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Quem sou eu
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
Em entrevista ao Guia Erudito, Amaral Vieira destaca e elogia trabalho do Voz Ativa Madrigal
Amaral Vieira
Suas
realizações fonográficas, como compositor e/ou como intérprete, contam com mais
de 120 títulos (editados em LPs, Cassetes e CDs), apresentando um vasto
repertório, com ênfase especial para Liszt, e suas próprias composições, que
ultrapassam 500 obras. Essas gravações estão sendo distribuídas no Brasil,
Europa, Japão e Estados Unidos.
Recebeu
inúmeras distinções: 10 prêmios como pianista, 17 como compositor e mais de 50
distinções em reconhecimento ao seu trabalho artístico no Brasil, França,
Alemanha, Inglaterra, Hungria e Japão.
Ocupou a
Presidência da Sociedade Brasileira de Musicologia no triênio 1993/1995; em
1998 o compositor tomou posse da Presidência da Sociedade Brasileira de Música
Contemporânea, tendo terminado seu mandato em dezembro de 2001. Foi Presidente
da Fundação Conservatório Dramático e Musical de São Paulo de 2001 a 2008.
É
responsável desde 1989 (21 anos no ar) pelo programa de música sacra Laudate
Dominum que vai ao ar todos os domingos na Cultura FM de São Paulo e também aos
domingos na Rádio Sodré de Montevidéu (Uruguai).
Suas
tournées de concertos incluíram, afora o Brasil, quase todos os países da
Europa, América do Sul, Oriente Médio, China, Japão e Taiwan.
Em
outubro/novembro de 2010 realizou sua nona tournée no Japão (incluindo desta
vez também 4 concertos em Taiwan), chegando assim, somente no Japão, desde
1994, ao espantoso marco de 264 concertos em mais de 200 cidades.
No mês de
julho de 2008, o pianista foi agraciado com o prêmio “2008 Golden Laurel
Award”, outorgado pela “The Delian Society” pelo conjunto de sua obra. É a
primeira vez que esta distinção é conferida a um compositor brasileiro. O
prêmio é concedido uma vez ao ano a um único compositor vivo do mundo inteiro,
entre os indicados por membros da sociedade e, a escolha final, ratificada por
uma comissão internacional.
Em dezembro
de 2010 foi apresentada, no Teatro do MASP (SP), a estréia mundial de sua
“Cantata de Natal” opus 327 para solistas, coro a 4 vozes, dois pianos, saxofone,
tímpano e percussão. Em abril de 2011, no Domingo de Páscoa aconteceu a estréia
mundial de sua mais recente composição, a “Missa Paschalis” opus 328 para coro
e orquestra, na Catedral da Sé de São Paulo.
Em junho
2011 aconteceu a estréia holandesa de seu Stabat Mater para solistas, coro e
orquestra de cordas, já antes executado no Brasil e na Alemanha.
Amaral
Vieira é um artista credenciado pela mais prestigiosa marca de pianos do mundo,
Steinway and Sons.
Guia
Erudito: Como andam os trabalhos de composição de Amaral Vieira? Teremos alguma
estréia neste ano?
Amaral
Vieira: O meu catálogo de composições contém mais de 500 obras nos mais
variados gêneros musicais. É natural que um compositor ativo tenha os olhos
voltados para o futuro e esteja sempre empenhado na criação de novas obras. No
entanto, a produção já existente também requer de tempos em tempos um trabalho
de ‘manutenção’. Tendo isso em mente, pretendo dedicar boa parte de 2012 à
revisão e correção das minhas obras que já foram contratadas para publicação.
Muitos dos meus manuscritos foram editorados digitalmente e aguardam
(impacientemente) pelas devidas correções e eventuais modificações. Trata-se de
um trabalho minucioso, pessoal e intransferível, que requer muito tempo e
dedicação. Nesse sentido, tomei a decisão de fazer de 2012, no tocante à
criação de novas obras, um ano sabático, no qual estarei inteiramente
concentrado na preparação de mais de 20 títulos para o mercado editorial
norte-americano e asiático.
G.E.: E as
gravações? Alguma previsão de um novo CD?
A.V.: Novos
CDs serão lançados no exterior. A gravação holandesa do meu Stabat Mater acaba
de chegar ao mercado europeu, com excelente receptividade. Estou em tratativas
com o selo Sunrise Corporation de Taiwan, um dos mais importantes da Ásia, para
o lançamento, possivelmente ainda neste ano, de um CD duplo contendo o
repertório que toquei dois anos atrás em várias cidades daquele país. Ainda
dentro do conceito de ano sabático já mencionado na resposta anterior, pretendo
digitalizar, em 2012, boa parte das gravações que fiz nas décadas de 1970~1980,
com especial ênfase para o resgate das obras de Liszt. G.E.: No ano passado
tivemos a estréia da Missa Paschalis e da Cantata de Natal no Brasil, que são
composições que privilegiam o canto. Como foram compostas estas obras? Como foi
a estréia delas aqui?
A.V.: Na
realidade, a Cantata de Natal para solistas, coro e conjunto instrumental foi
estreada no MASP em dezembro de 2010, poucas semanas após a volta da tournée
que fiz no Japão e em Taiwan. Já a Missa Paschalis para coro e orquestra foi
apresentada pela primeira vez na Catedral da Sé de São Paulo no Domingo de
Páscoa de 2011. Essas duas obras deram continuidade à minha produção de obras
sacras, gênero ao qual tenho me dedicado há quase 30 anos com grande afinco.
Tanto a Cantata (que foi a segunda Cantata de Natal que compus) como também a
Missa (a minha quarta Missa) foram obras encomendadas especialmente para as
ocasiões em que foram apresentadas. Gosto muito de compor para datas
específicas, como Natal e Páscoa, no caso em questão. As estréias das duas
obras foram muito gratificantes e realizadas com grande profissionalismo. O
coro convidado para as duas estréias foi o excelente Voz Ativa Madrigal,
dirigido por Ricardo Barbosa na Cantata de Natal e por Naomi Munakata na Missa
Paschalis. As interpretações foram primorosas e corresponderam às minhas
expectativas.
G.E.: Também
no último ano foi apresentado o seu Stabat Mater na Holanda. Você foi convidado
para os ensaios finais e apresentações. Ficou contente com o resultado?
