área da Rural

 Agressões, tentativa de estupro e assédio são alguns dos problemas que compõem uma extensa lista de reclamações feita por alunos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) que começa a se formar na internet. Diante do quadro de insegurança instaurado no interior do campus, em Seropédica, eles criaram a página “Abusos cotidianos – UFRRJ” no Facebook. Lá as vítimas podem fazer denúncias sem que sejam identificadas. A maior parte dos casos é de assédio a alunas.

Aberta em maio deste ano, a comunidade já reúne 22 relatos (veja alguns trechos abaixo) e mais de 1.200 “curtidas”. Um dos casos mais graves é de uma tentativa de estupro que teria ocorrido em 19 de maio. Na ocasião, uma estudante teria sido atacada por um homem desconhecido que teria agredido e rasgado a roupa da vítima. Mas, ao notar que uma viatura de segurança do campus se aproximava do local, ele acabou fugindo.

A aluna do 2º período de psicologia Ellen Mariane, de 20 anos, é uma das criadoras da página. Ela conta que a combinação de um campus que se estende por mais de três mil hectares e um efetivo de apenas 62 guardas torna a universidade um ambiente propício a essas práticas. Além disso, segundo ela, há a falta de cuidados e de manutenção das instalações que se repetem ao longo de anos.

- Havíamos chegado a um ponto em que não conseguíamos enxergar o chão, devido à falta de iluminação – diz.
Sobre a quantidade de assédios, ela conta que boa parte vem dos próprios profissionais que atuam no campus.


- Por conta do Reuni (Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), há muitas obras aqui. É comum os homens que trabalham nessas construções mexerem com as garotas. Por isso, já criamos até um abaixo-assinado para que as empresas responsáveis pelos trabalhos capacitem seus funcionários.

Todo esse quadro acabou forçando os alunos a mudarem seus hábitos. Ellen conta que há casos de pessoas que pensam em trancar a faculdade por medo da falta de segurança e outros que deixaram de assistir aulas à noite.

Segundo a estudante, a página já garantiu alguns resultados positivos, como a restauração da iluminação do campus. Além disso, a visibilidade aos fatos também transformou a postura dos próprios alunos.

- Resolvemos dar mais visibilidade aos fatos justamente para forçar a direção tomar providências. Agora, isso está começando a acontecer. Também percebemos que os próprios alunos estão mais conscientes e participam com mais afinco das mobilizações e dos atos – nota.

Para o diretor da Divisão de Guarda e Vigilância (DGV) da UFRRJ, Renan Canuto, o efetivo reduzido e a grande extensão do campus de Seropédica prejudicam os trabalhos de segurança no local. Sem dar números concretos, Canuto afirmou que o ideal seria um contingente três vezes maior do que o atual.

Segundo ele, a universidade já abriu licitação para instalar um sistema de câmeras de vigilância e adquirir mais duas pickups, além de fazer o restabelecimento da iluminação da área. Canuco argumentou ainda que algumas denúncias dos estudantes seriam “infundadas, e aproveitou para pedir que casos de crimes também sejam comunicados a delegacias, e não somente no Facebook:

- Eles denunciam no Facebook, mas (os casos) têm que estar na delegacia, né? Cada um põe o que quer na rede. Para mim, algumas denúncias são infundadas. Se fossem verdadeiras, a delegacia de Seropédica estaria lotada de registros de ocorrência, o que não é verdade.

Veja alguns relatos que estão na página, reproduzidos da mesma maneira que foram escritos:

“Era noite já e não tinha nenhuma iluminação (um problema que temos enfrentado aqui no campus), quando de repente me deparei com um indivíduo na minha frente. Ele me mandou parar, obedecer tudo que ele falasse ou eu sofreria as conseqüências. Eu não tinha reação. Eu não conseguia me mover. Diante disso ele irritado me deu um tapa no rosto, mandou eu tirar a blusa. Diante da minha negativa ele tentou puxar minha calça causando um rasgo nela. (…) Da onde estávamos dava pra ver a guarda universitária do campus, foi quando percebi um carro da guarda saindo e subindo a rua, olhei assustada pro carro e ao perceber a movimentação o indivíduo se assustou, me largou e disse pra eu ir andando disfarçadamente pra onde eu estava indo, sem falar com ninguém, sem pedir ajuda, ou ele iria atrás de mim, porque sabia meu nome e onde eu morava. (…) Diante disso, hoje, eu me encontro em total pavor.”

“Me sinto abusada,invadida por não poder caminhar com segurança dentro da universidade…Assim como eu,já vi várias meninas sendo abordadas por esses caras que trabalham nas obras da Rural. O problema é essa cultura de achar que ”ah,foi só uma cantada mais grosseira,é normal!’”

