O Instituto Moreira Salles de São Paulo apresenta a
exposição Luz, cedro e pedra – Esculturas do Aleijadinho fotografadas por
Horacio Coppola, com 81 imagens feitas pelo fotógrafo argentino em 1945, nas
cidades mineiras de Congonhas do Campo, Sabará e Ouro Preto. A mostra tem
curadoria de Luciano Migliaccio, professor do Departamento de História da
Arquitetura e Estética do Projeto da FAU/USP.
Horacio Coppola (1906-2012) é figura central da fotografia
latino-americana do século xx. Sua vocação artística manifestou-se já no final
da década de 1920, quando presidiu o primeiro cineclube argentino. Em 1930,
publicou duas fotografias na primeira edição do Evaristo Carriego de Jorge
Luis Borges, e, em 1931, estampou um ensaio fotográfico na revista Sur. Nesses
mesmos anos, fez a primeira de suas viagens de formação, rumo à Europa, de onde
retornou com sua primeira câmera Leica. Coppola complementaria seus estudos de
fotografia com duas outras viagens: em 1932-1933, à Alemanha, quando frequentou
os cursos de Walter Peterhans na Bauhaus e colaborou com as fotógrafas Ellen
Auerbach e Grete Stern; e, em 1934-1935, a Paris e a Londres, onde se casou com
Stern.
Foi nos anos de formação que surgiu o gosto pela escultura
pré-moderna e mesmo arcaica. Esse espírito de redescoberta certamente motivou
mais uma de suas viagens, desta feita a Minas Gerais, em 1945, em busca da obra
de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814), compreendido por
Coppola como artista integral, isto é, arquiteto, escultor e “ornamentista
sacro”. As referências que podem ter levado Coppola ao artista mineiro naquela
época vão de artigos dos poetas Jules Supervielle e Ramón Gómez de la Serna,
respectivamente em 1931 e 1944, ao livro do brasileiro Newton Freitas, El
Aleijadinho, publicado também em 1944 na Argentina.
Para o curador Luciano Migliaccio, fotografar esculturas é
uma questão de pontos de vista, sobretudo quando se trata das esculturas de
Aleijadinho, que sempre foram parte de um grandioso teatro religioso. “Coppola
compreendeu muito bem o caráter decorativo intrínseco à poética do escultor
brasileiro”, explica.
Horacio Coppola voltou para Buenos Aires com um rico acervo
de imagens que, dez anos mais tarde, expôs nos salões da associação Amigos
del Libro e publicou no livro Esculturas de Antonio Francisco Lisboa O
Aleijadinho (Buenos Aires: Ediciones de La Llanura, 1955). Em 2007, mesmo ano
em que inaugurou a exposição Horacio Coppola — Visões de Buenos Aires, o
Instituto Moreira Salles incorporou a suas coleções 150 dessas imagens.
Luz, cedro e pedra – Esculturas do Aleijadinho fotografadas
por Horacio Coppola
Exposição: de 18 de julho a 11 de novembro 2012
De terça a sexta, das 13h às 19h Sábados, domingos e
feriados, das 13h às 18h
Entrada franca
Classificação livre
Instituto Moreira Salles – São Paulo
Rua Piauí, 844, 1º andar, Higienópolis
Tel.: (11) 3825-2560
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