quarta-feira, 18 de abril de 2012

Cientistas tentam devendar mistério da "música grudenta"


Esse é o nome de uma música do rapper Tone Loc, que, fiquei sabendo recentemente, fez muito sucesso nos anos 1990. Eu ouvira a canção pela primeira vez na noite anterior, em bar de caraoquê.
Por mais que eu tentasse parar de pensar na música, a letra da canção não saía da minha cabeça. Eu passei quase dois dias até conseguir finalmente esquecer a música.
A pesquisadora Vicky Williamson, especializada em psicologia da música, resolveu estudar o fenômeno de músicas que grudam na cabeça depois de perceber que havia pouca literatura científica sobre o assunto.
Ela descobriu que há diversos termos diferentes em inglês usados pelos cientistas para descrever o fenômeno: "stuck-song syndrome" (ou síndrome da canção empacada), "sticky music" (canção pegajosa), "cognitive itch" (coceira cognitiva) ou "earworm" (verme de ouvido).
Williamson participou de um programa de rádio da BBC perguntando aos ouvintes quais "músicas pegajosas" estavam os afligindo recentemente. Ela também reuniu relatos e experiências em uma pesquisa feita no seu site Clique earwormery.com.
Estresse
Com base nesses dados, ela chegou a alguns resultados surpreendentes.
"Quando analisei mais de mil canções pegajosas, percebi que apenas meia dúzia havia sido citada mais de uma vez – o que mostra quão heterogênea foi a resposta das pessoas. É um fenômeno muito individual", diz Williamson.
Hoje a pesquisadora já possui mais de 2,5 mil relatos. Ela diz que algumas músicas são mais pegajosas simplesmente por estarem em evidência em filmes e seriados de televisão.
É o caso da canção Don't Stop Believing, do conjunto Foreigner, que no começo da sua pesquisa era uma das mais citadas. Na época, a música havia voltado às paradas graças ao seu uso no musical americano Glee.
A psicóloga passou então a tentar entender quais mecanismos desencadeiam o fenômeno.
O primeiro dos fatores é a exposição. A música precisa ter sido ouvida recentemente. Outro é a repetição: quanto mais frequente a música toca, maior é a chance de ela grudar na cabeça de quem ouve.
No entanto, muitas músicas podem ser "despertadas" por memórias ou ambientes ao nosso redor.

Fatores da 'música grudenta'

Exposição recente à música
Exposição repetida à música
Palavras que desencadeiam uma memória de uma canção

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