“(…) Já fui assediada por professores desta universidade, com propostas indecentes, desde aqueles que foram diretos e chamaram para um jantarzinho mais intimo aos indiretos que chamam para uma cervejinha fora da rural (…) te prometem vantagens (…) e quando vc se recusa e rejeita a proposta é perseguida, ja tive muita vontade de abandonar meu curso por causa dessas coisas (…)”

“Numa tarde, a caminho do bandex, passei por um grupo de aproximadamente 10 funcionários e ouvi insultos de todos, um deles ainda ousou aproximar o rosto do meu ouvido para sussurrar asneiras; ao me manifestar, me afastando e rebatendo o que ouvia, tentando me manter firme, eles começaram a me ofender e hostilizar mais ainda, só que dessa vez num tom ameaçador, me deixando extremamente assustada e indignada.”

Eduardo Vanini

Escola de Cinema Darcy Ribeiro (RJ) abre vagas para turmas com início em agosto


As inscrições para o processo seletivo vão até o dia 31 de julho. Cursos têm duração de três meses

Estão abertas até o dia 31 de julho as inscrições para as novas turmas dos cursos regulares da Escola de Cinema Darcy Ribeiro - ECDR, no Rio de Janeiro. Os cursos, com 25 vagas cada, oferecem formação em Direção Cinematográfica, Roteiro Cinematográfico e Edição de Imagem e Som. A previsão de início das aulas é o dia 19 de agosto, com duração de 3 semestres.

Para participar do processo seletivo, os candidatos devem ter, no mínimo, o ensino médio concluído. A inscrição é feita na Secretaria da ECDR, mediante apresentação da documentação exigida no site e o comprovante de pagamento da taxa de inscrição, no valor de de R$ 100.

A seleção consiste na realização de prova escrita, análise de currículo e entrevista individual, com parâmetros que sinalizam a disponibilidade, o interesse e a vocação do interessado para a área escolhida. O resultado final será anunciado no dia 10 de agosto, e o período de matrícula irá de 12 a 16 do mesmo mês.

Para mais informações, acesse o site da Escola de Cinema Darcy Ribeiro ou entre em contato pelos telefones (21) 2516-3514/ 2233-0224.

 

sexta-feira, 19 de julho de 2013

A vida amorosa de Beethoven


Amor e casamento, sentimento de solidão e busca constantemente frustrada de alguém que preencha o vazio de sua vida: estes são, nos primeiros anos do século XIX, problemas essenciais e secretamente tormentosos para Ludwig van Beethoven. Nesse sentido, é muito significativo que a fidelidade conjugal seja o tema de sua única ópera: Fidélio, composta nos anos de 1805 e 1806, na qual a esposa de um prisioneiro político disfarça-se de homem para ter acesso à fortaleza onde ele está encerrado e descobrir um meio de libertá-lo. Envolvimentos muitos freqüentes e intensos, mas em geral também muito breves, sucedem-se rapidamente, entre 1806 - época em que pareceu estar a ponto de pedir em casamento a amiga Josephine von Deym - e os dez anos seguintes. Relacionamentos saldados por fracassos, dos quais ele se consolava absorvendo-se no trabalho.

Em 1806, mais ou menos na época em que sua amizade com Josephine entrava em uma fase de esfriamento, Ludwig tentou aproximar-se da pianista Marie Bigot. Mas essa oferta de amizade foi muito mal entendida pelo marido da artista, que viu nela uma manobra de sedução. O episódio se encerrou com duas penosas cartas de explicação e pedidos de desculpas enviados por Beethoven a seu amigo Bigot, que conhecera como bibliotecário de um de seus protetores, o nobre russo Conde Andrei Kirilovitch Rasumovsky.

Dois anos mais tarde, Ludwig entusiasmou-se pela jovem Julie von Vering; mas nem chegou a manifestar seus sentimentos, ao perceber que ela estava apaixonada por seu amigo dos tempos de Bonn, Stephan von Breuning, com quem se casou em abril de 1808. (Julie morreria subitamente, aos 19 anos, em março do ano seguinte).

