Cruz Diez: cor no
espaço e no tempo
A Pinacoteca do Estado de São Paulo, instituição da
Secretaria de Estado da Cultura, apresenta a primeira grande exposição retrospectiva
de Carlos Cruz-Diez (Venezuela, Caracas, 1923). Carlos Cruz-Diez: cor no espaço
e no tempo exibe cerca de 150 trabalhos, entre pinturas, gravuras, desenhos e
vídeo, realizados entre 1940 a 2000. A mostra apresenta ao público a extensa
produção de Cruz-Diez e suas contribuições teóricas e artísticas para o
modernismo do século XX em um contexto mais amplo do que aquele em que
tradicionalmente elas são inseridas. Com curadoria de Mari Carmen Ramirez,
curadora de arte latino-americana e diretora do Centro Internacional para as
Artes das Américas do Museum of Fine Arts (MFAH), Houston. Esta exposição foi
organizada pelo The Museum of Fine Arts, de Houston, e pela Cruz-Diez
Foundation, de Houston e tem o apoio de
MetLife Foundation.
Cruz Diez: cor no espaço e no tempo
A Pinacoteca do Estado de São Paulo, instituição da
Secretaria de Estado da Cultura, apresenta a exposição Carlos Cruz-Diez: cor no
espaço e no tempo, com cerca de 150 obras, entre pinturas, gravuras, ambientes cromáticos,
desenhos e vídeo. Há mais de cinco décadas, Carlos Cruz-Diez (Venezuela,
Caracas, 1923) vem pesquisando ativamente as origens e a ótica das cores. Sua
extensa obra inclui estruturas não-convencionais de cor, ambientes de luz,
intervenções em via pública, projetos de integração arquitetônica e trabalhos
experimentais que engajam a resposta do olho humano enquanto insistem na
natureza participativa da cor.
A exposição apresentada na Pinacoteca do Estado refaz a
trajetória do artista, desde suas pinturas figurativas a óleo, raramente
vistas, realizadas quando Cruz-Diez ainda era um estudante (1940), até
explorações plenas de cor em movimento (2000). Entre os trabalhos apresentados
na mostra está a série cores físicas - que consiste em uma sequência de linhas
coloridas alinhadas verticalmente e de filtros refletores que são modificados
conforme o ângulo da luz ambiente e da posição do observador, projetando,
assim, a cor no espaço e criando um efeito que evolui continuamente, dependendo
do deslocamento do observador. Cerca de 50 Fisicromias serão expostas pela
primeira vez, revelando os oito estágios que marcam a evolução conceitual e
tecnológica da série: desde madeira cortada e pintada à mão e peças de papelão,
até o emprego de tiras de alumínio e tecnologia de impressão digital. Cor aditiva
e Indução cromática, ambas de 1963, são duas séries de trabalhos que
estão inter-relacionadas e têm por base a impressão ou persistência retiniana ―
a “afterimage” ―, que leva a retina do observador a produzir uma terceira cor virtual
quando confrontada com duas cores complementares em um plano.
As peças que dão título à mostra, cor no espaço e no tempo,
serão exibidas em três ambientes diferentes. No espaço central do museu,
Octógono, os visitantes encontrarão Cromointerferência, 1964-2012. Trata-se de
um grande espaço branco no qual dois planos de cor ondulam constantemente em
faixas projetadas nas paredes e no piso, dissolvendo em cor os volumes ao redor
– inclusive os corpos dos observadores. Ainda fora das salas de exposição, será
apresentado Transcromia, 1965-2010, formada por conjuntos de lâminas que
estarão dispostos em quatro vãos dos corredores que dão acesso à entrada da
mostra. A última, Cromosaturação, 1965-2004, consiste em uma sequência de três
espaços independentes em que Cruz-Diez isola a cor “crua” e cria um display com
efeitos de puro cromatismo.
Completando a exposição, serão exibidos os projetos
arquitetônicos de Cruz-Diez e suas intervenções no cenário urbano, desde
calçadas para pedestres até usinas hidroelétricas, passando por silos de trigo
e, ainda, dois vídeos sobre o processo do artista e sobre as máquinas e
ferramentas ad hoc que ele inventou para realizar diversas obras.
A natureza instável das cores oferece o ponto de partida
para as investigações cromáticas de Cruz-Diez. Para ele, a cor não é um
pigmento depositado sobre uma superfície sólida, mas uma “situação” que resulta
da projeção de luz sobre objetos e da maneira como essa luz é processada pelo
olho humano. Na medida em que a cor depende do deslocamento do observador
diante da obra, ela cria uma experiência participativa e interativa no espaço e
no tempo. A tarefa do artista consiste em induzir situações e promover o
diálogo entre as naturezas estável e instável da cor sobre uma diversidade de
suportes, recorrendo a múltiplas estratégias e materiais não-convencionais que
incluem papelão, alumínio, aço inoxidável polido e tinta acrílica. “Geralmente considerada no contexto da arte
cinética, a importância da grande obra que Cruz-Diez produziu desde a década de
1950 vai além das questões de movimento, vibração e pura retinalidade. Desde o
início, Cruz-Diez concentrou sua pesquisa e seus experimentos em uma questão
crítica: a investigação da cor como um organismo vivo em constante estado de
transformação. Esta exposição tem por objetivo mostrar suas conquistas inéditas
e radicais nesta área,” afirma a curadora Mari Carmen Ramirez.
A mostra Carlos Carlos Cruz-Diez: cor no espaço e no tempo
traz uma seleção de obras que pertencem ao acervo da Cruz-Diez Foundation no
MFAH, e ao Atelier Cruz-Diez em Paris e no Panamá, além de coleções públicas e
particulares na Alemanha, Espanha, França, Inglaterra, Itália e nos Estados
Unidos.
A exposição Carlos Carlos Cruz-Diez: cor no espaço e no
tempo será acompanha por um catálogo homônimo, com 500 páginas, publicado pelo
Museum of Fine Arts (MFAH). A publicação é a referência mais completa e
atualizada sobre o artista e sua organização segue a mesma sequência das seções
da mostra. O catálogo é ricamente ilustrado com imagens das obras e fotografias
documentais das realizações pessoais e profissionais de Cruz-Diez ao longo de
sua extensa carreira. Além disso, apresentará quatro extensas entrevistas da
curadora com o artista, que discutem as intenções, motivações e os desafios
trazidos por obras específicas e séries destacadas nesta mostra. A publicação
trará, ainda, uma seleção dos escritos teóricos de Cruz-Diez, um ensaio de
autoria do crítico Héctor Olea, e textos de época assinados por críticos
influentes tais como Jean Clay, Alfredo Boulton e Frank Popper.
Sobre Cruz Diez
Carlos Cruz-Diez (Venezuela, Caracas, 1923), vive e trabalha
em Paris desde 1960. Emergiu como um artista em meados dos anos 1950 em Paris,
no auge do movimento de arte cinética. Sua obra integra as coleções permanentes
de instituições como o Museum of Modern Art (MoMA), Nova York; a Tate Modern,
Londres; o Centre Georges Pompidou, Paris; o Museum of Fine Arts, Houston; o
Musée d'Art Contemporain, Montreal; o WAllraf-Richartz Museum, Colônia; e o
Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris, entre outros.
Cruz Diez: cor no espaço e no tempo
Em cartaz até o dia 23 de setembro de 2012
Pinacoteca do Estado
Praça da luz, 2
Tel. (11) 3324-1000
São Paulo - SP
Funcionamento: de terça a domingo, das 10h às 18h | R$ 6,00
e R$ 3,00 (meia).
Grátis aos sábados e às quintas
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