A.V.: Fiquei
profundamente satisfeito com o resultado. O Coro da Cidade de Haarlem é um
conjunto excepcional e um dos melhores de toda a Holanda. Dirigido pelo maestro
e compositor Reyer Ploeg tem se dedicado especialmente à divulgação do
repertório coral contemporâneo. Os concertos foram muito emocionantes e
recebidos do modo mais caloroso possível pelas platéias, que lotaram todas as
apresentações. Havia grande expectativa em relação à estréia holandesa de um
Stabat Mater escrito por um compositor brasileiro. As partes vocais solistas
foram interpretadas por cantores de quatro países diferentes (Espanha, Holanda,
Bolívia e Islândia), o que concorreu ainda mais para o espírito cosmopolita das
apresentações. Já mencionei que o CD com o meu Stabat Mater gravado pelo Coro
de Haarlem chegou recentemente às lojas da Holanda e de vários países europeus.
Ao lado do meu Stabat Mater, este CD contém ainda obras sacras de Morten
Lauridsen e de Eric Whitacre, dois compositores contemporâneos de grande
destaque internacional.
G.E.: Para a
tournée de 2010 no Japão e Taiwan você compôs duas obras que foram grande
sucesso de vendas: Aquarelas Japonesas e Aquarelas Taiwanesas. Conte-nos um
pouco sobre estes trabalhos.
A.V.: Foi o
modo que encontrei de homenagear esses dois países que tanto têm prestigiado o
meu trabalho musical. Na realidade tanto as Aquarelas Japonesas como também as
Aquarelas Taiwanesas utilizam melodias tradicionais muito conhecidas
mundialmente. Dei a elas um tratamento pianístico bastante elaborado, para que
pudessem ser apresentadas nas salas de concerto ao lado do repertório
internacional erudito já consagrado. Juntamente com o CD, a partitura das
Aquarelas Japonesas foi publicada pelos meus editores no Japão, Little Star
Music Management. O CD taiwanês foi lançado durante a minha tournée pelo selo
Sunrise Records. Para minha alegria, a acolhida que essas obras tiveram por
parte das platéias do Japão e de Taiwan superaram as minhas melhores
expectativas. É uma pena que esses CDs não tenham sido lançados também no
Brasil.
G.E.: Este
ano você completa 60 anos de idade. Que apresentações marcarão esta importante
data?
A.V.: Uma
bela celebração está sendo esta entrevista para o Guia Erudito! Sei que algumas
homenagens estão sendo organizadas. Em Londres, haverá a estréia inglesa da
minha Grande Sonata Sinfônica para piano a quatro mãos, na interpretação da
pianista japonesa Kazuko Kobayashi e do pianista anglo-argentino Alberto
Portugheis. Ambos já tocaram essa obra alguns anos atrás em estréia japonesa no
Tokyo Bunka Kaikan, um dos principais teatros do Japão. Na Itália, o Duo di
Firenze tocará em várias cidades o meu Concerto Scorpius para dois pianos, obra
que tocou pela primeira vez nos Estados Unidos no Festival de San Francisco do
ano passado. Um concerto em Nova York também está sendo organizado, mas não
tenho ainda os detalhes. No Brasil, só estou sabendo de um concurso de piano em
minha homenagem, promovido pelo Conservatório Villa-Lobos da Fundação Instituto
Tecnológico de Osasco, por iniciativa da pianista Valdilice de Carvalho. Mas
quero crer que os meus 60 anos serão lembrados pelas entidades e pelos músicos
brasileiros. Devem estar preparando boas e agradáveis surpresas para mim. Mas
ficarei sabendo somente na hora H!
Guia Erudito
Maestro Keith McCutchen dirige a Camerata Antiquam e o Coro da Faculdade de Teologia
O fim de
semana reserva um espetáculo que promete arrebatar o público pela importância
dos músicos envolvidos e pelo repertório que mistura elementos do jazz, soulful
e gospel, vertentes geradas por várias tradições musicais, em particular a
afro-americana. A Camerata Antiqua de Curitiba e o Coral da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) unem-se sob a regência do maestro
norte-americano Keith McCutchen, para apresentações na Capela Santa Maria
Espaço Cultural, às 20h de sexta-feira (29) e às 18h30 de sábado (30).
O concerto,
que integra a temporada 2013 patrocinada pelo Ministério da Cultura e pela
Volvo, acontece no Mês da Consciência Negra e mostra no repertório a influência
musical da cultura africana. Serão executadas Jazz Vespers, do próprio
MacCutchen, e a composição Aleluia do Messias, de Georg Friedrich Handel,
versão do álbumHandel's Messiah: A Soulful Celebration, produzido pelo
norte-americano Quincy Jones, compositor, arranjador vocal, trompetista e
produtor musical de trilhas sonoras. Quincy alcançou notoriedade como o
produtor de dois dos maiores recordistas de vendas de todos os tempos, o álbum
Thriller, do ícone pop Michael Jackson, e a canção We Are the World.
Também sobem
ao palco, como instrumentistas convidados, o saxofonista Todd Wright,
considerado embaixador do jazz na Carolina do Norte (EUA), e o premiado
clarinetista brasileiro Jairo Wilkens, que atua em Curitiba e recentemente
conquistou o primeiro lugar no 3º Concurso de Música de Câmara do 51º Festival
Villa-Lobos, no Rio de Janeiro, integrando o Duo Palheta ao Piano, ao lado da
pianista Clenice Ortigara.
Notas de
repertório – O maestro Keith McCutchen – que também será responsável por
comentários sobre o concerto – explica que as Jazz Vespers utilizam as
estruturas gerais textuais usadas pelos compositores antigos como Monteverdi,
“mas com uma síntese de linguagens harmônicas que adotei como resultado de
minha experiência em vários gêneros de coral, idiomas jazzístico, literatura de
piano e música orquestral dos séculos 19 e 20, bem como as diversas tradições
folclóricas e afro com as quais cresci e continuo a desenvolver”, enfatiza.
A linguagem
harmônica e as diferentes formas de composição de jazz moldam os vários
movimentos, embora o maestro ressalte que o uso moderno do termo Jazz Vesper
significa uma performance de jazz, sem qualquer aplicação do texto nem da
estrutura formal do serviço de Vésperas da Igreja Católica Romana, Grega
Ortodoxa ou liturgias anglicanas. Apesar disso, a música jazzística tem sido
adaptada com sucesso, dentro da estrutura de um serviço litúrgico. A abertura
utiliza o tradicional versículo das vésperas, seguida por conjuntos de Salmos
que contêm pedidos de oração pela paz e pela justiça.
A obra
coloca o Salmo 139 em estilo de balada lenta, seguida por um verso de hino
coral de vozes masculinas e, na sequência, o coro completo. Na continuação, um
anúncio em estilo de moteto do texto pelo coro, interagindo com a improvisação
dos músicos. A configuração do Magnificat (Lucas 1:46-55) começa com o uso de
formas de melodias do jazz convencional dos anos 30 e 40, em clima agitado, até
que as palavras são transportadas para uma valsa em tempo de jazz.
