segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Auditório Ibirapuera será gerido pelo Itaú Cultural


Vencedor de edital, Itaú Cultural afirma que não utilizará leis de incentivo para gerir o espaço; programação deve continuar focado em música, com expansão para abranger também dança, cinema e teatro. Outra meta dos novos gestores é a redução dos preços de ingressos.
Construído e mantido, até o ano passado, pela operadora de telefonia Tim, o Auditório do Ibirapuera sempre foi gerido por uma entidade de interesse público, o Instituto Ibirapuera (antigo Instituto Música para Todos). O desligamento do Instituto Ibirapuera da gestão do Auditório levou a Secretaria Municipal da Cultura a lançar, no último 21 de junho, um edital para selecionar o próximo gestor.
Segundo o secretário municipal da Cultura, Carlos Augusto Calil, foi a própria OSCIP que desistiu deixar de gerir o espaço. “Eles sempre fizeram uma programcão de muito bom nível. Nunca tivemos nenhum atrito. Eu realmente lamento muito que eles tenham decidido deixar o auditório” explicou.
Sabe-se, contudo, que um dos motivos fundamentais para a desistência do Instituto Ibirapuera seria os problemas econômicos enfrentados pela instituição. Quando, em 2010, a Tim deixou de apoiar financeiramente o Instituto, a OSCIP passou a depender de recursos provenientes de um acordo com o MinC. Contudo, com a mudança na gestão do governo federal, e os novos rumos tomados pelo MinC, o apoio foi retirado – deixando o Instituto Ibirapuera desamparado. ”Entendemos que auditório tem potencial para muito mais do que estávamos conseguindo cumprir”, disse Mário Cohen, presidente do (IAI). Ele ele afirmou que havia procurado o secretário Carlos Augusto Calil em busca de uma solução.
O processo de seleção da nova gestora foi concluído na última terça-feira (26), sendo selecionado o Itaú Cultural. O Itaú Cultural foi o único inscrito no edital que cumpria todos os requisitos exigidos – que, felizmente, inclui a manutenção do Centro de Formação Musical e da Escola do Auditório.

Uma das exigências do edital, cumprida pelo Itaú Cultural, é o compromisso de manter a atual linha de programação. Em outras palavras, o Auditório do Ibirapuera deve continuar dedicando-se a apresentações de música erudita, jazz, e popular.
Contudo, o Itaú Cultural assinala que pretende expandir a abrangência do foco do Auditório. No próprio edital, a Prefeitura já dava a entender que a dança, que começa a conquistas espaço na programação, deveria ganhar mais destaque, e que ainda deveria haver exibição de filmes.
O Itaú Cultural concordou, e ainda foi além: propôs a inserção de espetáculos de artes cênicas na programação.
O Itaú Cultural revelou ainda que pretende reduzir os preços dos ingressos e aumentar a oferta de eventos gratuitos. Em entrevista ao Estado de São Paulo, Eduardo Saron, superintendente do Itaú Cultural, destacou o fato de que as receitas devem ser todas do próprio banco Itaú, sem o uso de leis de incentivo. Segundo o site da Prefeitura, o Secretário Carlos Augusto Calil teria ficado extremamente sensibilizado com esse traço da proposta, uma vez que a não-renúncia fiscal é algo “extraordinário no panorama nacional”.

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