sexta-feira, 5 de junho de 2009

Voz Ativa & Casamentos

Entre os serviços musicais oferecidos pelo Voz Ativa estão os destinados a atenderem cerimônias e recepções de casamentos. Abaixo transcrevemos entrevista que o Maestro Ricardo Barbosa concedeu a Angela Camargo sobre assunto. Angela Camargo mantém um blog muito visitado sobre casamentos e nele os interessados encontram informações, dicas e matérias muito uteis para quem vai casar, não por acaso o endereço é http://www.quandoeucasar.blogspot.com/.
Abaixo transcrevemos na íntegra a entrevista com o nosso maestro.

"Conheço o Voz Ativa Madrigal desde sempre. Isso mesmo, eu fui na primeira apresentação deles, no primeiro show de grande porte, em algumas apresentações em Igrejas e conheço grande parte do repertório."
"Garanto a qualidade deles e o respeito que eles tem com os noivos e essa entrevista, que fiz com seu regente, Ricardo Barbosa, demonstra muito bem o que afirmo.Quero agradecer de coração por ele ter cedido essa entrevista, o que só contribui para que esse blog seja tão querido por tantas noivas!"

Qual a sua formação musical e da maioria dos integrantes do Voz Ativa?

Antes de responder sua questão quero agradecer a oportunidade de falar sobre este trabalho. Recentemente o Voz Ativa completou seu décimo segundo ano, no decorrer destes anos as exigências para com a preparação dos cantores foram gradualmente aumentando à medida que o trabalho ganhava projeção. Hoje todos os cantores estudam canto lírico, mesmo aqueles que não se dedicam exclusivamente à música. Assim temos cantores que estudam com professores particulares, cantores que estão cursando bacharelado em música e também cantores já formados.
Eu sou bacharel em Composição e Regência pela FMCG, pós graduado em Composição pela mesma instituição e em Regência pela USP.

Conte um pouco sobre o surgimento do Madrigal.

O Voz Ativa surgiu, principalmente, pela necessidade que um grupo de cantores amadores sentiu em fazer música com qualidade. Fazíamos então parte do Coral Arco Íris formado por aproximadamente 50 cantores. Neste coral, como na maioria dos grupos amadores, existiam pessoas que frequentavam para possibilitar um momento social e outras que queriam fazer música. As que queriam fazer música se sentiam incomodadas por aquelas que não levavam o trabalho tão a sério quanto elas julgavam necessário. Nesta época eu era regente assistente e já a tempo observava que tínhamos material humano para formar um grupo menor, mas de melhor qualidade, esperava apenas uma oportunidade já que, como regente assistente estava subordinado a Lígia Amadio, regente titular. Certa ocasião algumas pessoas fizeram um convite para que eu assumisse um pequeno coral que estava sendo criado com o objetivo de se dedicar a um trabalho mais sério e menos amador. Embora este projeto não tenha dado certo por inúmeros fatores, percebi que a intenção de participar de um trabalho mais elaborado encontrava eco dento daquele grupo.Em meados de 1997 fui procurado pelo Paulo Neto para fazer um show com meu coral em um espaço chamado Café Brasil, que seria inaugurado próximo a Vila Yara. Naquela ocasião ele era promotor de eventos e havia sido contratado pela casa para torná-la visível na região. Eu não tinha um coral, mas tratei o negócio como se tivesse. Depois de acertado todos os detalhes e assumido o compromisso faltava só o coral para fazer o Show. Após conversa sincera com a Lígia, escolhi criteriosamente dentro do próprio Coral Arco Íris cantores que eu considerava responsáveis suficiente para assumir um compromisso desta natureza e que também tivesse material vocal para desenvolver um trabalho de qualidade. Foi assim que no dia 19 de março de 1997 o Voz Ativa Madrigal estreou oficialmente.

Qual a discografia que vocês tem própria ou já participaram?