O concerto
termina com uma reinterpretação muito popular do Messias de Handel, registrada
por Quincy Jones de modo superlativo, em álbum de 1992. O The Soulful Messiah
mistura as vozes originais concebidas por Handel com acompanhamentos Gospel e
Soul. O álbum recebeu o Prêmio Grammy, em 1992, de melhor disco contemporâneo
Soul Gospel Album.
Convidados –
O espetáculo que toma conta da Capela Santa Maria Espaço Cultural, neste fim de
semana, tem a participação do Coral da Universidade Tecnológica Federal do
Paraná (UTFPR), fundado pelo maestro Francisco César Leinig, em 1966. Auxiliado
pelo professor Wilson dos Santos até 1974, o grupo acompanhou as mudanças e o
desenvolvimento da instituição que representa, contando com oito regentes ao
longo do tempo, sempre aliando os benefícios do canto coral à qualidade
técnica.
Atualmente,
o Coral da UTFPR é conduzido pela maestrina Priscilla Battini Prueter,
especialista em regência coral, com mestrado em Música pela Universidade
Federal do Paraná. Priscilla também é coordenadora do Programa de Canto Coral
da UTFPR, que engloba diversas ações relativas a essa área, tanto em Curitiba
como na Região Metropolitana.
Outro
destaque fica por conta do saxofonista norte-americano Todd Wright, que desde
1990 atua como professor na faculdade de música Appalachian State University
(Carolina do Norte – EUA). Na instituição, criou vários grupos, ministrando
cursos sobre improvisação de jazz, história do jazz e piano jazz, tendo
fundado, em 1993, o Jazz Vocal Ensemble daquela universidade. Toca para
presidentes e vice-presidentes dos Estados Unidos e, como músico de estúdio,
Todd pode ser ouvido em vários projetos com outros artistas. Tem se apresentado
com grandes nomes do jazz internacional, realizando turnês pelo Caribe, México,
Itália, França, Alemanha e Suíça.
Completando
os talentos selecionados para este concerto, a presença do clarinetista Jairo
Wilkens, formado pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná – Embap e
solista especial da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (SP). Com vários
prêmios em competições nacionais e internacionais de clarinete solo, também se
apresenta ao lado de importantes orquestras, entre elas a Rádio Cultura,
Sinfônica de São Bernardo do Campo, Sinfônica do Paraná e Sinfônica de
Londrina. Mantém intenso trabalho de música de câmara, realizando concertos no
Brasil e Estados Unidos, onde foi aluno visitante na University of
Missouri-Columbia. Desde 2008 auxilia didaticamente jovens clarinetistas da
Fundação Amazônica de Música.
Serviço:
Apresentações
da Camerata Antiqua de Curitiba e Coral da Universidade Tecnológica Federal do
Paraná (UTFPR), sob a regência de Keith McCutchen (Estados Unidos), que também
fará comentários sobre o concerto. Instrumentistas convidados: Todd Wright
(saxofone) e Jairo Wilkens (clarinete).
Datas e
horários: dia 29 de novembro (sexta-feira), às 20h, e dia 30 de novembro de
2013 (sábado), às 18h30.
Local:
Capela Santa Maria – Espaço Cultural (R. Conselheiro Laurindo, 273 – Centro)
Ingressos:
R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada)Festival Internacional de Música Clássica de João Pessoa
Maestro Laércio Diniz assume a regência e direção artística da nova Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa e do Festival Internacional de Música Clássica de João Pessoa, com a promessa de transformar a cidade em referência no gênero.
Com grande tradição em música clássica, a cidade de João
Pessoa é palco do primeiro Festival Internacional de Música Clássica,
idealizado pela Prefeitura Municipal (PMJP), por meio da sua Fundação Cultural
(Funjope) e do Maestro Laércio Diniz, que assume a direção artística. O
festival acontecerá entre os dias 1 a 7 de dezembro, com apoio do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), fortalecendo a política
cultural da prefeitura de incluir João Pessoa como referência de qualidade no
gênero e no trajeto de importantes artistas. O festival ainda apresenta à
população a Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa, em sua estréia
oficial, além de fomentar o turismo da região gerando grande movimento de
visitantes nos hotéis, pousadas e restaurantes.
Todos os concertos tem entrada franca.
O evento traz à cidade mais de 100 grandes nomes e expoentes
da música erudita em concertos, aulas e palestras, com vinte e dois concertos
de musica de câmara com os instrumentistas, e dez masterclasses com professores
consagrados em seus instrumentos, que também são estrelas nos concertos. Diz
Maurício Burity, diretor da Funjope: “Os concertos acontecerão na parte da
tarde e noite; e os encontros serão realizados pela manhã, numa excelente
oportunidade de troca de experiências com grandes referências da música
clássica”, conclui.
A abertura do Festival acontecerá no Adro da Igreja São
Francisco. Durante sete dias, algumas igrejas de João Pessoa, a exemplo da Igreja
da Misericórdia, Igreja Batista e Mosteiro de São Bento, Capela Santa Tereza
D’Ávila e além da Estação Ciência, entre outras, vão receber músicos renomados
da Holanda, Bélgica, Espanha, Estados Unidos, Austrália, Rússia, Prússia,
Argentina, Chile e Alemanha. As masterclasses serão ministradas na Universidade
Federal da Paraíba (UFPB).
A direção artística do Maestro Diniz formatou a nova
Orquestra Sinfônica de João Pessoa mantendo os músicos da antiga Orquestra de
Câmara da Cidade de João Pessoa, aumentando os salários e o quadro artístico em
mais de 15 novos profissionais, tendo entre eles alguns dos melhores e mais
representativos talentos da região. Tendo como solistas feras internacionais
como a pianista ucraniana Anna Federova e o violonista brasileiro Fabio Zanon,
a Orquestra abre e encerra os trabalhos do festival.
A Prefeitura de João Pessoa, por meio da Funjope, aposta
suas fichas no festival e na nova orquestra, que eleva a cidade ao status de
fomentadora de cultura, equiparando-a a algumas das maiores capitais do mundo:
“Estamos investindo e valorizando nossa cultura em suas diversas modalidades.
Estimulamos as festas e eventos populares, aliadas a uma política de
democratização da cultura. Agora vamos, com este festival internacional de música
clássica, potencializar a relação entre cultura e turismo. Um Festival deste
porte vai projetar ainda mais a cidade de João Pessoa nos cenários nacional e
internacional”, ressaltou o prefeito Luciano Cartaxo.
