A letra “A” designava a nota lá por tradição por ser esta a nota mais grave do “sistema perfeito” dos gregos.
No Século XI um monge beneditino chamado Guido nascido em Arezzo (992 -1050) aperfeiçoou esse processo de registro musical utilizando um sistema de quatro linhas em conjunto com os neumas que passaram a indicar com precisão, além da direção melódica, os intervalos, Guido fazia uso de claves para indica o ponto de referência, os neumas passaram a ter as extremidades mais grossas afim de facilitar a identificação do ponto de partida e ponto de chegada.
Outro feito de Guido D’arezzo foi a implementação da salmização que consistia em usar a primeira silaba de cada frase do hino a São João Batista, que correspondiam a entonação, em ordem, das seis notas do hexacorde.
UT - Re – Mi – Fa – Sol – La
UT - Re – Mi – Fa – Sol – La
Hino a São João Batista
Utqueant laxis
Resonare fibris
Mira gestorum
Famuli tuorum
Solve polluti
Labi reatum
Sancte Ioannes
Tradução
"Para que nós, teus servos,
possamos elogiar claramenteo milagre e a força dos teus atos,
absolve nossos lábios impuros, São João"
Os nomes “Do” e “Si” foram incorporados posteriormente, existem algumas teorias que se propõe a explicar sua utilização, citarei duas possíveis explicações:
1 - Ut, por ser uma sílaba de difícil entoação, foi substituído por “Do” no século XVIII pelo cantor J. Batista Doni em uma homenagem a si mesmo. Essa tese pode ser encontrada no livro “Compendio de história da música” escrito por Mário de Andrade, porém não há fontes que sustentem com absoluta certeza a tese de Mário de Andrade, para ele, a nota “Si” também é de origem incerta.
2 - A troca de Ut para “Do” seria pela correspondência com as iniciais de “Dominus” que quer dizer “Senhor” em latim. A nota “Si” pode ter sido empregada referenciando as inicias em latim de São João: Sancte Ioannes.
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