Este mês (março de 2009) terminamos de gravar nosso quarto Cd, dedicado ao negro spirituals. Este trabalho faz parte de um grande projeto de estudo da música afro-descendente que prevê a gravação de mais quatro Cds. Nosso primeiro trabalho foi “Pro Nobis” gravado em 2000 com repertório de musica sacro erudita universal. O segundo é um trabalho feito sob contrato da Lua Discos denominado “Natal e Paz” com repertório de músicas natalinas tradicionais interpretadas em português. O terceiro e mais importante, é o “Dominus”. Este trabalho chamou a atenção da mídia especializado. Tanto a Rádio USP quanto a Rádio Cultura apresentaram programa dedicado exclusivamente ao Voz Ativa Madrigal e mais especificamente sobre este trabalho. Outro fato importante é que o Cd “Dominus” estava concorrendo, por interesse dos próprios organizadores, ao Prêmio Tim 2009 na categoria Música Erudita. Infelizmente, por conta da crise mundial, o Prêmio Tim 2009 foi cancelado. Além desses trabalhos próprios temos participação no Cd “Minha Luz” da cantora paulista Yula Gabriela, participamos de um cd gravado pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo na ocasião que ganhamos importante prêmio daquela pasta e também temos participação no Cd “Templo do Reggae” do cantor baiano Walter L’amar, o qual assino a direção musical.

Com quanta antecedência, em sua opinião, os noivos devem procurar quem fará a parte musical da cerimônia religiosa?

A primeira coisa que a noiva deve saber é que todos os grupos musicais que trabalham em cerimônia de casamento, seja recepção ou religiosa, parcelam o valor principal até a data do evento.
Todos sabemos que hoje o casamento não é mais simplesmente uma cerimônia religiosa e sim um acontecimento social importante, o que o torna muito dispendioso. Atualmente gerir gastos com casamento exige cuidadoso planejamento a fim de que o casal não inicie a vida a dois mergulhados em dívidas. Desta maneira quanto mais cedo o casal contratar estes serviços mais tempo terá para pagar e menor será o desgaste com altas parcelas. Embora minha atividade se restrinja à música, tenho como certo que todos os prestadores de serviços utilizados neste evento se baseiam neste critério para parcelar seus custos, o que torna a antecipação das contratações muito importante. Quanto mais cedo os nubentes contratarem estes serviços mais tempo terão para pagar e, por conseqüência menor serão as parcelas.

Quais as formações que o Voz Ativa possui para cerimônias religiosas e qual é a mais requisitada?

O Voz Ativa está preparado para atender qualquer formação solicitada, desde teclado e solista até grande coral e orquestra. Hoje, por conta de a maioria das noivas preferirem em suas cerimônias repertório popular a formação mais contratada é teclado, violino (às vezes de casaca) trompete (a maioria das vezes de casaca) percussão e duo soprano e tenor que são, respectivamente, a voz aguda feminina e masculina.

Qual a sua opinião sobre a proibição de algumas igrejas com certos estilos musicais?

É muito difícil opinar sobre o que determina essas instituições porque não conhecemos a fundo os dogmas e paradigmas para podermos dar uma opinião que tenha embasamento. O próprio cristianismo tem aderido estilos e gêneros musicais que a muito pouco tempo eram tidos como inadequados para o ato religioso. Ao analisar o fato sobre este prisma penso que há de haver uma coerência para a proibição, não é possível que uma instituição que admita em seu atos litúrgicos gêneros e estilos absolutamente populares, mas com letras alusivas ao cristianismo proíbam que na cerimônia matrimonial religiosa tenha música popular ou profana.
Por outro, penso que um dono de uma danceteria ou boite não gostaria que um DJ tocasse música sacra em seu estabelecimento porque não existe coerência nesta possibilidade. Da mesma maneira posso entender que não existe coerência em utilizarmos música profana em um ato religioso.
Este recurso de utilizar música profana em atos religiosos foi aceito pela igreja no intuito de angariar jovens fiéis, principalmente na linha litúrgica denominada carismática na religião católica e avivada na protestante. O resultado não posso avaliar porque não tenho conhecimento de causa que me autorize a isto, mas é notório que tanto a igreja protestante como a católica se utilizam deste recurso para encher seus templos. Em minha opinião existe incoerência na condução do assunto pela própria liderança das igrejas, ou a música profana é aceita em todos os atos ou não é aceita em nenhum, o que determina o gênero ou e estilo não é exatamente a letra ou o conteúdo dela e sim a condução harmônica e rítmica da peça, um bom exemplo é o samba que pode ser interpretado por vozes ou simplesmente por instrumentos.
Embora esta seja minha opinião, a nós, como prestadores de serviços, cabe respeitar as determinações de todo e qualquer templo e orientar a noiva no que pode ou não ser interpretado em cerimônias religiosas naquele templo específico.

A maioria dos noivos já vem com uma decisão praticamente formada de quais musicas querem na cerimônia religiosa?