A carreira internacional do carioca Laércio Diniz começou
regendo a Bachiana Chamber Orchestra, em um concerto no Carnegie Hall em Nova
York, em 2008. Um ano depois, Diniz voltava à Big Apple regendo o pianista
David Brubeck no Lincoln Center. Maestro e diretor artístico da Orquestra
Filarmônica do Brasil (FIBRA) e da orquestra de época Engenho Barroco, em 2011
se firmou de vez no cenário da música clássica internacional, assumindo a
regência da orquestra holandesa New Netherlands Orchestra, formada por músicos
da Orquestra da Radio Holandesa. Nascido no Rio de Janeiro, Laércio foi
vencedor de duas edições do tradicional concurso Jovens Solistas, bolsista da
Universidade do Rio de Janeiro, e no final da década de 80, bolsista na Escola
Superior de Música de Colônia, Alemanha, via DAAD (Serviço Alemão de
Intercâmbio Acadêmico), sob orientação de Ingeborg Scheerer, Saschko Gawriloff,
Susanne Rabenschlag, e música de câmara com o quarteto
"AMADEUS". No Brasil teve como mestres de regência os Maestros
Roberto Tibiriçá e Isaak Karabtchevsky, fundou o quarteto de cordas AUREUS (3
Cds Gravados) e a Orquestra de Câmara Engenho Barroco (4 Cds gravados).
Realizou concertos na Alemanha e na América do Sul com estes grupos. Foi
professor de violino dos mais importantes festivais internacionais de música no
Brasil e professor de violino da Faculdade FMU. A partir de 2011, via patrocínio da seguradora Capemisa,
passou a se apresentar Brasil afora com o projeto “Maestro CAPEMISA”, regendo
como convidado diversas orquestras por todo o país, e também realizando
palestras e representando um dos maiores projetos sociais do Brasil
reconhecidos pela UNESCO, o “Lar Fabiano de Cristo”. Após o enorme sucesso do público e crítica em
2011 o projeto “Maestro CAPEMISA” ganhou o subtítulo “A viagem de Villa-Lobos”
no intuito de levar o nome do compositor brasileiro mais expressivo às salas de
concerto de todo o mundo. Em Junho de 2012 gravou na Lituânia com a “Lithuanian
National Symphony Orchestra (LNSO)” o CD “Saudades do Brasil” com obras de
Villa-Lobos, Milhaud e Florent Schmit, pelo selo Aureus Records.
É essa bagagem que confere a Laércio Diniz capacidade e
confiança para idealizar, produzir e comandar um evento do porte do Festival
Internacional de Música Clássica de João Pessoa: “Estou muito feliz em poder
participar da criação de um novo corpo orquestral, é uma oportunidade única
fazer parte do nascimento de uma orquestra sinfônica municipal, um verdadeiro
presente para a sociedade. Somente os municípios mais importantes do Brasil e
do mundo tem uma orquestra sinfônica própria. João Pessoa é uma das capitais
brasileiras com maior tradição para a música clássica e uma orquestra sinfônica
vem para catalisar esta tradição e transformá-la em realidade.”, afirma Diniz.
SERVIÇOFestival Internacional de Música Clássica de João Pessoa - 1 a 7 de dezembro de 2013
Mais informações: site www.festivaldemusicajoaopessoa.com.br
e fb www.facebook.com/pmjponline
Mais informações: funjope.planejamento@gmail.com e
Direção de Ação Cultural – tel.: 83 - 3214 3005
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Magnífica catedral do século XV transformada em livraria
Para os
fervorosos bibliófilos, a ida a esta livraria deve ser algo muito próximo de
uma experiência espiritual. Arquitectos da Bk. Architecten converteram a
maravilhosa catedral Broerenkerk, em Zwolle, na Holanda, numa moderna livraria.
Foi-lhes
permitido alterar radicalmente o interior do edifício gótico, mediante a
condição de manutenção de elementos originais, como os vitrais, a harpa e a
decoração.
A estreiteza
do edifício e as regulamentações associadas a este projecto único fizeram com
que os designers tivessem de desenvolver soluções singulares para maximizar o
uso do espaço. Foram incorporados mais 700 metros quadrados de zona comercial,
incluindo um restaurante.
Ao
estabelecer uma estrutura temporária e independente, os designers conseguiram
colocar em três andares, situados nas zonas laterais da igreja, o espaço
comercial, que pode ser retirado posteriormente, de forma à igreja retomar o
seu estado original.
Este espaço
religioso foi parte de um mosteiro dominicano fundado em 1465 e encerrado, após
extinção das ordens religiosas, em 1580. De 1640 a 1982, a igreja foi utilizada
para serviços protestantes. Após o seu restauro, entre 1983 e 1988, recebeu
vários eventos culturais.
A loja
Waanders in de Broeren abriu no início do Verão e, até agora, já recebeu
dezenas de milhares de compradores pela sua grande entrada.
Música ajuda a melhorar saúde cardíaca
Pesquisa
afirma que ouvir música durante a prática esportiva ajuda na manutenção e na
recuperação dos vasos sanguíneos
Uma nova
pesquisa apresentada neste domingo no Congresso da Sociedade Europeia de
Cardiologia, realizado em Amsterdã, na Holanda, mostrou que a audição de música
pode ajudar na recuperação de pacientes com doença arterial coronariana. O
ritmo e a banda não importam, desde que sigam o gosto musical do paciente — e
que a música seja acompanhada por uma série de exercícios físicos.
Os
pesquisadores já sabiam que a atividade física é uma importante ferramenta para
melhorar a função das células endoteliais — que cobrem o interior dos vasos
sanguíneos e são responsáveis por criar novas veias e recuperar as danificadas.
Por isso, os exercícios costumam fazer parte do tratamento receitado a
pacientes que tenham passado por doenças coronárias. "O treinamento físico
tem sido usado para melhorar a função endotelial, e é a pedra fundamental de um
programa multifacetado de reabilitação cardiovascular. No entanto, pouco se
sabe sobre o papel da música na reabilitação desses pacientes”, diz Marina
Deljanin Ilic, pesquisadora da Universidade de Nis, na Sérvia, e autora do
estudo.
Em sua pesquisa, a cientista avaliou os efeitos da música
sobre a recuperação de 74 pacientes com doença arterial coronariana. Para isso,
ela mediu o nível em seu sangue de marcadores que indicam a ação das células
endoteliais e, portanto, a recuperação de seus vasos sanguíneos.
Os pacientes foram divididos em três grupos. Dez foram
submetidos a um tratamento que envolvia a audição de suas músicas preferidas
durante 30 minutos por dia, 33 passaram por um treinamento físico aeróbico
diário, e outros 31 pacientes foram submetidos a um tratamento que combinava
tanto os exercícios físicos quanto a audição de música.
