quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Janeiro de 2009

Enquanto estávamos em férias fatos importantes no mundo musical aconteceram. Tarefa grandiosa seria apontar todos eles a fim de informar e/ou relembrar nossos leitores, no entanto, gostaria de destacar dois destes acontecimentos.
O Primeiro é o falecimento do Sr. Vicente Amato pesidente da APAA (Assossiação Paulistas dos Amigos da Arte) no último dia 08 de janeiro. O Sr. Vicente Amato dedicou grande parte da sua vida a admistração cultural, entre os muitos cargos que exerceu está o de Diretor do Teatro Municipal de São Paulo em tempos em que este espaço era um dos mais importantes focos culturais do Brasil. A frente da APAA fez um trabalho de múltiplos direcionamentos o que conferiu a sua gestão grande abrangência, seja administrativa ou artística. Certamente a música de São Paulo perde um grande colaborador.
O segundo é a demissão do Maestro Neschling da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Me privarei de comentá-lo já que, dado a representatividade atual desta intutuição, o fato é motivo de comentários de toda natureza.
Sobre este assunto penso ser necessário dizer que, apesar de ser público e notório a falta de tato e educação em lidar com seus colaboradores e de um egocentrismo tão exacerbado que poderia ser dado como patológico, seu trabalho colocou a Osesp em lugar nunca alcançado antes por qualquer conjunto musical erudito brasileiro em todos os aspectos. Não destacarei o que seu trabalho promoveu não só na Osesp, mas em todo o Brasil, basta vontade para reconhecer a grandiosidade alcançada por esta orquestra nestes anos em que o Maestro Neschling esteve a frente da instituição. O lamentável de tudo é que tão grande quanto sua capacidade administrativa e competência artística é sua irracionalidade frente a própria imagem. Ele foi demitido por seus superiores pelo mesmo motivo que demitia seus subordinados e nesta briga de "egos" políticos quem perde é a arte, a cultura e, principalmente, nós que experimentamos o prazer de termos disponível uma orquestra do nível da Osesp.
Resta-nos torcer para que este brilhante e significativo trabalho não venha a sucumbir diante de incompetências introduzidas pelo descaso das autoridades deste Estado, fato comum no Brasil.
Lamentamos o ocorrido mas a verdade é que o Maestro Neschling exigiu um respeito que ele não era capaz de exercer. Pecou pela arrogância e por achar-se no direito de se colocar em nível superior àqueles a quem era subordinado.
Não posso responder se o Maestro Neschiling sentirá falta do cargo que ocupava, mas receio que sentiremos falta dele na Osesp.

Ricardo Barbosa

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