sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Violinista Joshua Bell se apresenta na Sala São Paulo


 
Aos 46 anos, o violinista norte-americano Joshua Bell já deixou definitivamente para trás os tempos do menino prodígio que subiu ao palco pela primeira vez aos 12 anos, em Filadélfia. Traz, claro, na bagagem feitos nada desprezíveis para o universo da música clássica - entre eles, a venda de mais de cinco milhões de discos e um punhado de prêmios Grammy. Mas, ele diz, a vida de um intérprete não é feita de passado: por conta disso, no início do ano, ele lançou seu primeiro disco como maestro. E, nos recitais que faz no Brasil, esta semana, decidiu que era hora de revisitar dois grandes pilares do repertório de seu instrumento: a Kreutzer de Beethoven e a Sonata de Debussy. "Há muito tempo não toco essas obras, no caso do Debussy, já se vão mais de vinte anos. Fazer este retorno significa acreditar que, depois desse tempo, evoluí como músico a ponto de ter algo novo a dizer sobre elas."
Bell toca na sexta, 30, no Municipal Rio e no sábado, 31, com ingressos ainda à venda, e no domingo, 1º, com lotação já esgotada, na Sala São Paulo. Além das duas peças já citadas, incluiu no programa Mozart e Grieg, sempre acompanhado do pianista italiano Alessandro Bax. Mas o Beethoven lhe interessa particularmente, diz à reportagem. Os últimos anos têm sido, ele garante, de muito estudo das partituras do compositor. À frente da orquestra da Academia de Saint-Martin in the Fields, na Inglaterra, da qual agora é diretor musical, ele se colocou o desafio de reger as sinfonias. Gravou, no início do ano, a quarta e a sétima; e, ao longo de 2013, tem se dedicado à terceira, que é contemporânea da Sonata Kreutzer. Em seguida, virão a quinta e a sexta.
"Tem sido muito rico perceber como minha atividade ao violino se transformou por conta do trabalho como maestro", ele explica. "Quando você está sozinho no palco, ou atua como solista à frente de uma orquestra, pode se dar ao luxo de simplesmente seguir seu instinto e contar com que os demais te sigam. Mas se você tem que explicar a um grupo de 50, 60 músicos como devem interpretar uma obra, então precisa fazer a lição de casa, para saber expor seus argumentos. E isso te dá uma percepção da arquitetura da peça, o que sugere uma compreensão diferente. E, claro, ao violino, esta diferença acaba se fazendo presente de forma parecida."

JOSHUA BELL - Sala São Paulo. Pça. Julio Prestes, s/nº, tel. 3367-9500. Dias 31/8 e 1º/9, às 21h. De R$ 120 a R$ 330.

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