Três semanas após o início do experimento, os pesquisadores
perceberam que os marcadores analisados haviam aumentado sua concentração no
sangue dos três grupos de pacientes. Os voluntários que obtiveram os melhores
resultados — apresentando uma taxa de função endotelial significantemente maior
que os outros — foram aqueles que combinaram o tratamento musical com os
exercícios físicos
Eles foram seguidos pelo grupo que utilizou apenas os
exercícios físicos e, em último lugar, apareceu o grupo que se utilizou apenas
da música em seu tratamento. "Os benefícios da música para a saúde
vascular podem ter acontecido por causa das endorfinas liberadas pelo cérebro
quando ouvimos as músicas que gostamos”, diz Ilic.
Segundo a pesquisadora, a audição de música pode ser usada
em conjunto com os exercícios físicos para melhorar a função endotelial e
ajudar na recuperação de pacientes com doenças coronárias. “Não há uma música
ideal para todos; os pacientes devem escolher aquelas que aumentem suas emoções
positivas e os deixem felizes e descontraídos."Por que o brasileiro não lê?
A
importância da leitura dentro da história da humanidade sempre surgiu como uma
condição essencial para a construção do poder crítico do indivíduo. Para
entender — e compreender — os acontecimentos de sua época, a pessoa deve
possuir ferramentas que apenas o conhecimento pode transmitir.
Esse
conhecimento pode estar guardado em inúmeros lugares. Porém, para escutarmos o
que as gerações antigas têm a nos dizer, precisamos consultar os livros, pois
neles ficaram registrados seus pensamentos, incluindo certas instruções para a
resolução de problemas que, no fundo, apenas se repetem.Vejamos um exemplo. Milênios atrás, Aristóteles, um filósofo grego, escreveu um livro chamado Política, no qual analisa o contexto de sua época e de épocas anteriores, além de apontar os regimes políticos possíveis. Apesar da grande distância de tempo, os teóricos políticos dos tempos atuais precisam passar pelo estudo das teorias aristotélicas para refletir acerca das condições atuais.
Para continuar na Grécia, passemos para o professor de Aristóteles, Platão. Em sua mais conhecida obra, A República, ele descreve um modelo ideal de cidadão que, se fosse reproduzido em larga escala dentro da cidade, constituiria uma sociedade perfeita, na qual todas as pessoas viveriam em perfeita harmonia. Milênios depois de ter escrito sua teoria, ele permanece sendo referência para os estudiosos posteriores, que o leem com bastante atenção.
Esses dois exemplos citados serviram para que possamos perceber a importância dos pensamentos antigos para a reflexão contemporânea dos acontecimentos. E até hoje, o modo mais comum de registro ainda é o livro.
E o que é
ser leitor?
Para ser
leitor, basta ler.Simples.
Se a leitura for assim considerada, então os brasileiros não tem problema algum com ela, já que estão constantemente lendo alguma coisa, seja na internet, nas placas de trânsito, nas legendas dos filmes e dos jogos de videogames ou nos anúncios dos shopping centers.
Leitura é o que não falta no dia a dia das pessoas no Brasil e no mundo. Nesse caso, é melhor recolher o texto que estou escrevendo, porque o brasileiro lê, sim. Mas será?
Para organizar melhor os argumentos, foi escolhido uma fonte de referência que se renova de dois em dois anos e já se encontra no terceiro volume, que é a pesquisa Retratos da leitura no Brasil, feita pela Instituto Pró-livro de São Paulo. Nela, pessoas espalhadas por todo o país responderam diversos questionários, e foi possível saber, dentre muitas coisas, não apenas a quantidade de pessoas que têm o hábito da leitura, mas também porque os brasileiros não leem.
Segundo o livro Retratos da leitura no Brasil, leitor seria “aquele que leu, inteiro ou em partes, pelo menos 1 livro nos últimos 3 meses”. E não leitor seria “aquele que não leu, nenhum livro nos últimos 3 meses, mesmo que tenha lido nos últimos 12 meses”. Sendo assim, excluem-se leituras em jornais, revistas, folhetos, internet etc.
Na pesquisa feita em 2007, o número de livros lidos por habitante/ano era de 4,7. Na pesquisa divulgada em 2013, esse número caiu e atingiu a marca de apenas 4 livros por ano, sendo 2,1 inteiros e 2,0 em partes.
Preocupante,
não?
Se
considerarmos que grande parte das pessoas pesquisadas ainda participa de algum
estágio da formação escolar ou acadêmica, muitos desses quatro livros por ano
são leituras técnicas e/ou obrigatórias, e as quantidade de leituras
espontâneas, aquelas que a pessoa faz por iniciativa própria, são ainda
menores.Outro ponto importante para identificarmos os leitores no Brasil são as regiões. O Nordeste é o que mais lê, com cerca de 4,3 livros por ano. Já o Norte puxa toda a média para baixo, com 2,7.
Com isso, é possível verificar que o brasileiro já lia pouco em 2007. Contudo, conseguiu diminuir ainda mais esse número na última pesquisa e alcançou uma marca preocupante para um país que deseja se desenvolver e que figura entre as dez maiores economias do mundo
E por que o brasileiro não lê?
Com o baixo interesse do brasileiro em leitura confirmado pela pesquisa, resta agora tentar entender os motivos que geram essa problemática. Vamos lá.
Pais que não têm o hábito de ler não são boas referências de leitura para o filho.
Para que uma criança descubra o prazer pela leitura, a primeira influência que ela pode receber é a familiar. Assim, se os pais têm o hábito de ler constantemente em seus horários livres, a criança rapidamente vai associar essa prática a uma coisa legal e divertida.
Mas, se ao contrário, os pais não têm o hábito de pegar um livro nas mãos, a criança vai apenas reproduzir aquilo que vê em casa.
Um detalhe interessante para se destacar nesse ponto é sobre o que os brasileiros costumam fazer quando têm tempo livre, ou seja, quando estão fora do trabalho, da escola ou de quaisquer obrigações. A resposta é surpreendente.
A leitura ocupa uma singela sétima colocação colocação, atrás de assistir à televisão, descansar e escutar música ou rádio. Porém, um dado rivaliza com esse que acabamos de descobrir. Questionados sobre as razões que o fizeram não ter lido nos últimos três meses, 53% dos brasileiros responderam que não tinham tempo para ler.
Com esses dados em mãos, fica fácil perceber que, embora tenham rapidamente apontado, o verdadeiro problema não é a falta de tempo, e sim a falta de interesse pela leitura. O que acontece é que a pessoa prefere tomar uma cerveja no bar com os amigos, assistir a um jogo de futebol ou a um filme do que sentar numa poltrona ou sofá para ler um livro.
O mesmo ocorre quando as pessoas questionam que não têm dinheiro para comprar um livro ou que o livro custa caro. Muitas vezes, sim, ele custa caro, mas o mesmo sujeito que faz essa reclamação reserva uma quantia de seu salário para gastar em farra no final de semana.
Então, mais uma vez, o problema não é o dinheiro, e sim o interesse.
