Para produzir o ritmo de maneira evidente, os instrumentos mais indicados para isso são os da numerosa e variada família da percussão. Esse naipe existe na música do Ocidente desde a Idade Média. E, hoje, ele se espalha pela última fileira de instrumentos das modernas orquestras sinfônicas, como a nossa Osesp. Ficam lá atrás, porque seus sons e ruídos são muito potentes; e ali não atrapalham os instrumentos de produção sonora mais delicada, como as cordas e as madeiras. Os sons, determinados ou não, do naipe da percussão resultam da batida, raspagem ou fricção de diferentes materiais, através de variados meios. Sua classificação tradicional é a seguinte:
Membranofones – Instrumentos que possuem membrana (de pele animal ou plástico) em um ou dois lados, tais como tambores, tímpanos, bombos e surdos. A caixa-clara, de dimensão relativamente pequena e também chamada de tambor militar, conta comum conjunto de cordas metálicas estiradas sobre a pele o que lhe dá um som especialmente penetrante, com marcial. Desde o Barroco do século XVII, tornou-se um costume incluir na orquestra um par de tímpanos, que podem ser afinados. Jean-Baptiste Lully foi o primeiro a utilizá-lo, em sua ópera Thésee (1675). Bem mais tarde no Romantismo do século XIX, os tímpanos da orquestra passaram a ser três, e, no século passado, tornou-se comum ver e ouvir grupos de cinco ou seis tímpanos em uma só sinfônica.
Idiofones =- são aqueles instrumentos que produzem sons pela vibração do próprio corpo como os pratos, a folha-de-flandres, as maracás, o pandeiro, o reco-reco e chocalhos diversos. Os pratos, de metal e em pares, podem ser batidos um contra o outro; um deles também pode ser utilizado sozinho, fixado sobre um tripé, onde é batido por uma baqueta. Os instrumentos de percussão podem produzir sons de altura determinada, como os timbales, o carrilhão, o xilofone, o vibrafone, e o jogo de timbres (Clokenpiel), e de altura indeterminada, como os chocalhos, tambores, pratos, padeiros e castanholas. Durante o século XX, compositores da linha nacionalista acrescentaram à já numerosa família de percussão instrumentos provenientes da música popular e folclóricas de seus países. Por outro lado, compositores mais radicais, os da chamada vanguarda, valorizaram ao máximo as possibilidades do emprego generoso da percussão. (....)
J. Jota de Moraes
Programa de Concerto Osesp Set / Out 2009. p.7-8
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