Esta, talvez, seja a parte mais difícil de lidar. Que as noivas me perdoem a sinceridade, mas não existe ser mais inseguro do que uma noiva. Evidentemente, como em toda e qualquer afirmação esta é genérica e há muitas exceções. Isto encontra resposta no que representa este momento para os noivos, principalmente para as noivas. No caso da escolha de repertório, mesmo que os dois sempre decidam juntos, fica claro que a opinião do noivo é pouco relevante neste momento. A ele cabe escolher, no máximo, a música para sua própria entrada.
O problema está no quanto o brasileiro gosta de música. Normalmente os noivos estão entre 20 e 30 anos, até este momento da vida já escutaram muitas músicas e gostaram de tantas que a escolha torna-se muito difícil.
Normalmente quando a noiva nos procura ela tem, no máximo, duas músicas escolhidas. Se considerarmos que o ato necessita de no mínimo seis músicas, concluímos que ela passou vinte e poucos anos da sua vida para escolher duas músicas e nós temos da data em que ela nos procura até o casamento para escolher outras quatro. Tarefa difícil, mas achamos tudo isto uma delicia.

No caso dos casais que não tem nenhuma noção do que querem, qual a orientação de vocês?

O primeiro passo em qualquer situação é identificar o gênero da preferência dos noivos e a partir deste ponto apresentar opções dentro daquele gênero. A pergunta é; Você nunca pensou quando ouvia uma música que você gostaria dela em seu casamento? Normalmente as mulheres pensam nisto, pode até ser que ela não utilize o exemplo que deu em seu casamento, mas para nós é uma dica importantíssima.

Em sua opinião, os noivos devem sempre assistir uma apresentação do coral que eles querem contratar, antes de fechar o negócio? E quais suas sugestões para que os noivos não errem na escolha?
O som é apenas um dos aspectos que englobam a negociação. É possível um grupo fazer um bom trabalho na hora da cerimônia e dar muita dor de cabeça até lá, como, por exemplo, depositar cheques antes da data, não atender os noivos depois que fecharam o negócio e estarem em poder dos cheques, não cumprir o repertório determinado pelos noivos, enfim, eu poderia enumerar outros tantos problemas que são causados pela conduta do mal profissional. Acho que o melhor caminho para se contratar um grupo é ter feedback com quem já utilizou os serviços daquele grupo e a partir daí considerar se o som agrada ou não. A questão do som do grupo é importante, mas não é a única que determina se contratar o grupo foi ou não um bom negócio.

Nestes anos todos, você se recorda quais as músicas mais pedidas, exceto a Marcha Nupcial para os seguintes momentos:
* entrada do noivo e padrinhos: 1492 (tema do filme com o mesmo nome)
* entrada das damas e pajens: Além do Arco Íris (tema de filme Mágico de Oz
* benção das alianças: Ave Maria - Gounnod
* comprimentos: Fantasma da Ópera
* saída dos noivos: Tema da Nona Sinfonia de Beethoven.

Algum casal já veio com alguma música na cabeça que você achou muito inapropriada para uma cerimônia religiosa? Qual foi sua atitude perante o fato?

Olha, o gosto musical é bastante variado, mas geralmente ele está vinculado à mídia. Existem noivos que tratam o casamento com descontração e até mesmo com certo grau de brincadeira. Tivemos um casal que propositadamente saiu com a “Aleluia” de Handel porque estavam namorando a quase quinze anos. Mas acho que a escolha mais estranha que tivemos em todos estes anos foi uma noiva que queria entrar na igreja (ou sair, não me recordo agora) com uma música, se não me engano, da dupla Edson e Hudson, que dizia em sua letra “ela encasquetou que quer casar”. Acabamos não fazendo o casamento, não por conta disto, mas acho que ela, em algum momento, percebeu que estava tentando contratar o grupo errado, e nós, sinceramente, não fizemos nenhum esforço para mudar sua conclusão.
Não vejo problema nenhum em gostar de música sertaneja, mas em minha opinião existe algo entre a descontração e o mal gosto que deve ser preservado. Imaginem se todos os passistas, porque são passistas, quisessem entrar na igreja com um samba enredo, no mínimo ficaria estranho. Em uma ocasião uma noiva pediu para os comprimentos a música “Eu Juro”. Como ela havia contratado coral grande fiz um arranjo para quatro vozes. Para minha surpresa quando terminamos o casamento uma pessoa fechou um outro casamento ali mesmo porque disse que adorou o jeito que nos cantamos “Eu Juro” e tinha ficado por demais emocionada. Com este exemplo podemos afirmar que não é necessariamente o gênero musical que determina coerência na escolha do repertório e sim o conteúdo dos versos. Ao nos certificarmos que existe uma escolha inadequada procuramos orientar a noiva e se ela fizer questão antes de levarmos a frente consultamos a igreja porque para nós é importante que tenhamos uma relação saudável tanto com as igrejas como com as noivas. Dependemos deles para que possamos continuar nossas atividades. Felizmente nunca nos deparamos com algo que não demos conta.