O paradoxo do preço do livro
Ah, o preço do livro é alto demais? Chegou a hora de você conhecer o paradoxo que envolve esse problema.
Resumidamente, para o preço do livro ser definido, a editora soma diversos valores, que incluem as seguintes etapas:
1. produção
(que se resume basicamente em preparação de texto, diagramação/projeto gráfico,
revisão e design de capa);
2. impressão;
3.
marketing;
4.
distribuição.
Todas essas
etapas variam de preço, sempre dependendo da qualidade do profissional que vai
executá-las.Porém, uma delas possui um detalhe que é universal: quanto mais livros são impressos, mais barato fico o preço unitário.
Isso acontece porque o custo de colocar uma máquina de impressão para funcionar é alto e, para se manter, as gráficas precisam dar prioridade às grandes tiragens, que, embora utilizem mais material, compensam na continuidade do trabalho.
Para ilustrar, vamos usar um exemplo. Digamos que a tiragem de um determinado título tenha sido de 3000 exemplares e seu preço de capa — ou seja, aquele aplicado nas livrarias — seja R$40,00. Em virtude do preço gasto na gráfica e em todas as etapas de produção, fica impossível para a editora fazer um preço menor.
Todavia, se ela optasse por mandar imprimir 10.000 exemplares, provavelmente o preço de capa do livro baixaria para algo em torno de R$20,00 e R$30,00. E por que as editoras não fazem isso sempre? Porque não existem leitores suficientes para bancar uma tiragem de 10.000 exemplares.
Entenderam o
paradoxo?
As pessoas
não comprar livros por os considerarem caros, e os livros são caros porque as
pessoas não os compram.
A influência
da família no cultivo do hábito da leitura em casa é de extrema importância.
Pais que gostam de ler estimulam seus filhos. E essa questão muitas vezes não
tem relação com o baixo ou alto poder aquisitivo, já que bibliotecas existem
para conceder o acesso.
Mas e quando
os pais não sabem ler?Bem, esse é o nosso próximo tópico.
O analfabetismo
Os dados coletados pela pesquisa Retratos da leitura no Brasil indicam que os índices de leitura aumentam com o crescimento do nível de escolaridade, alcançando 7,7 livros por ano entre as pessoas com nível superior, 3,9 com nível médio, 3,7 da 5a à 8a séries e 2,5 até a 4a série.
Esses números mostram que a leitura tem uma forte relação com a escolaridade.
Embora muitas pessoas hoje já possuam acesso a níveis de escolaridade superior, muitas delas não possuem habilidades de leitura ou até mesmo são analfabetas, como foi o caso do rapaz que passou em 9o lugar no vestibular de Direito em 2001 sem saber ler e escrever.
Isso impede que o vínculo afetivo da pessoa com o livro seja possível, uma vez que, para ela, ler é um sacrifício tremendo.
Mas como explicar que pessoas com níveis de escolaridade concluídos não saibam ler ou tenham grandes dificuldades? Vamos voltar um pouco no tempo.
A partir da década de 1980, é possível perceber profundas mudanças conceituais e metodológicas no processo de alfabetização. Por décadas, o modelo tradicional foi representado pela cartilha, a qual se constituía num mero código de representação de linguagem oral.
Hoje, é possível ver que a escrita passou a ter um caráter simbólico.
Esse modelo representado pela cartilha tem origem num contexto político bem singular de nosso país. A partir da década de 1960, por conta da evolução tecnológica, os países economicamente desenvolvidos passaram a exigir que o trabalhador soubesse apenas o lado funcional da escrita, de modo a conseguir operar técnica e cientificamente as teorias e os aparelhos usados em suas demandas de produção.
Dessa forma, os sistemas educacionais do mundo inteiro tiveram que se adaptar às novas regras.
Com esse cenário armado e uma ditadura definindo as regras do país, o brasileiro se acostumou a identificar no professor a figura da autoridade, que não dá espaço para a indisciplina, mas que também afoga as práticas sociais de leitura e escrita, as quais incorporam condições essenciais para o exercício da cidadania plenamente consciente.
Dessa época para cá, passaram-se cerca de cinquenta anos e, apesar de todas as mudanças que vêm sendo aplicadas no sentido de alfabetizar as pessoas de modo a torná-las “alfabetizadas letradas”, e não apenas meras reprodutoras de informações, ainda assim não conseguimos resultados satisfatórios.
Um exemplo disso são as leituras obrigatórias nas escolas.
Grande parte delas são clássicos das literaturas brasileira e portuguesa, entretanto, a despeito de sua relevância histórica, não são nada sedutoras para crianças e adolescentes que estão adentrando nesse universo. Livros como Senhora, de José de Alencar, e Auto da barca do inferno de Gil Vicente são magníficos, mas verdadeiras esfinges para os estudantes do segundo grau. Por não conseguirem absorver muita coisa das leituras, frustram-se e as abandonam, preferindo se preparar para as provas estudando resumos feitos pelos pouquíssimos colegas que conseguiram entender algo.
Mas a pior consequência desse cenário é o fato de que esse adolescente vai continuar identificando a leitura a algo chato e sem graça, pois sempre que recebeu um livro nas mãos, escutou: “decifra-me ou te devoro”.
Mesmo novo, esse jovem aluno já possui dois desafios tremendos: pais que não gostam de ler e poucos livros interessantes para ler na escola.
Contudo, nos últimos anos, o Governo Federal tem investido muitos milhões de reais para abastecer as bibliotecas públicas e/ou escolares do Brasil. Todos os anos, ele compra milhares de livros que são distribuídos por todas as cidades e que deveriam chegar nas mãos de professores e alunos.
O problema surge quando se verifica que as escolas têm…
Professores mal preparados
Para que alunos sejam bem formados acadêmica e intelectualmente, uma peça não pode faltar: o professor.
Ele é o personagem principal quando o assunto é estímulo à leitura. A sua importância chega ao ponto de até ocupar o topo da lista de quem mais influenciou os leitores a ler, ficando na frente dos pais e dos amigos.
Porém,
quando esses professores não possuem uma boa formação ou uma prática de leitura
bem firmada, os alunos não detectam que o livro pode ser divertido e permanecem
considerando o objeto como uma simples ferramenta necessária para passar de
ano.
Uma história
curiosa me foi contada por uma especialista em literatura infanto-juvenil.
Disse ela que, no ano passado, em uma cidade do interior de São Paulo, uma
escola recebeu milhares de livros para abastecer sua biblioteca. Os livros
chegaram bem empacotados, ainda exalando aquele cheirinho de papel novo tão
gostoso. Porém, a diretora, que certamente não possuía nem o mínimo grau de
hábito de leitura, tomou uma decisão que, na cabeça dela, era a mais correta.
