quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ópera 'O Morcego' ganha montagem nada convencional (SP)


Com ingressos esgotados, montagem assinada por William Pereira tem regência de Abel Rocha e Rosana Lamosa e Fernando Portari no elenco.
Para os espectadores e críticos mais tradicionalistas, que provavelmente estranharão a montagem pouco ortodoxa que William Pereira faz para a ópera 'O Morcego', em cartaz no Theatro Municipal de São Paulo a partir do dia 9, o diretor cênico tem uma sugestão: fechem os olhos e aproveitem o som dos acordes compostos por Johann Strauss para orquestra, coral e solistas e ignorem a encenação da obra e seu responsável. “Ópera não é museu e as peças, não importa quando tenham sido criadas, têm de chegar ao público como se acabassem de ser concebidas”, afirma Pereira.
Por essa razão, para esta opereta cômica de 1874, o diretor tomou uma série de liberdades, inserindo-a no tempo e contexto atuais. Assim, a história do bon vivant Gabriel von Eisenstein –que, antes de se entregar à polícia para cumprir pena por desacato civil, resolve passar uma noitada em casa de seu amigo rico, príncipe Orlofsky– é trazida para os dias de hoje, com figurinos, cenários e maneiras de ser contemporâneos.
Mas é no segundo ato que a ousadia do encenador é maior: transforma o príncipe Orlofsky em proprietário de uma boate onde ocorre a grande festa, com direito a um show libidinoso no qual bailarinos e atores se misturam aos cantores e a gogo girls e gogo boys, em trajes sumaríssimos, com direito inclusive a número de pole dance. Já no terceiro ato, uma crítica ao tratamento dado aos criminosos de colarinho branco: em prisão especial, em meio a banqueiros e políticos corruptos, Eisenstein é tratado como se estivesse num hotel cinco estrelas.
Com direção musical e regência do maestro Abel Rocha, o espetáculo conta com a participação da Orquestra Sinfônica Municipal, dos 90 cantores do Coral Lírico, além de 30 bailarinos convidados e dois elencos de solistas, encabeçados por Rosana Lamosa e Fernando Portari, Carmen Monarcha e Juremir Vieira, casais que viverão, respectivamente em dias alternados, Rosaline e Eisenstein, e por Regina Elena Mesquita no papel do príncipe Orlofsky. A montagem conta também com a participação do ator Fúlvio Stefanini personificando um carcereiro bêbado no terceiro ato.
Serviço:
Theatro Municipal de São Paulo.
São Paulo - Centro.
Dias 9, 12 e 14, 21h.
Dia 10, 20h.
Dia 11, 17h.
R$ 15 a R$ 70. Ingresso Rápido.

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