segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Denise Knopp - Voz Ativa Madrigal 15 anos



Denise é uma pequena mulher de grandes e irrepreensíveis condutas.
Filha de pastor Presbiteriano trazia em si forte religiosidade o que promovia humanidade e, por consequência, uma sensibilidade pronta para ser explorada pelo canto.
Denise é soprano ligeiro, voz aguda por natureza, não encontrava dificuldade em passear por notas agudas, onde se expressava com naturalidade.
Responsável, nunca assumia o que não poderia cumprir, característica que acabou por afastá-la do projeto visto que havia concluído o curso de fonoaudiologia e, dado a sua postura, o trabalho passou a ser um fator que colocaria em risco sua atividade artística, pois era casada e não haveria como atender as exigências do grupo.
Denise era de natureza alegre, receptiva e faladora, mas não “tagarela”, criou rapidamente amizade com todo o grupo. Seu rosto é expressivo e, provavelmente, por conta de seriedade que conduz tudo o que faz, normalmente chegava com uma expressão de cansada no ensaio, o que lhe rendeu o carinhoso apelido de Soneca. Apelido dado pelo Wagner e rapidamente acatado por todo o grupo.
Soneca teve participação ativa e foi solicitada, por conta de sua formação, por diversas vezes. Sempre solícita, atendia prontamente tudo o que lhe era solicitado.
Sua passagem por nosso projeto foi marcada por momentos intensos e gostosos visto que, como já dissemos era possuidora de bom humor, mas, apesar da pequena estatura, tornava-se enorme quando pretendia defender um ponto de vista ou se sentia contrariada no que acreditava.
Sua religiosidade, por vezes, criou barreiras para interpretação de certos repertórios, principalmente para os que continham músicas das seitas e religiões afrodescendentes visto que fazia parte de um seguimento religioso que entende como demoníaca as manifestações religiosas que trabalham com entidades espirituais das quais se ocupavam tais seitas e religiões. Todavia, por ser uma pessoa esclarecida, entendeu que seu papel dentro do processo artístico que se baseia única e exclusivamente em aspectos interpretativos, nada mais.
Para além dos fatores já apontados que promoveram seu afastamento, o fato dela pretender ser mãe foi, talvez, o que mais colaborou para sua decisão, o que derruba qualquer argumento contário.
Sua convivência com o grupo sempre foi saudável e sua passagem foi importante à medida que ela foi um belo exemplo de que se é possível fazer música quando se deseja fazer música. Apesar de nunca ter participado de um coral, aceitou a orientação de sua então professora de canto para, se fosse aceita, tentar acompanhar, como cantora, o trabalho por nós realizado, pois no entendimento de sua professora era importante para sua evolução como cantora.
Seu esforço a tornou peça importante na sonoridade do grupo e sua responsabilidade foi certamente exemplo para todos.
Nossa gratidão e amizade a nossa “grande” Soneca.

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