Num ato que será gravado e depois divulgado pela internet,
será queimada hoje uma tela da artista francesa Severine Bourguignon. Antonio
Manfredi, diretor do museu e também artista, queimou há um mês a obra que
mostrou na última Bienal de Veneza, no ano passado.
Casoria, onde fica o museu, é uma cidade dominada pela máfia
italiana e um dos pontos centrais do polêmico livro de Roberto Saviano sobre o
crime organizado no país.
Manfredi tem feito de sua gestão do museu uma quase
performance para chamar a atenção para um acervo de mil obras de arte
contemporânea que ele diz não receber nenhum respaldo do Estado italiano.
No ano passado, ele chegou a pedir asilo político à
chanceler alemã Angela Merkel e hasteou uma bandeira da Alemanha ao lado do
museu, uma provocação ao governo de Silvio Berlusconi, então primeiro-ministro.
Seu ato de queimar a coleção tem o apoio dos artistas
representados no acervo e é o último capítulo de suas provocações às
autoridades italianas. Ele pretende queimar três obras por semana em cerimônias
que poderão ser transmitidas via internet.
Nos próximos dias, serão destruídos trabalhos da alemã
Astrid Stöfhas, do britânico John Brown, do chinês Qing Yue, do senegalês Cheikh
Moustapha Ndiaye e do brasileiro José D'Apice, entre outros.
Manfredi diz que só vai interromper o ato caso o prefeito, o
governador da região de Nápoles e o ministro italiano da Cultura visitem o
museu e se reúnam com ele.
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