Quais as vantagens da música ao vivo para a música mecânica numa cerimônia religiosa?

Existe uma grande diferença entre música ao vivo e música mecânica. Imagine se alguém apresentasse a seguinte proposta: você tem duas opções; ou você escuta um disco do seu artista preferido ou vai a um show dele. Esta coisa de utilizar música mecânica atende momentos específicos, mas, por exemplo, não há nada mais desanimador do que ligar para uma empresa e ter que ficar escutando uma máquina fazer um monte de perguntas. Somos humanos e nos afinamos com outros humanos e não com máquinas. Deus me livre se esta onda de robotizar tudo pega, pensou eu fazendo casamento de um humano com um robô. A música ao vivo cria uma energia única no ambiente, provoca simbiose, e a empatia entre os artistas e os convidados faz parte da ambientação. É evidente que não se pode determinar que casamentos com música mecânica não é emocionante, mas não há como negar que casamento com música ao vivo é infinitas vezes mais emocionante.

O Madrigal oferece outro serviço além do canto coral?

A especialidade do Voz Ativa é musica para cerimônia religiosa, mas como este não é o único foco das nossas atividades, temos parcerias com diversos outros artistas.
Recentemente fechamos um casamento que será realizado em um restaurante no bairro paulista Itaim Bibi e foram contratados um pianista, um violinista, um clarinetista e uma voz. Temos também parceria com bandas que tocam e animam recepções, enfim, se a questão for música temos a solução.

Com todos esses anos de experiências com casais ansiosos para o grande dia, deixe aqui um conselho para que tudo ocorra o mais perfeito possível.

O mais importante para que tudo saia bem é, “contatem o Voz Ativa Madrigal”. Brincadeiras a parte, não existe planejamentos perfeitos, contratempos sempre acontecerão, mas é possível diminuir consideravelmente o risco de inconvenientes se tivermos alguns cuidados, alguns deles já apontados anteriormente. É necessário saber que, como em qualquer outra área que oferecem ganhos consideráveis, nesta área também existem muitos aventureiros, não só em música, em todos os serviços oferecidos para esta ocasião. Normalmente noivos são pessoas novas e a juventude aliada a todas emoções inerentes aos momentos que antecedem o casamento pode tornar o casal preza fácil de pessoas inescrupulosas. Não correr riscos é não crer em propagandas, sites e afins. Existe uma linguagem comercial que coloca todos os prestadores de serviços no mesmo patamar, os bons e os ruins, porque ninguém assume que o próprio serviço é ruim. O melhor, como já citei, é buscar informações com quem utilizou estes serviços. Converse com o maior número de pessoas possíveis, mas cuidado com indicações de secretárias de igreja, infelizmente, algumas delas negociam conchavo com prestadores de serviços e ganham comissão quando eles fecham casamentos, pouco se importando se o contratado irá ou não fazer um bom serviço. Todavia, é bom que se frise que isto acontece em um número reduzido de igrejas.
Hoje é bastante comum a prática de a noiva ir assistir casamentos e fechar com o prestador no próprio local sem ao menos saber se o profissional tem condições de oferecer o que esta se propondo. Agende uma data para visitá-lo, escolha o repertório no escritório dele e não por e-mail. É importante que você saiba para onde se dirigir se algo der errado, até para, se for o caso, processar o prestador. Conheço casos em que o endereço fornecido pelo prestador de serviço era falso e o contratante só soube disto quando precisou encontrá-lo. Se tiver estes cuidados a possibilidade de se deparar com contratempos diminui sensivelmente. De resto é só curtir muito este momento único.

Voz Ativa Madrigal
R. D. Maria Angélica, 182
Vila São José - Osasco - SP
CEP 06290-000 - Fone/Fax (11) 3656.2776

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