Decidiu
trancar todos os livros dentro de uma sala.
O motivo?“Assim os alunos não vão estragá-los”.
Percebem a total falta de consciência literária nessa diretora? Para ela, os livros são objetos que não podem ser estragados. Em virtude disso, devem ficar trancados, longe dos alunos.
E o que os alunos fizeram? Nada, é óbvio!
Se eles não têm pais que gostem de ler dentro de casa, não têm professores preparados para ensiná-los a ler com prazer e os livros ficam trancados dentro de salas, o que mais vocês esperam que aconteça? Os alunos vão continuar indo para a escola, tendo suas aulas, mas, na primeira oportunidade que tiverem, vão querer jogar futebol, assistir à televisão etc.
As escolas
não precisam de pessoas que escondam os livros, por melhores que sejam as suas
intenções. O que as escolas precisam é promover a educação de verdade.
Para isso,
precisa de profissionais e educadores que leiam outros livros além dos
didáticos, que ensinem seus alunos a procurar a leitura como forma de resolução
através de reflexão interior, que criem condições adequadas para essa função.A exploração portuguesa não ajudou
Enquanto outros países europeus, com índices bem maiores de leitura que os brasileiros, já possuem milênios de prática, o nosso país, de vida, não tem pouco mais de quinhentos anos. Além disso, por muito tempo, nossas terras serviram, exclusivamente, como fonte de extração de matéria-prima, e pouco desenvolvimento foi feito.
Se para a metrópole portuguesa o Brasil não servia para nada além do envio de riquezas brutas, certamente a leitura não constava na lista de itens mais importantes da agenda imperial. Porém, esse cenário mudou quando as coisas apertaram para Portugal lá na Europa.
Com a ameaça napoleônica de invasão francesa, a corte portuguesa ficou com medo e decidiu se estabelecer em terras brasileiras. Com eles, vieram uma quantidade absurda de barcos que traziam obras de arte, jóias, roupas e, inclusive, toda a Biblioteca Real.
No meio desses barcos, veio também algo que seria muito importante para o estabelecimento da leitura no Brasil: a Impressão Régia.
Em 13 de maio de 1808, foi oficializada por Dom João a instalação de uma casa impressora, que seria destinada a publicar a papelada oficial do governo. Embora fosse reservada apenas para os assuntos do governo, a Impressão Régia foi um marco de mudança, uma vez que, antes dela, os livros que se consumiam no Brasil vinham quase que exclusivamente da Europa.
Se apenas em 1808 o Brasil pôde contar com uma máquina de impressão oficial, por um pouco mais de duzentos anos é que se foi fomentando, a passos de formiga, a leitura. Sendo assim, é natural que nossos índices sejam mais baixos que o restante dos países mais desenvolvidos.
Entretanto, existe um detalhe nessa história. Os Estados Unidos começaram a ser colonizados um pouco antes do Brasil, mas têm um índice de leitura bem maior. Como se explica?
Países católicos, geralmente, leem menos que protestantes
Segundo o intelectual alemão Max Weber, o espírito do capitalismo reside dentro da ética protestante. Dessa forma, a maioria dos países que se desenvolveram durante a Revolução Industrial seguiam a filosofia iniciada por Martinho Lutero na Alemanha, no século XVI.
Para o filósofo, os protestantes possuem uma formação educacional mais técnica, voltada para a pesquisa e para a contestação.
E não é para
menos, né?
Lutero foi
um padre ordenado pela Igreja Católica, mas expulso por criticar o
distanciamento que ela mantinha com os fiéis. Não contente com apenas
questionar as bases católicas, ele fez algo terminantemente proibido: traduzir
a Bíblia para uma língua diferente do latim. No caso, ele traduziu para o
alemão. A partir daí, aqueles que queriam ler a Bíblia e muitos outros livros,
poderiam fazê-lo.Esse distanciamento da Igreja Católica foi criticado por Lutero, que optou por criar sua própria corrente religiosa. Porém, por séculos ela continuou tendo seguidores, que estavam satisfeitos em não ter tanto acesso às informações quanto os protestantes, e aceitaram até 1962 que a liturgia católica seguisse o formato romano e fosse rezada em latim, língua inacessível para quase 100% de seus seguidores nos dias atuais.
Por isso, os protestantes receberam maiores estímulos à leitura (mesmo que, na época, fossem apenas documentos religiosos), enquanto que os católicos eram afastados dos assuntos relacionados à sua igreja e, consequentemente, à leitura e à pesquisa.
Para formarmos um país de leitores, precisamos começar dentro de nossas próprias casas, precisamos entender que a leitura é, sim, prazerosa, e que rende frutos fascinantes para aqueles que a praticam.
Com ela, uma pessoa pode, efetivamente, se tornar cidadã, com poder e consciência crítica. Agora que sabemos os motivos que prejudicam o hábito da leitura no Brasil, podemos identificar as soluções, não acham?
Então levante, pegue o seu livro — impresso ou eletrônico — e comece a ler. Qualquer leitura é válida.
Vamos aumentar essa média de leituras por ano no Brasil?
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
EMESP Tom Jobim apresenta a ópera O Morcego em São Paulo
Sob direção
de Mauro Wrona, Ópera Estúdio interpreta O Morcego, de Johann Strauss II,
dividida em quatro récitas no formato pocket ópera; as apresentações acontecem
de 23 a 27 de novembro, em Guarulhos e na capital
O Ópera
Estúdio, da EMESP Tom Jobim - instituição do Governo do Estado de São Paulo e
da Secretaria da Cultura, sob gestão da Santa Marcelina Cultura –, apresenta a
ópera O Morcego, uma das obras mais conhecidas do compositor austríaco Johann
Strauss II, dividida em quatro récitas.
A montagem
em formato pocket ópera pode ser conferida pelo público neste sábado (23), às
20h, e domingo (24), às 18h, no Teatro Adamastor, em Guarulhos. O
acompanhamento será da Orquestra Jovem Municipal de Guarulhos, que é regida
pelo maestro Emiliano Patarra. Na segunda (25), a récita acontece no CEU São
Mateus, às 16h, e encerra na quarta-feira (27), às 20h, no Tucarena, na
capital, com acompanhamentos do pianista Anderson Brenne. Todas as apresentações
são com entrada gratuita.
A produção é
resultado do trabalho do professor Mauro Wrona com os alunos do Ópera Estúdio,
curso regular para cantores líricos do ciclo avançado da Escola de Música do
Estado de São Paulo – Tom Jobim (EMESP Tom
PROGRAMAS:
Pocket ópera
Morcego, com Ópera Estúdio
Diretor
artístico: Mauro Wrona
Obras do
compositor Johann Strauss II
Sábado,
23/11: Récita I
Domingo,
24/11: Récita II
Acompanhamento
da Orquestra Jovem Municipal de Guarulhos, sob a regência do maestro Emiliano Patarra
Segunda-feira,
25/11: Récita III
Acompanhamento
do pianista Anderson Brenne.
