Somos, na música erudita, somente um pouco menos colonialistas do que àqueles que foram alvo do, por vezes, sarcasmo do Movimento Nacionalista Brasileiro.
Aqui, embora coubesse, não julgo pertinente discorrer sobre este tipo de postura que a maioria absoluta dos artistas brasileiros tem com relação à música brasileira. Este descompromisso marcante se perpetua à medida que os atuais orientadores induzem aos seus discípulos a seguir o mesmo direcionamento que receberam.
Outra característica, aí não mais restrita a música erudita (embora nela seja tão evidente que chega a ser vergonhosa), mas em todas as artes e também em outras atividades profissionais deste país, é que qualquer atividade absolutamente desprezada pelos brasileiros ganha imediato reconhecimento no Brasil se anteriormente o mesmo acontece em outro país, fato, aliás, já observado por Mário de Andrade e apontado na obra da Profª Elizabeth Travassos sobre o Nacionalismo Brasileiro.
É principalmente por conta desta realidade que sempre nos surpreendemos com a qualidade inquestionável das obras de compositores brasileiros quando temos a oportunidade de ouvir um concerto a eles dedicado. Mas, para não sair do padrão brasileiro, desta vez quem nos ofereceu esta oportunidade foi a Cultura Inglesa.
Parabéns ao Maestro Marcos Júlio Sergl pelo belo trabalho frente ao Cultura Inglesa Choir que na Semana Santa deste ano dedicou uma série concertos exclusivamente a compositores brasileiros e que para encerrar a série na Sexta Santa nos ofereceu no Templo da Igreja São Luiz na Av. Paulista, SP, um trabalho envolvente e refinado com obras de Andre da Silva Gomes, Tristão Mariano da Costa e Elias Álvares Lobo, obras do nosso acervo normalmente desprezadas.
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