sexta-feira, 29 de julho de 2011

Artistas decidem permanecer na Funarte por tempo indeterminado

Durante assembleia, manifestantes criticaram a falta de políticas públicas definitivas para a cultura
Manifestantes querem política permanente para o setor (Foto: ©Zanone Fraissat/Folhapress)
São Paulo – Os artistas que desde segunda-feira (25) ocupam a Fundação Nacional de Arte (Funarte), em São Paulo, decidiram permanecer no local por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleia realizada na noite desta terça. Durante uma longa reunião, os trabalhadores da cultura, como se denominam os manifestantes, discutiram desde a falta de políticas públicas definitivas para a área até o papel do produtor cultural na sociedade e suas relações com a conjuntura política mundial, passando pelo levante nos países árabes.
Um dos porta-vozes do movimento, Dorberto Carvalho, da Companhia de Teatro Insurgente, afirmou que os manifestantes não têm motivos para conversar com representantes da Funarte ou com a própria ministra da Cultura, Ana de Hollanda, já que não têm pautas tão pontuais e nem estão atrás somente de mais verba para a cultura. Segundo ele, os artistas desejam uma política de governo mais clara e duradoura para a área.
"Queremos garantir políticas de estado para a cultura e não uma política pública que dependa do gestor no comando. Tanto no governo Lula como no da Dilma, só vemos descontinuidade na área da cultura, nunca uma política perene. Nós queremos discutir exatamente uma posição política para área", pontua Dorberto.
Para a professora aposentada da Universidade de São Paulo Iná Camargo Costa, a democratização da cultura depende de se democratizar primeiro a distribuição desta produção cultural. Iná afirma que o monopólio, principalmente dos canais de televisão, segue regras impostas pela ditadura militar na década de 1960.
"Até hoje é o Exército que cuida dos satélites que transmitem esses canais de televisão. Essas regras da época da ditadura impedem que qualquer pessoa produza comunicação no país. Somente os grupos detentores do capital conseguem", acusa.
Por: Jéssica Santos de Souza, Rede Brasil Atual

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