terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O ritmo


Para fazer música, nossos remotos antepassados dos tempos das cavernas usaram, primeiro, o próprio corpo: a garganta, indo do grito ao canto, e os pés e as aos, para produzir o ritmo e marcar o compasso. Depois foram buscar fora de si os elementos que ampliassem a força desses sons primordiais. Troncos ocos de árvores, pedaços de pedras e de ossos foram então batidos, chocoalhados e esfregados, a fim de chamar quem estava longe ou  então, animar quem estava por perto, em um convite para a dança cadenciada ou para uma comemoração tribal sacra ou profana. Foi graças aos materiais que coletaram na natureza que os nossos antepassados puderam começar a explorar a enorme riqueza do ritmo, do pulsar. Porque tudo pulsa; das batidas do coração a cadência do andar e do respirar, da alternância dos dias e das noites aos efeitos das marés e à sucessão das estações. Tudo pulsa, pois tudo é ritmo. Ainda hoje , em algumas comunidades da África, o ritmo é tratado com tal sofisticação, com a sobreposição simultânea de vários metros diferentes, feitos à base de vários tipos de tambores, que esses músicos acabam por produzir uma completa e intrincada e, para muitos de nós ocidentais, bela polifonia rítmica. O ritmo está na base de toda música. E é o que bate com ais força nos nossos ouvidos. E (espanto!) na nossa pele, aliás, o maior órgão do nosso corpo, não é? Por isso fica tão difícil não balançar os quadris e não sacudir as pernas à passagem de uma escola de samba. Alguns eruditos costumam dizer que o ritmo é “a organização do tempo”, levando em conta a periodicidade, regular e irregular, dos sons. Outros estudiosos complementam; o ritmo é “a subdivisão do tempo em partes perceptíveis e mensuráveis”. Os ritmos mais comuns em nossa música são: 2/2 (1,2), 2/3 (1,2,3) e 4/4 (1,2,3,4).

Titulo original: Conheça um pouco mais de usa orquestra
Programa de Concerto Osesp – set / out 2009. p. 6

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