quarta-feira, 17 de julho de 2013

A música de Mozart, ou Quantidade com Qualidade


 
Wolfgang Amadeus Mozart , nasceu em 27 de janeiro de 1756, em Salzburg, Áustria. Sua formação musical começou em casa, tendo aulas com o próprio pai, Leopold Mozart, junto com sua irmã mais velha, Maria Anna Mozart (conhecida como Nannerl). Aos cinco anos de idade, Mozart já compunha. As primeiras peças (K. 1-5) foram anotadas no Caderno de Nannerl (o caderno onde Leopold anotava exercícios de música para a filha mais velha).

Em 1762, a família Mozart iniciou uma viagem por boa parte da Europa (entre os anos de 1762 e 1773), e nesta viagem, as crianças Mozart eram apresentadas em concertos como crianças prodígio. Data deste grande tour uma famosa anedota sobre Mozart (registrada em cartas da família), segundo a qual ele, durante uma visita à Capela Sistina, ouviu o Miserere de Gregorio Allegri, uma única vez, e copiou a música, tendo voltado outra vez à capela para corrigir pequenos erros. Ocorre que o Miserere era guardado a sete chaves pelo Vaticano, e quem copiasse a música era automaticamente excomungado. Porém, o feito de Mozart foi tão marcante que lhe rendeu cumprimentos da parte do papa. Datam desta grande viagem as primeiras óperas de Mozart, Mitridate, Re di Ponto (1770), Ascanio in Alba (1771), Lucio Silla (1772), e também o famoso moteto Exultate, Jubilate, K. 165. Deste período também data uma de minhas obras favoritas do compositor, a Missa Brevis K. 65.

Entre os anos de 1773 e 1777, Mozart viveu na Áustria, tendo se empregado como músico na corte do regente de Salzburg. Nesta época, foram compostas inúmeras sinfonias, sonatas, quartetos de cordas, e algumas óperas menores. Neste período, Mozart desenvolveu um súbito interesse por concertos para violino, compondo uma série de cinco (os únicos que ele compôs). Os últimos três, enumerados como K. 216, K. 218 e K. 219 são os mais conhecidos.

Em 1777, Mozart deixou sua posição em Salzburg, e iniciou uma série de viagens a Augsburg, Mannheim, Paris e Munique. Foi nesta época que Mozart apaixonou-se por Aloysia Weber (irmã da futura esposa, Constanze Weber) e é deste período que data a conhecida Sinfonia “Paris” (Sinfonia no. 31), bem como outra de minhas obras prediletas, a Krönungsmesse K. 317 (Missa da Coroação).

No ano de 1781, Mozart retornou a Viena, após o sucesso da ópera Idomeneo em Munique. Com sua chegada em Viena, veio outro grande sucesso como compositor: a ópera Die Entführung aus dem Serail, O Rapto no Serralho. Nesta época, Mozart abandonou sua paixão por Aloysia Weber (que tinha se casado com o ator Joseph Lange) e casou-se com outra das irmãs Weber, Constanze. Desta época data também a amizade entre Mozart e Haydn, conhecido como “Pai da Sinfonia”. Além disto, foi neste período que foram escritas Le Nozze di Figaro (As Bodas de Figaro) e Don Giovanni, parte da bela colaboração entre Mozart e o libretista Lorenzo da Ponte.

E foi no período vienense, em 1784, que Mozart se tornou maçom. Seu ingresso na maçonaria exerceu forte influência sobre sua música, e em 1791, pouco tempo antes de sua morte, ele compôs (com o libretista Emmanuel Schikaneder) a ópera Die Zauberflöte, A Flauta Mágica. Mozart inclusive escreveu um papel, nesta ópera, especialmente para Schikaneder: o papel de Papageno, o caçador de pássaros.

Curiosamente, algumas das obras mais famosas de Mozart datam do último ano de sua vida. Além de Die Zauberflöte, foram compostos nesta época o moteto Ave Verum Corpus e o famoso Requiem, que não chegou a ser terminado pelo próprio Mozart.

Termino com um convite para quem não conhece música clássica, para que aproveitem esta pequena porta aberta e espiem um pouco dentro deste mundo novo. Ou velho, como queiram.

Para quem quiser conhecer mais sobre a obra de Wolfgang Amadeus Mozart, sugiro começar por DVDs das óperas. Há alguns muito bons no mercado. Recomendo particularmente começar pela Flauta Mágica ou pelas Bodas de Fígaro, das quais há bons DVDs pelos selos TDK e Deutsche Grammophon.

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