Contemporâneo de Debussy e Ravel, Ablert Roussel não obteve, contudo, a mesma fama de seus compatriotas. No Brasil, especialmente, sem nome é praticamente desconhecido, raras sendo as execuções de suas obras.
Proveniente de uma abastada família de industriais, ficou órfão na infância, sendo educado, sucessivamente, pelo avô e por uma tia materna. As primeiras aulas de piano foram aos 11 anos de idade, mas o que lhe interessava mesmo era uma carreira naval, só aos 25 anos ele resolveu abandonar a marinha e se dedicar à composição.
Tendo estudado com Vincent D”Indy na Schola Cantorum, Russel foi professor nesta mesma instituição, onde teve Verèse e Satie como alunos; atuou como oficial de transporte durante a I Guerra Mundial, radicando-se, depois do conglito, na Mormandia, onde compôs suas obras mais expressivas.
Considera-se que seu estilo inicial sofreu a influência da austeridade contrapontística da Scholla Cantorum. Posteriormente, foi tocado pelo que se convencionou a chamar, algo inadequadamente, de “impressionismo” (ou seja, a estética de Debussy e Ravel), para, em sua fase madura, consolidar um idioma neoclássico. De seu catálogo destacam-se obras de câmara, quatro sinfonias, a ópera Pâdmâvati e os balés como Aeneas e Cacchus et Ariane.(...)
Irineu Franco Perpétuo
Programa de Concerto Osesp – Jun / Jul 2008. p 18-19
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