O Centro Cultural Correios Salvador inaugura, na próxima
quarta-feira, 3 de outubro, às 19 horas, a exposição internacional de
fotografias “Condenados – no meu país, minha sexualidade é um crime”. O
trabalho, que reúne 50 autorretratos, é resultado da pesquisa do fotógrafo e
jornalista francês Philippe Castetbon e revela o cotidiano difícil dos
homossexuais que vivem nos 80 países nos quais este tipo de relação é
condenada. A entrada é gratuita e o evento visa reforçar o respeito aos
direitos humanos e combate à homofobia.
Um coquetel para convidados e imprensa, com a presença do
curador Philippe Castetbon, marca a vernissage que acontecerá no dia 3. A
exposição estará aberta para visitação do público no dia seguinte, 4. Philippe
Castetbon fará duas visitas guiadas, nos dias 4 e 5 de outubro, abertas ao
público, a partir das 16 horas. “Condenados – no meu país, minha sexualidade é
um crime” ficará exposto até o dia 16 de novembro. O acesso é permitido de
segunda a sexta, das 10 às 18 horas, e no sábado, das 8 às 12 horas.
Nos meses de outubro (18 e 25/10) e novembro (01/11), será
realizado um ciclo de debates no local, com convidados especiais, dando
continuidade à proposta da exposição, além do lançamento do livro “Condenados –
no meu país, minha sexualidade é um crime”, reunindo imagens e depoimentos de
todos os envolvidos no trabalho. A programação completa do evento pode ser
encontrada no site www.exposicaocondenados.com.br.
Salvador é a segunda cidade da América Latina a abrigar este
projeto, que já percorreu as cidades de São Paulo, Aubervilliers, Avignon,
Blois, Bruxelas, Chambéry, Clermont-Ferrand, Genebra, Grenoble, Libourne,
Lille, Metz, Montpellier, Nice, Paris, Toulouse, Tours e Viena.
O trabalho desenvolvido por Philippe Castetbon
Em sua investigação sociológica, Philippe Castetbon
utilizou-se da internet como ferramenta, inscrevendo-se em um site de
encontros, escolhido ao acaso. O fotógrafo e jornalista viu que era possível
contatar homens em quase todos os países onde a homossexualidade é proibida e
condenada pelas leis, e pôde compreender como se conciliam o desejo de encontro
e a proibição legal. Com isso, notou que muitos se escondem e não mostram seu
rosto.
“Estes homens estão condenados ao terror, mentira,
humilhação, exclusão, prisão e violência, fuga ou morte. Vivendo em regime de
opressão e perseguição, a internet tornou-se um escape. Nesse espaço de
liberdade temporária, eles podem encontrar conforto, conversar com os seus
pares e afins, quebrar a solidão, e talvez se apaixonar”, afirma Philippe.
Criando uma relação de confiança, Castetbon conseguiu a
cooperação de todos, que cederam suas imagens e depoimentos. A coleção de 50
autorretratos, acompanhada dos testemunhos e das leis em vigor, foi a forma
encontrada por ele de revelar o cotidiano dos homossexuais. O medo de ser
reconhecido e discriminado, além de perder seus direitos civis e até a própria
vida, predomina em todas as histórias.
“Eu me lembro de ter abaixado minhas calças na frente da
escola toda para provar aos outros que eu era um menino como eles e para eles
pararem de me insultar. Muito cedo, muito jovem, eu conheci a vergonha, o
embaraço, o ridículo e a tortura de ser diferente. A AIDS e as outras doenças
sexualmente transmissíveis se desenvolvem porque os gays na Guiana, por receio
de discriminação e de serem identificados como homossexuais, não consultam os
médicos”, aponta o depoimento de M., 25 anos, residente em Georgetown, capital
da Guiana.
SERVIÇO:
Exposição “Condenados – no meu país, minha sexualidade é um
crime”
Local: Centro Cultural Correios Salvador – Praça Anchieta
s/nº – Pelourinho – Centro Histórico de Salvador (BA)
Horário: de segunda a sexta, das 10 às 18 horas; sábado, das
8 às 12 horas
Entrada: franca
Recomendação etária: 14 anos
Abertura para convidados e imprensa: 3 de outubro, às 19h
Visitação: de 4 de outubro a 16 de novembro de 2012
Visitas guiadas com o curador: 4 e 5 de outubro de 2012, às
16h
Lançamento do livro “Condenados – no meu país, minha
sexualidade é um crime”: dia 18 de outubro, às 16h
Ciclo de debates:
1º debate: dia 18 de outubro, às 16h – “Os Direitos Humanos
e a homossexualidade no Brasil e no mundo”, com Gustavo Bernardes (Secretaria
de Direitos Humanos do Governo Federal) e Paulette Furacão (Secretaria da
Justiça, Cidadania e Direitos Humanos Bahia).
2º debate: dia 25 de outubro, às 16h – “Saúde física e
psíquica das minorias sexuais”, com Eduardo Barbosa (Ministério da Saúde) e
Javier Angonoa (Consultor da Iniciativa Laços Sociaids – parceria UNAIDS e
Governo do Estado da Bahia).
3º debate: dia 01 de novembro, às 16h – “O papel social da
arte”, com Luiz Mott (antropólogo, historiador e fundador do Grupo Gay da
Bahia) e Angela Elisabeth Lühning (UFBA / Fundação Pierre Verger).
Mais informações para a imprensa com as assessoras de
comunicação
Camila Salles (71) 8804-6961 e Karina Costa (71) 8402-9814
ou na Lume Comunicação (71) 3341-8922
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