segunda-feira, 22 de março de 2010

Uma Questão de Olhar.

Somos todos conscientes de que um mesmo objeto, fato, acontecimento gera olhares completamente diferentes.

A análise e, por conseqüência, as conclusão são, principalmente, produto de nossas experiências e crenças. Assim, um indivíduo pode encarar de maneira completamente diferente procedimentos e posturas que para nós são importantes e imprescindíveis.

Erro comum é o de refletirmos nossa maneira de pensar em outrem, conduta que nos leva, na maioria das vezes, a nos decepcionar por não identificar o que desejávamos nos que, social ou profissionalmente, fazem parte do nosso convívio.

No entanto, pós fato não podemos nos calar diante do que nos contraria, do que nos envergonha, do que não está em concordância com o que identificamos como o mínimo para exercer uma função ou papel. O excesso de confiança nos coloca em situações surpreendentes e, por vezes, nos expõe às pessoas pelas quais nutrimos o maior respeito e carinho e que, por conta disso, cuidamos permanentemente para que nossa imagem seja preservada e, sempre que possível, elevada.

Não há o que justifique a surpresa que tivemos no lançamento do Cd Spiritual, com a performance da pessoa que se dispôs a interpretar os textos explicativos do nosso trabalho. Contudo, mesmo ela não pode ser responsabilizada pelo seu despreparo, pela sua incompreensível deficiência de leitura, por seu inadmissível português, por sua incapacidade de seguir um roteiro, pelo seu impactante despreparo para fazer o que se propôs, pois cabia ao seu orientador esclarecer a realidade e a responsabilidade do que é estar a frente de uma platéia, principalmente quando envolve o trabalho de outrem, antes de a expor diante do nosso público, cantores, equipe de trabalho e regente.

Todavia, ficou evidente o erro e se há erros, devemos, cada qual, assumir as responsabilidades inerentes as funções e, neste caso, duas pessoas devem ser responsabilizadas pela lamentável exposição. Errou a direção do espetáculo na excessiva confiança no profissional que indicou e empenhou sua palavra na capacitação daquela que, também confiando no mesmo profissional, se sentiu apta a desenvolver uma função da qual não tinha o mínimo preparo.

Aqueles que acompanham nosso trabalho sabem que não faz parte do nosso perfil tal desrespeito com nosso público. Para aqueles que pela primeira vez se dispuseram sair de casa em uma sexta feira de transito caótico em São Paulo ou aqueles que se deslocaram de Sorocaba, Campinas, Jundiaí e outras localidades até o Teatro Municipal de Osasco para acompanhar o lançamento de nosso disco, empenhamos nossa palavra que jamais permitiremos que algo semelhante aconteça novamente. Às 320 pessoas que estiveram no último dia 19 de março no Teatro Municipal de Osasco, peço desculpas pelo ocorrido. Estamos envergonhado, nosso público merece, no mínimo, um padrão que não o decepcione, que dê motivo para que ele continue acompanhando nosso trabalho, e isto, podem estar certos, será sempre preservado.

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