No outubro de 1808, Ludwig aceitou hospedar-se nos alojamentos que lhe foram oferecidos pela Condessa Anna Marie Erdödy, no nº 1074 da Krugerstrasse, no mesmo prédio em que moravam os seus amigos Lichnowsky. Era enorme a confiança que depositava nela como conselheira para assuntos pessoais e de negócios, a ponto de chamá-la de Beichvater(padre confessor). E acredita-se que tenha existido algum tipo de envolvimento amoroso entre ambos, porque, em 1809, numa daquelas suas reações intempestivas bem típicas, Beethoven mudou-se para outro endereço, por suspeitar que a Consessa Erdödy estivesse interessada em seu camareiro. O mal-entendido viria a se desfazer mais tarde e, em 1815, ele dedicaria a essa aristocrata de origem húngara suas duas Sonatas para Violoncelo, Opus 120.

Ainda em 1809, Ludwig cortejou a jovem Therese Malfatti, recorrendo aos bons empréstimos de um amigo, o Barão Ignaz von Gleichenstein, para que pedisse a mão da moça a seu pai, o médico Johann Mafatti. Mas não só a família se opôs ao casamento como parece não ter havido indício de que o afeto de Ludwig fosse correspondido. "Para ti, pobre B (Beethoven) - escreve o músico numa carta da época endereçada a Von Gleichenstein -, não há felicidade no mundo exterior: é em ti mesmo que deves procurá-la. Só no mundo ideal encontrarás amigos e é só em teu próprio coração que deves, agora, procurar apoio."

Um novo alento virá, em maio de 1810, com um namoro inconseqüente, que durou umas poucas semanas, com Bettina Brentano (1785-1859), a irmã do escritor Clemens Brentano. No ano seguinte, porém, ela se casaria com o poeta romântico Achim von Arnim. Nessa época os dois futuros cunhados já eram célebres por terem recolhido, entre 1806 e 1808, os tesouros da poesia popular, na coletânea Das Knaben Wunderhorn (A Trompa Mágica da Infância), que, mais tarde, seria rica fonte de inspiração para um compositor como Gustav Mahler. Um dos biógrafos de Beethoven, o italiano Leonello Vinceni, descreveu Bettina como "uma mulher ao mesmo tempo diabolicamente viva e inexplicavelmente preguiçosa, leal e cheia de maldade, verdadeira e mentirosa, ingênua e maliciosa". Seu temperamento irrequieto e volúvel - a ponto de, nos últimos anos de sua vida, ter entusiasmado pelas teorias socialistas - não era de molde a permitir que fosse estável o seu envolvimento com um homem de caráter forte como Beethoven. Mas para o compositor o contato com ela teve considerável importância.

Foi Bettina quem lhe ofereceu para ler essa grande meditação sobre liberdade que é a peça Egmont de Goethe, para a qual, em junho de 1810, ele escreveria uma música de cena. Foi ela também, de certa forma, a intermediária do primeiro encontro entre o músico e o poeta, em julho de 1812, no balneário de Teplitz (atual Teplice), na Boêmia. "Nunca vi um artista mais concentrado, mais energético, mais profundo", escreveu Goethe, numa carta de 19 de julho à sua mulher, Christiane Vulpius. "Compreendo bem porque a todo mundo ele possa parecer excêntrico". E em 2 de setembro, Goethe comentava, em carta ao compositor Carl Friedrich Zelter: "Em Teplitz, conheci Beethoven e seu talento encheu-me de espanto. É claro que ele tem uma personalidade totalmente indisciplinada e não está todo errado em achar o mundo detestável; mas isso não o torna mais agradável nem para si mesmo nem para os outros. No entanto, há nele muito o que desculpar e lamentar, pois está perdendo a audição, o que talvez prejudique menos a parte musical do que a social de sua natureza, pois esse defeito torna duplamente lacônico a quem já o é por natureza".

É de Bettina Brentano, também, a autoria de um episódio que, por muito tempo, foi tido pelos biógrafos como verdadeiro, pois se encontra narrado numa carta de Beethoven endereçada a ela. Mas hoje se sabe que essa carta é falsa, tendo sido escrita pela própria Bettina. O mínimo que se pode dizer dessa história, entretanto, é que, se não é verdadeira, foi bem inventada, pois se adapta com perfeição ao temperamento altivo e rebelde do compositor. De acordo com ela, passeando junto com Goethe pelo parque de Teplitz, Beethoven teria cruzado a carruagem do casal imperial, que também passava as férias nesse balneário. E, enquanto o poeta se inclinava servilmente, o músico enterrava o chapéu na cabeça e continuava seu caminho com arrogância, os braços atrás das costas.

Texto retirado do livro da coleção "Clássica, A História dos Gênios da Música" - Beethoven III, editora Nova Cultura., São Paulo, 1986, páginas 25, 26 e 27.

