quinta-feira, 16 de maio de 2013

UFRJ faz Encontro Internacional de Educação Musical



Com a presença dos ministros Marta Suplicy, da Cultura, Aloizio Mercadante, da Educação e de representantes de importantes instituições, a Escola de Música (EM) e o Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ promovem, dias 23 e 24 de maio, o I Encontro Internacional de Educação Musical. Intitulado "Um novo tempo para a música na educação", será realizado no Colégio Brasileiro de Altos Estudos (CBAE/ FCC), à Av. Rui Barbosa, 762 – Flamengo, RJ.
Durante dois dias, estará em pauta a implementação da Lei 11.769, que instituiu a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica, alterando a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996. Sancionada em 2008, com o prazo de três anos letivos para que os sistemas de ensino se adaptassem às suas exigências, desde o ano passado está em vigor.  Mas “o que vemos são ações pontuais”, salienta o violonista e professor Celso Ramalho, coordenador da Licenciatura da EM, à frente da organização dos Grupos de Trabalho e atento aos “graves problemas estruturais” da educação brasileira.
“Ponte” de “diálogo, encontro, confronto” entre “os vários olhares, culturas, saberes”, a Universidade busca cumprir seu papel de “interpelar permanentemente a consciência crítica”, frisa o coordenador do FCC, professor Carlos Vainer. “Queremos a UFRJ na escola e a escola na UFRJ e uma legislação que recoloca a dimensão do aprendizado musical, da cultura nacional, é enriquecedora”, ressalta.
Por tudo isso, a ideia de um Encontro Internacional, para “discutir o modelo, identificando o que é necessário para que a Lei 11.769 tenha uma implantação global”, define o compositor Felipe Radicetti, ex-aluno da graduação da EM,  integrante do Grupo de Ação Parlamentar Pró-Música (GAP) e  coordenador executivo do evento de maio. Liderança da campanha “Quero educação musical na escola”- decisiva para a aprovação da lei 11.769 no Congresso Nacional –, aposta agora que o debate do setor com  o Governo, à luz das boas iniciativas locais e internacionais, possa tirar a lei do papel.
No Encontro, mesmo à distância, as universidades poderão participar via chat. Uma plenária especial contará com convidados como a cantora Daniela Mercury, os compositores João Donato e Tim Rescala, representantes da OAB e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME).
Experiências internacionais
Dentre os palestrantes do dia 23, está Margaret Barret, presidente da Internacional Society for Music Education (ISME), entidade que reúne 91 países, incluindo o Brasil. Da Federação Latinoamericana de Educação Musical (FLADEM), virá a presidente Ethel Moreno Batres. Da Jeunesses Musicales Internacional, participará o presidente, o sueco Per Eckedahl. Criada nos anos 40, a Juventude Musical teve então o objetivo de, ao levar a música para as crianças, integrar o esforço de reconstituição do tecido social na Bélgica ocupada pelos nazistas. Hoje são 58 países membros e “um trabalho amplo, ensinando práticas musicais em oficinas nas escolas, além de transdisciplinarmente, juntamente com matérias como história, geografia, matemática, e em ações que buscam integrar diferentes comunidades multiculturais  na Europa”, assinala Radicetti.


Da Universidade de Artes de Berna, na Suíça, a professora Madeleine Zulauf vai contar sua experiência à frente do projeto iniciado nos anos 80 e que culminou, no ano passado, com a inscrição da educação musical obrigatória na Constituição. A proposta, feita pelo Governo, teve aprovação de 72,44% da população em plebiscito.

GTs e proposições

Como preparação do I Encontro Internacional, desde abril, professores/pesquisadores de várias regiões do País têm discutido propostas para o ensino da música na educação básica. À distância, o trabalho é conduzido pelos coordenadores de GT Regina Meirelles, Andréa Albuquerque Adour e Marcos Vinicius Nogueira, professores da UFRJ. Nos dias 22, 23 e 24 de maio, no Rio de Janeiro, “vamos consolidar um texto com as proposições e uma minuta será apresentada na mesa-redonda do dia 24, intitulada ‘Propostas para o aperfeiçoamento do modelo de implementação da Lei 11.769/2008’ e cujo conteúdo se desdobrará em livro”, informa o professor Celso.
O evento tem patrocínio do Ministério da Cultura (MinC) e apoio da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cultura, do Sindicato  dos Músicos Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, do Conservatório Brasileiro de Música, do GAP e da Associação Brasileira de Compositores para Audiovisual – Musimagem Brasil.
Os interessados podem consultar a seguir a programação e baixar o projeto do evento. Inscrições e informações pelo e-mail producao@forum.ufrj.br e pelo telefone (21) 2252-1195/ramal 217. Notícias sobre a campanha "Quero educação musical na escola" na página do Facebook.

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