segunda-feira, 31 de março de 2014

BRAHMS, JOHANNES (1833-1897)


Vida. Brahms nasceu em Hamburgo, no dia 07 de maio de 1833 e faleceu em Viena, no dia 03 de abril de 1897. Filho de um músico de orquestra, passou a mocidade em extrema pobreza, tocando em tavernas de marujos. Estudou com afinco a arte musical e em 1853 entregou algumas composições a Robert Schumann que o apresentou ao público como a grande esperança da música alemã. Ligado ao grande violinista Joseph Joachim, Brahms encarregou-se da responsabilidade de defender a arte de J.Haydn, W.A.Mozart e L.V.Beethoven contra as novas tendências representadas por F.Liszt e R.Wagner: a música absoluta contra a música de programa e o drama musical. Não dispondo do talento literário de Wagner, Brahms não teve êxito. Mas conquistou, graças ao apoio do crítico Eduard Hanslick, os conservadores que, na Alemanha e na Inglaterra, muito o honraram.  Joseph Joachim levou Brahms a incluir ritmos folclóricos húngaros em algumas de suas obras e foi quem o apresentou aos Schumann. Em 1863 Brahms fixou residência em Viena, cuja vida musical dominou durante trinta anos, levando uma vida pacata de solteirão e burguês abastado. 


Estilo. Brahms foi o último dos grandes compositores que deixaram uma obra imensa. Com exceção da música sacra e da ópera, cultivou todos os gêneros, sobretudo a música instrumental, sem quaisquer associações literárias. Contemporâneo de Wagner e tendo assistido ao início da carreira de Gustav Mahler e Claude Debussy, Brahms é um ortodoxo da música absolutista, mantendo-se dentro dos limites do desenvolvimento temático de Ludwig van Beethoven. Foi, por isso, chamado de formalista, cuja música seria incapaz de sugerir emoções mais fortes. É nesse sentido que Nietzsche e os críticos wagnerianos franceses lhe condenaram a arte. Na verdade, hoje Brahms é reconhecido como um romântico que conseguiu dominar sua emoção pela adoção das formas severas do classicismo vienense, do qual ele é o último representante. 


Evolução. Partindo do romantismo de R.Schumann, Brahms submeteu-se à disciplina da arte de Beethoven. Mais tarde, seu ideal artístico foi a síntese desse classicismo beethoviniano e a polifonia de J.S.Bach. 


Projeção. O pessimismo de Brahms, menos filosófico mas mais intransigente que o de Wagner, o folclorismo do mestre e o inconfundível fundo romântico de sua forma rígida bastam para desmentir a interpretação errada de sua arte como burguesa. Sua obra revelou-se como importante influência no desenvolvimento da música do século XX. Sua música, raramente retórica, é com freqüência descrita como outonal, apaixonada e romântica, embora controlada, refinada e privada de melancolia. 


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