 

Baixe grátis o livro, Memórias póstumas de Brás Cubas


Publicado em 1881, “Memórias póstumas de Brás Cubas” é um dos mais famosos romances de Machado de Assis, um marco na literatura brasileira. Narrado por um defunto autor, uma voz irônica que se dirige constantemente ao leitor, a trama começa com o enterro de Brás Cubas, passa por seus delírios, volta à infância do personagem e, de forma nada linear, traz para o centro da cena vários episódios da vida desse excêntrico narrador.

É a partir de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) que Machado de Assis atinge o ponto mais alto e equilibrado da ficção brasileira.

 
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Que tipo de livro mais vende no país?


SÃO PAULO – Pesquisa feita pela GfK, empresa alemã de pesquisas e quarta maior do mundo neste setor, mostrou que literatura estrangeira e ficção infantil e juvenil foram os gêneros de livros mais vendidos no Brasil no ano passado. As informações foram colhidas a partir das vendas realizadas ao consumidor final em livrarias, hipermercados, lojas de eletroeletrônicos, lojas de departamento e lojas de comércio online.

O “Painel de Livros GfK” é a primeira pesquisa contínua que mede as vendas de livros no varejo. Por isso, não é possível fazer comparações com anos anteriores a 2012.

A pesquisa também apresentou como resultado a indicação de que o mercado brasileiro de livros possui certa estabilidade de vendas ao longo do ano, não sendo dependente de datas comemorativas para aquecer. No entanto, como a pesquisa permite acompanhar quais os gêneros mais vendidos mês a mês, considerando o ano de 2012 é possível verificar que alguns gêneros venderam mais em determinados trimestres.

De acordo com a pesquisa, no primeiro trimestre de 2012, o destaque foi a comercialização de livros didáticos e técnicos, que responderam por 26% das vendas do setor e com preço médio de R$ 44,94. No segundo trimestre, 21% das vendas se concentraram em literatura estrangeira e títulos religiosos, com preço médio de R$ 37,45. No terceiro trimestre, destacaram-se a literatura infantil e juvenil, que responderam por 23% das vendas, a um preço médio de R$ 37,33. No quarto trimestre, a literatura estrangeira foi o gênero mais procurado, concentrando 30% das vendas, com valor médio de R$ 36,16.

Devido a uma política interna de divulgação dos dados, a GfK não revela o valor absoluto comercializado pelo mercado de livros no Brasil.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Música Eletroacústica

 
Em 1948 é criado o Groupe de Recherches Musicales (GRM) na França por Pierre Schaeffer. Sem a utilização de partitura, o pioneiro da música eletroacústica transformou e organizou os sons para realizar suas obras musicais. Naquela época, esta modalidade de composilção foi batizada de musique concrète, em oposição à música abstrata, escrita em partitura. Pierre Schaeffer, Pierre Henry, Luc Ferrari e François Bayle compuseram “de ouvido”, experimentando e realizando audições críticas dos sons. A música concreta possibilitava a utilização de uma grande variedade de sons. Sons de qualquer natureza podiam ser gravados para servir de material musical ao compositor. Os compositores Herbert Eimert e Robert Beyer realizaram os primeiros experimentos com equipamentos eletrônicos na rádio NDWR de Colônia. A Música Eletroacústica passou a utilizar sons produzidos por sintetizadores buscando a elaboração elementar do som a partir de suas propriedades físicas. Em 1951 Herbert Eimert cria o primeiro estúdio de Música Eletrônica na própria rádio NWDR e inicia a Escola Senoidal formada por ele e outros compositores.

E no Brasil? Como surgiu e se desenvolveu a música eletroacústica? De uma maneira muito resumida podemos citar alguns acontecimentos, compositores e obras que colaboraram para a música eletroacústica em nosso país. Ainda que incompleta, estas citações podem auxiliar as pessoas a conhecer um pouco mais sobre o tema e procurar novas referências.

No Brasil, as experiências eletroacústicas iniciam com o compositor Jorge Antunes que constrói seus instrumentos e cria as primeiras obras eletrônicas: Pequena Peça para Mi Bequadro e Harmônicos (1961) e Valsa Sideral (1962). É bem verdade que antes, mais precisamente em 1956, o compositor Reginaldo de Carvalho, torna-se o primeiro brasileiro a criar uma peça eletroacústica. Reginaldo compõe em Paris  Sibemol, consistindo em um estudo para microfones com sons captados de dois pianos, matéria plástica esticada e tamborim. De volta ao Brasil, Carvalho assume a direção do Instituto Villa-Lobos, no Rio de Janeiro, um importante centro para pesquisa e divulgação da música contemporânea. Neste Instituto Jorge Antunes encontra espaço para dar continuidade a suas  pesquisas em música eletroacústica.

