terça-feira, 14 de agosto de 2012

Editora argentina lança livro que apaga em 2 meses



Comprar um livro, folhear algumas páginas e depois aposentá-lo em uma prateleira precisa ser um hábito revisto, caso o leitor adquira um exemplar lançado este ano por uma editora argentina. Quem seguir esses passos, vai perder a história e, ao final, quando quiser desfrutar a leitura, vai se deparar apenas com páginas em branco: o texto vai desaparecer após 60 dias.

Com prazo de validade para leitura, El libro que no puede esperar (O livro que não pode esperar, em tradução livre) é impresso com uma tinta especial que vai desaparecendo bem devagar, conforme entra em contato com a luz. A ideia é estimular que as pessoas leiam seus livros imediatamente após a compra.  A iniciativa, criada pela editora independente Eterna Cadencia e a agência de publicidade DraftFCB, também pretende ajudar jovens autores latino-americanos a terem seus trabalhos lançados ou reeditados.
Segundo os criadores do projeto, a primeira edição do livro, chamada El futuro no es nuestro: nueva narrativa latinoamericana (O futuro não é nosso: nova narrativa latino-americana), foi esgotada no primeiro dia do lançamento, e milhares de encomendas foram realizadas. Mas o sucesso não é apenas de público. Em maio deste ano, eles foram premiados no Festival Internacional de Publicidade de Cannes na categoria lançamento ou relançamento.

“Selecionamos alguns autores latino-americanos e imprimimos com essa tinta. Empacotamos nossos livros como qualquer produto com data de validade: vedado em uma sacola, o que impede que o processo de desaparecimento comece antes do livro ser aberto”, afirmam os criadores na página do festival.

De acordo com eles, não são apenas os livros físicos os únicos que estão em risco hoje, mas também os novos autores latino-americanos.  Conforme dados levantados pelos criadores do livro,  nos últimos 20 anos, as vendas de novos escritores da região diminuíram 37%: “Esses novos autores, ao contrário dos que já são famosos, sofrem com cada livro esquecido nas prateleiras. Eles não precisam apenas ser vendidos. Eles precisam também ser lidos. O boca a boca é fundamental para a carreira de um escritor.

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