Quarta-feira,
27/11: Récita IV
Acompanhamento
do pianista Anderson Brenne.
SERVIÇO:
27 de
novembro, quarta-feira
Horário: 20h
Local:
Tucarena / Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Endereço:
Rua Monte Alegre, 1024 - Entrada pela Rua Bartira, esquina com a Rua Bartira,
Perdizes, São Paulo-SP
Mais
informações: (11) 3670 8455 / 8462
Entrada
gratuita
Programa:
Acompanhamento
do pianista Anderson Brenne.
Récita IV
Duo Santoro interpreta compositores do Prelúdio 21, neste sábado, 30, no CCJF
No próximo
sábado, dia 30 de novembro, às 15h, o grupo de compositores Prelúdio 21 vai
receber o Duo Santoro no palco do Centro Cultural da Justiça Federal, no
Centro. Os gêmeos violoncelistas – Paulo e Ricardo Santoro - farão suas leituras para obras de Sergio
Roberto de Oliveira, J.Orlando Alves, Neder Nassaro, Alexandre Schubert, Caio
Senna e Marcos Lucas. No mês dedicado à poesia, serão apresentados também
recitais de textos de Manoel de Barros, Manoela Rónai, Carpinejar, João de
Arimateia de Melo, Éric Ponty e Saint-John Perse.
O Prelúdio
21 congrega compositores de diferentes tendências, unidos não em torno de
diretrizes estéticas, mas sim visando tornar a música contemporânea mais
difundida. Entre os espaços nos quais vêm ocorrendo os concertos do grupo,
estão incluídos Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Sala Cecília Meireles,
Centro Cultural Telemar (Oi Futuro), Sala Villa-Lobos, Museu da República,
Salão Dourado do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, entre outros. Desde 2008,
o grupo realiza sua série de concertos no Teatro do Centro Cultural Justiça
Federal.
SERVIÇO:
Série
Prelúdio 21 – Música do Presente –30/11, sábado, 15h
Intérprete
convidado – Duo Santoro
Centro
Cultural Justiça Federal – Teatro
Av. Rio
Branco, 241 – Centro, Rio de Janeiro / RJ. CEP 20040-009
Tel. (21)
3261-2550
Entrada
Franca
Programa:
Sergio
Roberto de Oliveira – Ao Mar
J. Orlando
Alves – Intermitências III
Neder Nassaro
– Pêndulo
Alexandre
Schubert – Duo
Caio Senna –
Variações
Marcos Lucas
– "Che gli uccelli nel cielo
Projeto Candelária - Programação de Dezembro de 2013
XIX
Temporada
Março 2013
Entrada
franca
1 de
dezembro, domingo, às 16 h.
Orquestra de
Cordas de Volta Redonda
Sarah
Higino, regente
Obras de
Handel, Sibelius, Carlos Gomes e Edino Krieger.
18 de
dezembro, quarta-feira, às 18:30 h.
Banda
Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais
Coro do
Corpo de Fuzileiros Navais
Participação
especial: Gaitas Fole
Capitão de
Corveta (T) Sidney da Costa Rosa
Capitão
Tenente (AFN) Nerias de Oliveira Morel
Primeiro
Tenente (RM2-T) Thiago Santos da Silva, regentes
Obras de G.
Verdi, A. Loyd Webber, Ari Barroso e outros.
19 de
dezembro, quinta-feira, às 18:30 h
Orquestra
Filarmônica do Brasil
Coro Caliope
Laércio
Diniz, regente
Obras de J.
S. Bach, Vivaldi, Noite Feliz e outros
22 de
dezembro, domingo, às 16 h
Orquestra
Sinfônica Brasileira - Opera & Repertório
Coro de
Crianças da OSB
Regente - a
confirmar
Programa - a
confirmar
Serviço:
Concertos no
interior da Igreja da Candelária
Rio de
Janeiro - Pça. Pio X, s/nº - centro
Informações
RILDO COSTA 21 3211-7000 E 99938-5538
Conheça a
programação dos Grupos da OSESP
Quinteto de
Sopros
29 NOV 13
SEXTA 10h30 – Fábrica de Cultura de Sapopemba
06 DEZ 13
SEXTA 10h30 – Fábrica de Cultura de Vila Curuçá
13 DEZ 13
SEXTA 10h30 – Fábrica de Cultura do Jd. São Luiz
ENTRADA
FRANCA.
Os concertos
da Osesp contam com a realização do Governo do Estado de São Paulo, por
intermédio da Secretaria de Estado da Cultura.
Programe-se
Confira os
concertos da Temporada Osesp em dezembro
5 DEZ QUI
21H Carnaúba
6 DEZ SEX
21H Paineira
7 DEZ SÁB 16H30
Imbuia
ISAAC
KARABTCHEVSKY REGENTE
CLÁUDIO CRUZ
VIOLINO
DARIUS
MILHAUD
Saudades do
Brasil, Op.67: Sorocaba
FRANCIS HIME
Concerto
Para Violino [ESTREIA MUNDIAL]
HEITOR
VILLA-LOBOS
Sinfonia nº
12
12 DEZ QUI
21H Pau-Brasil
13 DEZ SEX
21H Sapucaia
14 DEZ SÁB
16H30 Jequitibá
MARIN ALSOP
REGENTE
ELIZABETH
DEL GRANDE TÍMPANOS
RICARDO
BOLOGNA REGENTE
EDUARDO
GUIMARÃES ÁLVARES
A Lua do
Meio-Dia [ENCOMENDA OSESP. ESTREIA MUNDIAL]
EDGARD
VARÈSE
Amériques
IGOR
STRAVINSKY SAGRAÇÃO 100
A Sagração
da Primavera
15 DEZ QUI
17H Série Coral
CORO DA
OSESP | NAOMI MUNAKATA REGENTE
MAYNARA
ARANA CUIN SOPRANO
REGIANE
MARTINEZ SOPRANO
CLARISSA
CABRAL MEZZO SOPRANO
SILVANA
ROMANI MEZZO SOPRANO
MÁRCIO
BASSOUS TENOR
SABAH
TEIXEIRA BAIXO-BARÍTONO
DOROTÉA KERR
ÓRGÃO
THOMAS
TALLIS
O Nata Lux
THOMAS
WEELKES
Gloria in Excelsis Deo
GIOVANNI GABRIELI
O Magnum
Mysterium
Magnificat
FRANCIS
POULENC
Quatro
Motetos Para a Época de Natal
ZOLTÁN
KODÁLY
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