Em 1965 ele inicia as pesquisas no domínio da correspondência entre os sons e as cores e compõe uma série de trabalhos a que intitula de cromoplastofonias, para orquestras, fitas magnéticas, luzes, usando também os sentidos do olfato, do paladar e do tato.  Entre 1966 e 1967, o Cláudio Santoro compõe Aleatórios I, II, III para fita magnética.

Os compositores brasileiros são beneficiados com a incorporação do computador e outras tecnologias aos laboratórios das Universidades Brasileiras. São inaugurados  estúdios, laboratórios,  centros  de pesquisa em composição na área específica da música eletroacústica. Estes novos espaços não são estúdios para produção de música comercial e/ou popular nem estúdios de gravação, mas núcleos destinados à pesquisa e criação de música de vanguarda.
Além da influência provinda da Europa e dos EUA, outros acontecimentos  contribuiíram para despertar o interesse ds compositores para a utilização das novas tecnologias na música contemporânea. O sintetizador modular brasileiro é construído em 1975  por Guido Stolfi e Celso Oliveira, fruto de uma pesquisa acadêmica na USP.

 Em 1977 Arcela apresenta o “Sistema de Geração Espectral Dinâmico para Síntese de Sinais Musicais”. O pesquisador continua seu trabalho em Brasília inaugurando o Laboratório de Processamento Espectral no Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Brasília onde desenvolve a linnguagem SOMA-A para síntese aditiva.

Em 1981, no Rio de Janeiro  é instalado, num quarto do atelier de restauração de quadros e gravuras, o Estúdio da Glória. Placas acústicas nas paredes, porta dupla e um teto rebaixado abrigaram as primeiras ferramentas de trabalho do que veio a tornar-se o maior núcleo de produção eletroacústica do Brasil. Os pioneiros que continuaram o estúdio após sua criação foram Tim Rescala, Rodolfo Caesar.  A produção do Estúdio da Glória foi lançada em CD.

Brasil representa só 1% do mercado de arte

 

As vendas no mercado de arte no Brasil alcançaram 455 milhões de euros (R$ 1,2 bilhão) em 2012, valor que corresponde a 1% do mercado mundial, anunciou ontem a economista Clare McAndrew.

A constatação está em relatório encomendado pela Tefaf (The European Fine Art Foundation, ou fundação europeia para as belas artes). Desde 2009, McAndrew realiza uma pesquisa sobre o mercado global de arte, mas esta é a primeira vez que o Brasil foi incluído no relatório.

"Todo mundo tem interesse nos mercados emergentes. Já se estudaram China e Índia, mas nunca se havia feito uma pesquisa internacional em arte sobre o Brasil.

Esse estudo é apenas um começo, algo ainda superficial", disse a economista, que dedicou 36 páginas de seu relatório e cinco meses de trabalho ao país.

Em seu diagnóstico, a economista afirma que "um impedimento ao desenvolvimento do mercado brasileiro se deve aos impostos e regras de importação". Para comprar arte fora do país, os impostos no Brasil podem chegar a 50%, enquanto na Europa estão em torno de 6%.

"Um curador brasileiro me contou que, para driblar isso, convida artistas a criarem obras no país", diz a economista McAndrew.

POUCOS COM MUITO

O relatório aponta também a concentração de brasileiros em leilões no exterior: "Nos últimos três anos, os cinco artistas mais vendidos correspondem a 69% [das vendas]". A artista que mais cresceu foi Beatriz Milhazes: de 2005 a 2012 seus trabalhos foram valorizados em 629%.

"Há quem diga que os brasileiros já estão supervalorizados no exterior. Sem dúvida, é difícil manter quem cresce muito rápido", afirma McAndrew.

Outra conclusão da economista é a particularidade do Brasil em relação às casas de leilão, que correspondem a apenas cerca de 30% do mercado, deixando os 70% restantes para galeristas e marchands de arte.

Na China, a situação é inversa: as casas de leilão concentram 70% do mercado; já nos EUA e na Europa, ficam com quase 50% do total.

"Talvez isso ocorra no Brasil porque muitos colecionadores preferem vender obras em leilões no exterior", avalia McAndrew.

O relatório também abordou a China como um mercado de arte muito significativo: apesar da queda de 24%, de 2011 para 2012, o país comercializou mais de 10 bilhões de euros (R$ 25,7 bilhões).

Assim, os EUA, que apareceram em segundo lugar na pesquisa de 2011, passaram a liderar as vendas em arte, com 14,2 bilhões de euros (cerca de R$ 36,5 bilhões).